Mateus 14


13 ⬅️    -    Mateus ⬆️    -    ➡️ 15

{tocify} $title={ÍNDICE}

Mateus 14 explicado:
👑 Herodes teme Jesus, pensando ser João Batista ressuscitado após decapitá-lo.
🍞 Jesus multiplica 5 pães e 2 peixes, alimentando 5 mil homens e ainda sobram 12 cestos.
🌊 Jesus anda sobre as águas, salva Pedro e acalma a tempestade.

Vídeos



$ads={2}

Resumo de Mateus 14

Herodes Reflete Sobre Jesus: Ecos de um Profeta Silenciado

Naquela época, Herodes Antipas, o tetrarca que governava a Galileia e a Pereia, ouviu falar da crescente fama de Jesus e dos muitos milagres que ele realizava (v. 1).

Herodes ficou perturbado com as notícias, pois sua consciência ainda o atormentava pela morte de João Batista, um profeta justo que ele havia executado.

Dominado pela culpa e superstição, Herodes disse aos seus servos e cortesãos: "Este é João Batista que ressuscitou dos mortos!" (v. 2).

Ele acreditava que Jesus era João Batista reencarnado, e que os poderes miraculosos que Jesus demonstrava eram, na verdade, a manifestação do espírito de João retornando com poder.

A mente de Herodes estava assombrada pela figura de João, e ele via em Jesus um espectro do profeta que ele havia silenciado, mas que agora parecia retornar para confrontá-lo.

O Martírio de João Batista: Uma Consequência da Retidão

O evangelista Mateus então retrocede para explicar as circunstâncias que levaram à morte de João Batista, esclarecendo o motivo da perturbação de Herodes (v. 3).

Herodes havia prendido João, o acorrentara e o jogara na prisão por causa de Herodias, esposa de seu irmão Filipe (v. 3).

Herodes havia se divorciado de sua primeira esposa e tomado Herodias como sua mulher, um ato que era considerado imoral e ilegal perante a lei judaica.

João Batista, conhecido por sua coragem e retidão, confrontava Herodes publicamente, dizendo-lhe: "Não te é lícito possuí-la" (v. 4).

João denunciava o adultério de Herodes e Herodias, chamando-os ao arrependimento e à justiça, mesmo diante do poder real.

Herodes, influenciado por Herodias, desejava matar João, pois se sentia incomodado e desafiado por sua pregação incisiva e pela reprovação moral que ele representava (v. 5).

No entanto, Herodes temia a reação do povo, pois muitos consideravam João um profeta verdadeiro e o respeitavam profundamente.

A popularidade de João entre o povo o protegia temporariamente da ira de Herodes, que hesitava em executar um homem tão reverenciado.

Mas Herodias, consumida pelo ódio e pela vingança contra João, aguardava uma oportunidade para se livrar dele definitivamente.

Essa oportunidade surgiu no dia do aniversário de Herodes, quando ele ofereceu um grande banquete para os nobres, oficiais e principais da Galileia (v. 6).

Durante a festa, a filha de Herodias, Salomé, dançou diante dos convidados, encantando a Herodes com sua apresentação (v. 6).

Impressionado e embriagado, Herodes prometeu a Salomé, com juramento público, dar-lhe o que ela pedisse, até a metade do seu reino (v. 7).

Salomé, influenciada e instigada por sua mãe Herodias, pediu: "Dá-me aqui, num prato, a cabeça de João Batista" (v. 8).

Herodias aproveitou a oportunidade para se vingar de João, usando sua filha como instrumento para concretizar seu plano cruel.

O pedido macabro chocou Herodes, que ficou profundamente entristecido, pois ainda que o visse como um problema, também o respeitava e temia (v. 9).

No entanto, preso pelo juramento feito em público e por sua reputação diante dos convidados, Herodes cedeu ao pedido cruel (v. 9).

Ele ordenou que a cabeça de João Batista fosse trazida em um prato, cumprindo a promessa insensata feita sob juramento (v. 10).

João foi decapitado na prisão por ordem de Herodes, selando seu destino como mártir da justiça e da verdade (v. 10).

A cabeça de João foi trazida em um prato e entregue a Salomé, que a levou para sua mãe Herodias, saciando a sede de vingança daquela mulher perversa (v. 11).

