Mateus 4 explicado:
🔥 Satanás tenta Jesus faminto com pão de pedras no deserto.
🏛️ Diabo deturpa Escrituras e tenta Jesus no pináculo do templo.
👑 Satanás oferece reinos do mundo a Jesus em troca de adoração.
Vídeo
Resumo de Mateus 4
Jesus no Deserto: Enfrentando a Tentação e Vencendo Satanás
Logo após seu batismo, Jesus foi conduzido pelo Espírito Santo para o deserto.
O objetivo era claro: ser tentado pelo diabo (v. 1).
Essa experiência no deserto não foi um passeio, mas um confronto direto com o mal.
Jesus passou quarenta dias e quarenta noites jejuando, sem comer nada.
Ao final desse período, naturalmente, ele estava com muita fome (v. 2).
Foi nesse momento de fraqueza física que o tentador, o diabo, se aproximou de Jesus.
O diabo começou a tentação com uma provocação, duvidando da identidade de Jesus: "Se você é o Filho de Deus..." (v. 3).
A primeira tentação foi apelar para a necessidade física imediata de Jesus: "...mande que estas pedras se transformem em pães".
O diabo sugeriu que Jesus usasse seu poder divino para satisfazer sua fome, buscando desviá-lo do caminho de dependência de Deus.
Jesus respondeu à tentação com uma citação das Escrituras, mostrando que sua prioridade era a Palavra de Deus: "Está escrito: ‘Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus’" (v. 4).
Jesus demonstrou que a verdadeira vida não seResume apenas em satisfazer as necessidades físicas, mas em obedecer e viver de acordo com a vontade de Deus.
O diabo, não desistindo facilmente, levou Jesus para a cidade santa de Jerusalém, um lugar de grande importância religiosa.
Ele o colocou no pináculo do templo, o ponto mais alto, um lugar de destaque e visibilidade (v. 5).
A segunda tentação também começou com a mesma provocação: "Se você é o Filho de Deus..." (v. 6).
Dessa vez, o diabo usou as próprias Escrituras para tentar Jesus, distorcendo o seu significado: "...jogue-se daqui para baixo.
Pois está escrito: ‘Ele dará ordens a seus anjos a seu respeito, e com as mãos eles o susterão, para que você não tropece em alguma pedra’".
O diabo tentou manipular a fé de Jesus, desafiando-o a realizar um ato espetacular para provar sua filiação divina e forçar Deus a intervir.
Novamente, Jesus respondeu com as Escrituras, corrigindo a interpretação errônea do diabo: "Também está escrito: ‘Não ponha à prova o Senhor, o seu Deus’" (v. 7).
Jesus ensinou que não devemos tentar manipular a Deus ou exigir sinais para provar sua fidelidade, mas confiar e obedecer a Ele.
Na terceira e última tentação, o diabo levou Jesus a um monte muito alto, de onde era possível ver todos os reinos do mundo e a sua glória (v. 8).
O diabo ofereceu a Jesus poder e glória mundana, algo que muitos desejavam: "Tudo isto lhe darei se você se prostrar e me adorar" (v. 9).
Essa foi a tentação mais direta e ousada, oferecendo um atalho para o poder e reinado, em troca de adoração a Satanás.
Jesus, indignado, respondeu com firmeza e autoridade, ordenando que o diabo se afastasse: "Vá embora, Satanás! Pois está escrito: ‘Adore o Senhor, o seu Deus, e só a ele preste culto’" (v. 10).
Jesus reafirmou seu compromisso exclusivo com Deus, rejeitando completamente a oferta do diabo e reafirmando o princípio fundamental da adoração somente a Deus.
Finalmente, o diabo o deixou, derrotado pelas respostas firmes e baseadas nas Escrituras de Jesus (v. 11).
E, então, anjos vieram e o serviram, fortalecendo e cuidando de Jesus após o intenso confronto espiritual no deserto.
Início do Ministério na Galileia: Luz nas Trevas e Chamado ao Arrependimento
Depois da experiência no deserto e da prisão de João Batista, Jesus retornou para a região da Galileia (v. 12).
