Mateus 05


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Mateus 5 explicado:
🔥 Jesus redefine "não matarás" como ira, elevando padrão da lei mosaica.
❤️‍🔥 Adultério começa no olhar: Sermão do Monte choca com pureza radical.
🕊️ "Amai inimigos": Jesus manda amar até perseguidores, rompendo tradição.

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Resumo de Mateus 5

Jesus no Monte: Ensinamentos para uma Nova Vida

Jesus percebeu a grande multidão de pessoas que o seguiam.

Então, ele subiu a um monte para ensinar.

Quando se sentou, seus discípulos se aproximaram dele para ouvir seus ensinamentos (v. 1).

Jesus começou a falar, abrindo sua boca para ensinar a todos que estavam ali (v. 2).

As Bem-Aventuranças: O Caminho para a Felicidade Verdadeira

Jesus iniciou seus ensinamentos falando sobre as "bem-aventuranças", que são como um guia para uma vida abençoada e feliz, mas de um jeito diferente do que o mundo pensa (v. 3).

Ele começou dizendo que são felizes os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos céus.

Isso significa que aqueles que reconhecem sua dependência de Deus e não se acham autossuficientes, encontrarão o verdadeiro reino de Deus (v. 3).

Jesus continuou dizendo que são felizes os que choram, pois serão consolados.

Aqui, ele fala daqueles que sofrem, que sentem a dor do mundo, mas que encontrarão conforto em Deus (v. 4).

Ele também disse que são felizes os mansos, porque herdarão a terra.

Mansidão não é fraqueza, mas sim força controlada, e Jesus promete que os mansos terão um lugar especial no futuro de Deus (v. 5).

Jesus falou que são felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.

Ele se refere àqueles que desejam intensamente que a justiça de Deus aconteça no mundo, e que serão completamente satisfeitos por Deus (v. 6).

Ele disse que são felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.

A misericórdia, a compaixão pelos outros, é um valor importante para Deus, e quem a pratica receberá misericórdia em troca (v. 7).

Jesus também falou que são felizes os limpos de coração, porque verão a Deus.

Ter um coração puro, sem segundas intenções, permite que as pessoas realmente experimentem a presença de Deus (v. 8).

Ele continuou dizendo que são felizes os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus.

Promover a paz, buscar a reconciliação, reflete o caráter de Deus, o Pai da paz, e por isso, essas pessoas serão reconhecidas como filhos de Deus (v. 9).

E finalizou as bem-aventuranças dizendo que são felizes os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus.

Seguir o caminho de Deus nem sempre é fácil, e pode trazer perseguição, mas Jesus garante que o Reino dos céus pertence a esses que são fiéis mesmo em meio ao sofrimento (v. 10).

Jesus ainda acrescentou que os discípulos seriam felizes quando fossem insultados, perseguidos e caluniados por causa dele.

Ele pediu para que eles se alegrassem e ficassem contentes nessas situações, porque a recompensa deles no céu seria grande (vv. 11-12).

Ele lembrou que os profetas antes deles também foram perseguidos da mesma forma, mostrando que o sofrimento por seguir a Deus é algo que acontece há muito tempo.

Sal e Luz: A Missão dos Discípulos no Mundo

Jesus usou metáforas para explicar o papel dos seus seguidores no mundo.

Ele disse que eles são o sal da terra (v. 13).

Assim como o sal dá sabor e preserva os alimentos, os discípulos deveriam influenciar o mundo para o bem, trazendo o "sabor" de Deus para a sociedade.

Mas Jesus alertou que se o sal perder o seu sabor, não serve para nada, a não ser ser jogado fora e pisado pelas pessoas.

Isso significa que se os discípulos perderem sua influência e deixarem de viver de acordo com os ensinamentos de Jesus, eles se tornarão inúteis para o propósito de Deus.

Jesus também disse que eles são a luz do mundo (v. 14).

Assim como a luz ilumina a escuridão, os discípulos devem mostrar o caminho de Deus para as pessoas, guiando-as para a verdade e para a vida.

Ele comparou seus seguidores a uma cidade construída no alto de um monte, que não pode ser escondida, e a uma lâmpada que é colocada em lugar alto para iluminar toda a casa (vv. 14-15).

Jesus incentivou seus discípulos a deixarem a luz deles brilhar diante das pessoas, para que vendo as boas obras que eles fazem, as pessoas glorifiquem a Deus, o Pai que está nos céus (v. 16).

Jesus e a Lei: Cumprimento e Novo Entendimento

Jesus então falou sobre a Lei de Moisés e os ensinamentos dos profetas, que eram muito importantes para os judeus (v. 17).

Ele disse que não veio para acabar com a Lei ou os Profetas, mas sim para cumprir.

Isso quer dizer que Jesus não veio para invalidar o Antigo Testamento, mas para trazer o verdadeiro sentido e propósito da Lei, levando-a à sua plenitude.

Jesus afirmou que a Lei é tão importante que nem a menor letra ou o menor traço dela desaparecerá até que tudo se cumpra, até que o céu e a terra passem (v. 18).

Ele explicou que quem desobedecer até mesmo ao menor mandamento da Lei e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será considerado o menor no Reino dos céus.

Por outro lado, quem obedecer e ensinar os mandamentos será considerado grande no Reino dos céus (v. 19).

Jesus fez um alerta importante: a justiça dos seus discípulos precisava ser ainda maior do que a justiça dos escribas e fariseus, os líderes religiosos da época (v. 20).

Ele disse que se a justiça deles não fosse superior à dos escribas e fariseus, eles não entrariam no Reino dos céus.

Isso porque a justiça dos fariseus era muitas vezes apenas exterior, preocupada com rituais e aparências, enquanto Jesus pedia uma justiça que viesse do coração.

Ira e Reconciliação: Indo Além do Homicídio

Jesus começou a dar exemplos de como a justiça que ele ensinava ia além do que era ensinado na Lei antiga, começando pelo mandamento "Não matarás" (v. 21).

Ele explicou que antigamente foi dito que quem cometesse homicídio seria julgado.

Mas Jesus disse que a coisa era mais profunda: quem se irar contra o seu irmão já está em perigo de ser julgado (v. 22).

Ele ensinou que até mesmo insultar o irmão com palavras como "idiota" ou "louco" era algo sério, que poderia levar a pessoa a ser condenada.

