Mateus 09


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Mateus 9 explicado: 
🙏 Jesus perdoa pecados de paralítico, desafiando religiosos.
🍽️ Mateus, coletor de impostos, é chamado para seguir Jesus.
🍇 Jesus explica sobre jejum aos discípulos de João Batista.

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Resumo de Mateus 9

Jesus Retorna e Cura um Paralítico: Fé e Perdão em Cafarnaum

Jesus retornou de barco para Cafarnaum, a cidade que se tornou como seu lar durante o seu ministério na Galileia. (v. 1)

Logo que chegou, as pessoas trouxeram a ele um homem paralítico, carregado em uma maca.

Ao ver a fé daqueles que trouxeram o paralítico, Jesus demonstrou que sua missão ia além da cura física.

Ele disse ao paralítico, com palavras de encorajamento e carinho, chamando-o de "filho": "Tenha coragem, filho; os seus pecados estão perdoados". (v. 2)

Essa declaração causou um choque imediato nos líderes religiosos que estavam presentes, os escribas.

Eles pensaram em seus corações, acusando Jesus de blasfêmia, pois em sua compreensão, somente Deus poderia perdoar pecados.

Jesus, conhecendo os pensamentos deles, confrontou-os diretamente.

Ele questionou o motivo de eles terem pensamentos tão maus em seus corações, expondo a incredulidade e a malícia que ali se escondiam. (vv. 3-4)

Então, Jesus usou uma pergunta para desafiar a lógica e a compreensão limitada dos escribas.

Ele perguntou qual seria mais fácil dizer: "Seus pecados estão perdoados" ou "Levante-se e ande?". (v. 5)

Ambas as declarações eram poderosas, mas a segunda, a cura física, seria imediatamente verificável.

Jesus explicou que realizaria o milagre físico para provar sua autoridade, que ele, como o Filho do Homem, tinha o poder de perdoar pecados na Terra.

Com uma ordem poderosa, Jesus se dirigiu ao paralítico: "Levante-se, pegue a sua maca e vá para casa". (v. 6)

Instantaneamente, o homem foi curado.

Ele se levantou, pegou a maca em que havia sido carregado e foi para a sua casa, diante de todos, demonstrando o poder transformador de Jesus. (v. 7)

A multidão ficou maravilhada e tomada por um temor reverente ao presenciar tal milagre.

Eles glorificaram a Deus, reconhecendo que Ele havia dado tamanha autoridade a um homem, Jesus. (v. 8)

Chamado Inesperado: Mateus Deixa Tudo para Seguir Jesus

Continuando seu ministério, Jesus saiu daquele lugar e viu um homem chamado Mateus.

Mateus era um publicano, coletor de impostos para o Império Romano, uma profissão muito mal vista pelos judeus, que os consideravam traidores e pecadores.

Jesus, sem se importar com a reputação de Mateus ou com o preconceito social, simplesmente o chamou: "Siga-me!". (v. 9)

A resposta de Mateus foi imediata e surpreendente.

Ele se levantou e seguiu Jesus, abandonando sua posição, sua fonte de renda e sua vida anterior para se tornar um discípulo.

Compartilhando a Mesa com Pecadores: Misericórdia Acima de Preconceito

Mais tarde, Jesus estava comendo na casa de Mateus.

Muitos outros publicanos e "pecadores", pessoas marginalizadas pela sociedade religiosa da época, vieram e se juntaram a Jesus e seus discípulos à mesa. (v. 10)

Os fariseus, conhecidos por sua rigidez religiosa e separação de pessoas consideradas impuras, viram essa cena e ficaram indignados.

Eles questionaram os discípulos de Jesus, demonstrando seu desprezo: "Por que o mestre de vocês come com publicanos e pecadores?". (v. 11)

Jesus, ouvindo a pergunta deles, respondeu com sabedoria e compaixão, usando uma analogia simples e poderosa.

Ele disse: "Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes". (v. 12)

Jesus se comparou a um médico espiritual, explicando que sua missão era alcançar aqueles que reconheciam sua necessidade de cura espiritual, os "pecadores".

Ele os desafiou a ir e aprender o verdadeiro significado das Escrituras, citando o profeta Oséias: "Misericórdia quero, e não sacrifícios". (v. 13)

Jesus deixou claro que não veio para chamar os "justos", aqueles que se achavam perfeitos e sem pecado, mas sim para chamar os pecadores ao arrependimento, oferecendo a eles a oportunidade de transformação e perdão.

