Mateus 01



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Mateus 1 explicado:
👑 Rei Davi: Mateus conecta Jesus à linhagem real de Davi, o Messias prometido.
🚺 Tamar e Raabe: Mulheres com passados pecaminosos na genealogia de Jesus, segundo Mateus.
😇 Anjo Gabriel: Em sonho, revela a José a gravidez divina de Maria e o nome Jesus.

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1. Resumo de Mateus 1

Jesus Cristo: A História Começa com a Genealogia Real

O livro de Mateus, que abre o Novo Testamento da Bíblia, começa de uma forma um pouco inesperada para os leitores de hoje: com uma lista de nomes. 

Essa lista, conhecida como genealogia, não é apenas um registro familiar antigo e empoeirado. Ela é a chave para entendermos quem Jesus realmente é e qual a sua missão na Terra.

Mateus inicia mostrando que Jesus é o herdeiro legítimo de grandes promessas feitas por Deus no passado. Ele começa conectando Jesus a dois homens muito importantes na história de Israel: Davi e Abraão (v. 1).

Davi foi o maior rei de Israel, um líder amado e escolhido por Deus, que prometeu que um de seus descendentes reinaria para sempre.

Abraão, por sua vez, é considerado o pai da fé, o homem que Deus chamou para iniciar uma grande nação e através de quem todas as famílias da Terra seriam abençoadas.

Ao dizer que Jesus é filho de Davi e filho de Abraão, Mateus já está nos dizendo que Jesus não é alguém que surgiu do nada. Ele faz parte de uma longa história, um plano que Deus vem construindo há séculos.

Essa genealogia serve como um mapa, mostrando a linhagem de Jesus e provando que ele tem o direito legal e histórico de ser o Messias, o rei esperado por Israel e o salvador do mundo.

Jesus Cristo: Herdeiro da Promessa Abraâmica

A genealogia começa com Abraão, um homem que viveu há milhares de anos, considerado o patriarca do povo judeu (v. 2).

Deus havia prometido a Abraão que ele seria o pai de uma grande nação e que, através dele, todas as famílias da Terra seriam abençoadas. Essa promessa era fundamental para a fé de Israel e apontava para um futuro grandioso.

Abraão gerou Isaque, que continuou a linhagem da promessa. Isaque, filho de Abraão, também teve um papel importante no plano de Deus, mantendo viva a promessa feita a seu pai.

Isaque gerou Jacó, cujo nome foi mudado para Israel, e que se tornou o pai das doze tribos de Israel. 

Jacó, ou Israel, teve doze filhos, que deram origem às doze tribos que formaram a nação de Israel, o povo escolhido por Deus para levar a sua mensagem ao mundo.

Jacó gerou Judá e seus irmãos. Judá foi um dos filhos de Jacó, e sua tribo se tornou a mais importante, pois dela viria a linhagem dos reis de Israel, incluindo o próprio Davi, e, mais importante ainda, o Messias.

Jesus Cristo: Uma Linhagem com Histórias Surpreendentes

A genealogia continua mencionando Judá gerando Perez e Zerá de Tamar (v. 3).

Aqui, a história já fica interessante porque Tamar não era uma mulher israelita, e a forma como ela concebeu Perez e Zerá é bastante incomum, mostrando que Deus age de maneiras inesperadas e usa pessoas fora do padrão.

Perez gerou Esrom, e Esrom gerou Arão. Esses nomes podem parecer apenas listas, mas cada um representa gerações de famílias, de pessoas que viveram e fizeram parte dessa história que culminaria em Jesus.

Arão gerou Aminadabe, Aminadabe gerou Naassom, e Naassom gerou Salmom (v. 4). Salmom gerou Boaz de Raabe (v. 5).

Raabe era uma mulher de Jericó, uma cidade cananeia, que ajudou os espiões israelitas antes da conquista da Terra Prometida.

Ela também não era israelita, e sua inclusão na genealogia de Jesus mostra novamente que Deus usa pessoas de diferentes origens e histórias para cumprir seus planos.