Jesus enfatizou que a raiva e o desprezo pelo próximo são atitudes graves aos olhos de Deus, tão sérias quanto o próprio ato de matar, pois nascem no coração e podem levar a ações ainda piores.

Por isso, Jesus ensinou sobre a importância da reconciliação.

Ele disse que se alguém for levar uma oferta a Deus no altar e se lembrar de que tem alguma questão pendente com o seu irmão, deve deixar a oferta ali mesmo e ir primeiro se reconciliar com o irmão (vv. 23-24).

Só depois de fazer as pazes com o irmão, a pessoa deveria voltar para oferecer sua oferta a Deus.

Jesus também aconselhou a resolver rapidamente as desavenças com os adversários, enquanto ainda estão a caminho do tribunal, para evitar consequências piores, como ser entregue ao juiz e preso (vv. 25-26).

Ele alertou que, uma vez na prisão, a pessoa não sairia de lá até pagar tudo o que devesse.

Essa ilustração mostra a importância de buscar a paz e a reconciliação o mais rápido possível, tanto nos relacionamentos com as pessoas quanto com Deus.

Adultério no Coração: Pureza Interior

Jesus continuou aprofundando os mandamentos, falando sobre o adultério (v. 27).

Ele lembrou que foi dito "Não adulterarás".

Mas Jesus ensinou que o pecado do adultério começa muito antes do ato físico (v. 28).

Ele disse que qualquer um que olhar para uma mulher com intenção impura, já cometeu adultério com ela no seu coração.

Isso mostra que Jesus estava preocupado com a pureza interior, com os pensamentos e desejos do coração, e não apenas com as ações externas.

Para enfatizar a seriedade do pecado e a importância de evitar a tentação, Jesus usou uma linguagem forte e simbólica.

Ele disse que se o olho direito fizer a pessoa pecar, é melhor arrancá-lo e jogá-lo fora, pois é melhor perder uma parte do corpo do que o corpo todo ser lançado no inferno (v. 29).

Da mesma forma, se a mão direita fizer a pessoa pecar, é melhor cortá-la e jogá-la fora, para não correr o risco de ir para o inferno com o corpo inteiro (v. 30).

Essas palavras não devem ser interpretadas literalmente como um incentivo à automutilação, mas sim como uma forma impactante de mostrar a importância de se livrar de tudo aquilo que nos leva ao pecado, mesmo que seja algo valioso ou que nos dê prazer.

Divórcio e Adultério: Fidelidade no Casamento

Jesus abordou a questão do divórcio, que também era um tema discutido na época (v. 31).

Ele mencionou que foi dito que quem se divorciasse da sua mulher deveria dar a ela uma carta de divórcio, seguindo a lei de Moisés.

No entanto, Jesus trouxe um novo ensinamento sobre o divórcio (v. 32).

Ele disse que se um homem se divorciar da sua mulher, a não ser por motivo de infidelidade sexual, ele a coloca em situação de adultério.

E quem se casar com essa mulher divorciada também comete adultério.

Com essas palavras, Jesus elevou o padrão do casamento, mostrando que ele deve ser uma união para a vida toda, e que o divórcio, embora permitido em algumas situações extremas, não era o ideal de Deus.

Ele destacou a importância da fidelidade e do compromisso no casamento, e alertou sobre as consequências do divórcio, que podem levar ao adultério e a outras complicações.

Juramentos e a Verdade: Honestidade Acima de Tudo

Jesus continuou a questionar as práticas religiosas da época, agora falando sobre juramentos (v. 33).

Ele lembrou que foi dito aos antigos "Não jurarás falsamente, mas cumprirás os teus juramentos ao Senhor".

As pessoas tinham o hábito de fazer juramentos para dar mais peso à sua palavra, mas muitas vezes não cumpriam o que prometiam.

Jesus ensinou algo diferente: que não se deve jurar de maneira nenhuma (v. 34).

Ele disse para não jurar nem pelo céu, que é o trono de Deus, nem pela terra, que é o estrado dos seus pés, nem por Jerusalém, a cidade do grande Rei, nem mesmo pela própria cabeça (vv. 34-36).

Jesus explicou que não temos controle sobre o céu, a terra ou Jerusalém, e nem sequer sobre os nossos próprios cabelos, se serão brancos ou pretos.

Portanto, não devemos usar essas coisas para jurar, como se tivéssemos poder sobre elas ou como se elas pudessem garantir a nossa verdade.

Em vez de jurar, Jesus ensinou que a palavra dos seus seguidores deve ser simples e direta: "sim, sim" para o que é sim, e "não, não" para o que é não (v. 37).

Ele disse que o que passa disso, o que é além dessa honestidade simples, vem do maligno.

Jesus queria que seus discípulos fossem conhecidos pela sua honestidade e integridade, de modo que a palavra deles fosse sempre confiável, sem precisar de juramentos para confirmá-la.

Não Resistir ao Mal: Uma Nova Perspectiva sobre Retaliação

Jesus abordou a lei de retaliação, "olho por olho e dente por dente", que era uma forma de justiça na época, para limitar a vingança (v. 38).

Mas Jesus propôs um novo caminho, que ia além da simples reciprocidade (v. 39).

Ele disse: "Eu, porém, vos digo que não resistais ao homem mau".

Em vez de revidar na mesma moeda, Jesus ensinou a oferecer a outra face quando alguém nos bater na face direita.

Ele também disse que se alguém quiser tomar a túnica, devemos dar também a capa (v. 40).

E se alguém nos obrigar a caminhar uma milha, devemos ir com ele duas (v. 41).

Jesus incentivou seus discípulos a serem generosos e a irem além do que é esperado, mesmo em situações de injustiça ou agressão.

Ele também ensinou a dar a quem pedir e a não virar as costas a quem quiser tomar emprestado (v. 42).

Esses ensinamentos desafiam a lógica do mundo, que muitas vezes prega a vingança e a autodefesa a qualquer custo.

Jesus propõe um caminho de amor e generosidade, quebrando o ciclo de violência e abrindo espaço para a transformação.

Amor aos Inimigos: A Perfeição do Amor Divino

Jesus tratou de um dos mandamentos mais conhecidos, "Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo" (v. 43).

Na verdade, a segunda parte, "odiarás o teu inimigo", não está no Antigo Testamento, mas era uma interpretação comum na época.