Jejum e a Chegada do Noivo: Tempos de Celebração e Luto

Então, os discípulos de João Batista se aproximaram de Jesus com uma pergunta sobre o jejum.

Eles observaram que tanto eles quanto os fariseus jejuavam frequentemente, mas os discípulos de Jesus não.

Eles queriam entender o porquê dessa diferença. (v. 14)

Jesus respondeu usando a analogia de um casamento.

Ele perguntou se os convidados de um casamento deveriam ficar tristes e jejuar enquanto o noivo está presente com eles. (v. 15)

Ele explicou que, enquanto ele, o "noivo" espiritual, estivesse com seus discípulos, era tempo de alegria e celebração, não de luto e jejum.

No entanto, Jesus também profetizou que chegaria o tempo em que o "noivo" seria tirado deles, referindo-se à sua morte e ausência física.

E nesses dias, seus discípulos jejuariam, em sinal de luto e saudade.

Remendos Novos e Odres Novos: Uma Nova Aliança, Uma Nova Mentalidade

Para ilustrar a mudança que ele estava trazendo, Jesus usou duas parábolas curtas.

Primeiro, ele falou sobre remendos: "Ninguém coloca remendo de pano novo em roupa velha, pois o remendo novo encolhe e rasga ainda mais a roupa velha". (v. 16)

Isso significava que os ensinamentos de Jesus, a "nova aliança", não poderiam simplesmente ser adicionados ao sistema religioso antigo e rígido, a "roupa velha", do judaísmo tradicional.

Em vez disso, o novo e o velho entrariam em conflito, e o velho se tornaria ainda pior.

Em seguida, Jesus usou a analogia do vinho e dos odres: "Nem se coloca vinho novo em odres velhos; se não, os odres se arrebentam, o vinho se derrama e os odres se perdem. Mas vinho novo se coloca em odres novos, e ambos se conservam". (v. 17)

O "vinho novo" representava os novos ensinamentos e a nova vida em Cristo.

Os "odres velhos" simbolizavam a mentalidade e as estruturas religiosas antigas, inflexíveis e incapazes de conter a novidade do evangelho.

Para receber e preservar o "vinho novo", era necessário ter "odres novos", ou seja, uma nova mentalidade, um novo coração, aberto à transformação e à graça de Deus.

A Fé que Cura e Ressuscita: Milagres de Poder e Compaixão

Enquanto Jesus ainda falava sobre essas coisas, um líder religioso judeu se aproximou dele.

Este homem, reconhecendo a autoridade de Jesus, ajoelhou-se diante dele em adoração e fez um pedido desesperado.

Ele disse que sua filha havia acabado de morrer, mas ele acreditava que se Jesus fosse e impusesse as mãos sobre ela, ela viveria novamente. (v. 18)

Jesus, movido pela fé e pelo sofrimento do pai, levantou-se e o seguiu, acompanhado de seus discípulos. (v. 19)

No caminho, uma mulher que sofria de hemorragia há doze anos se aproximou de Jesus por trás, em meio à multidão.

Ela tinha ouvido falar dos milagres de Jesus e acreditava que, mesmo um simples toque em sua roupa, poderia curá-la. (v. 20-21)

Com fé e esperança, ela tocou na orla do manto de Jesus.

No mesmo instante, ela foi completamente curada de sua doença. (v. 22)

Jesus, percebendo que poder havia saído dele, virou-se, viu a mulher e a encorajou, chamando-a de "filha".

Ele confirmou que a fé dela a havia curado e restaurado, dizendo: "Ânimo, filha, a sua fé a curou!".

Ao chegar à casa do líder religioso, Jesus encontrou uma cena de luto e comoção.

Músicos tocavam flautas e a multidão lamentava a morte da menina, seguindo os costumes fúnebres da época. (v. 23)

Jesus pediu que todos se retirassem, causando espanto e incredulidade.

Ele declarou que a menina não estava morta, mas apenas dormindo, indicando que para ele, a morte não era o fim, mas um estado temporário. (v. 24)

A multidão zombou dele, pois sabiam que a menina estava morta.

Mas Jesus, ignorando a zombaria, mandou que todos saíssem.

Então, ele entrou no quarto onde a menina estava, pegou sua mão e a trouxe de volta à vida. (v. 25)

A menina se levantou, completamente restaurada à saúde.

A notícia desse milagre se espalhou por toda aquela região, aumentando a fama de Jesus e o reconhecimento de seu poder sobre a vida e a morte. (v. 26)

A Compaixão de Jesus e a Necessidade de Trabalhadores na Seara

Saindo da casa do líder religioso, Jesus continuou seu caminho e foi seguido por dois cegos.