Boaz gerou Obede de Rute. Rute era uma mulher moabita, outra estrangeira, que se tornou parte do povo de Israel através de sua lealdade e amor à sua sogra Noemi.

A história de Rute é um belo exemplo de fidelidade e redenção, e sua presença na genealogia de Jesus reforça a ideia de que o plano de Deus é para todos os povos.

Obede gerou Jessé, e Jessé gerou o rei Davi (v. 6). Aqui chegamos a Davi, o rei mais importante de Israel, aquele a quem Deus prometeu que seu trono seria estabelecido para sempre.

Davi é um ponto crucial na genealogia, pois ele é a chave para entendermos Jesus como o Messias prometido, o rei que viria para governar o povo de Deus.

Jesus Cristo: Descendente do Trono de Davi

Davi gerou Salomão da que fora mulher de Urias (v. 6). Salomão, filho de Davi, conhecido por sua sabedoria, também foi um rei importante de Israel.

A menção de "da que fora mulher de Urias" refere-se a Bate-Seba, e lembra um episódio complicado na vida de Davi, mostrando que a linhagem de Jesus não é perfeita, mas mesmo assim, Deus continua trabalhando através dela.

Salomão gerou Roboão, Roboão gerou Abias, Abias gerou Asa (v. 7). Asa gerou Josafá, Josafá gerou Jorão, e Jorão gerou Uzias (v. 8).

Uzias gerou Jotão, Jotão gerou Acaz, e Acaz gerou Ezequias (v. 9). Ezequias gerou Manassés, Manassés gerou Amom, e Amom gerou Josias (v. 10).

Josias gerou Jeconias e seus irmãos, no tempo do exílio babilônico (v. 11). Essa parte da genealogia cobre os reis de Judá, descendentes de Davi e Salomão.

Alguns desses reis foram fiéis a Deus, outros não, e a história deles é marcada por altos e baixos, bênçãos e castigos.

O exílio babilônico foi um período muito difícil na história de Israel, quando o povo foi levado cativo para a Babilônia como punição por seus pecados.

Esse exílio foi um divisor de águas na história de Israel, e a genealogia marca esse momento importante.

Jesus Cristo: Linha Restaurada Após o Exílio

Depois do exílio babilônico, Jeconias gerou Salatiel, e Salatiel gerou Zorobabel (v. 12). Zorobabel foi uma figura importante no período pós-exílio, liderando o povo de volta a Jerusalém e na reconstrução do templo.

Zorobabel gerou Abiúde, Abiúde gerou Eliaquim, e Eliaquim gerou Azor (v. 13). Azor gerou Sadoque, Sadoque gerou Aquim, e Aquim gerou Eliúde (v. 14).

Eliúde gerou Eleazar, Eleazar gerou Matã, e Matã gerou Jacó (v. 15). Jacó gerou José, o marido de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado o Cristo (v. 16).

Finalmente, a genealogia chega a José, o marido de Maria, a mãe de Jesus. É importante notar que a genealogia traça a linhagem de José, o pai legal de Jesus, mostrando que Jesus, legalmente, pertence à linhagem de Davi, cumprindo as profecias sobre o Messias.

E de Maria nasceu Jesus, que é chamado Cristo, que significa Messias, o Ungido, o rei esperado.

Toda essa lista de nomes culmina em Jesus, mostrando que ele é o herdeiro de todas as promessas feitas a Abraão e Davi, o clímax da história de Israel.

Jesus Cristo: Três Blocos de 14 Gerações

Mateus resume a genealogia dizendo que houve catorze gerações de Abraão até Davi, catorze gerações de Davi até o exílio babilônico, e catorze gerações do exílio babilônico até Cristo (v. 17).

Essa divisão em três grupos de catorze gerações pode ter um significado simbólico, mostrando a organização e o propósito de Deus na história.

O Início da História: Concepção Milagrosa de Jesus

Depois da genealogia, Mateus começa a narrar o nascimento de Jesus Cristo, explicando como tudo aconteceu (v. 18).

