Mateus 20


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Mateus 20 explicado:  
🍇 Jesus ensina sobre recompensa inesperada na parábola dos trabalhadores.
👑 Mãe de Tiago e João busca poder para filhos, causando indignação.
🙏 Jesus cura cegos na estrada de Jericó, demonstrando compaixão divina.

Vídeo


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Resumo de Mateus 20

Parábola dos Trabalhadores da Vinha: A Generosidade Inesperada do Reino

Jesus começou a explicar como funciona o Reino dos céus usando uma história simples, uma parábola, para que todos pudessem entender.

Ele comparou o Reino a um proprietário de terras que saiu bem cedo, logo no início da manhã, para contratar trabalhadores para sua vinha, o lugar onde se plantam uvas (v. 1).

Após encontrar alguns trabalhadores, o dono da vinha fez um acordo com eles para pagar um denário por dia de trabalho, que era o salário comum naquela época, e os mandou trabalhar na vinha (v. 2).

Mais tarde, por volta das nove da manhã, o dono da vinha saiu novamente e viu outros homens na praça da cidade que estavam desocupados, sem trabalho (v. 3).

Ele chamou esses homens e disse: "Vão vocês também trabalhar na minha vinha, e eu pagarei a vocês o que for justo", mostrando que seria honesto e correto no pagamento (v. 4).

Eles confiaram na palavra do dono da vinha e foram trabalhar.

O dono da vinha repetiu essa ação, saindo de novo ao meio-dia e às três da tarde, encontrando mais pessoas desocupadas e as enviando para trabalhar em sua vinha, sempre com a promessa de pagar o justo (v. 5).

Já quase no final do dia, por volta das cinco horas da tarde, o dono da vinha saiu mais uma vez e encontrou outros homens que ainda estavam na praça sem fazer nada (v. 6).

Ele perguntou a eles: "Por que vocês estão aqui o dia todo sem trabalhar?", querendo entender o motivo de estarem parados.

Eles responderam: "Porque ninguém nos contratou", explicando que estavam ali porque não tinham encontrado quem lhes desse trabalho naquele dia (v. 7).

Então, o dono da vinha disse a eles: "Vão vocês também para a vinha", dando a eles a oportunidade de trabalhar mesmo no final do dia (v. 7).

Quando o dia de trabalho acabou e a noite começou a cair, o dono da vinha chamou seu administrador, o responsável por organizar os pagamentos, e disse: "Chame os trabalhadores e pague o salário deles, começando pelos últimos que foram contratados e indo até os primeiros" (v. 8).

Os trabalhadores que foram contratados por último, aqueles que começaram a trabalhar apenas na última hora do dia, foram chamados primeiro para receber o pagamento (v. 9).

Para a surpresa de todos, cada um deles recebeu um denário, o valor combinado para um dia inteiro de trabalho.

Quando chegou a vez dos primeiros trabalhadores, aqueles que tinham sido contratados logo no início da manhã e trabalharam o dia todo, eles pensaram que receberiam mais do que os outros, imaginando uma recompensa maior pelo tempo dedicado (v. 10).

No entanto, para a surpresa e talvez decepção deles, também receberam um denário cada um, o mesmo valor que os últimos trabalhadores.

Ao receberem o mesmo pagamento, os primeiros trabalhadores começaram a reclamar e murmurar contra o dono da vinha, achando aquilo injusto (v. 11).

Eles disseram: "Esses últimos trabalharam só uma hora, e você os igualou a nós, que aguentamos o cansaço e o calor do dia inteiro!", sentindo-se desvalorizados por receberem o mesmo que aqueles que trabalharam menos (v. 12).

Mas o dono da vinha respondeu a um deles, explicando sua perspectiva: "Amigo, eu não estou sendo injusto com você; você não combinou comigo um denário? (v. 13).

Ele lembrou que o acordo inicial foi cumprido, e não havia quebra de contrato.