Ele deixou Nazaré, sua cidade natal, e foi morar em Cafarnaum, uma cidade importante à beira do mar da Galileia, localizada nas terras de Zebulom e Naftali (v. 13).
Essa mudança de Jesus para Cafarnaum não foi por acaso, mas para cumprir uma profecia antiga (v. 14).
O profeta Isaías havia falado sobre essa região de Zebulom e Naftali, descrevendo-a como "Galileia dos gentios", um lugar considerado periférico e distante do centro religioso de Jerusalém (v. 15).
A profecia dizia: "O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; para os que viviam na terra da sombra da morte raiou a luz" (v. 16).
Essa profecia anunciava que a luz de Deus brilharia justamente nos lugares mais inesperados, trazendo esperança e salvação para aqueles que viviam em escuridão espiritual.
A partir de então, Jesus começou a pregar publicamente, repetindo a mesma mensagem de João Batista, mas agora com sua própria autoridade: "Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo" (v. 17).
Jesus iniciava seu ministério proclamando a chegada do Reino de Deus e chamando as pessoas ao arrependimento e à mudança de vida.
Chamado dos Primeiros Discípulos: Pescadores de Homens para o Reino
Enquanto caminhava pela beira do mar da Galileia, Jesus viu dois irmãos que eram pescadores: Simão, conhecido como Pedro, e André, seu irmão (v. 18).
Eles estavam lançando redes ao mar, uma atividade comum para eles, já que a pesca era sua profissão.
Jesus se aproximou deles e fez um convite direto e transformador: "Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens" (v. 19).
Com essas palavras, Jesus chamou esses pescadores para uma nova missão, muito maior do que a pesca de peixes: a missão de ganhar pessoas para o Reino de Deus.
A resposta de Simão e André foi imediata e surpreendente: "Então, eles deixaram as redes e o seguiram" (v. 20).
Eles abandonaram sua profissão, sua fonte de sustento e segurança, para seguir Jesus, confiando em seu chamado e na promessa de se tornarem "pescadores de homens".
Um pouco mais adiante, Jesus viu outros dois irmãos, também pescadores: Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão (v. 21).
Eles estavam em um barco com seu pai, Zebedeu, consertando as redes, preparando-se para mais um dia de trabalho.
Jesus também os chamou, e a resposta deles foi igualmente radical: "Imediatamente, eles deixaram o barco e o pai e o seguiram" (v. 22).
Tiago e João também deixaram tudo para trás, família e trabalho, para seguir Jesus, mostrando a força do chamado de Cristo e a prontidão daqueles que o reconheceram.
Ministério de Jesus se Espalha: Ensinando, Pregando e Curando Multidões
Jesus começou a percorrer toda a região da Galileia, expandindo seu ministério (v. 23).
Ele ensinava nas sinagogas, os locais de culto e estudo das Escrituras, compartilhando sua mensagem com as pessoas.
Ele pregava o evangelho do Reino, as boas notícias de que o Reino de Deus havia chegado e estava disponível para todos.
Além de ensinar e pregar, Jesus também demonstrava o poder do Reino através de curas.
Ele curava todo tipo de doença e enfermidade entre o povo, mostrando compaixão e poder sobre o sofrimento humano.
A fama de Jesus se espalhou rapidamente por toda a região da Síria e além (v. 24).
As pessoas traziam a ele todos os que sofriam de alguma doença, aflitos por diversos males e tormentos.
Trouxeram também endemoniados, epiléticos e paralíticos, buscando alívio e cura.
E Jesus os curava a todos, demonstrando seu poder e compaixão por todos que vinham a ele.
Como resultado do seu ministério de ensino, pregação e cura, grandes multidões começaram a seguir Jesus.
Pessoas vinham da Galileia, da Decápolis (uma região de cidades gentias), de Jerusalém, da Judeia e até de além do rio Jordão (v. 25).
Multidões de todas as partes se reuniam para ouvir seus ensinamentos, testemunhar seus milagres e seguir aquele que se revelava como o Messias, o Filho de Deus, trazendo o Reino dos céus para a Terra.