Eles clamavam a ele, reconhecendo-o como o "Filho de Davi", um título messiânico, e pedindo por sua compaixão: "Tenha misericórdia de nós, Filho de Davi!". (v. 27)

Quando Jesus entrou em casa, os cegos se aproximaram dele.

Jesus lhes perguntou se eles acreditavam que ele tinha poder para curá-los: "Vocês creem que eu sou capaz de fazer isso?". (v. 28)

Eles responderam com fé: "Sim, Senhor!".

Então, Jesus tocou nos olhos deles, dizendo: "Seja feito a vocês conforme a sua fé". (v. 29)

Imediatamente, os olhos dos cegos se abriram e eles puderam ver.

Jesus, porém, os advertiu severamente para que não contassem a ninguém sobre o milagre. (v. 30)

Ele frequentemente pedia discrição sobre seus milagres, talvez para evitar que a multidão o seguisse apenas por sinais e maravilhas, e para não provocar uma reação política prematura das autoridades.

No entanto, os cegos, transbordando de alegria e gratidão, não obedeceram à ordem de Jesus.

Eles saíram e divulgaram a notícia da cura por toda aquela região, espalhando ainda mais a fama de Jesus. (v. 31)

Enquanto os dois cegos saíam, trouxeram a Jesus um homem mudo e endemoninhado.

Jesus expulsou o demônio, e o homem, que antes era mudo, começou a falar. (v. 32-33)

As multidões ficaram admiradas e maravilhadas, reconhecendo que nunca se tinha visto algo assim em Israel.

Mas os fariseus, mais uma vez, reagiram com incredulidade e acusação maliciosa.

Eles murmuravam, dizendo que Jesus expulsava demônios pelo poder do príncipe dos demônios, Belzebu, rejeitando a origem divina de seu poder. (v. 34)

Jesus continuou seu ministério incansavelmente, percorrendo todas as cidades e povoados.

Ele ensinava nas sinagogas, proclamando as boas novas do Reino de Deus, e curando todo tipo de doenças e enfermidades físicas e espirituais. (v. 35)

Ao ver as multidões, Jesus sentiu profunda compaixão por elas.

Ele as viu como ovelhas aflitas e desamparadas, sem um pastor que as guiasse e cuidasse delas. (v. 36)

Então, Jesus se dirigiu aos seus discípulos, compartilhando sua preocupação com a condição espiritual do povo.

Ele disse: "A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos". (v. 37)

Jesus os instruiu a orar ao "Senhor da colheita", pedindo que ele enviasse mais trabalhadores para a sua seara, para alcançar e cuidar daquelas multidões necessitadas. (v. 38)

Contexto histórico-cultural

Casa em Cafarnaum e a Inovação no Telhado

Quando Mateus menciona que Jesus retornou a “sua própria cidade”, ele se refere a Cafarnaum, que se tornou o centro do ministério de Jesus após ele deixar Nazaré.

A descrição da cura do paralítico em Cafarnaum nos permite entender um pouco sobre as casas da época.

As casas na região eram frequentemente térreas e com um cômodo central aberto, uma espécie de pátio interno descoberto.

Para cobrir este pátio, usavam toldos ou coberturas leves que podiam ser removidas.

Foi essa cobertura, e não um telhado sólido como imaginamos, que os amigos do paralítico removeram para baixá-lo até Jesus.

Essa arquitetura explica como foi possível “abrir o telhado” sem causar grande destruição à casa, apenas removendo a cobertura mais leve.

Perdão e Cura: Uma Conexão Teológica

Na mentalidade judaica do século I, doença e pecado eram frequentemente vistos como relacionados.

Não era incomum acreditar que certas enfermidades eram resultado direto de pecados cometidos.

Por isso, ao perdoar os pecados do paralítico antes de curá-lo fisicamente, Jesus não só aliviou seu sofrimento espiritual, mas também abordou uma possível raiz para a sua condição física, dentro da compreensão cultural da época.

Essa ordem de tratamento – primeiro o perdão, depois a cura – ressalta a prioridade do bem-estar espiritual sobre o físico na mensagem de Jesus.

Blasfêmia e a Autoridade Divina em Questão

Quando os escribas acusaram Jesus de blasfêmia por perdoar pecados, eles demonstraram entender perfeitamente a implicação da ação de Jesus.

Na teologia judaica, apenas Deus tinha o poder de perdoar pecados.