Os discípulos de João, ao saberem da terrível notícia, foram até a prisão, recolheram o corpo de João, o sepultaram com honra e depois foram contar tudo a Jesus (v. 12).

A morte de João Batista, o precursor de Jesus, marcava um momento sombrio, contrastando com a crescente luz do ministério de Jesus, mas também prenunciando o sofrimento que o próprio Messias enfrentaria.

Retiro e Compaixão: Jesus Busca Refúgio e Serve Multidões

Ao ouvir a notícia da morte de João Batista, seu primo e precursor, Jesus se retirou daquele lugar em um barco, buscando um local deserto e isolado para estar a sós (v. 13).

Jesus buscava um momento de solitude e reflexão diante da perda de João, talvez para orar e buscar força em Deus.

No entanto, as multidões, ao saberem que Jesus havia partido de barco, seguiram-no a pé, vindas de diversas cidades ao redor do Mar da Galileia (v. 13).

A fama de Jesus e a necessidade espiritual e física das pessoas eram tão grandes que elas o buscavam incansavelmente, mesmo em lugares remotos.

Ao desembarcar e ver a grande multidão que o esperava, Jesus se compadeceu profundamente deles (v. 14).

Em vez de buscar o descanso e a solidão que desejava, Jesus priorizou as necessidades das pessoas, movido por sua infinita compaixão.

Ele curou os enfermos que foram trazidos a ele, demonstrando mais uma vez seu poder de cura e sua disposição em servir e aliviar o sofrimento humano (v. 14).

Ao cair da tarde, os discípulos se aproximaram de Jesus, preocupados com a situação prática da multidão faminta em um lugar deserto (v. 15).

Eles sugeriram a Jesus que despedisse as multidões para que fossem às aldeias vizinhas comprar comida, pois o lugar era isolado e a hora já avançada.

Os discípulos viam a dificuldade logística e financeira de alimentar tanta gente naquele lugar ermo, propondo uma solução prática, mas limitada.

Jesus, porém, respondeu aos discípulos com um desafio surpreendente: "Não precisam retirar-se; dai-lhes, vós mesmos, de comer" (v. 16).

Jesus os confrontou com a responsabilidade de cuidar daquelas pessoas, mesmo diante da aparente impossibilidade.

Os discípulos, perplexos, responderam: "Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes" (v. 17).

Eles apresentaram a Jesus a escassez de recursos disponíveis, focando na limitação humana diante daquela necessidade tão grande.

Então, Jesus disse: "Trazei-mos" (v. 18).

Jesus pediu que os discípulos trouxessem a ele o pouco que tinham, confiando que Deus poderia agir através daquela pequena oferta.

Jesus instruiu a multidão a se assentar sobre a relva verde, preparando o cenário para o milagre que estava por vir (v. 19).

Tomando os cinco pães e os dois peixes, Jesus ergueu os olhos ao céu e abençoou os alimentos, dando graças a Deus, o provedor de todas as coisas (v. 19).

Em seguida, Jesus partiu os pães e os peixes, e os entregou aos discípulos para que estes distribuíssem à multidão (v. 19).

Um milagre extraordinário aconteceu: os poucos pães e peixes se multiplicaram nas mãos de Jesus, e continuaram a se multiplicar enquanto os discípulos distribuíam para a multidão.

Todos comeram e se fartaram completamente, saciando sua fome física de forma abundante (v. 20).

E, incrivelmente, após todos terem comido à vontade, ainda sobraram doze cestos cheios de pedaços de pão e peixe, demonstrando a superabundância do milagre (v. 20).

Os que comeram foram cerca de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças, uma multidão imensa que foi alimentada milagrosamente por Jesus naquele lugar deserto (v. 21).

A multiplicação dos pães e peixes revelou o poder de Jesus sobre a provisão divina e sua capacidade de transformar a escassez em abundância, alimentando tanto o corpo quanto a alma das pessoas.

Jesus Anda Sobre o Mar: Fé em Meio à Tempestade

Logo após o milagre da alimentação da multidão, Jesus insistiu com os discípulos para que entrassem no barco e fossem na frente dele para o outro lado do Mar da Galileia, em direção a Betsaida (v. 22).

