Resumo
No segundo banquete oferecido pela rainha Ester, o rei Xerxes e Hamã são novamente seus convidados.
Durante o evento, enquanto desfrutavam do vinho, o rei, curioso, faz novamente a pergunta a Ester sobre seu pedido, garantindo que mesmo se fosse pela metade do reino, ele seria atendido (v. 2).
Esta era uma forma comum na época de expressar disposição em conceder um grande favor.
Ester, então, revela seu verdadeiro pedido. Com uma combinação de tato e coragem, ela implora pela sua vida e pela vida do seu povo, os judeus, expondo que eles foram condenados à destruição, morte e aniquilação.
Ester enfatiza a gravidade da situação dizendo que, se o dano fosse menor, como a escravidão, ela permaneceria em silêncio para não incomodar o rei (vv. 3-4).
Esse apelo dramático desperta a curiosidade e a preocupação do rei, que imediatamente pergunta quem seria o responsável por tal atrocidade (v. 5).
Ester então revela que o adversário e inimigo é Hamã, o principal oficial do rei. Esta acusação deixa Hamã completamente apavorado na presença do rei e da rainha, pois ele percebe a gravidade de sua situação (v. 6).
O rei, furioso com a revelação e possivelmente perturbado pela traição de seu principal oficial, se retira para o jardim do palácio para refletir. Nesse meio tempo, Hamã fica para implorar por sua vida a Ester, pois percebe que o rei já está inclinado a condená-lo (v. 7).
Quando o rei retorna do jardim, encontra Hamã em uma posição comprometedora, caído sobre o sofá onde Ester estava reclinada. Isso agrava ainda mais a situação de Hamã, pois o rei interpreta mal a situação, pensando que Hamã poderia estar atacando Ester.
Este mal-entendido sela o destino de Hamã (v. 8).
Imediatamente, um dos oficiais do rei, Harbona, aproveita a oportunidade para informar sobre uma forca de mais de vinte metros de altura que Hamã havia construído para Mardoqueu, o homem que havia salvado a vida do rei revelando uma conspiração. Harbona sugere que Hamã seja enforcado nela (v. 9).
O rei, agindo sobre essa sugestão, ordena que Hamã seja enforcado na mesma forca que ele havia preparado para Mardoqueu. Assim, Hamã encontra seu fim devido às próprias maquinações que ele havia tramado contra outros.
Com a morte de Hamã, a ira do rei é aplacada (v. 10). Este desfecho não apenas salva Ester e seu povo, mas também representa uma dramática inversão de fortuna, onde o opressor cai na armadilha que ele próprio preparou.
Contexto Histórico e Cultural
O livro de Ester se passa no vasto Império Persa durante o reinado de Xerxes I (486-465 a.C.), conhecido na Bíblia como Assuero.
Este período é marcado pela expansão persa e por sua complexa administração sobre diversos povos e culturas.
Ester, uma jovem judia órfã, torna-se rainha da Pérsia, evidenciando o tema da providência divina e da inversão de fortunas, onde pessoas de origens humildes são elevadas a posições de grande influência.
A narrativa de Ester é única no cânon bíblico por várias razões, incluindo a ausência explícita de menção a Deus. No entanto, a providência divina é um tema subjacente, visto na maneira como os eventos se desenrolam para salvar o povo judeu da aniquilação.
O contexto político da época inclui a tolerância persa às diversas culturas e religiões dentro do império, embora a história de Ester revele tensões subjacentes que poderiam ameaçar esta estabilidade.
O papel das mulheres na sociedade persa, exemplificado por Ester, é notável. Embora as mulheres tivessem certas limitações sociais, Ester demonstra uma agência significativa e sabedoria política ao revelar sua identidade judaica e interceder pelo seu povo.
A história ocorre em Susã, uma das quatro capitais do Império Persa, refletindo a importância da cidade como centro político e administrativo.
Hamã, o antagonista da história, é apresentado como um agagita, possivelmente descendente dos amalequitas, inimigos históricos dos israelitas. Sua hostilidade para com Mardoqueu e os judeus reflete antigos conflitos étnicos e religiosos.
O uso de sortes (purim) para determinar a data da execução planejada dos judeus ilustra práticas adivinhatórias comuns na antiguidade, embora neste caso, o resultado demonstre a ironia e a justiça poética que permeiam a narrativa.
O banquete, um elemento recorrente na história, simboliza não apenas a opulência persa, mas também a inversão de expectativas, onde a trama de Hamã para destruir os judeus é finalmente revelada e revertida.
As festas são momentos de vulnerabilidade para os personagens, mas também de revelação e mudança de destino.
A execução de Hamã na forca que ele havia preparado para Mardoqueu é um exemplo clássico de justiça poética e serve como um ponto de virada na história, garantindo a salvação dos judeus e a promoção de Mardoqueu.
Este evento ressalta o tema do "mundo às avessas", onde os planos dos ímpios são frustrados e os oprimidos são exaltados.
A celebração de Purim, embora não explicitamente mencionada neste capítulo, é o desfecho da história de Ester, instituindo uma festa que comemora a salvação dos judeus da destruição.