Jesus revolucionou esse entendimento com um mandamento surpreendente: "Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem" (v. 44).

Ele explicou que o objetivo é ser como o Pai celestial, que é perfeito (v. 45).

Deus é bom para todos, fazendo o sol nascer sobre bons e maus e a chuva cair sobre justos e injustos.

Amar apenas quem nos ama não tem nada de especial, pois até os cobradores de impostos, que eram mal vistos na época, fazem isso (v. 46).

E saudar apenas os irmãos não é nada demais, pois até os pagãos fazem isso (v. 47).

Jesus desafiou seus discípulos a irem além do amor seletivo e limitado, e a praticarem um amor que alcance até mesmo os inimigos.

Ele concluiu esse ensinamento com um chamado à perfeição: "Portanto, sede vós perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial" (v. 48).

Essa perfeição não é algo que podemos alcançar sozinhos, mas sim um ideal a ser buscado, um reflexo do amor e da bondade de Deus em nós.

O capítulo 5 de Mateus termina com esse desafio, mostrando que o caminho de Jesus é um caminho de transformação profunda, que nos leva a viver de uma maneira completamente nova, baseada no amor e na justiça de Deus.

Contexto histórico-cultural

Jesus Escolhe uma Montanha Para Ensinar

Mateus nos conta que Jesus subiu a um monte para ensinar, vendo a multidão que o seguia.

Na cultura da época, era comum que os mestres se sentassem para ensinar, enquanto os ouvintes se colocavam ao redor, muitas vezes em pé.

Essa postura de Jesus sentado indica sua autoridade como mestre, ecoando a tradição rabínica onde o ato de sentar-se sinalizava um ensino formal e importante.

Ao escolher um monte, Jesus possivelmente buscava um local com boa acústica natural para alcançar a grande multidão, mas também há um simbolismo importante.

Montanhas eram frequentemente associadas a encontros com Deus no Antigo Testamento, como o Monte Sinai, onde Moisés recebeu a Lei.

Ao ensinar do monte, Jesus se apresenta como um novo Moisés, trazendo um novo ensino e interpretando a Lei de uma maneira mais profunda.

"Abrindo a Boca" Para Ensinar com Autoridade

A expressão "abrindo a boca" usada por Mateus para descrever o início do ensino de Jesus não era apenas literal.

Na cultura da época, essa frase era uma forma solene e respeitosa de introduzir um discurso importante e significativo.

Era como se Mateus quisesse enfatizar que o que Jesus estava prestes a dizer não eram palavras comuns, mas um ensino de grande peso e autoridade divina.

Essa maneira de falar ressalta a importância do Sermão da Montanha como um pronunciamento fundamental do próprio Jesus.

"Bem-aventurados": Felicidade no Reino

Jesus inicia o Sermão da Montanha com as "Bem-aventuranças", uma série de declarações que começam com a palavra "Bem-aventurados".

A palavra "bem-aventurado" no grego original (makarios) não se refere a uma felicidade superficial ou momentânea, mas a uma alegria profunda e duradoura, uma bênção divina.

Essa felicidade não depende das circunstâncias externas, mas de uma condição interior e de um relacionamento correto com Deus.

As bem-aventuranças descrevem o caráter daqueles que pertencem ao Reino dos céus, revelando valores que muitas vezes são opostos aos do mundo.

É importante notar que as bem-aventuranças não são mandamentos, mas sim declarações de bênção sobre aqueles que já possuem ou buscam essas qualidades.

Pobres de Espírito: Humildade Essencial

A primeira bem-aventurança fala dos "pobres de espírito".

Essa pobreza não se refere à falta de bens materiais, mas a uma humildade profunda diante de Deus.

Ser "pobre de espírito" significa reconhecer a própria falência espiritual, a total dependência de Deus e a ausência de mérito próprio para alcançar a salvação.

Na cultura da época, a humildade não era vista como uma virtude pelas filosofias greco-romanas, que valorizavam a autossuficiência e o orgulho.

Jesus inverte essa lógica, mostrando que a verdadeira grandeza no Reino de Deus começa com a humildade e o reconhecimento da necessidade de Sua graça.

Essa bem-aventurança é fundamental, pois abre o caminho para todas as outras, já que a humildade é a porta de entrada para o Reino.

Luto e Consolo Divino

A segunda bem-aventurança declara "bem-aventurados os que choram".

Esse luto não é qualquer tristeza, mas um profundo pesar pelo pecado e pelas consequências do pecado no mundo.

Na cultura bíblica, o luto era uma expressão intensa de dor e sofrimento, muitas vezes acompanhada de rituais específicos.

Jesus, porém, eleva o luto a um patamar espiritual, referindo-se àqueles que se entristecem com a própria condição pecaminosa e com a maldade que veem ao seu redor.

A promessa é que esses serão "consolados", indicando o conforto e a restauração que Deus oferece àqueles que se voltam para Ele em arrependimento.

Esse consolo não é apenas emocional, mas também espiritual, trazendo paz e esperança em meio à dor.

Mansidão: Força Sob Controle

A terceira bem-aventurança fala dos "mansos".

A mansidão, na cultura bíblica, não é fraqueza, mas sim força controlada.

A palavra grega original (praus) descreve uma pessoa que tem poder e autoridade, mas escolhe usá-los com gentileza e humildade, não com agressividade ou arrogância.

Pense num cavalo forte, mas que foi domado e obedece ao seu cavaleiro.

Na época de Jesus, a cultura greco-romana muitas vezes associava a mansidão à fraqueza, mas Jesus a apresenta como uma virtude essencial para herdar a "terra", que pode ser interpretada tanto como a Terra Prometida espiritual quanto a nova criação.

Os mansos não são passivos, mas sim pacientes e perseverantes, confiando em Deus para vindicar seus direitos e causas.

Fome e Sede de Justiça: Desejo Intenso por Deus

A quarta bem-aventurança declara "bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça".

Essa fome e sede representam um desejo intenso e insaciável por retidão, por viver de acordo com a vontade de Deus.

Na cultura da época, onde a injustiça social e a opressão eram comuns, esse anseio por justiça ia além da busca por direitos legais.

Era um desejo profundo por um mundo restaurado, onde a vontade de Deus fosse plena e completamente realizada.

Jesus promete que esses que anseiam por justiça serão "saciados", indicando que Deus atenderá a esse desejo profundo, tanto nesta vida quanto na vida futura.