Ao declarar o perdão dos pecados, Jesus estava, implicitamente, reivindicando uma autoridade divina, o que foi percebido pelos líderes religiosos como uma afronta, uma blasfêmia se ele não fosse quem alegava ser.

A reação deles revela a percepção correta da ousadia da declaração de Jesus e a centralidade da questão da sua identidade divina.

O Chamado de Mateus: Um Cobrador de Impostos no Cenário Social

Mateus, também conhecido como Levi, era um publicano, ou seja, um cobrador de impostos.

Essa profissão era extremamente malvista na sociedade judaica por diversos motivos.

Primeiro, os publicanos trabalhavam para o Império Romano, o opressor estrangeiro, sendo vistos como traidores da nação judaica.

Segundo, o sistema de cobrança de impostos permitia que eles enriquecessem às custas do povo, frequentemente extorquindo mais do que o devido.

Assim, Mateus, ao ser chamado por Jesus, representava um membro de um grupo socialmente marginalizado e desprezado.

O chamado de um publicano para seguir Jesus demonstra o alcance universal da mensagem de Cristo, quebrando barreiras sociais e religiosas.

Comensalismo com Pecadores: Quebrando Barreiras Sociais e Religiosas

O fato de Jesus comer com “publicanos e pecadores” era escandaloso para os fariseus e líderes religiosos da época.

Compartilhar a mesa era um ato de comunhão e aceitação.

Na cultura judaica, manter-se separado de “pecadores” era visto como essencial para a pureza religiosa.

Ao comer com essas pessoas, Jesus desafiava as normas sociais e religiosas de separação, demonstrando que sua missão era buscar e salvar os perdidos, os marginalizados, oferecendo-lhes inclusão e perdão.

Essa prática de Jesus reflete a mensagem do Evangelho que acolhe a todos, sem distinção, rompendo com o exclusivismo religioso da época.

‘Misericórdia e não Sacrifício’: Uma Prioridade Divina

A citação de Oséias 6:6 – “Misericórdia quero, e não sacrifício” – utilizada por Jesus, confronta a hipocrisia dos fariseus, que valorizavam rituais externos em detrimento da verdadeira essência da fé.

No Antigo Testamento, Deus já havia expressado que a obediência e a misericórdia eram mais importantes do que os sacrifícios formais (1 Samuel 15:22).

Jesus, ao usar essa passagem, enfatiza que o cerne da vontade de Deus é a compaixão e o amor ao próximo, e não apenas a prática religiosa vazia e legalista.

Ele revela que a verdadeira religião se manifesta em atos de misericórdia e bondade, e não em formalidades rituais desprovidas de coração.

Jejum: Costumes Religiosos em Transição

A pergunta sobre o jejum, feita pelos discípulos de João Batista, reflete as diferentes práticas religiosas da época.

O jejum era uma prática comum no judaísmo, associada ao luto, arrependimento e busca por Deus.

Os fariseus jejuavam regularmente, e João Batista também ensinava seus discípulos a jejuar, como um sinal de contrição e preparação.

Jesus, no entanto, explica que para seus discípulos, enquanto Ele, o Messias, estivesse presente, era um tempo de celebração, como em um casamento.

O jejum seria apropriado após sua partida, marcando uma mudança nos tempos e nas práticas religiosas com a chegada do Messias e o início de uma nova era.

‘Remendo Novo em Roupa Velha’: A Incompatibilidade entre o Novo e o Velho

A metáfora do remendo novo em roupa velha e do vinho novo em odres velhos ilustra a incompatibilidade entre o Evangelho de Jesus e o sistema religioso judaico tradicional da época.

Colocar um remendo de tecido novo em uma roupa velha resultaria em rasgar a roupa, pois o tecido novo, ao encolher, puxaria o tecido velho e frágil.

Da mesma forma, o vinho novo, ao fermentar, expandiria e romperia odres velhos, que já teriam perdido a elasticidade.

Jesus usa essas imagens para mostrar que seu ensinamento e a nova aliança que Ele estava estabelecendo não poderiam ser simplesmente adicionados ou adaptados ao sistema religioso existente.

Era algo radicalmente novo que exigia uma nova estrutura, uma nova forma de pensar e viver a fé.

Lamentações e Músicos em Funerais: Costumes Fúnebres Judaicos

A descrição da casa do líder da sinagoga, Jairo, menciona “flautistas e o povo em alvoroço”.

Era um costume judaico contratar músicos e lamentadores profissionais para funerais, mesmo para famílias mais humildes.

Esses profissionais criavam uma atmosfera de luto e expressavam publicamente a dor pela perda, seguindo rituais estabelecidos.