E continuou: "Pegue o que é seu e vá. Eu quero dar a este último trabalhador o mesmo que dei a você, pois é minha vontade ser generoso" (v. 14).

O dono da vinha questionou o direito de usar o que era seu da forma como ele escolhesse: "Será que não tenho o direito de fazer o que quero com o meu próprio dinheiro? Ou você está com inveja porque eu estou sendo generoso?", mostrando que a bondade dele não deveria gerar ressentimento (v. 15).

Jesus finalizou a parábola com uma frase importante para reflexão: "Assim, aqueles que agora são últimos serão os primeiros, e aqueles que agora são primeiros serão os últimos, porque muitos são chamados para o Reino de Deus, mas poucos são escolhidos para receber as maiores recompensas", indicando que a lógica do Reino dos céus muitas vezes inverte a lógica humana (v. 16).

Jesus Anuncia Novamente Sua Morte e Ressurreição: O Caminho para Jerusalém

Enquanto Jesus e seus discípulos se preparavam para subir a Jerusalém, a cidade mais importante para os judeus e centro religioso, Jesus chamou os doze discípulos para um momento particular (v. 17).

Durante a caminhada, Jesus compartilhou com eles, pela terceira vez, o que estava para acontecer em Jerusalém, preparando-os para os eventos futuros e difíceis que enfrentariam.

Ele disse: "Estamos subindo para Jerusalém, e lá o Filho do Homem será entregue aos chefes dos sacerdotes e aos mestres da lei, os líderes religiosos da época" (v. 18).

Jesus explicou que seria traído e entregue nas mãos daqueles que se opunham a ele.

E continuou: "Eles o condenarão à morte e o entregarão aos gentios, aos romanos, que eram o poder dominante naquela época" (v. 19).

Jesus detalhou o sofrimento que enfrentaria: "Ele será ridicularizado, açoitado e crucificado, a forma mais cruel e humilhante de execução romana".

Porém, em meio a essa sombria previsão de sofrimento e morte, Jesus também deu uma mensagem de esperança e vitória: "Mas, no terceiro dia, ele ressuscitará", reafirmando sua ressurreição como parte essencial do plano divino (v. 19).

Pedido Ambicioso de Tiago e João: Compreendendo a Grandeza no Reino

Nesse momento delicado, com Jesus falando sobre seu sofrimento e morte, a mãe de Tiago e João, dois discípulos próximos de Jesus, aproximou-se dele com seus filhos (v. 20).

Ela se ajoelhou diante de Jesus em sinal de respeito e fez um pedido ousado e ambicioso, buscando uma posição de destaque para seus filhos no futuro reino de Jesus.

A mãe de Tiago e João perguntou: "Mestre, prometa que, quando o senhor estiver no seu reino, estes meus dois filhos se sentarão ao seu lado, um à sua direita e o outro à sua esquerda", buscando os lugares de maior honra e poder no governo de Jesus (v. 21).

Jesus percebeu que ela, influenciada pelos filhos, não havia compreendido a natureza do seu reino e o caminho para a verdadeira grandeza.

Então, Jesus respondeu com uma pergunta desafiadora: "Vocês não sabem o que estão pedindo. Vocês podem beber do cálice de sofrimento que eu estou prestes a beber?", referindo-se ao sofrimento e sacrifício que ele enfrentaria (v. 22).

Ele questionou se eles estavam preparados para o caminho de dor e renúncia que ele trilharia.

Tiago e João, talvez sem entender completamente o significado do cálice, responderam com confiança: "Podemos!", acreditando serem capazes de enfrentar qualquer desafio ao lado de Jesus (v. 22).

Jesus então disse: "Sim, vocês beberão do meu cálice de sofrimento, participarão dos desafios e perseguições" (v. 23).

No entanto, Jesus esclareceu que a decisão de quem se sentaria à sua direita ou esquerda não era dele para conceder: "Mas sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não cabe a mim conceder; esses lugares pertencem àqueles para quem meu Pai os preparou", mostrando que essa decisão era de Deus Pai, baseada em critérios divinos e não em pedidos humanos (v. 23).