Contexto histórico-cultural
Deserto da Judeia: Um Cenário de Provação e Encontro
Após seu batismo, Jesus foi conduzido pelo Espírito Santo ao deserto da Judeia.
Este deserto não era um lugar de areias sem fim, como imaginamos desertos hoje.
Na verdade, o deserto da Judeia era uma região árida e desabitada perto de Jericó, caracterizada por paisagens rochosas e irregulares, com pouca vegetação.
Era um lugar isolado, propício para a solidão e o jejum, mas também um ambiente hostil, cheio de perigos e desconfortos.
Para o povo judeu, o deserto tinha um significado histórico profundo, remetendo aos 40 anos de peregrinação de Israel após o Êxodo do Egito.
Assim como Israel foi provado no deserto, Jesus também enfrentou suas provações nesse mesmo cenário.
O deserto se torna, então, um local teológico de teste e preparação, onde a fé é refinada e a dependência de Deus é posta à prova.
Jejum de 40 Dias: Preparação Espiritual e Humana
Mateus relata que Jesus jejuou por quarenta dias e quarenta noites.
O jejum, tanto no contexto judaico quanto em outras culturas antigas, era uma prática comum para demonstrar contrição, luto, ou preparação para um evento importante.
No caso de Jesus, o jejum de 40 dias ecoa os jejuns de Moisés (Êxodo 34:28) e Elias (1 Reis 19:8), figuras importantes na história de Israel que também passaram por períodos de provação e revelação divina.
É importante notar que o jejum de Jesus foi um jejum completo de comida, como Lucas 4:2 esclarece ("e nada comeu nesses dias").
Após esse período extremo de abstinência, a fome de Jesus era real e intensa, tornando a primeira tentação de Satanás ainda mais persuasiva.
Teologicamente, o jejum de Jesus demonstra sua total entrega à vontade do Pai e sua identificação com a condição humana, experimentando a fraqueza física e a necessidade.
"Se Tu És o Filho de Deus": O Desafio à Identidade Messiânica
As tentações de Satanás começam com a frase "Se tu és o Filho de Deus".
É crucial entender que Satanás não está genuinamente questionando a filiação divina de Jesus.
Após o batismo de Jesus, a voz de Deus declarou "Este é o meu Filho amado" (Mateus 3:17).
O "se" de Satanás é, na verdade, um desafio à maneira como Jesus exerceria sua messianidade.
Satanás tenta desviar Jesus do caminho do sofrimento e sacrifício, propondo atalhos que parecem mais fáceis e imediatos.
Na cultura da época, esperava-se que o Messias demonstrasse seu poder de forma espetacular e resolvesse os problemas de Israel de maneira imediata e visível.
As tentações exploram essa expectativa, tentando levar Jesus a usar seus poderes divinos para fins pessoais ou para buscar glória terrena.
Transformar Pedras em Pão: A Fome e a Provisão Divina
A primeira tentação, transformar pedras em pão, apela à necessidade física básica de Jesus: a fome.
No deserto árido da Judeia, pedras eram abundantes, e a fome, após 40 dias de jejum, era excruciante.
Satanás sugere que Jesus use seu poder para satisfazer sua própria necessidade, transformando as pedras ao seu redor em pão.
Essa tentação ecoa a experiência do povo de Israel no deserto, que murmurou contra Deus por comida e foi provido com maná (Êxodo 16).
Jesus, porém, resiste à tentação citando Deuteronômio 8:3: "Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus".
Com essa resposta, Jesus demonstra que a verdadeira nutrição do homem não é apenas física, mas espiritual, dependendo da Palavra e da vontade de Deus.
Ele se recusa a usar seus poderes para fins egoístas, priorizando a obediência à Palavra de Deus acima da satisfação de suas necessidades imediatas.
Atirar-se do Pináculo do Templo: Espetáculo e Fé Genuína
A segunda tentação ocorre no pináculo do templo em Jerusalém, a "cidade santa".
O pináculo do templo provavelmente se referia ao ponto mais alto do templo, possivelmente a varanda real ou o pórtico de Salomão, que oferecia uma vista impressionante do vale do Cédron, cerca de 70 metros abaixo.