Essa bem-aventurança nos chama a ter um coração faminto por Deus e por Sua justiça, buscando-O acima de todas as coisas.

Misericórdia: Compaixão Ativa

A quinta bem-aventurança fala dos "misericordiosos".

A misericórdia, na cultura bíblica, vai além da simples compaixão ou pena.

Envolve uma ação concreta de bondade e cuidado para com aqueles que sofrem, imitando a própria misericórdia de Deus.

Na época de Jesus, a sociedade era marcada por grande desigualdade social e sofrimento, e a misericórdia era uma virtude essencial para aliviar a dor e a necessidade dos outros.

Jesus promete que os misericordiosos "alcançarão misericórdia", mostrando que a prática da misericórdia não é apenas um ato de bondade humana, mas também um princípio divino que traz bênçãos para quem a pratica.

Essa bem-aventurança nos chama a sermos canais da misericórdia de Deus no mundo, estendendo a mão aos necessitados e praticando a compaixão ativa.

Pureza de Coração: Integridade Interior

A sexta bem-aventurança declara "bem-aventurados os puros de coração".

A pureza de coração, na cultura bíblica, refere-se à integridade interior, à sinceridade e à ausência de hipocrisia.

Não se trata apenas de pureza moral externa, mas de uma motivação genuína e um coração indiviso, totalmente dedicado a Deus.

Na época de Jesus, a religião dos fariseus muitas vezes se concentrava em rituais externos e aparências, negligenciando a pureza do coração.

Jesus, porém, enfatiza que Deus busca um coração puro e sincero, que O ame acima de tudo e que se manifeste em ações genuínas de fé.

A promessa para os puros de coração é que eles "verão a Deus", indicando uma intimidade especial e uma comunhão profunda com o Criador, tanto nesta vida quanto na vida eterna.

Pacificadores: Filhos de Deus em Ação

A sétima bem-aventurança fala dos "pacificadores".

Pacificadores são aqueles que promovem a paz, que buscam reconciliação e harmonia entre as pessoas e entre as pessoas e Deus.

Na cultura da época, marcada por conflitos políticos e religiosos, a busca pela paz era um valor altamente desejável.

Jesus, porém, eleva a paz a um nível espiritual, mostrando que os pacificadores são aqueles que refletem o caráter de Deus, o "Deus de paz".

A promessa para os pacificadores é que eles serão "chamados filhos de Deus", revelando que a promoção da paz é uma marca distintiva dos verdadeiros seguidores de Cristo.

Essa bem-aventurança nos chama a sermos agentes de reconciliação no mundo, buscando a paz em nossos relacionamentos e na sociedade.

Perseguição por Justiça: Sinal de Discípulos

A oitava bem-aventurança, e talvez a nona, aborda a perseguição: "bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça".

Na cultura da época, seguir a Jesus e viver de acordo com seus ensinamentos muitas vezes levava à oposição e à perseguição, tanto por parte das autoridades religiosas quanto da sociedade em geral.

Jesus alerta seus discípulos que a perseguição não é um sinal de fracasso, mas sim uma consequência natural de viver em um mundo que se opõe aos valores do Reino de Deus.

A promessa para os perseguidos por causa da justiça é que "deles é o Reino dos céus", reafirmando que a perseguição não os afasta de Deus, mas os aproxima ainda mais Dele e de Seu Reino.

Essa bem-aventurança nos encoraja a permanecermos firmes em nossa fé, mesmo diante da oposição, sabendo que nossa recompensa no céu será grande.

Sal da Terra: Preservando e Dando Sabor

Jesus usa a metáfora do "sal da terra" para descrever o papel de seus discípulos no mundo.

Na cultura da época, o sal era extremamente valioso e multifuncional.

Era usado para preservar alimentos da deterioração, temperar e dar sabor aos pratos, e até mesmo como moeda de troca.

Ao chamar seus discípulos de "sal da terra", Jesus os encarrega de serem agentes de preservação moral e espiritual no mundo, combatendo a corrupção e o pecado, e também de trazerem "sabor" à vida das pessoas, através do Evangelho e de suas boas obras.

A advertência sobre o sal que "perde o sabor" ressalta a importância de os discípulos manterem sua identidade e propósito, para não se tornarem inúteis e desprezados.

Luz do Mundo: Iluminando na Escuridão

Jesus também usa a metáfora da "luz do mundo" para descrever seus discípulos.

Na cultura da época, a luz era essencial para guiar, iluminar e afastar a escuridão, tanto física quanto espiritualmente.

Jesus, que já havia se declarado "a luz do mundo" (João 8:12), agora atribui esse papel também aos seus seguidores.

Os discípulos de Jesus devem ser como uma "cidade situada sobre um monte", visíveis e influentes, e como uma "lâmpada" que ilumina toda a casa, irradiando a verdade e o amor de Deus para todos ao seu redor.

O alerta sobre não esconder a luz "debaixo do alqueire" é um chamado para que os discípulos vivam sua fé de forma autêntica e visível, sem medo ou vergonha, para que suas boas obras glorifiquem a Deus.

A Lei e os Profetas: Continuidade e Plenitude

Jesus afirma que não veio "revogar a Lei ou os Profetas", mas sim "para cumpri-los".

Na cultura judaica, a "Lei e os Profetas" representavam as Escrituras do Antigo Testamento, a base da fé e da prática religiosa.

Essa declaração de Jesus é crucial para entender sua relação com o judaísmo de sua época.

Ele não veio para destruir a tradição judaica, mas para levá-la à sua plenitude, revelando o verdadeiro sentido da Lei e dos Profetas, que apontavam para Ele.

Ao "cumprir" a Lei, Jesus a aperfeiçoa e aprofunda, mostrando que a justiça de Deus vai além da mera observância externa de regras, alcançando o coração e as intenções.

"Jota ou Til": A Precisão da Palavra de Deus

Jesus usa a expressão "um jota ou um til" para enfatizar a importância e a imutabilidade da Lei.

O "jota" (yod) é a menor letra do alfabeto hebraico, enquanto o "til" se refere a pequenos traços que diferenciam letras semelhantes.

Essa hipérbole cultural ilustra que nem mesmo os menores detalhes da Lei de Deus perderão sua validade até que tudo se cumpra.