Ao ouvirem o pedido ambicioso de Tiago e João, os outros dez discípulos ficaram indignados com os dois irmãos (v. 24).

Eles ficaram irritados com a busca por posição de destaque, mostrando que a ambição e a competição também existiam entre os seguidores mais próximos de Jesus.

Percebendo a tensão e o desentendimento entre os discípulos, Jesus os chamou para perto e os ensinou sobre a verdadeira natureza da liderança e da grandeza no Reino de Deus (v. 25).

Ele disse: "Vocês sabem que os governantes das nações dominam sobre elas, e os poderosos exercem autoridade sobre o povo", descrevendo o modelo de poder do mundo, baseado em dominação e hierarquia (v. 25).

Mas Jesus contrastou esse modelo com o padrão do Reino: "Não será assim entre vocês. Pelo contrário, quem quiser se tornar grande entre vocês deverá ser servo, aquele que serve aos outros" (v. 26).

Ele ensinou que a verdadeira grandeza no Reino de Deus se manifesta no serviço humilde e na disposição de colocar as necessidades dos outros acima das próprias.

E continuou: "E quem quiser ser o primeiro entre vocês deverá ser escravo de todos", enfatizando que a liderança no Reino é sobre servir e não ser servido (v. 27).

Jesus usou seu próprio exemplo como modelo máximo de serviço: "Pois até mesmo o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos", mostrando que sua missão era de serviço e sacrifício, dando a vida para salvar a humanidade (v. 28).

Cura de Dois Cegos em Jericó: Fé, Persistência e Compaixão Divina

Quando Jesus e seus discípulos estavam saindo da cidade de Jericó, uma grande multidão os seguia, atraída por sua fama e seus ensinamentos (v. 29).

À beira do caminho, dois homens cegos estavam sentados, mendigando para sobreviver, já que não podiam trabalhar normalmente (v. 30).

Ao ouvirem a multidão e serem informados de que Jesus estava passando por ali, os cegos, que provavelmente já tinham ouvido falar dos milagres de Jesus, começaram a clamar por sua ajuda.

Eles gritavam: "Senhor, Filho de Davi, tenha compaixão de nós!", reconhecendo Jesus como o Messias prometido, descendente do rei Davi, e pedindo por sua misericórdia (v. 30).

A multidão, talvez incomodada com o clamor dos cegos ou querendo evitar interrupções, os repreendia e mandava que ficassem quietos, tentando silenciar o pedido de ajuda deles (v. 31).

Mas os cegos, demonstrando grande fé e persistência, não se deixaram intimidar pela multidão e gritaram ainda mais alto: "Senhor, Filho de Davi, tenha misericórdia de nós!", aumentando a intensidade do seu clamor e mostrando a urgência da sua necessidade (v. 31).

Jesus, ouvindo o clamor persistente e reconhecendo a fé daqueles homens, parou, demonstrando atenção e compaixão (v. 32).

Ele chamou os cegos para perto e perguntou: "O que vocês querem que eu faça por vocês?", dando a eles a oportunidade de expressar diretamente seu pedido (v. 32).

Os cegos responderam: "Senhor, nós queremos enxergar!", expressando o desejo profundo de terem a visão restaurada e saírem da escuridão física e social em que viviam (v. 33).

Movido por profunda compaixão, Jesus tocou nos olhos deles (v. 34).

E no mesmo instante, os olhos dos cegos foram abertos, e eles recuperaram a visão completamente, experimentando a luz e a cura milagrosa de Jesus.

Imediatamente após serem curados, os dois cegos, agora vendo, seguiram Jesus, tornando-se seus discípulos e testemunhas do seu poder e amor, mostrando gratidão e compromisso com aquele que os havia transformado (v. 34).

Contexto histórico-cultural

O denário: salário e poder de compra

No tempo de Jesus, um denário era o valor usual para um dia inteiro de trabalho braçal.