Satanás tenta Jesus a se atirar do pináculo, citando o Salmo 91:11-12, que fala da proteção angelical.
A tentação aqui é buscar uma demonstração espetacular de poder divino para impressionar as multidões e forçar a mão de Deus.
Na cultura judaica do primeiro século, havia uma expectativa messiânica de sinais e maravilhas.
Satanás explora essa expectativa, sugerindo que Jesus realize um ato audacioso e miraculoso para provar sua messianidade.
No entanto, Jesus novamente responde com as Escrituras, citando Deuteronômio 6:16: "Não tentarás o Senhor teu Deus".
Jesus se recusa a manipular a Deus ou a buscar uma fé baseada em espetáculo e auto-promoção, reafirmando a necessidade de uma confiança genuína e humilde em Deus.
Reinos do Mundo e Glória: Poder Terreno vs. Reino Espiritual
A terceira tentação leva Jesus a um "monte muito alto", de onde Satanás lhe mostra "todos os reinos do mundo e a glória deles".
A visão dos reinos do mundo pode ter sido literal ou simbólica, representando o poder e a influência política e terrena.
Satanás oferece a Jesus todos esses reinos e sua glória em troca de adoração.
Essa tentação apela ao desejo de poder e domínio, algo que poderia ser especialmente atraente no contexto das expectativas messiânicas de um rei que libertaria Israel e estabeleceria um reino terreno.
A oferta de Satanás representa um atalho para a glória, evitando o caminho do sofrimento e da cruz.
Na cultura da época, o poder político e a dominação eram altamente valorizados.
Contudo, Jesus rejeita essa proposta com veemência, ordenando Satanás a ir embora e citando Deuteronômio 6:13: "Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás".
Jesus reafirma seu compromisso exclusivo com Deus e seu reino espiritual, que não se baseia no poder terreno, mas no amor, na justiça e na salvação.
Anjos Ministrando: Recompensa e Sustento Divino
Após resistir com sucesso às tentações, "o diabo o deixou; e eis que vieram os anjos e o serviram".
A partida de Satanás indica a vitória de Jesus sobre a tentação.
A chegada dos anjos para ministrar a Jesus representa a recompensa divina por sua fidelidade e obediência.
A palavra "serviram" (diēkonoun) pode se referir tanto ao serviço físico, como fornecer comida após o longo jejum, quanto ao conforto e encorajamento espiritual.
Na tradição judaica, os anjos eram mensageiros e ministradores de Deus.
Sua presença aqui demonstra o apoio e o reconhecimento divino ao triunfo de Jesus sobre as tentações.
Teologicamente, essa cena reforça a promessa de que Deus não abandona seus servos em meio às provações, mas os fortalece e sustenta.
Galileia: Região de Luz e Ministério Inicial
Após as tentações no deserto, Jesus retorna à Galileia, dando início ao seu ministério público nessa região.
A Galileia, localizada ao norte da Judeia, era uma região fértil e populosa, com uma mistura de população judaica e gentia, por isso era chamada de "Galileia dos Gentios".
Na época de Jesus, a Galileia era vista pelos judeus da Judeia como uma região periférica e menos importante religiosamente, até mesmo com certo desprezo.
Entretanto, Mateus destaca que a escolha de Jesus de iniciar seu ministério na Galileia cumpre a profecia de Isaías 9:1-2, trazendo "grande luz" para aqueles que estavam "em trevas".
Essa profecia falava de uma restauração e esperança que surgiria justamente na Galileia, região que havia sofrido historicamente com invasões e escuridão.
Cafarnaum, cidade à beira do Mar da Galileia, torna-se o centro do ministério de Jesus na Galileia, substituindo Nazaré, onde ele havia sido rejeitado (Lucas 4:16-30).
"Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus": A Mensagem Central
A mensagem central de Jesus no início de seu ministério é um chamado ao arrependimento: "Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus".
Essa mensagem é semelhante à de João Batista (Mateus 3:2), indicando uma continuidade e expansão do movimento de preparação para a vinda do Messias.
O "reino dos céus" refere-se ao reinado de Deus, tanto presente quanto futuro.