Isso demonstra o profundo respeito de Jesus pelas Escrituras e sua convicção de que a Palavra de Deus é precisa, confiável e eterna.

Para os judeus da época, que valorizavam cada letra da Torá, essa afirmação de Jesus ressoava com grande força.

Justiça Superior: Além dos Escribas e Fariseus

Jesus desafia seus ouvintes a terem uma "justiça superior à dos escribas e fariseus".

Na cultura judaica, os escribas e fariseus eram considerados os maiores especialistas e exemplos de observância da Lei.

Eles se dedicavam ao estudo e à prática minuciosa das Escrituras, mas muitas vezes se perdiam em legalismos e hipocrisia, negligenciando o coração da Lei.

Jesus, porém, revela que a verdadeira justiça vai além da mera aparência externa e da observância de regras.

É uma justiça que brota de um coração transformado, que se manifesta em amor a Deus e ao próximo, e que busca a perfeição divina como modelo.

Essa justiça superior é essencial para "entrar no Reino dos céus", mostrando que a salvação não é alcançada por obras meritórias, mas pela graça de Deus que transforma o interior do ser humano.

"Ouvistes que foi dito... Eu, porém, vos digo": Nova Autoridade

Jesus utiliza a fórmula "Ouvistes que foi dito... Eu, porém, vos digo" para contrastar as interpretações tradicionais da Lei com seu próprio ensino.

Essa expressão revela a autoridade única de Jesus como intérprete final da Lei de Deus.

Ele não está simplesmente oferecendo mais uma opinião rabínica, mas corrigindo interpretações equivocadas e revelando o verdadeiro sentido da Lei.

Ao dizer "Eu, porém, vos digo", Jesus se coloca em um nível superior aos "antigos", reivindicando para si a autoridade divina para interpretar e aplicar a Lei de Moisés.

Essa forma de ensino era chocante para os ouvintes de Jesus, acostumados com a autoridade dos escribas e fariseus, mas demonstrava a natureza messiânica e divina de Jesus.

Ira e Insulto: Raízes do Assassinato

Jesus interpreta o mandamento "Não matarás" de forma radical, abrangendo não apenas o ato físico de tirar a vida, mas também as atitudes e palavras que levam ao homicídio.

Na cultura da época, o assassinato era visto como a transgressão máxima desse mandamento, mas Jesus revela que a ira injusta e os insultos já violam o espírito da Lei.

Ao condenar a ira e os insultos, Jesus vai à raiz do problema, mostrando que o pecado começa no coração e na mente, antes de se manifestar em ações externas.

As diferentes градаções de punição mencionadas por Jesus ("tribunal", "conselho", "fogo do inferno") ilustram a seriedade crescente do pecado, desde a ira interior até o insulto público e a total rejeição do outro.

Essa interpretação profunda do mandamento revela o padrão de justiça de Deus, que sonda o coração e julga as intenções.

Reconciliação Antes da Oferta: Prioridade Relacional

Jesus ensina que a reconciliação com o próximo é mais importante do que a própria adoração a Deus.

Na cultura religiosa da época, os rituais e sacrifícios eram centrais na relação com Deus, e muitas vezes eram realizados de forma mecânica e formalista.

Jesus, porém, inverte essa prioridade, mostrando que a verdadeira adoração a Deus passa pelo relacionamento correto com o próximo.

O exemplo de deixar a oferta no altar para buscar a reconciliação enfatiza que Deus se importa mais com a justiça e o amor entre as pessoas do que com rituais vazios.

Essa prioridade relacional desafia a religiosidade superficial e nos chama a buscar a paz e a reconciliação em nossos relacionamentos antes de nos aproximarmos de Deus em adoração.

Acordo Rápido com o Adversário: Evitando a Justiça Humana

Jesus aconselha a buscar um "acordo rápido" com o adversário, em vez de recorrer à justiça humana.

Na cultura da época, os tribunais eram vistos como locais de disputa e vingança, e os processos legais podiam ser longos, custosos e desgastantes.

Jesus, porém, propõe um caminho alternativo, baseado na reconciliação e na concessão mútua, antes que a situação se agrave e chegue aos tribunais.

O exemplo do processo judicial e da prisão ilustra as consequências negativas da falta de acordo e da busca por vingança.

Ao incentivar o acordo rápido, Jesus promove a cultura da paz e da reconciliação, em contraste com a cultura da contenda e da litigiosidade.

Olhar Cobiçoso: Adulterio no Coração

Jesus interpreta o mandamento "Não adulterarás" de forma semelhante ao "Não matarás", abrangendo não apenas o ato físico, mas também os desejos e pensamentos impuros.

Na cultura da época, o adultério era visto como uma transgressão grave, mas muitas vezes a luxúria e os pensamentos impuros eram tolerados ou ignorados.

Jesus, porém, revela que o olhar cobiçoso já configura adultério no coração, mostrando que o pecado começa nos desejos e intenções da mente.

Essa interpretação profunda do mandamento eleva o padrão de pureza moral, desafiando a superficialidade da religiosidade externa e chamando à santidade interior.

A metáfora de "arrancar o olho" e "cortar a mão" ilustra a necessidade de medidas radicais para evitar a tentação e o pecado, priorizando a vida eterna sobre os prazeres passageiros.

Carta de Divórcio: Concessão à Dureza do Coração

Jesus aborda a questão do divórcio, referindo-se à prática da "carta de divórcio" mencionada em Deuteronômio 24.

Na cultura da época, o divórcio era uma prerrogativa masculina, e muitas vezes era praticado por motivos triviais, deixando as mulheres em situação de vulnerabilidade social e econômica.

Jesus, porém, revela que a permissão para o divórcio na Lei de Moisés era uma concessão à "dureza do coração" humano, não o ideal de Deus para o casamento.

Ele restaura o princípio original da união matrimonial como indissolúvel, exceto em casos de "imoralidade sexual" (porneia), termo grego que abrange diversas formas de infidelidade conjugal e sexual.

A declaração de Jesus sobre o adultério cometido por quem se divorcia e casa novamente, ou por quem casa com uma divorciada, reafirma a sacralidade e a permanência do matrimônio, desafiando a cultura de divórcio fácil e relativização dos votos matrimoniais.

Não Jurar: Integridade na Palavra

Jesus ensina a não fazer juramentos, mas a viver com integridade na palavra, dizendo "sim" quando é sim e "não" quando é não.