Maria, a mãe de Jesus, estava prometida em casamento a José, o que era um compromisso muito sério na época, quase como um casamento já realizado.

Antes de eles morarem juntos, descobriu-se que Maria estava grávida. Essa gravidez era especial, pois, como Mateus explica, ela era do Espírito Santo.

José, sendo um homem justo e bom, não queria expor Maria à vergonha pública, pois naquela época, uma gravidez fora do casamento era algo muito sério e podia trazer graves consequências para a mulher (v. 19).

Então, José decidiu terminar o compromisso secretamente, para protegê-la da humilhação e do julgamento da sociedade.

Enquanto José pensava em como fazer isso, um anjo do Senhor apareceu a ele em sonho (v. 20). O anjo se dirigiu a José como "filho de Davi", reforçando a conexão de Jesus com a linhagem real.

O anjo disse a José para não ter medo de receber Maria como sua esposa, explicando que o que havia sido gerado nela era do Espírito Santo.

O anjo revela a José o plano divino por trás da gravidez de Maria, acalmando seus temores e mostrando que ele tinha um papel importante a desempenhar.

O anjo também disse que Maria daria à luz um filho, e José deveria dar a ele o nome de Jesus, que significa "o Senhor salva", pois ele salvaria o seu povo dos seus pecados (v. 21).

O nome Jesus já revela a missão do menino que nasceria: trazer salvação e libertação para o povo de Deus.

Jesus Cristo: Emanuel, Deus Conosco

Mateus explica que tudo isso aconteceu para cumprir o que o Senhor havia dito através do profeta (v. 22).

Ele cita uma profecia do livro de Isaías, que diz: "Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamarão o seu nome Emanuel" (v. 23).

Emanuel significa "Deus conosco".

Mateus explica o significado do nome Emanuel, mostrando que Jesus não é apenas um salvador, mas também a presença de Deus no meio do seu povo.

A encarnação de Deus em Jesus é um mistério profundo e maravilhoso, e Mateus já aponta para essa verdade desde o início do seu Evangelho. 

Quando José acordou do sonho, ele fez exatamente como o anjo do Senhor havia ordenado (v. 24).

Ele obedeceu à mensagem do anjo e recebeu Maria como sua esposa, assumindo a responsabilidade por ela e pelo filho que ela esperava.

José mostrou sua fé e obediência a Deus ao seguir as instruções do anjo, mesmo que isso fosse contra o que ele havia planejado inicialmente.

E José não teve relações íntimas com Maria até que ela deu à luz um filho, e ele pôs o nome de Jesus (v. 25). Isso enfatiza o nascimento virginal de Jesus, um milagre que marca o início da sua vida terrena.

José cumpriu seu papel de pai legal de Jesus, dando-lhe o nome e o protegendo, mas a concepção de Jesus foi um ato divino, realizado pelo Espírito Santo.

E assim termina o primeiro capítulo de Mateus, com o nascimento de Jesus e o cumprimento das promessas de Deus, preparando o caminho para a história da vida, ministério, morte e ressurreição de Jesus, o Cristo.

Contexto histórico-cultural

Uma Lista de Nomes e o Número 14

Mateus inicia seu Evangelho com a genealogia de Jesus, algo muito valorizado na cultura judaica, pois comprovava a ligação familiar e as promessas feitas no Antigo Testamento.

Ele organiza essas gerações em três blocos de 14 nomes.

Alguns teólogos afirmam que o número 14 se relacione ao nome “Davi” em hebraico (דוד, transliterado como Dálet-Váv-Dálet), cujas letras somam 4 + 6 + 4 = 14.

Desse modo, Mateus reforça que Jesus, sendo “filho de Davi”, cumpre o papel de rei prometido a Israel.

Outros teólogos destacam que esse método de dividir a lista em grupos de 14 não era para ser matematicamente exato em todos os nomes, mas sim uma forma de ajudar as pessoas a memorizarem os principais acontecimentos e personagens da história bíblica.

Naquela época, a maioria dos judeus não tinha livros à disposição como temos hoje; muitas vezes, eles dependiam das leituras feitas nas sinagogas e da tradição oral para aprender. 