O arrependimento (metanoia em grego) significa uma mudança de mente e coração, uma transformação interior que leva a uma nova direção de vida, voltada para Deus.
Na cultura judaica, o arrependimento era um conceito bem conhecido, ligado à busca por perdão e reconciliação com Deus.
Jesus chama as pessoas a se arrependerem porque o Reino de Deus, a nova era da salvação, está se aproximando com sua presença e ministério.
Pescadores de Homens: Chamado ao Discipulado e Transformação de Vidas
Caminhando junto ao Mar da Galileia, Jesus chama seus primeiros discípulos: Simão Pedro, André, Tiago e João, todos pescadores.
O Mar da Galileia, também conhecido como Lago de Genesaré ou Mar de Tiberíades, era um lago de água doce rico em peixes, sustentando uma próspera indústria pesqueira na região.
A pesca era uma ocupação comum e respeitável na Galileia.
Ao chamar pescadores para serem seus discípulos, Jesus usa uma metáfora compreensível para eles: "Segui-me, e eu vos farei pescadores de homens".
Essa metáfora sugere que, assim como pescavam peixes, eles agora "pescariam" pessoas para o Reino de Deus, levando-as a seguir Jesus e a se tornarem parte de sua comunidade.
A resposta imediata dos discípulos – "Imediatamente, deixando as redes, seguiram-no" – demonstra a autoridade do chamado de Jesus e a prontidão daqueles que o reconhecem como o Messias.
Abandonar as redes e o barco representava deixar para trás sua vida anterior e seus meios de subsistência para seguir Jesus integralmente.
Sinagogas e Multidões: Ensino, Pregação e Cura na Galileia
O ministério de Jesus na Galileia é marcado por três atividades principais: ensino nas sinagogas, pregação do evangelho do Reino e cura de todos os tipos de doenças.
As sinagogas eram centros comunitários e religiosos judaicos, onde se reuniam para orar, ler as Escrituras e ouvir ensinamentos.
Jesus aproveitava as sinagogas como locais para ensinar e proclamar o evangelho do Reino, as boas notícias da chegada do reinado de Deus.
A pregação de Jesus era acompanhada de curas milagrosas, demonstrando o poder e a compaixão do Reino de Deus em ação.
A fama de Jesus se espalhou por toda a Síria (região mais ampla que incluía a Galileia), atraindo grandes multidões de diversas regiões: Galileia, Decápolis (região de cidades greco-romanas), Jerusalém, Judeia e além do Jordão.
As pessoas traziam seus doentes, aflitos e possessos por demônios para serem curados por Jesus.
Essas curas não eram apenas demonstrações de poder, mas também sinais do Reino vindouro, que traria restauração completa e libertação do sofrimento.
A variedade de doenças e aflições que Jesus curava – "toda sorte de doenças e enfermidades" – enfatiza seu poder abrangente e sua compaixão por todos os que sofrem.
Temas Principais
1. A Realidade da Tentação de Cristo e Sua Humanidade
Mateus 4:1-11 narra a tentação de Jesus no deserto, logo após Seu batismo. Este evento crucial demonstra a realidade da humanidade de Cristo, que, como nós, foi tentado em todas as coisas, mas sem pecado (Hebreus 4:15).
A teologia reformada enfatiza que Jesus, sendo plenamente Deus e plenamente homem, experimentou genuinamente as tentações, o que O capacita a ser nosso Sumo Sacerdote compassivo e intercessor (Hebreus 2:17-18).
2. A Soberania de Deus na Tentação e a Autoridade das Escrituras
O relato bíblico afirma que Jesus foi "conduzido pelo Espírito" ao deserto para ser tentado (Mateus 4:1). Isso destaca a soberania de Deus, que permite a tentação, mas não a origina (Tiago 1:13).
Em cada resposta ao diabo, Jesus cita as Escrituras (Deuteronômio 8:3; 6:16; 6:13), demonstrando a autoridade suprema da Palavra de Deus como arma contra as tentações (Efésios 6:17). A teologia reformada enfatiza a *Sola Scriptura*, a Escritura como única regra infalível de fé e prática.