Na cultura da época, os juramentos eram comuns para dar credibilidade à palavra, mas muitas vezes eram usados de forma leviana e hipócrita.

Jesus, porém, desafia essa prática, mostrando que a verdadeira credibilidade não vem de juramentos externos, mas da integridade do caráter e da veracidade da palavra.

Ao proibir juramentos por "céu", "terra" ou "Jerusalém", Jesus revela que todas essas coisas estão ligadas a Deus, e jurar por elas indiretamente envolve o nome divino.

A exortação a dizer "sim, sim" e "não, não" nos chama a uma comunicação transparente e honesta, onde a palavra seja suficiente e não precise de reforços externos para ser crível.

Olho por Olho: Limitação da Vingança Pessoal

Jesus questiona a lei de "olho por olho, dente por dente", mostrando que ela não deve ser aplicada como princípio de vingança pessoal.

Na cultura da época, a lei de talião, presente no Antigo Testamento, tinha o objetivo de limitar a vingança desproporcional, estabelecendo um princípio de justiça retributiva.

Jesus, porém, eleva esse princípio, mostrando que seus discípulos devem ir além da mera justiça, praticando a não-resistência ao mal e a generosidade.

Os exemplos de "bofetada na face", "túnica e capa", "milha forçada" e "pedir e emprestar" ilustram a atitude de renúncia e amor que deve caracterizar os seguidores de Cristo.

Essa ética radical desafia a cultura da vingança e da retaliação, propondo um caminho de amor e perdão que transforma as relações humanas.

Amar o Próximo e o Inimigo: Amor Radical e Incondicional

Jesus radicaliza o mandamento de "amar o próximo", incluindo também o "inimigo" nesse círculo de amor.

Na cultura da época, era comum amar os amigos e vizinhos, mas odiar os inimigos, seguindo uma lógica de reciprocidade e exclusivismo.

Jesus, porém, quebra essa lógica, mostrando que o amor cristão deve ser incondicional e universal, alcançando até mesmo aqueles que nos perseguem e odeiam.

O mandamento de "amar os inimigos" é um dos ensinamentos mais distintivos e desafiadores de Jesus, rompendo com a ética da reciprocidade e propondo um amor que imita o próprio amor de Deus, que "faz nascer o sol sobre maus e bons".

A recompensa desse amor radical é ser "filho do Pai celestial", revelando que o amor pelos inimigos é uma marca distintiva dos verdadeiros discípulos de Cristo.

Perfeição Divina como Meta: Imitação do Pai

Jesus conclui essa seção do Sermão da Montanha com o desafio: "Portanto, sede perfeitos como perfeito é o vosso Pai celestial".

Na cultura da época, a perfeição era vista como um ideal inatingível para os seres humanos, reservada apenas aos deuses.

Jesus, porém, propõe a perfeição divina como meta para seus discípulos, não como uma exigência legalista e opressora, mas como um chamado à transformação e à imitação de Deus.

Essa perfeição não se refere a uma ausência total de falhas, mas a uma busca constante por crescimento espiritual, por refletir o caráter de Deus em todas as áreas da vida, especialmente no amor radical e incondicional.

O chamado à perfeição divina é um convite à santidade e à plenitude de vida que Deus deseja para seus filhos, um ideal que nos impulsiona a buscar a cada dia uma maior semelhança com Cristo.

Temas Principais

1. As Bem-Aventuranças: O Caráter do Cidadão do Reino

Mateus 5:1-12 apresenta as bem-aventuranças, que descrevem o caráter ideal do cidadão do Reino dos céus. Características como humildade ("pobres de espírito"), contrição ("os que choram"), mansidão, fome e sede de justiça, misericórdia, pureza de coração e busca pela paz são valorizadas.

A teologia reformada entende que essas qualidades não são meios de alcançar a salvação, mas frutos da graça de Deus na vida daqueles que foram regenerados pelo Espírito Santo (Efésios 2:8-10; Gálatas 5:22-23). Elas revelam a nova natureza em Cristo.

2. Perseguição por Causa da Justiça: O Destino do Cidadão do Reino

Jesus anuncia que aqueles que vivem de acordo com os princípios do Reino enfrentarão perseguição (Mateus 5:10-12). Isso não é motivo de tristeza, mas de alegria, pois os identifica com os profetas do Antigo Testamento e aponta para uma recompensa celestial.

A teologia reformada reconhece que a perseguição é uma realidade na vida do cristão (2 Timóteo 3:12), mas também um sinal de autenticidade e uma oportunidade de testemunho (1 Pedro 4:12-16).

3. Sal da Terra e Luz do Mundo: A Missão do Cidadão do Reino

Jesus usa as metáforas do sal e da luz (Mateus 5:13-16) para ilustrar a influência transformadora que os cristãos devem ter no mundo. Como sal, eles preservam da corrupção moral; como luz, dissipam as trevas do pecado e da ignorância, revelando o caminho para Deus.

A teologia reformada enfatiza que a missão da Igreja não é apenas a salvação de almas, mas também a transformação da cultura e da sociedade de acordo com os princípios do Reino de Deus (Mateus 28:18-20), buscando a glória de Deus em todas as esferas da vida.

Pontes no Novo Testamento

1. Ligação com o Ensino Apostólico

As qualidades descritas nas bem-aventuranças são ecoadas em todo o Novo Testamento. Paulo, em Gálatas 5:22-23, lista o fruto do Espírito, que inclui amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.

Pedro exorta os cristãos a viverem de forma santa, mesmo em meio à perseguição (1 Pedro 1:13-16; 2:11-12). Tiago enfatiza a importância das obras como evidência da fé genuína (Tiago 2:14-26).

2. Ligação Temática

O tema do Reino dos céus, central no Sermão do Monte, permeia todo o Novo Testamento. Jesus é apresentado como o Rei prometido (Mateus 2:2; Lucas 1:32-33), que inaugura o Reino com Sua vinda (Marcos 1:15) e o consumará em Sua segunda vinda (Apocalipse 11:15).

A Igreja é a comunidade do Reino, vivendo sob o senhorio de Cristo e aguardando a plena manifestação do Reino (Colossenses 1:13; 1 Tessalonicenses 2:12).