Então, criar “blocos” de nomes era um recurso comum para guardar bem a linha de descendência.

Além disso, Mateus escolheu três momentos importantes para organizar a genealogia: 

- O começo com Abraão, que é o “pai” do povo judeu. 

- Davi, o grande rei de Israel, de onde viria a linhagem real do Messias. 

- O cativeiro babilônico, ponto de grande tristeza e ruptura na história do povo.

Para encaixar tudo em 14 nomes em cada etapa, Mateus precisou omitir alguns nomes. 

Isso não era considerado um erro na cultura da época, pois o objetivo era facilitar a lembrança, não oferecer um registro total e literal de todas as gerações.

Outro detalhe é que alguns personagens podem ser contados duas vezes, como Davi e Josias, para que cada bloco chegue ao número 14. 

Assim, os 14 nomes servem como uma espécie de “guia” da história de Israel, culminando em Jesus, o Rei prometido.

Mulheres Inesperadas na Linhagem

Na maior parte das genealogias antigas, só se mencionavam homens, mas Mateus cita quatro mulheres: Tamar, Raabe, Rute e Bate-Seba.

Todas trazem histórias incomuns: Tamar fingiu-se de prostituta, Raabe era cananeia e também prostituta, Rute era moabita, e Bate-Seba se envolveu num adultério com o rei Davi.

A presença dessas mulheres deixa claro que Deus usa pessoas de todos os contextos, inclusive fora do padrão ou com passados difíceis.

Isso mostra que Jesus não vem de uma “família perfeita”, mas de uma história repleta de graça e de recomeços.

Jeconias e a “Maldição” que Ameaçava a Linhagem

No capítulo 1, Mateus também menciona Jeconias (às vezes chamado Jeoaquim ou Conias), um rei de Judá que viveu pouco antes do exílio babilônico.

Segundo Jeremias 22:30, Deus determinou que nenhum descendente direto de Jeconias reinaria mais em Israel, por causa da desobediência dele.

Esse fato parece um grande problema, pois se o Messias viesse dessa linha, ficaria “impedido” de reinar.

No entanto, Jesus nasceu de Maria, mas foi legalmente adotado por José: Ele recebe o direito de Davi, sem carregar a “maldição” na descendência de sangue.

Assim, o plano divino transforma um obstáculo em confirmação de que Jesus é herdeiro, porém livre dessa condenação profetizada.

Diferenças Entre a Genealogia de Mateus e a de Lucas

O Novo Testamento traz duas listas genealógicas de Jesus: Mateus 1 e Lucas 3:23-38, que não são idênticas.

Mateus parte de Abraão e vai até José, destacando o lado “real” (a realeza vem da linhagem de Davi, via Salomão).

Lucas, por outro lado, começa em Jesus e volta até Adão, enfatizando que Ele é o Salvador de toda a humanidade, não apenas dos judeus.

Uma teoria comum diz que Mateus apresenta a linha de José (legal), e Lucas a de Maria (biológica), assim cobrindo tanto a questão jurídica quanto a sanguínea.

Sentimento de Abandono e a Promessa de “Deus Conosco”

Mateus também cita Isaías 7:14, dizendo que o filho nascido de uma virgem seria chamado Emanuel (“Deus conosco”).

Na época do exílio babilônico, muitos judeus se sentiam desamparados (basta ler Lamentações 5:20 ou Salmo 137 para sentir o clima de tristeza).

Porém, a promessa de um Deus que permanece presente renasce na figura de Jesus, que não apenas visita o povo, mas se faz um deles e caminha ao lado de quem sofre.

Assim, “Emanuel” mostra que Ele não é um rei distante, mas o próprio Deus atuando no meio das pessoas.

O Nascimento Virginal e as Lendas Pagãs

O Evangelho de Mateus destaca que Maria ficou grávida pelo Espírito Santo, sem relação com José ou qualquer homem.

Isso contrasta com mitos pagãos antigos, onde deuses “se uniam” fisicamente a mulheres mortais (como histórias envolvendo Zeus e outras divindades).