3. As Três Tentações e a Vitória de Cristo
As três tentações de Satanás abrangem as áreas da necessidade física (transformar pedras em pães), da presunção espiritual (lançar-se do pináculo do templo) e da ambição mundana (adorar a Satanás em troca de poder).
Jesus resiste a cada uma delas, demonstrando Sua perfeita obediência à vontade do Pai. A teologia reformada vê a vitória de Cristo sobre a tentação como um prenúncio de Sua vitória final sobre o pecado e a morte na cruz (1 Coríntios 15:55-57), garantindo a salvação para todos os que creem (Romanos 5:18-19).
Pontes no Novo Testamento
1. Ligação com o Ensino Apostólico
A tentação de Cristo é mencionada em Hebreus 2:18 e 4:15, enfatizando Sua capacidade de socorrer os que são tentados. Paulo, em 1 Coríntios 10:13, afirma que Deus não permite que sejamos tentados além do que podemos suportar, mas provê o escape.
Tiago 1:12-15 diferencia a tentação, que vem do diabo, da provação, que Deus permite para o nosso crescimento.
2. Ligação Temática
A tentação de Jesus no deserto ecoa a tentação de Adão e Eva no Éden (Gênesis 3). Enquanto o primeiro Adão sucumbiu, o segundo Adão (Cristo) venceu, revertendo as consequências do pecado (Romanos 5:12-21).
A oferta de Satanás dos reinos do mundo a Jesus (Mateus 4:8-9) contrasta com a verdadeira realeza de Cristo, que não é deste mundo (João 18:36) e será estabelecida em glória (Apocalipse 11:15).
3. Ligação com a Missão e a Vida da Igreja
A vitória de Jesus sobre a tentação serve de exemplo e encorajamento para a Igreja em sua luta contra o pecado e o mal (1 Pedro 5:8-9). A Igreja primitiva, conforme registrado em Atos, enfrentou perseguições e tentações, mas perseverou na fé, confiando no poder do Espírito Santo (Atos 4:29-31).
As cartas apostólicas exortam os crentes a resistir ao diabo (Tiago 4:7; Efésios 6:10-18) e a buscar a santificação (1 Tessalonicenses 4:3-7).
Aplicação Prática
1. Vigilância e Resistência às Tentações Diárias
A tentação de Cristo nos lembra da constante batalha espiritual que enfrentamos (Efésios 6:12). Devemos estar vigilantes, orando e buscando a força de Deus para resistir às tentações em nossa vida diária (Mateus 26:41).
Como podemos aplicar o exemplo de Jesus em nossas próprias lutas contra a tentação?
2. Usando a Palavra de Deus como Arma Espiritual
Assim como Jesus usou as Escrituras para combater as mentiras de Satanás, devemos nos armar com a Palavra de Deus (Efésios 6:17). O estudo regular, a memorização e a meditação nas Escrituras nos fortalecem contra os enganos do inimigo.
Como podemos aprofundar nosso conhecimento e aplicação da Palavra de Deus em nossa vida?
3. Buscando a Verdadeira Adoração e Rejeitando os Ídolos
A terceira tentação nos lembra da importância de adorar somente a Deus (Mateus 4:10). Devemos estar atentos aos ídolos modernos que competem pela nossa devoção, como poder, sucesso, prazeres ou bens materiais, e reafirmar nosso compromisso de servir somente a Deus.
Quais ídolos podem estar competindo pela nossa adoração e como podemos rejeitá-los?
Versículo-chave
"Então Jesus lhe ordenou: 'Retire-se, Satanás! Pois está escrito: Adore o Senhor, o seu Deus, e só a ele preste culto'" (Mateus 4:10, NVI).