A presença desses lamentadores na casa de Jairo indica a seriedade da situação – a morte da filha – e os costumes fúnebres da época.

A reação de zombaria quando Jesus diz que a menina está apenas dormindo também demonstra a incredulidade diante da possibilidade de ressurreição, contrastando com a fé de Jesus na vida além da morte.

‘Filho de Davi’: Título Messiânico e Expectativas

Quando os dois cegos se dirigem a Jesus como “Filho de Davi”, eles o reconhecem usando um título messiânico.

A expectativa messiânica judaica ligava o Messias à linhagem do rei Davi, conforme profecias do Antigo Testamento (2 Samuel 7:12-16, Isaías 9:6-7).

Ao chamarem Jesus de “Filho de Davi”, os cegos expressavam sua fé de que Ele era o Messias esperado, aquele que viria para trazer cura, restauração e libertação a Israel.

O uso desse título demonstra que, mesmo em meio à rejeição por parte das lideranças, havia pessoas que reconheciam a identidade messiânica de Jesus com base nas Escrituras e em seus milagres.

Demônios e Mudez: Compreensões da Possessão Demônica

A cura do homem mudo possesso por demônio reflete a compreensão da época sobre a possessão demoníaca e suas manifestações.

Naquele tempo, acreditava-se que a possessão demoníaca poderia causar diversas aflições físicas e mentais, incluindo a mudez.

A dificuldade em expulsar demônios que causavam mudez, mencionada no texto, pode refletir crenças sobre a necessidade de conhecer o nome do demônio para exercer poder sobre ele, uma ideia presente em algumas tradições da época.

A cura realizada por Jesus demonstra seu poder e autoridade sobre o mundo espiritual, libertando o homem do sofrimento causado pela possessão demoníaca, algo que impressionou as multidões, mas foi negado pelos fariseus.

O Bom Pastor e a Ovelha Perdida: Metáfora do Cuidado Divino

A comparação das multidões a “ovelhas sem pastor” revela a profunda compaixão de Jesus pelo povo.

Na cultura pastoril da Palestina, a imagem do pastor e suas ovelhas era muito familiar e carregada de significado.

O pastor guiava, protegia e cuidava do rebanho, garantindo seu bem-estar.

Jesus usa essa metáfora para descrever a condição espiritual do povo judeu, que se sentia perdido, desorientado e desamparado pela falta de líderes espirituais verdadeiros que os guiassem com cuidado e amor.

A compaixão de Jesus se manifesta ao ver essa vulnerabilidade e expressar o desejo de que haja mais trabalhadores para a “colheita”, ou seja, mais pessoas engajadas em cuidar e guiar espiritualmente o povo.

Temas Principais

1. A Autoridade de Jesus para Perdoar Pecados

Em Mateus 9:1-8, Jesus cura um paralítico e declara seus pecados perdoados, um ato que choca os escribas. Na teologia reformada, o perdão dos pecados é prerrogativa exclusiva de Deus. Ao perdoar pecados, Jesus demonstra ser mais que um mero homem, reivindicando para si a autoridade divina (Isaías 43:25).

Este episódio revela a divindade de Cristo e a natureza da salvação, que começa com a remoção da culpa e da condenação do pecado, trazendo verdadeira cura e restauração.

2. A Fé que Move Montanhas e Cura

Mateus 9:2 menciona a "fé deles", referindo-se à fé do paralítico e de seus amigos que o levaram a Jesus. A fé é um tema central na teologia reformada, sendo o meio pelo qual recebemos a graça de Deus e a salvação em Cristo (Efésios 2:8-9). Essa fé não é apenas crença intelectual, mas uma confiança ativa em Jesus que leva à ação e à busca por Ele.

A cura do paralítico é uma resposta à fé, mostrando que Deus honra e age em favor daqueles que creem, tanto para a cura física quanto, principalmente, para a espiritual.

3. A Cura Integral: Corpo e Alma

Jesus demonstra que sua missão não é apenas aliviar o sofrimento físico, mas também tratar a raiz do problema humano: o pecado. Na teologia reformada, a salvação é integral, abrangendo todas as áreas da vida. A cura física do paralítico é um sinal visível da cura espiritual mais profunda que Jesus oferece: o perdão dos pecados (1 Pedro 2:24).

Ao curar o corpo após declarar o perdão dos pecados, Jesus mostra que a restauração completa inclui tanto a dimensão física quanto a espiritual, apontando para a vida abundante que Ele veio trazer.