A concepção de Jesus não é um ato físico entre um deus e uma mulher, mas uma ação sobrenatural, sem contato carnal, cumprindo a profecia bíblica.

Talvez por isso os apóstolos não falassem tanto desse milagre em suas pregações, para evitar que as pessoas confundissem o Evangelho com esses mitos.

O Noivado Judaico e o Dilema de José

No antigo costume judaico, o “noivado” (ou “desposório”) era bem mais sério do que os noivados modernos.

O casal era considerado comprometido “como marido e mulher” antes de viver junto, e só um divórcio oficial podia encerrar esse compromisso.

Quando José descobre que Maria está grávida, ele poderia ter exigido um julgamento, causando humilhação (ou pior) para ela.

No entanto, decide resolver as coisas em segredo, agindo com compaixão e respeito, até que Deus revela a ele, num sonho, a origem divina da gravidez.

Jesus (Yeshua) e Cristo (Messias)

O anjo diz que o menino receberia o nome Ἰησοῦς (Iēsoûs, do hebraico “Yeshua”), que significa “O Senhor é Salvação”.

Isso aponta diretamente para a missão de Jesus de salvar o povo de seus pecados.

Já a palavra “Cristo” vem do grego Χριστός (Christós), equivalente ao hebraico “Messias”, que quer dizer “ungido”.

Portanto, desde o nascimento, Ele é ao mesmo tempo o Salvador e o Rei prometido nas Escrituras.

Midrash: Entendendo a Releitura de Textos Antigos

Algumas pessoas dizem que Mateus usa um estilo de interpretação judaica chamado “midrash” ao relacionar passagens do Antigo Testamento com a vida de Jesus.

O midrash, de forma simples, é um método no qual rabinos criavam comentários ou recontavam histórias bíblicas, adicionando explicações e significados além do que está no texto original.

Com isso, eles mostram como episódios antigos apontam para realidades maiores ou mais profundas.

Mateus faz algo parecido quando diz que certas profecias ou eventos pré-figuram a obra de Cristo (como o retorno do Egito citado em Mateus 2:15, ligando a Hosea 11:1).

Maria Continuou Virgem?

Ao final do capítulo, Mateus diz que José “não conheceu” Maria até o nascimento de Jesus, deixando claro que ela era virgem nesse momento.

Porém, o texto sugere que após o parto eles tiveram vida de casal normal, contradizendo a ideia de que Maria teria permanecido virgem para sempre.

A ênfase de Mateus está no milagre inicial da concepção sem interferência humana, não na abstinência contínua de Maria.

Isso destaca a plena humanidade de Jesus, que realmente nasceu de uma mulher, mas de forma milagrosa, sem um pai terreno envolvido. 

Temas Principais

1. A Soberania de Deus na Genealogia de Jesus

A genealogia de Mateus 1, aparentemente monótona, revela a soberania de Deus na história da salvação, um tema central na teologia reformada.

Deus preservou a linha messiânica através de gerações, superando obstáculos e usando até mesmo o pecado humano para cumprir Seus propósitos (Romanos 8:28).

A inclusão de mulheres com histórias questionáveis e reis ímpios demonstra a graça de Deus estendida a todos, independentemente do passado.

A genealogia, portanto, é um testemunho da fidelidade de Deus em cumprir Suas promessas, culminando no nascimento de Jesus.

2. A Encarnação e a Humanidade de Cristo

A genealogia estabelece a humanidade de Jesus, conectando-O a Abraão e Davi. A teologia reformada afirma que Jesus é plenamente Deus e plenamente homem, essencial para a nossa salvação.

O nascimento virginal (Mateus 1:18-25) enfatiza a concepção divina, mas também Sua verdadeira humanidade através de Maria. Ele experimentou as mesmas limitações e tentações que nós (Hebreus 4:15), exceto o pecado.

A encarnação é a base da nossa esperança, pois nEle Deus se aproxima de nós.

3. A Missão de Jesus como Salvador e Rei

O nome "Jesus" significa "o Senhor salva", e Ele salvará Seu povo dos seus pecados (Mateus 1:21).