Essa moeda romana de prata era suficiente para sustentar uma família palestina por um dia, cobrindo as necessidades básicas como alimentação.

Em termos de poder de compra, o denário representava o mínimo essencial para a sobrevivência diária.

Horas do dia: ritmo de trabalho e vida

Os judeus dividiam o dia em 12 horas, começando com o nascer do sol, por volta das 6 da manhã, e terminando ao pôr do sol.

A “terceira hora” seria aproximadamente 9 da manhã, a “sexta hora” meio-dia e a “nona hora” por volta das 3 da tarde.

A “undécima hora” correspondia a 5 da tarde, restando apenas uma hora de trabalho antes do anoitecer, marcando o fim do dia de trabalho para os padrões da época.

Mercado: ponto de encontro e busca por trabalho

O mercado não era apenas um local de comércio, mas também um ponto de encontro crucial para trabalhadores autônomos.

Homens que buscavam emprego se reuniam ali logo cedo, esperando serem contratados para o dia.

Estar "ocioso na praça do mercado" não significava preguiça, mas sim aguardar oportunidades de trabalho, mostrando a dura realidade da época para quem dependia do trabalho diário.

Vinha: símbolo de trabalho e provisão

A vinha, no contexto da parábola, representa o local de trabalho e sustento.

Embora em outras passagens bíblicas a vinha possa simbolizar Israel, aqui ela foca no aspecto prático do trabalho e da recompensa.

O dono da vinha, ao contratar trabalhadores em diferentes horários, ilustra a provisão divina e a graça estendida a todos, independentemente do tempo de serviço.

Justiça e bondade: a lógica divina de recompensas

A parábola dos trabalhadores da vinha revela uma lógica divina de recompensas diferente da humana.

Enquanto os trabalhadores que laboraram o dia todo esperavam receber mais, o dono da vinha pagou a todos igualmente, demonstrando sua generosidade.

Essa ação destaca que, no Reino dos céus, a graça e a bondade de Deus podem transcender a estrita justiça meritocrática, surpreendendo as expectativas humanas.

Olho invejoso: a cultura da comparação e da honra

A expressão “olho mau” ou “olho invejoso” era comum no mundo antigo para descrever a inveja e o ressentimento pela prosperidade alheia.

Na parábola, o dono da vinha questiona se o "olho" dos trabalhadores se torna "mau" porque ele escolhe ser "bom" com outros.

Isso reflete uma crítica à tendência humana de comparar recompensas e sentir inveja da generosidade demonstrada a outros, mesmo quando a justiça foi garantida a si mesmo.

Jerusalém: destino final e significado espiritual

A subida para Jerusalém não era apenas uma viagem geográfica, mas também carregada de significado religioso e profético.

Jerusalém era o centro da fé judaica, palco de grandes eventos e o destino final de Jesus, onde sua paixão, morte e ressurreição se concretizariam.

Para os discípulos, seguir para Jerusalém com Jesus gerava temor e expectativa, antevendo eventos cruciais e transformadores.

Sanedrim e autoridades gentias: o contexto do poder político-religioso

Jesus previu que seria entregue ao Sinédrio, o conselho de líderes religiosos judeus, composto por sacerdotes, escribas e anciãos.

Embora o Sinédrio tivesse autoridade religiosa, o poder de execução capital estava nas mãos dos romanos, os "gentios".

Essa dinâmica político-religiosa explica por que Jesus seria condenado pelas autoridades judaicas, mas executado sob a jurisdição romana, através da crucificação.

Crucificação: a pena máxima e o peso da maldição

A crucificação era uma forma cruel e pública de execução romana, reservada a escravos e criminosos.

Para os judeus, a crucificação era ainda mais grave, pois associava-se à maldição divina, conforme Deuteronômio 21:23, que dizia que "maldito é todo aquele que for pendurado no madeiro".

Ao ser crucificado, Jesus não apenas enfrentou dor física extrema, mas também carregou sobre si o peso simbólico da maldição, tomando o lugar da humanidade pecadora.