Enquanto isso, Jesus permaneceu para despedir as multidões, talvez para evitar que o fervor popular o levasse a ser proclamado rei naquele momento, desviando-o de sua missão principal.

Após despedir a multidão, Jesus subiu sozinho a um monte para orar em particular (v. 23).

Ele buscava a comunhão íntima com o Pai celestial, fortalecendo-se espiritualmente após o dia intenso de ministério e milagres.

Ao cair da noite, Jesus ainda estava lá sozinho, em oração, enquanto os discípulos enfrentavam dificuldades no mar (v. 23).

O barco já estava longe da costa, açoitado pelas ondas, pois o vento era forte e contrário à direção em que eles remavam (v. 24).

Os discípulos lutavam contra a tempestade, remando com dificuldade e enfrentando o perigo de naufrágio.

Na quarta vigília da noite, entre três e seis horas da manhã, no auge da escuridão e da tempestade, Jesus foi até eles, caminhando sobre as águas do mar revolto (v. 25).

Jesus demonstrou mais uma vez seu poder sobre a natureza, transcendendo as leis físicas e caminhando sobre o mar como se fosse terra firme.

Os discípulos, ao verem Jesus andando sobre as águas na escuridão da noite, ficaram aterrorizados (v. 26).

Tomados de medo e confusão, eles pensaram que estavam vendo um fantasma ou um espírito, gritando de pavor.

Mas Jesus imediatamente os tranquilizou, dizendo: "Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais!" (v. 27).

A voz de Jesus dissipou o medo e a confusão, revelando sua presença real e reconfortante em meio à tempestade.

Pedro, impetuoso e ousado, respondeu a Jesus: "Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas" (v. 28).

Pedro expressou o desejo de experimentar o mesmo poder de Jesus, pedindo um sinal de confirmação e um convite para se juntar a ele sobre as águas.

Jesus simplesmente disse: "Vem!" (v. 29).

Com essa palavra de Jesus, Pedro saiu do barco e começou a andar sobre as águas, caminhando em direção a Jesus, experimentando momentaneamente o poder divino em sua própria vida (v. 29).

No entanto, ao reparar na força do vento e das ondas ao seu redor, Pedro teve medo e começou a afundar (v. 30).

A dúvida e o medo o dominaram, fazendo-o perder a fé e a confiança no poder de Jesus, e ele começou a afundar nas águas turbulentas.

Desesperado, Pedro gritou por socorro: "Salva-me, Senhor!" (v. 30).

Em sua angústia, Pedro reconheceu sua dependência total de Jesus e clamou por sua intervenção salvadora.

Prontamente, Jesus estendeu a mão, segurou Pedro e o resgatou das águas (v. 31).

Jesus repreendeu a falta de fé de Pedro, dizendo: "Homem de pequena fé, por que duvidaste?" (v. 31).

Jesus o lembrou que a dúvida enfraquece a fé e impede a manifestação do poder divino.

Assim que Jesus e Pedro subiram juntos ao barco, o vento cessou e a tempestade se acalmou completamente (v. 32).

A presença de Jesus trouxe paz e bonança ao ambiente antes turbulento, demonstrando seu domínio sobre as forças da natureza.

Os discípulos que estavam no barco, testemunhando o milagre extraordinário e o poder de Jesus, o adoraram, prostrando-se diante dele e exclamando: "Verdadeiramente és Filho de Deus!" (v. 33).

O evento de Jesus andando sobre o mar fortaleceu a fé dos discípulos e os levou a reconhecerem mais profundamente a divindade de Jesus.

Curas em Genesaré: Fé que Toca e é Restaurada

Após a tempestade acalmada e o reconhecimento da divindade de Jesus pelos discípulos, eles chegaram à outra margem do lago, na região de Genesaré, uma área fértil e populosa (v. 34).

Os moradores de Genesaré logo reconheceram Jesus e espalharam a notícia por toda a região circunvizinha (v. 35).

Movidos pela fé e pela esperança de cura, as pessoas trouxeram a Jesus todos os enfermos da região.

Eles suplicavam a Jesus que permitisse que os doentes tocassem ao menos na orla de sua veste, crendo que apenas o contato com suas vestes traria cura (v. 36).