A teologia reformada entende que a salvação é pela graça, mediante a fé em Jesus Cristo (Efésios 2:8-9), o único mediador (1 Timóteo 2:5). Jesus veio para estabelecer Seu Reino, cumprindo as profecias do Antigo Testamento.

Ele é o "Emanuel", Deus conosco (Mateus 1:23), inaugurando uma nova era. Seu reinado é espiritual e eterno, transformando vidas através do Espírito Santo.

Pontes no Novo Testamento

1. Ligação com o Ensino Apostólico

A soberania de Deus, vista na genealogia e no nascimento de Jesus, é aprofundada nos escritos apostólicos. Paulo, em Romanos 9-11, discute a eleição, mostrando que Deus tem o controle da história e da salvação.

Em Gálatas, Paulo enfatiza que a justificação é pela fé em Jesus Cristo (Gálatas 3:11), em harmonia com a mensagem do anjo a José (Mateus 1:21).

Hebreus apresenta Jesus como o Sumo Sacerdote perfeito (Hebreus 9:12, 26), conectando-se com Sua humanidade e missão.

2. Ligação Temática

A salvação, central em Mateus 1, é um fio condutor no Novo Testamento. O nome "Jesus" é ecoado em Atos 4:12, e Sua morte e ressurreição cumprem a promessa de salvação.

Jesus como Messias, descendente de Davi, é recorrente (Atos 2; Romanos 1:3-4). O tema do "Emanuel" é encontrado em João 1:14 e Apocalipse 21:3.

3. Ligação com a Missão e a Vida da Igreja

A genealogia de Jesus, que inclui gentios como Raabe e Rute, e pessoas com passados questionáveis, prefigura a missão universal da Igreja, conforme comissionado por Jesus em Atos 1:8: "Sereis minhas testemunhas... até os confins da terra".

Inicialmente, a Igreja primitiva, composta majoritariamente por judeus, relutou em pregar o Evangelho aos gentios, apegando-se à ideia de que a salvação era exclusiva para o povo judeu.

Essa hesitação é exemplificada na experiência de Pedro em Atos 10, onde ele tem uma visão que o leva a entender que Deus não faz acepção de pessoas, e que a salvação é oferecida a todos, judeus e gentios.

A conversão de Cornélio, um centurião romano, e sua família, marca um ponto de virada na compreensão da Igreja sobre o alcance da mensagem do Evangelho.

Paulo, o apóstolo dos gentios, desempenhou um papel crucial na expansão da Igreja além das fronteiras judaicas.

Em suas cartas, especialmente em Romanos, ele argumenta apaixonadamente que a justificação é pela fé em Cristo, independentemente da origem étnica ou do cumprimento da lei judaica (Romanos 3:23, 10:12).

A genealogia de Jesus, portanto, serve como um lembrete poderoso de que a graça de Deus é inclusiva e se estende a todas as pessoas, quebrando as barreiras culturais e religiosas, e unindo judeus e gentios em um só corpo, a Igreja.

Aplicação Prática

1. Encontrando Esperança em Meio às Dificuldades

Mateus 1 nos lembra que Deus está no controle, mesmo em meio a provações, como as enfrentadas por José e Maria. Deus estava com eles, provendo e cumprindo Seus propósitos.

Em nossas vidas, podemos enfrentar dificuldades, mas Deus está trabalhando (Romanos 8:28), moldando-nos e fortalecendo nossa fé.

Como podemos confiar em Deus em meio à incerteza, assim como José e Maria?

2. Vivendo uma Vida de Fé e Obediência

José é exemplo de fé e obediência, crendo na mensagem do anjo e obedecendo a Deus. Somos chamados a viver pela fé, confiando nas promessas de Deus e obedecendo, mesmo em meio a desafios (Hebreus 11:1). Como podemos seguir o exemplo de José, confiando em Deus e obedecendo à Sua Palavra?