Sugestão de esboços
Esboço Temático: "A Batalha no Deserto"
1. A Tentação da Carne (Mateus 4:1-4)
2. A Tentação da Presunção (Mateus 4:5-7)
3. A Tentação do Poder (Mateus 4:8-10)
4. A Vitória de Cristo (Mateus 4:11)
Esboço Expositivo: "Jesus Vence a Tentação"
1. A Preparação para a Tentação (Mateus 4:1-2)
2. A Primeira Tentação: Necessidade Física (Mateus 4:3-4)
3. A Segunda Tentação: Presunção Espiritual (Mateus 4:5-7)
4. A Terceira Tentação: Ambição Mundana (Mateus 4:8-10)
5. O Resultado da Tentação (Mateus 4:11)
Esboço Criativo: "Três Ataques, Uma Vitória"
1. Fome e Fé (Mateus 4:1-4)
2. Confiança e Temeridade (Mateus 4:5-7)
3. Reinos e Adoração (Mateus 4:8-10)
4. Anjos e Ministérios (Mateus 4:11)
Perguntas
- Quem conduziu Jesus ao deserto para ser tentado? (4.1)
- Qual entidade específica teve a intenção de tentar Jesus no deserto? (4.1)
- Qual foi a duração do período de jejum de Jesus antes de ser tentado? (4.2)
- Qual sensação física Jesus experimentou após o longo período de jejum? (4.2)
- Quem se aproximou de Jesus com a primeira tentação após seu jejum? (4.3)
- Qual foi a natureza da primeira tentação apresentada a Jesus, envolvendo pedras e pão? (4.3)
- Qual condição o tentador usou em sua primeira tentação para desafiar a identidade de Jesus? (4.3)
- Como Jesus respondeu à primeira tentação, citando uma escritura? (4.4)
- De qual livro do Antigo Testamento Jesus citou para refutar a primeira tentação? (4.4)
- Qual é a principal necessidade do homem, segundo a resposta de Jesus à primeira tentação, além do pão físico? (4.4)
- Para qual local o diabo levou Jesus após a primeira tentação? (4.5)
- Em que parte específica da cidade santa o diabo colocou Jesus para a segunda tentação? (4.5)
- Qual foi a natureza da segunda tentação, envolvendo pular do templo? (4.6)
- Que escritura o diabo citou para tentar persuadir Jesus a se jogar do templo? (4.6)
- De acordo com a escritura citada pelo diabo, qual seria a ação dos anjos em relação a alguém que se jogasse do templo? (4.6)
- Como Jesus respondeu à segunda tentação, também citando uma escritura? (4.7)
- Qual mandamento bíblico Jesus usou para refutar a segunda tentação? (4.7)
- Após a segunda tentação, para onde o diabo levou Jesus para a terceira tentação? (4.8)
- O que o diabo mostrou a Jesus do alto do monte na terceira tentação? (4.8)
- Qual foi a oferta do diabo a Jesus em troca de um ato de adoração? (4.9)
- Que ação específica o diabo pediu a Jesus para receber os reinos do mundo? (4.9)
- Como Jesus reagiu à terceira tentação, ordenando o diabo a se afastar? (4.10)
- Qual escritura Jesus usou para ordenar que Satanás se retirasse? (4.10)
- A quem Jesus declarou que se deve adorar e prestar culto exclusivamente? (4.10)
- O que aconteceu imediatamente após o diabo deixar Jesus depois da terceira tentação? (4.11)
- Quem veio para ministrar a Jesus após a partida do diabo? (4.11)
- Qual evento marcou o início do retorno de Jesus para a Galileia, mencionado no texto? (4.12)
- Para qual região Jesus voltou após saber da prisão de João? (4.12)
- De qual cidade Jesus saiu na Galileia para viver em Cafarnaum? (4.13)
- Em qual localização geográfica Cafarnaum estava situada, junto a qual corpo d'água? (4.13)
- A quais regiões territoriais pertenciam Zebulom e Naftali, onde Cafarnaum estava localizada? (4.13)
- Qual era o propósito da mudança de Jesus para Cafarnaum, de acordo com o texto? (4.14)
- Qual profeta foi citado em relação à região de Zebulom e Naftali e o ministério de Jesus? (4.14)
- Que descrição profética é dada para a "terra de Zebulom e terra de Naftali" na citação de Isaías? (4.15)
- Qual expressão é usada para descrever a Galileia na profecia de Isaías, indicando seu caráter misto? (4.15)