A fé daquelas pessoas era tão forte que todos os que tocavam na orla da veste de Jesus eram completamente curados de suas enfermidades (v. 36).

O poder curador de Jesus se manifestava abundantemente em Genesaré, atendendo à fé daqueles que o buscavam com confiança e necessidade, concluindo este capítulo com uma demonstração contínua de sua compaixão e poder transformador.

Contexto histórico-cultural

Herodes, o Tetrarca: Poder Regional e Conflitos Familiares

Herodes Antipas, chamado de "o Tetrarca", governava a Galileia e a Pereia no século I d.C.

Tetrarca indicava um governante de menor importância, abaixo de um rei, embora Herodes ambicionasse o título de rei, que nunca conseguiu.

Ele era filho de Herodes, o Grande, o mesmo rei que governava na época do nascimento de Jesus e que ordenou a matança de crianças em Belém.

A Galileia, região sob seu controle, foi palco de grande parte do ministério de Jesus.

O Medo de Herodes: Jesus Seria João Batista Ressuscitado?

A fama de Jesus chegou aos ouvidos de Herodes, gerando nele uma reação de temor e superstição.

Assombrado pela culpa pela morte de João Batista, Herodes pensou que Jesus poderia ser João ressuscitado, operando milagres como vingança.

Essa crença refletia tanto a consciência pesada de Herodes quanto a crença popular na época em ressurreição e no poder profético de João.

O Casamento Adúltero e a Coragem de João Batista

João Batista foi preso por ordem de Herodes devido à sua corajosa denúncia do casamento do tetrarca com Herodias.

Herodias era esposa de Filipe, irmão de Herodes, tornando o casamento incestuoso e adúltero perante a lei judaica.

Além disso, Herodes havia se divorciado de sua esposa anterior, filha de um rei vizinho, para ficar com Herodias, o que gerou tensões geopolíticas na região.

A ousadia de João em confrontar o pecado de Herodes demonstrava seu compromisso com a verdade, mesmo diante do poder.

Salomé e o Banquete Fatal: Dança, Juramento e Morte

No dia do aniversário de Herodes, uma festa luxuosa foi organizada, seguindo o costume dos reis da época.

Salomé, filha de Herodias, apresentou uma dança que agradou imensamente a Herodes e seus convidados.

Em um momento de exaltação e imprudência, Herodes jurou dar a Salomé tudo o que ela pedisse, até metade do seu reino.

Instigada por sua mãe Herodias, que odiava João Batista por suas críticas, Salomé pediu a cabeça do profeta em uma bandeja.

Embora relutante, Herodes cumpriu o juramento por medo de perder a face perante seus convidados, demonstrando fraqueza de caráter e priorização da opinião pública em detrimento da justiça.

A cabeça de João foi entregue em uma bandeja, um costume macabro da época para confirmar execuções e satisfazer a crueldade de certos governantes.

Jesus Se Afasta da Turbulência Política e Busca Solitude

Ao saber da morte de João Batista, Jesus se retira de barco para um lugar deserto.

Essa atitude pode ter sido motivada pelo desejo de evitar conflitos com Herodes, que agora o via como uma ameaça potencial.

Além disso, Jesus buscava um momento de solitude e oração, essencial para sua conexão com o Pai e para discernimento em seu ministério.

Mesmo buscando privacidade, as multidões o seguiram a pé, demonstrando a grande procura por Jesus e seus ensinamentos.

Compaixão em Meio ao Deserto: Cura e Alimentação da Multidão Faminta

Apesar de buscar descanso, Jesus se depara com uma grande multidão faminta e necessitada.

Movido por profunda compaixão, ele cura os enfermos que lhe são trazidos, demonstrando sua misericórdia e poder.

Ao cair da tarde, os discípulos preocupam-se com a alimentação da multidão em um lugar isolado.

Jesus, surpreendendo a todos, desafia os discípulos a alimentarem o povo, mesmo com poucos recursos disponíveis.

Cinco Pães e Dois Peixes: Multiplicação Milagrosa em um Contexto Simples

Os discípulos apresentam a Jesus apenas cinco pães e dois peixes, uma pequena oferta vinda de um jovem.