Pontes no Novo Testamento

1. Ligação com o Ensino Apostólico - Justificação pela Fé

O perdão dos pecados declarado por Jesus em Mateus 9:2 ecoa o ensino apostólico sobre a justificação pela fé. Paulo, em Romanos 4:5, afirma que "aquele que não trabalha, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é creditada como justiça". Assim como o paralítico recebeu o perdão pela fé, sem mérito próprio, os escritos apostólicos aprofundam essa verdade, mostrando que a justificação é um dom gratuito de Deus recebido pela fé em Cristo (Gálatas 2:16).

A cura física serve como uma ilustração tangível da cura espiritual e da justificação que é central na mensagem do evangelho apostólico.

2. Ligação Temática - Autoridade e Divindade de Cristo

A reação dos escribas, acusando Jesus de blasfêmia por perdoar pecados, antecipa as controvérsias sobre a autoridade e divindade de Cristo que permeiam o Novo Testamento. Em João 10:33, os judeus tentam apedrejar Jesus por blasfêmia, porque, sendo homem, se fazia Deus. O livro de Hebreus exalta a superioridade de Cristo sobre os anjos e o Antigo Testamento, demonstrando sua divindade e autoridade suprema (Hebreus 1:3, 8).

O milagre da cura e o perdão dos pecados em Mateus 9 são sinais que apontam para a identidade divina de Jesus, tema central em todo o Novo Testamento.

3. Ligação com a Missão e a Vida da Igreja - Ministério de Cura e Reconciliação

O ministério de cura de Jesus, exemplificado na cura do paralítico, continua através da Igreja, capacitada pelo Espírito Santo. Em Atos 3:6-8, Pedro cura um paralítico em nome de Jesus, demonstrando que o poder de cura e restauração está presente na comunidade cristã. A missão da Igreja, conforme expressa em 2 Coríntios 5:18-20, é um ministério de reconciliação, oferecendo perdão e cura espiritual em nome de Cristo.

A igreja primitiva, desde o livro de Atos, vivenciou o poder de Cristo operando curas e transformações, refletindo o ministério terreno de Jesus e expandindo o Reino de Deus através da pregação do evangelho e da demonstração do poder divino.

Aplicação Prática

1. Buscando o Perdão e a Cura em Cristo

Mateus 9:1-8 nos convida a reconhecer nossa paralisia espiritual causada pelo pecado e a buscar a cura e o perdão em Jesus. Assim como o paralítico foi levado a Jesus, precisamos nos aproximar Dele com fé, confessando nossos pecados e buscando Sua misericórdia (1 João 1:9). Em momentos de enfermidade física ou angústia espiritual, podemos clamar a Cristo, confiando em Seu poder para curar e restaurar.

Como temos buscado o perdão e a cura em Cristo em face de nossas próprias "paralisias" e fraquezas?

2. Exercendo Fé em Comunidade

A fé dos amigos do paralítico foi crucial para que ele chegasse a Jesus. Isso nos lembra da importância da fé em comunidade e do apoio mútuo na jornada cristã (Hebreus 10:24-25). Podemos encorajar uns aos outros na fé, interceder em oração pelos necessitados e juntos buscar a presença de Cristo em nossas vidas.

De que maneira podemos fortalecer a fé uns dos outros em nossa comunidade e sermos instrumentos de cura e esperança?

3. Reconhecendo a Autoridade de Cristo em Todas as Áreas da Vida

Jesus demonstrou sua autoridade sobre o pecado e a doença. Somos chamados a reconhecer e submeter todas as áreas de nossas vidas à autoridade de Cristo (Colossenses 3:17). Isso implica em buscar a direção de Deus em nossas decisões, confiar em Sua provisão em meio às dificuldades e viver de acordo com os princípios do Reino em nosso cotidiano.

Como podemos aplicar a autoridade de Cristo em nossas escolhas diárias e em nossos relacionamentos, refletindo Sua soberania em tudo o que fazemos?

Versículo-chave

"Mas, para que vocês saibam que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados" - disse ao paralítico -, "levante-se, pegue a sua maca e vá para casa" (Mateus 9:6, NVI).