3. Ligação com a Missão e a Vida da Igreja

As metáforas do sal e da luz são aplicadas à Igreja em outras passagens do Novo Testamento. Paulo exorta os filipenses a brilharem "como luzes no mundo" (Filipenses 2:15).

A Igreja primitiva, conforme registrado em Atos, vivia as bem-aventuranças, compartilhava seus bens, perseverava em meio à perseguição e impactava o mundo com o evangelho (Atos 2:42-47; 4:32-35). As cartas apostólicas exortam os crentes a viverem de forma digna do chamado, buscando a paz, a santidade e o amor (Romanos 12; Efésios 4-5; Colossenses 3).

Aplicação Prática

1. Autoexame à Luz das Bem-Aventuranças: Cultivando o Caráter de Cristo

As bem-aventuranças nos desafiam a um autoexame constante, buscando cultivar as qualidades do caráter de Cristo em nossa vida diária (2 Coríntios 13:5). Isso envolve humildade, quebrantamento, busca por justiça, misericórdia, pureza e paz.

Em quais áreas de minha vida preciso crescer para refletir melhor o caráter de Cristo descrito nas bem-aventuranças?

2. Perseverança em Meio à Perseguição: Testemunhando com Alegria

A promessa de perseguição não deve nos desanimar, mas nos encorajar a perseverar na fé, sabendo que somos identificados com Cristo e os profetas (Hebreus 12:1-3). Devemos buscar a alegria que vem da comunhão com Cristo, mesmo em meio ao sofrimento.

Como posso me preparar para enfrentar a perseguição por causa da minha fé, mantendo a alegria e o testemunho?

3. Sendo Sal e Luz no Mundo: Impactando a Sociedade com o Evangelho

Somos chamados a ser agentes de transformação no mundo, influenciando positivamente a sociedade com os valores do Reino (Filipenses 2:15). Isso envolve viver de forma íntegra, praticar a justiça, promover a paz e compartilhar o evangelho com palavras e ações.

De que forma posso ser sal e luz em meu contexto, impactando minha família, trabalho, comunidade e nação?

Versículo-chave

"Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos céus" (Mateus 5:10, NVI).

Sugestão de esboços

Esboço Temático: "O Caráter, o Destino e a Missão do Cidadão do Reino"

1. O Caráter do Cidadão do Reino (Mateus 5:3-9)
2. O Destino do Cidadão do Reino (Mateus 5:10-12)
3. A Missão do Cidadão do Reino (Mateus 5:13-16)

Esboço Expositivo: "As Bem-Aventuranças e a Identidade Cristã"

1. Introdução: O Cenário e a Audiência (Mateus 5:1-2)
2. As Bem-Aventuranças: O Caráter do Discípulo (Mateus 5:3-9)
3. A Perseguição: O Destino do Discípulo (Mateus 5:10-12)
4. Sal e Luz: A Missão do Discípulo (Mateus 5:13-16)

Esboço Criativo: "Contracultura do Reino"

1. A Estranha Felicidade (Mateus 5:3-12)
2. Preservando e Iluminando (Mateus 5:13-16)
3. Uma Cidade no Monte (Mateus 5:14)
4. O Brilho que Atrai (Mateus 5:16)

Perguntas

  1. Além da multidão, quem mais se aproximou de Jesus antes de seus ensinamentos no monte? (5.1)
  2. Em que tipo de lugar elevado Jesus escolheu se assentar para ensinar as multidões e seus discípulos? (5.1)
  3. Qual a primeira característica daqueles que são "bem-aventurados" segundo Jesus, indicando uma postura espiritual? (5.3)
  4. A promessa do "Reino dos céus" é para qual tipo de pessoa mencionada na primeira bem-aventurança? (5.3, 5.10)
  5. Qual a emoção daqueles que são "bem-aventurados" na segunda bem-aventurança, e o que lhes será concedido? (5.4)
  6. A "herança da terra" é prometida para qual tipo de pessoa na terceira bem-aventurança? (5.5)
  7. O que as pessoas "bem-aventuradas" no quarto caso buscam intensamente, simbolizado por "fome e sede"? (5.6)
  8. Qual a ação daqueles que são "bem-aventurados" no quinto caso, e o que eles receberão em troca? (5.7)
  9. A visão de Deus é a promessa para qual tipo de pessoa "bem-aventurada"? (5.8)
  10. Qual é a ação daqueles que são "bem-aventurados" no sétimo caso, e como eles serão reconhecidos? (5.9)
  11. Qual é a causa da perseguição mencionada na oitava bem-aventurança, e qual a recompensa para os perseguidos? (5.10)
  12. Em relação a quem os discípulos devem se alegrar e exultar quando forem perseguidos por causa de Cristo? (5.11)
  13. Qual a comparação feita por Jesus entre os discípulos e os profetas do passado em relação à perseguição? (5.12)
  14. Se o sal perder sua principal característica, qual se torna seu único uso prático? (5.13)
  15. Usando a metáfora da luz, o que Jesus afirma ser impossível esconder quando se trata de seus discípulos? (5.14)
  16. Qual o erro de colocar uma candeia "debaixo de uma vasilha" em contraste com o lugar correto? (5.15)
  17. O brilho da luz dos discípulos deve resultar em que tipo de ação dos observadores em relação a Deus? (5.16)
  18. Qual escritura Jesus declara que não veio "abolir", mas sim "cumprir"? (5.17)
  19. Até quando a validade da Lei persistirá, segundo a declaração de Jesus? (5.18)
  20. Qual a consequência no "Reino dos céus" para quem ensina a desobedecer até os menores mandamentos? (5.19)
  21. Qual nível de justiça é requerido para entrar no "Reino dos céus", superando qual grupo religioso da época? (5.20)
  22. Além do ato físico de matar, que outra atitude Jesus associa ao julgamento? (5.22)
  23. Quais palavras de desprezo Jesus menciona que podem levar a diferentes níveis de julgamento? (5.22)
  24. Em que momento específico, como "apresentar uma oferta", Jesus usa para ilustrar a importância da reconciliação? (5.23)
  25. Qual a ação prioritária antes de continuar com práticas religiosas, caso haja uma questão pendente com um irmão? (5.24)
  26. Em qual contexto Jesus aconselha a resolver rapidamente contendas com um "adversário"? (5.25)
  27. Qual a consequência de não resolver rapidamente uma disputa com um adversário, segundo a ilustração de Jesus? (5.25-26)
  28. Indo além do ato físico do adultério, o que Jesus considera como adultério já cometido no coração? (5.28)
  29. Qual ação radical Jesus propõe em relação a partes do corpo que levam ao pecado, como o "olho direito"? (5.29)
  30. Qual a exceção mencionada por Jesus que permite o divórcio sem que a mulher seja considerada adúltera? (5.32)
  31. Em vez de jurar por elementos como o céu ou a terra, qual a recomendação de Jesus para a comunicação dos discípulos? (5.37)
  32. Qual a origem daquilo que "passa" de um simples "sim" ou "não" na comunicação, segundo Jesus? (5.37)
  33. Em contraste com a lei de "olho por olho", qual a nova postura que Jesus ensina sobre retaliação? (5.39)
  34. Se alguém busca tomar a "túnica" em um processo, o que mais Jesus ensina a entregar? (5.40)
  35. Indo além da obrigação de caminhar "uma milha", qual a ação adicional ensinada por Jesus em relação a exigências? (5.41)
  36. Em vez de "odiar o inimigo", como ensinado anteriormente, qual a nova ordem de Jesus sobre como tratar os inimigos? (5.44)
  37. Qual o propósito de amar os inimigos, conectando os discípulos a serem "filhos de seu Pai"? (5.45)
  38. Que exemplo da natureza Jesus usa para ilustrar como Deus trata justos e injustos igualmente? (5.45)
  39. Qual a crítica implícita de Jesus ao questionar a recompensa de amar apenas aqueles que retribuem o amor? (5.46)
  40. Quem são mencionados como praticantes de amar apenas aqueles que os amam, diminuindo o mérito de tal ação? (5.46)
  41. Qual ação comum, como "saudar os irmãos", Jesus usa para questionar o que há de "mais" em práticas limitadas? (5.47)
  42. Quem são mencionados como praticantes de saudar apenas seus irmãos, similarmente diminuindo o mérito? (5.47)
  43. Qual é o chamado final de Jesus para seus discípulos em termos de "perfeição", e quem é o modelo dessa perfeição? (5.48)
  44. No contexto das bem-aventuranças, qual é a ligação entre "pobreza de espírito" e o "Reino dos céus"? (5.3)
  45. Como a metáfora do "sal da terra" ilustra a influência e responsabilidade dos discípulos no mundo? (5.13)
  46. De que maneira a metáfora da "luz do mundo" complementa a do "sal da terra" no papel dos discípulos? (5.14)
  47. Qual a implicação da afirmação de Jesus sobre "cumprir" a Lei, em vez de "abolir"? (5.17)
  48. Como o ensino de Jesus sobre a ira e o insulto ("Racá", "Louco") intensifica a lei contra o homicídio? (5.21-22)
  49. De que forma o ensino de Jesus sobre o adultério no coração eleva o padrão moral em relação ao mandamento "não adulterarás"? (5.27-28)
  50. Qual o contraste entre a lei de "olho por olho" e o ensino de Jesus sobre oferecer a outra face, revelando um princípio maior? (5.38-39)