- O que o povo que vivia nas trevas viu, de acordo com a profecia de Isaías citada? (4.16)
- Sobre quem raiou a luz, segundo a profecia, que vivia na terra da sombra da morte? (4.16)
- A partir de qual momento Jesus começou a pregar a mensagem do Reino? (4.17)
- Qual foi a mensagem central da pregação inicial de Jesus, chamando as pessoas à mudança de mente e coração? (4.17)
- O que Jesus viu enquanto andava à beira do mar da Galileia, que iniciaria o chamado de seus discípulos? (4.18)
- Quem eram os dois primeiros irmãos que Jesus chamou para serem seus discípulos? (4.18)
- Qual era a profissão de Simão Pedro e André antes de serem chamados por Jesus? (4.18)
- Qual foi o chamado específico de Jesus para Simão e André, transformando sua ocupação? (4.19)
- Como Simão e André responderam ao chamado de Jesus, demonstrando prontidão? (4.20)
- Quem eram os outros dois irmãos que Jesus chamou após Simão e André? (4.21)
- Onde Tiago e João estavam e o que estavam fazendo quando Jesus os chamou? (4.21)
- Quem era o pai de Tiago e João, com quem eles estavam trabalhando? (4.21)
- Qual foi a resposta de Tiago e João ao chamado de Jesus, mostrando sua dedicação? (4.22)
- O que Jesus fazia enquanto percorria toda a Galileia, expandindo seu ministério? (4.23)
- Quais eram os três principais aspectos do ministério de Jesus na Galileia, abrangendo ensino, proclamação e cura? (4.23)
- Onde Jesus ensinava na Galileia, instruindo as pessoas sobre o Reino? (4.23)
- Que tipo de notícias sobre Jesus se espalharam para além da Galileia, alcançando a Síria? (4.24)
- Quais tipos de pessoas doentes eram trazidas a Jesus para serem curadas, demonstrando a abrangência de seu poder? (4.24)
- De quais regiões grandes multidões seguiam Jesus, indicando sua crescente fama e influência? (4.25)
Tabelas Didáticas
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🙌 As Três Tentações de Jesus
Tentação | Proposta do Diabo | Resposta de Jesus |
---|---|---|
🍞 Transformar pedras em pão (4:3) | "Use seu poder para saciar a fome" | "Nem só de pão viverá o homem" (4:4) |
🏛️ Atirar-se do pináculo do templo (4:5-6) | "Prove sua filiação divina através de milagre público" | "Não ponha à prova o Senhor" (4:7) |
👑 Receber os reinos do mundo (4:8-9) | "Adore-me e tenha poder e glória imediatos" | "Adore somente ao Senhor" (4:10) |
🎣 Chamado dos Primeiros Discípulos
Discípulo | Ocupação | Resposta ao Chamado (versículos) |
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🧔 Simão (Pedro) e André | Pescadores | Deixaram as redes e seguiram Jesus (4:18-20) |
👥 Tiago e João | Pescadores | Abandonaram barco e pai, seguindo Jesus (4:21-22) |
🌍 Lugares e Significados
Lugar | Significado / Propósito (versículos) | Observação |
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🏜️ Deserto da Judeia (4:1) | Local de prova e encontro com Satanás | Lembra a peregrinação de Israel no deserto |
🌆 Pináculo do Templo (4:5) | Onde o diabo propôs teste de fé | Lugar alto e de destaque em Jerusalém |
⛰️ Monte muito alto (4:8) | Visão de todos os reinos do mundo | Oferta de poder mundano |
🌊 Galileia (4:12) | Início do ministério de ensino e cura | "Galileia dos gentios" (profecia de Isaías) |
🏠 Cafarnaum (4:13) | Residência de Jesus e centro do ministério | Cumpre profecia de Isaías (4:14-16) |
🤝 Atividades do Ministério de Jesus
Atividade | Descrição e Versículo |
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📖 Ensino | Jesus ensinava nas sinagogas, explicando as Escrituras (4:23) |
📢 Pregação | Proclamava o Reino dos céus e o arrependimento (4:17, 4:23) |
💉 Cura | Curava toda sorte de doenças e enfermidades (4:23-24) |
👥 Formação de Multidões | Pessoas de várias regiões o seguiam, atraídas por milagres e ensinamentos (4:25) |