Sugestão de esboços

Esboço Temático: "A Autoridade que Cura e Perdoa"

1. A Chegada em Cafarnaum e a Fé Demonstrada (Mateus 9:1-2)
2. A Declaração do Perdão e a Reação dos Escribas (Mateus 9:2-3)
3. A Prova da Autoridade: A Cura Física (Mateus 9:4-7)
4. A Glória de Deus e o Reconhecimento da Multidão (Mateus 9:8)

Esboço Expositivo: "Cura de um Paralítico em Cafarnaum"

1. O Cenário: Cafarnaum e a Apresentação do Paralítico (Mateus 9:1-2)
2. O Diálogo Interior dos Escribas e a Percepção de Jesus (Mateus 9:3-4)
3. A Afirmação da Autoridade e o Mandado de Cura (Mateus 9:5-7)
4. O Resultado: Cura, Temor e Glorificação a Deus (Mateus 9:7-8)

Esboço Criativo: "Levanta-te e Anda: Uma Jornada de Cura Integral"

1. Paralisia: A Condição Humana (Mateus 9:2)
2. Fé que Transporta: A Comunidade que Acredita (Mateus 9:2)
3. Perdão Primeiro: A Prioridade Divina (Mateus 9:2)
4. Autoridade Visível: O Milagre que Confirma (Mateus 9:6)
5. Caminhando em Novidade: A Resposta à Graça (Mateus 9:7)

Perguntas

  1. Após atravessar o mar, para qual cidade Jesus se dirigiu? (9.1)
  2. Em que tipo de leito o paralítico foi trazido até Jesus? (9.2)
  3. Qual foi a base para Jesus perdoar os pecados do paralítico? (9.2)
  4. Que encorajamento Jesus deu ao paralítico ao chamá-lo de "filho"? (9.2)
  5. Qual foi a reação dos mestres da lei ao ouvirem Jesus perdoar pecados? (9.3)
  6. Que acusação os mestres da lei fizeram em seus corações contra Jesus? (9.3)
  7. Como Jesus demonstrou conhecer os pensamentos dos mestres da lei? (9.4)
  8. Qual pergunta retórica Jesus usou para confrontar o raciocínio dos mestres da lei? (9.5)
  9. Com que propósito Jesus realizaria a cura física do paralítico, segundo o texto? (9.6)
  10. Que título Jesus usou ao afirmar sua autoridade para perdoar pecados na terra? (9.6)
  11. Quais foram as palavras exatas de Jesus ao ordenar a cura do paralítico? (9.6)
  12. O que o paralítico fez imediatamente após receber a ordem de Jesus? (9.7)
  13. Qual sentimento tomou conta da multidão ao testemunhar a cura do paralítico? (9.8)
  14. A quem a multidão glorificou após ver a autoridade dada aos homens? (9.8)
  15. Qual era a profissão de Mateus quando Jesus o chamou para segui-lo? (9.9)
  16. Onde Mateus estava sentado quando Jesus o viu e o chamou? (9.9)
  17. Qual foi a frase concisa que Jesus usou para chamar Mateus? (9.9)
  18. Qual foi a resposta imediata de Mateus ao chamado de Jesus? (9.9)
  19. Que tipo de pessoas, além dos discípulos, comeram com Jesus em casa? (9.10)
  20. Quem questionou a prática de Jesus comer com publicanos e "pecadores"? (9.11)
  21. A quem os fariseus dirigiram sua pergunta sobre os hábitos alimentares de Jesus? (9.11)
  22. Qual termo os fariseus usaram para se referir a Jesus ao questionar seus discípulos? (9.11)
  23. Que analogia Jesus usou para explicar por que ele comia com "pecadores"? (9.12)
  24. Qual mandamento das Escrituras Jesus citou para justificar sua busca por misericórdia em vez de sacrifício? (9.13)
  25. Que tipo de pessoas Jesus afirmou ter vindo chamar, em contraste com os "justos"? (9.13)
  26. Quem questionou Jesus sobre a diferença entre o jejum de seus discípulos e os discípulos de João e fariseus? (9.14)
  27. Em que contexto Jesus usou a figura do "noivo" para explicar a questão do jejum? (9.15)
  28. O que Jesus disse que aconteceria com o noivo, alterando a ocasião para jejum? (9.15)
  29. Que tipo de remendo Jesus usou como exemplo de incompatibilidade com roupa velha? (9.16)
  30. Qual seria o resultado de usar um remendo novo em roupa velha, segundo a analogia de Jesus? (9.16)
  31. Que tipo de recipiente Jesus usou como exemplo de incompatibilidade com vinho novo? (9.17)
  32. O que aconteceria se vinho novo fosse colocado em vasilhas de couro velhas, de acordo com Jesus? (9.17)
  33. Em que tipo de vasilhas o vinho novo deveria ser colocado para que ambos se conservassem? (9.17)
  34. Quem se aproximou de Jesus com uma notícia sobre sua filha? (9.18)
  35. Qual era a posição de Jairo na sinagoga? (9.18)
  36. Qual era a condição da filha de Jairo, segundo seu relato inicial? (9.18)
  37. Que pedido específico Jairo fez a Jesus em relação à sua filha? (9.18)
  38. Qual ação Jairo acreditava que traria a filha de volta à vida? (9.18)
  39. Além de Jesus, quem mais o acompanhou até a casa de Jairo? (9.19)
  40. Por quanto tempo a mulher que tocou no manto de Jesus sofria de hemorragia? (9.20)
  41. Onde a mulher tocou no manto de Jesus para buscar cura? (9.20)
  42. Qual era a crença íntima da mulher sobre o poder de curar ao tocar no manto de Jesus? (9.21)
  43. O que Jesus disse à mulher após ela ser curada ao tocar em seu manto? (9.22)
  44. Qual foi a palavra de encorajamento que Jesus dirigiu à mulher curada? (9.22)
  45. Desde que momento a mulher foi completamente curada de sua hemorragia? (9.22)
  46. Que tipo de músicos Jesus encontrou na casa de Jairo, indicando luto? (9.23)
  47. Qual afirmação de Jesus sobre a menina morta causou riso na multidão presente? (9.24)
  48. O que Jesus fez após afastar a multidão que zombava? (9.25)
  49. Qual ação física Jesus realizou para ressuscitar a filha de Jairo? (9.25)
  50. Como a notícia da ressurreição da filha de Jairo se espalhou geograficamente? (9.26)
  51. Que título os dois cegos usaram ao clamar por misericórdia a Jesus? (9.27)
  52. Onde os cegos se aproximaram de Jesus para pedir cura? (9.28)
  53. Qual pergunta crucial Jesus fez aos cegos antes de curá-los? (9.28)
  54. Como Jesus realizou a cura dos olhos dos cegos? (9.29)