Cálice e batismo: metáforas de sofrimento e destino

As metáforas do "cálice" e do "batismo" eram usadas para descrever o destino e as provações que alguém enfrentaria.

“Beber o cálice” significava experimentar sofrimento e tribulação, enquanto “ser batizado” podia simbolizar ser submergido em aflições.

Quando Jesus pergunta se Tiago e João podiam beber do seu cálice e ser batizados com seu batismo, ele estava os desafiando a considerar se estavam dispostos a compartilhar de seu sofrimento e missão.

Liderança servidora: inversão de valores do Reino

No mundo gentio, os líderes exerciam domínio e autoridade sobre os outros, buscando serem servidos e reverenciados.

Jesus, contudo, inverte essa lógica no Reino dos céus: a verdadeira grandeza se manifesta no serviço e na humildade.

Ser "servo" e "escravo" de todos, como ensinou Jesus, torna-se o caminho para a exaltação e para a verdadeira liderança espiritual em seu Reino.

Resgate e redenção: libertação do cativeiro do pecado

O termo "resgate" (lytron) remetia ao preço pago para libertar escravos ou prisioneiros de guerra.

Jesus usou essa imagem para explicar que sua vida seria dada como "resgate por muitos", libertando a humanidade do cativeiro do pecado e da condenação.

Seu sacrifício supremo seria o preço pago para reconciliar a justiça e o amor de Deus, oferecendo redenção a todos que cressem.

"Filho de Davi": título messiânico e esperança

O título "Filho de Davi" era amplamente reconhecido como uma designação messiânica entre os judeus, remetendo às promessas de um rei davídico que traria libertação e restauração.

Ao clamarem "Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós!", os cegos de Jericó reconheceram Jesus como o Messias esperado, depositando nele sua fé e esperança de cura.

Esse título conectava Jesus às expectativas messiânicas do Antigo Testamento e à esperança de um reino de justiça e paz.

Temas Principais

1. A Graça Irresistível no Reino dos Céus

Mateus 20:1-16, a parábola dos trabalhadores na vinha, ilustra a graça irresistível de Deus, um pilar da teologia reformada. O proprietário da vinha, representando Deus, contrata trabalhadores em diferentes horários, mas paga a todos o mesmo salário (v. 8-10), demonstrando que a recompensa divina não é estritamente proporcional ao tempo de serviço.

Essa ação reflete a iniciativa divina na salvação, onde Deus chama e concede graça independentemente do "tempo" ou "mérito" humano, conforme Efésios 2:8-9.

2. Soberania Divina e a Justiça Incompreendida

A parábola enfatiza a soberania de Deus sobre a distribuição da graça e das bênçãos. O proprietário responde aos trabalhadores que reclamam: "Não tenho o direito de fazer o que quero com o meu dinheiro?" (v. 15). Isso ecoa a soberania divina, onde Deus age segundo Sua vontade e propósito, muitas vezes além da compreensão humana (Romanos 9:20-21).

A justiça divina, vista pela ótica humana, pode parecer "injusta", mas a parábola convida a confiar na sabedoria e bondade de Deus, que transcendem a justiça meritória.

3. Igualdade Fundamental e a Inveja Destrutiva no Reino

Embora haja uma aparente "desigualdade" no pagamento, a parábola aponta para uma igualdade fundamental no Reino de Deus: todos os trabalhadores recebem o "denário", o salário integral (v. 9-10). Isso sugere que, em termos de salvação e acesso às bênçãos essenciais do Reino, há uma igualdade concedida pela graça, não por mérito ou tempo de serviço (Gálatas 3:28).

A murmuração dos primeiros trabalhadores (v. 11-12) revela a inveja e o perigo de comparar-se com os outros, desviando o foco da gratidão pela própria graça recebida.