3. Compartilhando a Boa Nova da Salvação

Mateus 1 anuncia a chegada do Salvador, e a Igreja é chamada a proclamar essa mensagem. Podemos compartilhar o amor de Deus, o sacrifício de Jesus e a promessa de vida eterna, vivendo de modo a refletir a graça de Cristo (2 Timóteo 1:8). Como podemos ser mais eficazes em testemunhar de Cristo?

Versículo-chave

"Ela dará à luz um filho, e você deverá dar-lhe o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados" (Mateus 1:21, NVI).

Sugestão de esboços

Esboço Temático: "A Promessa Cumprida"

1. A Esperança de Israel (Mateus 1:1-17)
2. O Anúncio do Anjo (Mateus 1:18-21)
3. O Cumprimento da Profecia (Mateus 1:22-23)
4. A Obediência de José (Mateus 1:24-25)
      

Esboço Expositivo: "A Genealogia e o Nascimento de Jesus"

1. A Linhagem de Jesus (Mateus 1:1-17)
2. A Concepção Virginal (Mateus 1:18-20)
3. O Propósito da Vinda de Jesus (Mateus 1:21-23)
4. A Resposta de José (Mateus 1:24-25)
      

Esboço Criativo: "Deus Conosco"

1. A Longa Espera (Mateus 1:1-17)
2. Um Anjo, uma Mensagem (Mateus 1:18-21)
3. O Mistério da Encarnação (Mateus 1:22-23)
4. Fé e Obediência (Mateus 1:24-25)

Perguntas

  1. Qual o propósito principal deste registro genealógico apresentado no início do livro de Mateus? (1.1)
  2. Quais são os dois principais patriarcas mencionados na primeira frase desta genealogia, conectando Jesus à história de Israel? (1.1)
  3. Quem são os quatro homens mencionados como ancestrais de Judá? (1.2)
  4. Quais são os nomes dos dois filhos de Judá e quem foi a mãe deles? (1.3)
  5. Quantas mulheres são explicitamente mencionadas na genealogia de Mateus antes de Maria? (1.3, 1.5, 1.6)
  6. Quais são os nomes das mulheres mencionadas na genealogia antes de Maria? (1.3, 1.5, 1.6)
  7. Quem foi a mãe de Boaz e qual era sua conhecida origem? (1.5)
  8. Quem foi a mãe de Obede e qual era sua conhecida origem? (1.5)
  9. Quem foi o pai do rei Davi? (1.6)
  10. Qual rei importante foi descendente de Davi e teve como mãe a antiga mulher de Urias? (1.6)
  11. Após Roboão, quais três reis são listados em sequência na genealogia? (1.7, 1.8)
  12. Quais três reis são listados entre Jorão e Ezequias? (1.8, 1.9)
  13. Quem gerou Jeconias e seus irmãos e em que período histórico eles viveram? (1.11)
  14. Quem foi gerado por Jeconias após o exílio na Babilônia? (1.12)
  15. Quais são os três homens listados como descendentes de Salatiel? (1.12, 1.13)
  16. Quais são os três homens listados como descendentes de Azor? (1.14, 1.15)
  17. Quem gerou José, o marido de Maria? (1.16)
  18. De quem Maria era mãe, segundo este registro? (1.16)
  19. Qual título é associado a Jesus no final da genealogia? (1.16)
  20. Quantas gerações são contadas de Abraão até Davi? (1.17)
  21. Quantas gerações são contadas de Davi até o exílio na Babilônia? (1.17)
  22. Quantas gerações são contadas do exílio na Babilônia até Cristo? (1.17)
  23. Qual número é repetidamente usado para agrupar as gerações na genealogia? (1.17)
  24. Qual evento histórico marca o fim do segundo grupo de gerações? (1.11, 1.17)
  25. Qual nome encerra o terceiro grupo de gerações? (1.16, 1.17)
  26. Qual era a condição de Maria em relação a José antes de eles se unirem? (1.18)
  27. Qual foi a causa da gravidez de Maria, de acordo com o texto? (1.18)
  28. Qual era a qualidade moral de José, marido de Maria, destacada no texto? (1.19)
  29. Qual era a intenção inicial de José ao descobrir a gravidez de Maria? (1.19)
  30. Por que José desejava anular o casamento secretamente? (1.19)
  31. Quem apareceu a José enquanto ele ponderava sobre a situação? (1.20)
  32. Em que forma o anjo do Senhor apareceu a José? (1.20)
  33. Como o anjo se dirigiu a José, revelando sua linhagem? (1.20)
  34. Qual foi a instrução do anjo a José sobre receber Maria como esposa? (1.20)
  35. Qual justificativa o anjo deu para José não temer receber Maria? (1.20)
  36. De acordo com o anjo, de quem procede o que foi gerado em Maria? (1.20)
  37. Qual evento futuro o anjo anunciou que Maria experimentaria? (1.21)
  38. Qual nome José deveria dar ao filho de Maria? (1.21)
  39. Qual é o significado do nome "Jesus" dado pelo anjo? (1.21)
  40. De que o filho de Maria salvaria o seu povo? (1.21)
  41. O que aconteceu para cumprir o que o Senhor dissera pelo profeta? (1.22)
  42. Qual profeta foi citado em relação ao nascimento de Jesus? (1.22)
  43. Qual sinal profético é mencionado, envolvendo uma virgem? (1.23)
  44. Que nome alternativo seria dado ao filho, conforme a profecia citada? (1.23)
  45. Qual é o significado do nome Emanuel? (1.23)
  46. Como José reagiu ao despertar do sonho e à ordem do anjo? (1.24)
  47. O que José fez em relação a Maria após o encontro com o anjo? (1.24)
  48. Até quando José não teve relações com Maria? (1.25)
  49. Quem deu o nome de Jesus ao filho de Maria? (1.25)
  50. Qual ato final de obediência de José é mencionado no capítulo? (1.25)