Provavelmente eram pães de cevada, um alimento mais barato e comum entre os pobres, e peixes, abundantes no Mar da Galileia.

Jesus ordena que a multidão se sente sobre a grama verde, indicando a estação da primavera na região.

O ato de "reclinarem-se" sugere um ambiente mais relaxado e até mesmo festivo, diferente de uma refeição apressada.

Elevando os olhos ao céu, Jesus abençoa os alimentos, repetindo um costume judaico de agradecer a Deus antes das refeições.

Em seguida, ele parte os pães e peixes e os entrega aos discípulos, que os distribuem à multidão.

Todos comem até se fartar, e ainda sobram doze cestos cheios de pedaços, demonstrando a abundância do milagre e a importância de não desperdiçar.

O número de pessoas alimentadas é estimado em cerca de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças, possivelmente totalizando entre 15 a 20 mil pessoas.

Tempestade no Mar da Galileia: Ventos Contrários e Perigos Navegacionais

O Mar da Galileia, também conhecido como Lago de Genesaré ou Mar de Tiberíades, era famoso por suas tempestades repentinas e violentas.

Localizado em uma região abaixo do nível do mar e cercado por montanhas, o lago estava sujeito a mudanças climáticas bruscas e ventos fortes.

Os discípulos, muitos deles pescadores experientes, conheciam bem os perigos de navegar nessas águas.

Nesta passagem, eles enfrentam um vento contrário que dificulta a navegação e agita as ondas, colocando-os em risco.

A Vigília da Noite e a Chegada Inesperada de Jesus

Na época de Jesus, a noite era dividida em vigílias, marcando as horas de guarda e descanso.

A "quarta vigília da noite" correspondia ao período entre 3 e 6 horas da manhã, pouco antes do amanhecer.

Foi nesse momento da madrugada, após horas de luta contra a tempestade, que Jesus se manifesta aos discípulos caminhando sobre o mar.

Sua aparição em meio à escuridão e ao caos da tempestade causa espanto e temor nos discípulos, que inicialmente o confundem com um fantasma.

Pedro e o Desafio da Fé: Caminhando Sobre as Águas e Vacilando na Dúvida

Pedro, conhecido por sua impulsividade e fé, pede a Jesus uma prova de que é realmente ele quem se aproxima caminhando sobre o mar.

Ao receber a permissão de Jesus ("Vem!"), Pedro sai do barco e começa a andar sobre as águas em direção a ele.

Enquanto mantém o foco em Jesus, Pedro consegue realizar o impossível, desafiando as leis da natureza.

No entanto, ao desviar o olhar para a força do vento e das ondas, Pedro é tomado pelo medo e começa a afundar.

Seu grito desesperado "Senhor, salva-me!" demonstra sua fé vacilante, mas também sua confiança em Jesus como único capaz de socorrê-lo.

Jesus o resgata imediatamente, repreendendo sua "pequena fé" e questionando sua dúvida.

Ao entrarem no barco, o vento cessa instantaneamente, revelando o poder de Jesus sobre a natureza e restaurando a calma.

Genesaré: Terra de Cura e Fé Popular

Ao chegarem à região de Genesaré, os discípulos e Jesus são recebidos com reconhecimento e entusiasmo pela população local.

Genesaré era uma região fértil e densamente povoada na margem noroeste do Mar da Galileia.

As pessoas de Genesaré, ao reconhecerem Jesus, divulgam sua chegada por toda a região vizinha e trazem seus enfermos para serem curados.

A fé popular se manifesta no desejo de apenas tocar na "fímbria" do manto de Jesus, a borda ou franja de sua vestimenta.

Essa prática reflete tanto a crença no poder curativo de Jesus quanto costumes da época relacionados a objetos sagrados e rituais de cura.

Todos que tocam na fímbria do manto são curados, demonstrando o poder de Jesus e a eficácia da fé, mesmo que permeada por elementos de religiosidade popular.

Temas Principais

1. Consciência Culpada e Superstição

Mateus 14:1-2 revela a reação de Herodes Antipas à fama de Jesus. Assombrado pela culpa da morte de João Batista, Herodes crê que Jesus é João ressuscitado. A teologia reformada reconhece que a consciência, mesmo culpada, pode levar à superstição e ao medo irracional, em vez de arrependimento genuíno (Romanos 2:15).