Pontes no Novo Testamento

1. Ligação com o Ensino Apostólico: Graça e Não Mérito

O ensino apostólico, especialmente nas cartas de Paulo, aprofunda a mensagem da parábola sobre a graça. Romanos 4:4-5 declara que a fé é creditada como justiça, não o trabalho, contrastando com a mentalidade dos primeiros trabalhadores que esperavam recompensa por mérito. Efésios 2:8-9 reforça que a salvação é um dom gratuito, não resultado de obras, ecoando a generosidade inesperada do proprietário da vinha.

2. Ligação Temática: Reino de Deus e Parábolas

A parábola dos trabalhadores na vinha se conecta tematicamente com outras parábolas do Reino em Mateus, como a do Filho Pródigo (Lucas 15:11-32). Ambas ilustram a natureza surpreendente e inclusiva do Reino de Deus, onde a graça e a misericórdia superam as expectativas humanas de justiça retributiva. A ideia de que "os últimos serão primeiros" (v. 16) ressoa em outras passagens que invertem as hierarquias humanas no Reino.

3. Ligação com a Missão e a Vida da Igreja: Inclusão e Humildade

A parábola desafia a Igreja a viver a graça inclusiva do Reino em sua missão e vida comunitária. Atos 10, com a conversão de Cornélio, exemplifica a expansão do Reino para além das expectativas iniciais, assim como os trabalhadores da "última hora" foram inesperadamente incluídos. A parábola adverte contra a autossuficiência e a inveja dentro da comunidade cristã (Filipenses 2:3), incentivando a humildade e a gratidão pela graça compartilhada.

Aplicação Prática

1. Gratidão pela Graça Imerecida em Nossas Vidas

A parábola nos convida a refletir sobre a graça imerecida que recebemos em Cristo. Em vez de nos compararmos com outros ou nos sentirmos "merecedores", somos chamados a cultivar a gratidão pela generosidade divina. Reconhecer que nossa salvação e bênçãos são dons da graça transforma nossa perspectiva e atitude diante da vida e dos outros.

Como podemos cultivar uma atitude de gratidão genuína pela graça de Deus em todas as áreas de nossas vidas?

2. Servindo com Alegria, Não por Recompensa Meritória

A parábola desafia a mentalidade de "troca" em nosso serviço a Deus. Devemos servir com alegria e dedicação, motivados pelo amor e gratidão, não pela busca de recompensas ou reconhecimento. A verdadeira recompensa está na alegria de servir e na comunhão com Cristo, não em "salários" terrenos ou comparações com outros servos.

Como podemos examinar nossas motivações no serviço cristão e garantir que estamos servindo por amor, não por expectativa de recompensa?

3. Combatendo a Inveja e Celebrando a Graça nos Outros

A reação dos primeiros trabalhadores nos adverte sobre o perigo da inveja e da comparação. Em vez de nos ressentirmos quando vemos outros sendo abençoados, somos chamados a celebrar a graça de Deus na vida deles. A parábola nos lembra que a generosidade divina não é limitada e que há graça suficiente para todos no Reino de Deus.

Como podemos combater a inveja em nossos corações e aprender a celebrar as bênçãos de Deus na vida de outros, mesmo quando parecem "maiores" que as nossas?

Versículo-chave

"Será que não me é permitido fazer o que quero com os meus próprios bens? Ou você está com inveja porque eu sou generoso?'" (Mateus 20:15, NVI).

Sugestão de esboços

Esboço Temático: "A Generosidade Divina que Surpreende"

1. Contrato e Expectativa Humana (Mateus 20:2)
2. Confiança na Generosidade Divina (Mateus 20:4, 7)
3. Recompensa Inesperada e Igualitária (Mateus 20:9-10)
4. Murmuração e Incompreensão (Mateus 20:11-12)

Esboço Expositivo: "Desvendando a Parábola dos Trabalhadores da Vinha"

1. O Chamado para a Vinha (Mateus 20:1-7)
2. O Pagamento Inesperado (Mateus 20:8-10)
3. A Reclamação dos Primeiros (Mateus 20:11-12)
4. A Resposta do Proprietário (Mateus 20:13-15)