Tabelas Didáticas

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👥 Mulheres na Genealogia: Graça Além dos Padrões

Mulher História Relevante Significado (Referências)
Tamar 🌿 Viúva que agiu como prostituta para gerar herdeiro (Gênesis 38) A marca da persistência (1:3)
Raabe 🏹 Prostituta cananeia que protegeu espiões (Josué 2) Fé além das fronteiras (1:5)
Rute 🌾 Moabita leal que se tornou avó de Davi (Rute 4) Redenção através da fidelidade (1:5)
Bate-Seba 👑 Envolvida em adultério com Davi (2 Samuel 11) Graça transforma falhas (1:6)


🔢 Os 3 Blocos de 14 Gerações

Período Figuras-Chave Propósito (Referências)
Abraão → Davi 👑 Judá, Perez, Davi Cumprir promessa real (1:2-6)
Davi → Exílio 🛑 Salomão, Roboão, Jeconias Mostrar consequências do pecado (1:6-11)
Exílio → Cristo ✝️ Zorobabel, José Restaurar esperança (1:12-16)


👨⚖️ José: Crise e Revelação

Situação Resposta Humana Intervenção Divina (Referências)
Gravidez misteriosa 🤰 José planeja divorciar-se em segredo (1:19) Anjo explica concepção virginal (1:20)
Dúvida sobre o futuro ❓ Medo de desonrar Maria "Não temas" + missão revelada (1:20-21)
Responsabilidade social 🏛️ Risco de escândalo público "Deus conosco" legitima a criança (1:22-23)


📜 Mateus vs. Lucas: Genealogias Contrastantes

Aspecto Mateus 1 📖 Lucas 3 📖
Direção Abraão → Jesus (ascendente) Jesus → Adão (descendente)
Foco Linhagem real (José, legal) Linhagem biológica (Maria)
Propósito Jesus como Rei de Israel Jesus como Salvador universal


✝️ Nomes e Títulos de Jesus

Nome/Título Significado Contexto (Referências)
Jesus (Yeshua) "O Senhor salva" Missão de salvação (1:21)
Cristo (Messias) "Ungido" Cumprimento profético (1:16)
Emanuel "Deus conosco" Encarnação divina (1:23)

Semeando Vida

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