O medo de Herodes demonstra como o pecado obscurece a verdade e distorce a percepção da realidade espiritual, desviando-o do verdadeiro reconhecimento de Jesus como Messias.

2. Oposição ao Profeta e à Verdade

A narrativa de Mateus 14:3-5 detalha a prisão de João Batista por denunciar o casamento ilícito de Herodes com Herodias. João, como profeta, confronta o pecado e a imoralidade, mesmo em altas esferas. A teologia reformada enfatiza o papel profético da Igreja em proclamar a verdade e denunciar a injustiça, mesmo diante da oposição (Amós 5:10).

A prisão de João ilustra o padrão bíblico de perseguição aos profetas que falam a verdade ao poder, um tema recorrente nas Escrituras.

3. A Crueldade Humana e a Fragilidade da Justiça

Mateus 14:6-12 narra a execução de João Batista a pedido de Herodias e sua filha. A história expõe a crueldade humana, a manipulação e a fragilidade da justiça sob governantes ímpios. A teologia reformada reconhece a depravação humana e a realidade do mal no mundo (Gênesis 6:5), manifestos na injustiça e violência.

A morte de João serve como um lembrete sombrio do custo do discipulado e da oposição que os justos podem enfrentar em um mundo caído.

Pontes no Novo Testamento

1. Ligação com o Ensino Apostólico: Consciência e Culpa em Romanos

O medo supersticioso de Herodes ecoa o estado da humanidade sem Cristo, descrito por Paulo em Romanos. Romanos 1:18-23 explica como a incredulidade e a impiedade levam à distorção da verdade e à idolatria. A consciência culpada de Herodes, em vez de levá-lo ao arrependimento, o afunda em mais erro, ilustrando a necessidade da graça divina para a verdadeira conversão (Romanos 3:23-24).

A reação de Herodes contrasta com o arrependimento genuíno que o evangelho busca produzir.

2. Ligação Temática: Perseguição de Profetas em Hebreus

A perseguição e morte de João Batista se conectam com o tema da perseguição aos profetas em Hebreus 11:32-38. Hebreus honra os profetas do Antigo Testamento que sofreram por sua fé e fidelidade a Deus. João Batista se junta a essa linhagem de mártires, demonstrando que a mensagem profética muitas vezes encontra resistência e sofrimento neste mundo (2 Timóteo 3:12).

A história de João Batista reforça a realidade da perseguição como parte da experiência dos servos de Deus.

3. Ligação com a Missão e a Vida da Igreja: Coragem Profética em Atos

O exemplo de coragem profética de João Batista ressoa no livro de Atos, onde os apóstolos enfrentam oposição e perseguição por proclamarem o evangelho. Assim como João confrontou Herodes, Pedro e Paulo confrontaram as autoridades religiosas e políticas de sua época (Atos 4:18-20, Atos 16:20-24). A Igreja primitiva, inspirada pelo Espírito Santo, seguiu o exemplo de João, mantendo-se fiel à verdade, mesmo sob ameaça (Atos 5:29).

A vida de João Batista serve como um modelo para a Igreja em sua missão de proclamar a verdade com ousadia.

Aplicação Prática

1. Examinando a Consciência Diante do Pecado

A história de Herodes nos adverte sobre o perigo de uma consciência cauterizada pelo pecado. Precisamos examinar nossas próprias consciências regularmente à luz da Palavra de Deus (Salmo 139:23-24). Em vez de nos refugiarmos em distrações ou superstições, devemos permitir que a consciência nos guie ao arrependimento e à busca do perdão em Cristo (1 João 1:9).

Como estamos lidando com nossa própria consciência? Estamos permitindo que ela nos guie a Cristo?

2. Vivendo com Coragem Profética em um Mundo Corrompido

O exemplo de João Batista nos desafia a viver com coragem profética em um mundo que muitas vezes rejeita a verdade. Isso significa defender a justiça, denunciar a imoralidade e proclamar o evangelho, mesmo quando enfrentamos oposição ou impopularidade (Miquéias 6:8). Não devemos buscar agradar aos homens, mas a Deus (Gálatas 1:10).