Tabelas Didáticas

📱 Gire o celular para ver as tabelas! 🔄


🙌 Bem-Aventuranças: Caminho da Felicidade

✨ Bem-aventurança (versículo) 💖 Característica 🎁 Promessa
😇 Pobres de espírito (5:3) Humildade, reconhecer dependência de Deus 👑 Reino dos céus
😭 Os que choram (5:4) Sentem a dor do mundo, arrependimento 🫂 Serão consolados
🕊️ Mansos (5:5) Força controlada, gentileza 🌍 Herdarão a terra
🙏 Fome e sede de justiça (5:6) Desejo intenso pela justiça de Deus 😋 Serão saciados
❤️ Misericordiosos (5:7) Compaixão ativa, bondade ❤️ Alcançarão misericórdia
🫀 Limpos de coração (5:8) Pureza interior, sinceridade 😇 Verão a Deus
🤝 Pacificadores (5:9) Promovem a paz, reconciliação 👨‍👩‍👧‍👦 Filhos de Deus
🛡️ Perseguidos por justiça (5:10) Fiéis mesmo em sofrimento 👑 Reino dos céus

🧂 & 💡 Sal e Luz: Nossa Missão

Metáfora (versículo) Função/Propriedade Discípulos devem...
🧂 Sal da terra (5:13) Preserva, dá sabor Influenciar para o bem, trazer o "sabor" de Deus
💡 Luz do mundo (5:14) Ilumina, guia, revela Mostrar o caminho de Deus, guiar para a verdade

⚖️ Justiça Antiga vs. Justiça de Jesus

Mandamento / Tema 📜 "Ouvistes que foi dito..." ✝️ "Eu, porém, vos digo..."
😠 Ira e Homicídio "Não matarás" (5:21) - Julgamento para homicidas Irar-se contra o irmão já é perigoso (5:22) - Reconciliação
💔 Adultério "Não adulterarás" (5:27) - Proibição do ato físico Olhar com intenção impura já é adultério (5:28) - Pureza interior
💍 Divórcio Carta de divórcio permitida (5:31) Divórcio, exceto infidelidade, causa adultério (5:32) - Fidelidade no casamento
🗣️ Juramentos Cumprir juramentos ao Senhor (5:33) Não jurar de maneira nenhuma (5:34) - Honestidade simples
👊 Retaliação "Olho por olho" (5:38) - Justiça retributiva Não resistir ao mal, oferecer a outra face (5:39) - Amor e generosidade
❤️ Amor ao Próximo Amar o próximo e odiar o inimigo (5:43) Amar os inimigos e orar por perseguidores (5:44) - Amor radical

🔄 Velha Reação vs. Nova Perspectiva

Ação / Situação 🌍 Reação Comum / "Velho" 🕊️ Nova Perspectiva de Jesus
👊 Ser agredido Revide, "olho por olho" Oferecer a outra face (5:39)
🧥 Perder algo (túnica) Lutar para não perder Dar também a capa (5:40)
🚶 Ser forçado a servir (1 milha) Fazer apenas o mínimo Ir voluntariamente duas milhas (5:41)
🤝 Pedido de ajuda Negar ajuda, virar as costas Dar a quem pede, emprestar (5:42)
💔 Inimigos Odiar, desprezar Amar e orar por eles (5:44)

Semeando Vida

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