Tabelas Didáticas

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🌟 Milagres de Jesus: Poder e Compaixão

✨ Milagre (versículo) 👤 Pessoa/Condição 💖 Ação de Jesus
🚶‍♂️ Cura de Paralítico (9:2,6-7) Paralítico em Cafarnaum Perdoa pecados e ordena que se levante e ande
🤝 Chamado de Mateus (9:9) Mateus, publicano Diz "Siga-me!", e Mateus segue
🩸 Cura de Hemorragia (9:20-22) Mulher com hemorragia por 12 anos Cura ao tocar na orla do manto, Jesus confirma a fé
👧 Ressurreição da Filha (9:25) Filha de Jairo, líder religioso, morta Pega na mão da menina e a traz de volta à vida
👁️ Cura de Cegos (9:29-30) Dois cegos seguindo Jesus Toca nos olhos deles e cura conforme a fé
🗣️ Cura de Mudo (9:32-33) Homem mudo e endemoninhado Expulsa o demônio, e o mudo fala

🎭 Reações a Jesus: Fé vs. Incredulidade

👥 Grupo (versículo) 🤔 Reação 📜 Detalhes da Reação
✍️ Escribas (9:3) Indignação, acusação Pensam que Jesus blasfema ao perdoar pecados
🕍 Fariseus (9:11, 34) Crítica, Incredulidade Questionam comer com pecadores, acusam de expulsar demônios por Belzebu
👨‍👩‍👧‍👦 Multidão (9:8, 33) Maravilhamento, Temor Glorificam a Deus pela autoridade dada a Jesus, admiração pelos milagres
🙌 Discípulos (9:10) Abertura, Comunhão Comem com publicanos e pecadores junto com Jesus
✝️ Mateus (9:9-10) Obediência, Acolhimento Deixa tudo e segue Jesus, oferece sua casa para comunhão
🥺 Marginalizados (9:10) Aproximação, Aceitação Publicanos e pecadores buscam Jesus e comem com ele

🔄 Novo e Velho: Ruptura e Continuidade

🖼️ Parábola (versículo) ⏳ "Velho" Sistema ✨ "Novo" Sistema
🧵 Remendo e Roupa (9:16) Judaísmo Tradicional, Leis Rígidas Ensinamentos de Jesus, Nova Aliança
🍷 Vinho e Odres (9:17) Mentalidade e Estruturas Religiosas Antigas Nova Mentalidade, Coração Transformado pelo Evangelho
🍽️ Jejum e Noivo (9:15) Tempo de Luto e Preparação (Antiga Prática) Tempo de Celebração e Alegria (Presença do Messias)

Semeando Vida

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