Em quais áreas de nossa vida precisamos de mais coragem profética para seguir o exemplo de João Batista?

3. Buscando Justiça e Consolo em Cristo Diante da Injustiça

A injustiça sofrida por João Batista nos lembra que o sofrimento faz parte da jornada cristã. Em face da injustiça e da crueldade, encontramos consolo e esperança em Cristo, que também sofreu injustamente (1 Pedro 2:23). Devemos buscar a justiça e clamar por ela, mas também confiar na justiça final de Deus e no Seu reino vindouro (Apocalipse 6:10-11).

Como podemos encontrar consolo e esperança em Cristo quando enfrentamos ou testemunhamos injustiça?

Versículo-chave

"Mas João lhe dizia: 'Não te é permitido tê-la'" (Mateus 14:4, NVI).

Sugestão de esboços

Esboço Temático: "O Custo da Verdade"

1. A Verdade Denunciada (Mateus 14:3-4)
2. A Verdade Odiada (Mateus 14:5-8)
3. A Verdade Silenciada (Mateus 14:9-12)

Esboço Expositivo: "A Morte de João Batista"

1. A Opinião de Herodes sobre Jesus (Mateus 14:1-2)
2. A Prisão de João Batista (Mateus 14:3-5)
3. A Conspiração de Herodias (Mateus 14:6-8)
4. A Execução de João (Mateus 14:9-12)

Esboço Criativo: "Festa e Martírio"

1. Banquete da Vaidade (Mateus 14:6-7)
2. Voto Vazio (Mateus 14:7-8)
3. Voz Vencida (Mateus 14:9-10)
4. Vingança e Martírio (Mateus 14:11-12)

Perguntas

  1. Quem era o Herodes mencionado no início deste capítulo e qual era seu título? (14.1)
  2. O que Herodes ouviu dizer sobre Jesus que o perturbou? (14.1)
  3. Qual foi a conclusão de Herodes sobre a identidade de Jesus com base nos relatos que ouviu? (14.2)
  4. A quem Herodes expressou sua crença de que Jesus era João Batista ressuscitado? (14.2)
  5. Por que Herodes havia prendido João Batista anteriormente? (14.3)
  6. Quem era Herodias, por cuja causa João Batista foi preso? (14.3)
  7. Qual era a relação de Herodias com Filipe mencionado no texto? (14.3)
  8. O que João Batista reprovava em Herodes que o levou a ser preso? (14.4)
  9. Qual era o desejo de Herodes em relação a João Batista, apesar de tê-lo prendido? (14.5)
  10. Por que Herodes temia matar João Batista, mesmo querendo? (14.5)
  11. Em que ocasião específica a filha de Herodias dançou para Herodes? (14.6)
  12. Quem dançou diante de Herodes e seus convidados no aniversário dele? (14.6)
  13. Qual foi o efeito da dança da filha de Herodias sobre Herodes? (14.6)
  14. O que Herodes prometeu à filha de Herodias sob juramento? (14.7)
  15. Quem influenciou a filha de Herodias a fazer um pedido específico a Herodes? (14.8)
  16. Qual foi o pedido específico da filha de Herodias, instigada por sua mãe? (14.8)
  17. Como Herodes se sentiu ao ouvir o pedido da cabeça de João Batista? (14.9)
  18. Por que Herodes atendeu ao pedido, mesmo estando aflito? (14.9)
  19. Onde João Batista foi decapitado por ordem de Herodes? (14.10)
  20. Como a cabeça de João Batista foi apresentada após a decapitação? (14.11)
  21. Para quem a filha de Herodias levou a cabeça de João Batista? (14.11)
  22. Quem recolheu o corpo de João Batista após sua morte? (14.12)
  23. O que os discípulos de João fizeram após sepultar o corpo dele? (14.12)
  24. Qual foi a reação de Jesus ao ouvir sobre a morte de João Batista? (14.13)
  25. Para onde Jesus se retirou após saber da morte de João Batista e qual meio de transporte usou? (14.13)
  26. Como as multidões seguiram Jesus até o lugar deserto para onde ele se retirou? (14.13)
  27. Qual foi a reação de Jesus ao ver a grande multidão que o seguiu no deserto? (14.14)
  28. O que Jesus fez pelas pessoas doentes que estavam na multidão no deserto? (14.14)
  29. Qual foi a sugestão dos discípulos a Jesus quando a tarde caiu e a multidão ainda estava presente? (14.15)
  30. O que os discípulos sugeriram que Jesus fizesse com a multidão faminta no lugar deserto? (14.15)
  31. Qual foi a resposta inicial de Jesus à sugestão dos discípulos de mandar a multidão embora? (14.16)
  32. O que Jesus instruiu os próprios discípulos a fazerem em relação à alimentação da multidão? (14.16)
  33. Qual foi a resposta dos discípulos quando Jesus pediu que eles alimentassem a multidão? (14.17)
  34. Quais eram os recursos alimentares disponíveis para os discípulos para alimentar a multidão? (14.17)
  35. O que Jesus pediu que os discípulos fizessem com os poucos pães e peixes que tinham? (14.18)
  36. O que Jesus ordenou que a multidão fizesse antes de serem alimentados? (14.19)
  37. Quais ações Jesus realizou com os cinco pães e dois peixes antes de distribuí-los à multidão? (14.19)
  38. Quem distribuiu os pães e peixes para a multidão após Jesus os ter abençoado e partido? (14.19)
  39. Qual foi o resultado da distribuição dos pães e peixes para a multidão? (14.20)
  40. O que os discípulos recolheram após todos terem comido e ficado satisfeitos? (14.20)
  41. Quantos cestos de sobras foram recolhidos após a alimentação da multidão? (14.20)
  42. Qual foi o número aproximado de homens que comeram na multiplicação dos pães e peixes, sem contar mulheres e crianças? (14.21)
  43. Após alimentar a multidão, o que Jesus insistiu que os discípulos fizessem imediatamente? (14.22)
  44. Para onde Jesus enviou os discípulos de barco após a alimentação da multidão? (14.22)
  45. O que Jesus fez após despedir a multidão e enviar os discípulos à frente? (14.23)
  46. Em que momento da noite Jesus estava sozinho orando no monte? (14.23)
  47. Qual era a condição do barco dos discípulos enquanto Jesus orava sozinho? (14.24)
  48. Por que o barco dos discípulos estava sendo fustigado pelas ondas? (14.24)
  49. Em que período da madrugada Jesus foi ter com os discípulos andando sobre o mar? (14.25)
  50. Qual foi a reação inicial dos discípulos ao verem Jesus andando sobre o mar? (14.26)