Esboço Criativo: "Além da Justiça: A Graça na Vinha"

1. Mercado da Expectativa (Mateus 20:3, 6)
2. Vinha da Oportunidade (Mateus 20:1, 4, 7)
3. Denário da Graça (Mateus 20:9-10)
4. Coração Invejoso (Mateus 20:11-12)

Perguntas

  1. Com que comparação Jesus inicia a parábola sobre o Reino dos céus neste capítulo? (20.1)
  2. Em que momento do dia o proprietário da vinha saiu pela primeira vez para contratar trabalhadores? (20.1)
  3. Qual foi o valor do pagamento diário que o proprietário da vinha combinou com os primeiros trabalhadores? (20.2)
  4. Aproximadamente que horas eram quando o proprietário saiu pela segunda vez e encontrou mais trabalhadores desocupados? (20.3)
  5. O que o proprietário da vinha prometeu pagar aos trabalhadores que contratou na terceira hora? (20.4)
  6. Em quais outros horários o proprietário da vinha saiu para contratar mais trabalhadores? (20.5)
  7. Por volta de que horas o proprietário da vinha encontrou os últimos trabalhadores ociosos? (20.6)
  8. Qual foi a justificativa dos trabalhadores encontrados na décima primeira hora para estarem ociosos? (20.7)
  9. A quem o dono da vinha instruiu a pagar os trabalhadores ao final do dia? (20.8)
  10. Qual foi a ordem de pagamento dos trabalhadores estabelecida pelo dono da vinha? (20.8)
  11. Que quantia em dinheiro cada um dos trabalhadores contratados por volta das cinco da tarde recebeu? (20.9)
  12. O que os trabalhadores contratados primeiro esperavam receber em comparação com os últimos? (20.10)
  13. Qual foi a quantia que cada um dos trabalhadores contratados primeiro realmente recebeu? (20.10)
  14. Qual foi a reação dos trabalhadores contratados primeiro ao receberem o mesmo pagamento que os últimos? (20.11)
  15. Qual foi a principal reclamação dos primeiros trabalhadores em relação ao pagamento recebido? (20.12)
  16. Como o proprietário da vinha iniciou sua resposta à reclamação de um dos primeiros trabalhadores? (20.13)
  17. Qual acordo inicial o proprietário da vinha relembra ao trabalhador reclamante? (20.13)
  18. O que o proprietário da vinha questiona sobre o seu direito de usar o próprio dinheiro como deseja? (20.15)
  19. Qual sentimento o proprietário da vinha questiona se o trabalhador reclamante está nutrindo por causa de sua generosidade? (20.15)
  20. Com qual declaração sobre a ordem entre "últimos" e "primeiros" Jesus conclui a parábola? (20.16)
  21. Para qual cidade Jesus estava subindo quando chamou os doze discípulos em particular? (20.17)
  22. Quem Jesus chamou para lhes falar sobre o que aconteceria em Jerusalém? (20.17)
  23. A quem o Filho do Homem seria entregue em Jerusalém, de acordo com a predição de Jesus? (20.18)
  24. Qual seria a ação dos chefes dos sacerdotes e mestres da lei contra Jesus? (20.18)
  25. Para quem os líderes religiosos entregariam Jesus após o condenarem? (20.19)
  26. Quais ações os gentios praticariam contra Jesus, segundo a predição? (20.19)
  27. Em qual dia Jesus afirmou que ressuscitaria? (20.19)
  28. Quem se aproximou de Jesus com um pedido especial para seus filhos? (20.20)
  29. Qual era a relação da mulher que se aproximou de Jesus com Tiago e João? (20.20)
  30. Qual gesto de reverência a mãe dos filhos de Zebedeu fez diante de Jesus? (20.20)
  31. Como Jesus iniciou sua resposta ao pedido da mãe de Tiago e João, perguntando sobre o que ela queria? (20.21)
  32. Qual foi o pedido específico da mãe de Tiago e João em relação ao Reino de Jesus? (20.21)
  33. Onde especificamente a mãe queria que seus filhos se assentassem no Reino de Jesus? (20.21)
  34. Qual foi a pergunta inicial de Jesus a Tiago e João sobre compreenderem o que pediam? (20.22)
  35. Que metáfora Jesus usa ao perguntar se Tiago e João podiam beber do cálice que ele beberia? (20.22)
  36. Qual foi a resposta de Tiago e João à pergunta de Jesus sobre beber do cálice? (20.22)
  37. O que Jesus confirmou que Tiago e João fariam em relação ao seu cálice? (20.23)
  38. A quem cabe a decisão de conceder os lugares à direita e à esquerda no Reino, segundo Jesus? (20.23)
  39. Para quem são reservados os lugares à direita e à esquerda no Reino de Jesus? (20.23)
  40. Qual foi a reação dos outros dez discípulos ao ouvirem o pedido de Tiago e João? (20.24)
  41. O que Jesus fez ao perceber a indignação dos dez discípulos? (20.25)
  42. Como Jesus descreve o exercício de poder entre os governantes das nações? (20.25)
  43. Como deve ser a dinâmica de poder entre os seguidores de Jesus, em contraste com os governantes das nações? (20.26)
  44. Qual o caminho para se tornar importante entre os discípulos de Jesus? (20.26)
  45. Qual a postura de quem deseja ser o primeiro entre os seguidores de Jesus? (20.27)
  46. A quem Jesus usa como exemplo de serviço e entrega de vida? (20.28)
  47. Qual foi o propósito principal da vinda do Filho do Homem, de acordo com Jesus? (20.28)
  48. O que significa dizer que Jesus deu a sua vida em resgate por muitos? (20.28)
  49. De qual cidade Jesus e seus seguidores estavam saindo quando encontraram os cegos? (20.29)
  50. Quem seguia Jesus ao saírem de Jericó? (20.29)
  51. Quantos cegos estavam sentados à beira do caminho perto de Jericó? (20.30)
  52. Que título os cegos usaram ao clamar por Jesus? (20.30)
  53. Qual pedido específico os cegos fizeram a Jesus ao chamá-lo de Filho de Davi? (20.30)

Tabelas Didáticas

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🍇 Trabalhadores da Vinha: Horas x Salário

⏰ Horário de Chegada (versículo) 💰 Salário Recebido
🌅 Manhã Cedo (20:1-2) 1 Denário
☀️ 9 da Manhã (20:3-4) 1 Denário
☀️ Meio-dia (20:5) 1 Denário
🌇 3 da Tarde (20:5) 1 Denário
🌆 5 da Tarde (20:6-7) 1 Denário

✝️ Jesus em Jerusalém: Predição Dual

😔 Sofrimento Predito (versículo) ☀️ Vitória Anunciada (versículo)
🤝 Será entregue aos líderes religiosos (20:18) 🌅 Ressuscitará no terceiro dia (20:19)
⚖️ Condenado à morte (20:18) 🌅 Ressuscitará no terceiro dia (20:19)
👥 Entregue aos gentios (20:19) 🌅 Ressuscitará no terceiro dia (20:19)
🤡 Ridicularizado (20:19) 🌅 Ressuscitará no terceiro dia (20:19)
🪢 Açoitado (20:19) 🌅 Ressuscitará no terceiro dia (20:19)
✝️ Crucificado (20:19) 🌅 Ressuscitará no terceiro dia (20:19)

👑 Liderança: Mundo vs. Reino

🌍 Liderança no Mundo (versículo) 🕊️ Liderança no Reino (versículo)
👑 Governantes dominam (20:25) 🤝 Quem quiser ser grande, seja servo (20:26)
💪 Poderosos exercem autoridade (20:25) 🧑‍🤝‍🧑 Quem quiser ser primeiro, seja escravo (20:27)
➡️ Servido (20:28) ➡️ Servir, dar a vida (20:28)

Semeando Vida

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