Tabelas Didáticas

📱 Gire o celular para ver as tabelas! 🔄


👑 Herodes e Jesus: Reações Opostas

👤 Personagem (versículo) 👂 Ouvir Falar de Jesus
👑 Herodes (14:1-2) 😨 Perturbado, supersticioso, pensa ser João Batista ressuscitado.
👥 Multidões (14:13-14, 14:35) 🙏 Seguem Jesus, buscam cura e ensinamentos com fé.

🩸 Martírio de João Batista: Passos Trágicos

⛓️ Evento (versículo) 😈 Detalhes Cruciais
🔒Prisão (14:3) 💔 João denuncia adultério de Herodes e Herodias.
🎂 Aniversário de Herodes (14:6-8) 💃 Dança de Salomé agrada Herodes, que faz juramento insensato.
💀 Pedido e Execução (14:8-10) 🔪 Herodias instiga filha a pedir cabeça de João; Herodes cede por orgulho.

🥖 5 Pães & 2 Peixes: Escassez vs. Abundância Divina

📉 Limitação Humana (versículo) ➕ Provisão de Jesus
📍 Lugar Deserto, Tarde (14:15) 🗣️ Jesus não manda multidão embora.
🍽️ Poucos Recursos (14:17) 🙌 Jesus abençoa e multiplica pães e peixes.
😭 Impossível Alimentar Multidão (14:16-17) 😋 Todos comem e sobram 12 cestos cheios.

Semeando Vida

Postar um comentário

O autor reserva o direito de publicar apenas os comentários que julgar relevantes e respeitosos.

Postagem Anterior Próxima Postagem
Ajuste a fonte:
WhatsApp COMPARTILHAR Telegram Facebook Twitter
Páginas Salvas Pesquisar Envie seu feedback ou sugestão