Este festival reforça a identidade judaica e a memória coletiva da intervenção divina na história do povo judeu, mesmo em terras estrangeiras.
O capítulo 7 de Ester, portanto, destaca a soberania de Deus trabalhando de maneiras ocultas, a inversão de fortunas, e a justiça divina manifestada na história humana.
A trama contra os judeus e sua subsequente reversão oferecem uma poderosa mensagem de esperança e fé na proteção de Deus, mesmo nas circunstâncias mais desesperadoras.
Temas Principais:
Justiça Divina e Inversão de Fortunas: Este capítulo ilustra dramaticamente o tema da justiça divina e da inversão de fortunas. Hamã, que havia tramado contra os judeus e especificamente contra Mardoqueu, encontra seu fim na mesma forca que preparou para outro. Este tema ressoa com a crença na providência divina que protege e exalta os humildes, enquanto os planos dos ímpios são frustrados.
Coragem e Advocacia: Ester demonstra coragem excepcional e habilidade de advocacia ao se apresentar diante do rei, arriscando sua própria vida para salvar seu povo. Sua ação ressalta a importância da intervenção corajosa em face da injustiça, um princípio fundamental na ética judaico-cristã.
Identidade e Lealdade: A revelação de Ester sobre sua identidade judaica e sua lealdade para com seu povo são centrais neste capítulo. Em uma cultura que poderia facilmente absorver e assimilar identidades, a firmeza de Ester em defender sua comunidade reflete temas de preservação da identidade e solidariedade com os oprimidos.
Ligação com o Novo Testamento e Jesus Cristo:
Intervenção Divina: Assim como Deus trabalhou através de Ester para salvar os judeus, o Novo Testamento revela Deus trabalhando através de Jesus para a salvação da humanidade. Mateus 1:21 fala de Jesus salvando seu povo dos seus pecados, ecoando a redenção e a providência divina.
Reversão de Fortunas: O Sermão da Montanha (Mateus 5:3-12) reflete o tema da inversão de fortunas presente em Ester. Os "pobres de espírito", os "mansos", e aqueles que são "perseguidos por causa da justiça" são proclamados bem-aventurados, prometendo-lhes o reino dos céus, uma recompensa final que inverte as expectativas mundanas.
Advocacia e Intercessão: Ester atua como intercessora pelo seu povo, um papel que Jesus cumpre supremamente como nosso intercessor junto ao Pai (1 Timóteo 2:5-6). A coragem de Ester prefigura a missão de Jesus, que se ofereceu para salvar a humanidade, enfatizando a importância da intercessão e do sacrifício altruísta.
Aplicação Prática:
Coragem Moral e Advocacia: No mundo moderno, onde injustiças e opressões persistem, a história de Ester nos inspira a ter coragem moral e a defender os vulneráveis. Ela nos desafia a usar nossa influência, por menor que seja, para fazer a diferença nas vidas daqueles que enfrentam injustiças.
Identidade e Comunidade: Em uma era de crescente individualismo e fragmentação, a lealdade de Ester à sua comunidade nos lembra da importância de conhecer nossas raízes e de nos mantermos fiéis aos nossos valores e às pessoas que representamos. Isso pode nos incentivar a cultivar um senso de pertencimento e a contribuir para o bem-estar da nossa comunidade.
Discernimento e Ação: A decisão de Ester de agir no momento certo demonstra a importância do discernimento e da sabedoria na ação. Em nossa vida, enfrentamos momentos em que devemos escolher entre o silêncio e a ação. A história de Ester nos encoraja a buscar a sabedoria de Deus para conhecer a diferença e agir de acordo com a justiça e a verdade.
Versículo-chave:
"Ester respondeu: 'O adversário e inimigo é Hamã, esse perverso'. Diante disso, Hamã ficou apavorado na presença do rei e da rainha." (Ester 7:6 NVI)
Sugestão de esboços
Esboço Temático: Justiça Divina Manifesta
- A coragem de Ester em revelar sua identidade (v. 3-4)
- A denúncia de Hamã como o inimigo (v. 6)
- A reversão da sorte de Hamã (v. 9-10)
Esboço Expositivo: O Clímax da Justiça
- Ester apresenta seu pedido ao rei (v. 1-4)
- A acusação e o terror de Hamã (v. 5-6)
- O julgamento e execução de Hamã (v. 7-10)
Esboço Criativo: Da Sombra à Luz
- Banquete de revelações: A verdade é servida (v. 1-4)
- O rosto do inimigo: A máscara cai (v. 5-6)
- O fim da arrogância: Altivez enforcada (v. 7-10)
Perguntas
1. Com quem o rei foi ao banquete junto com a rainha Ester? (7:1)
2. Durante o banquete, qual pergunta o rei fez à rainha Ester? (7:2)
3. O que a rainha Ester pediu ao rei? (7:3)
4. Como Ester descreveu a situação dela e de seu povo ao rei? (7:4)
5. Qual foi a reação do rei Xerxes quando soube da ameaça a Ester e seu povo? (7:5)
6. Quem Ester identificou como o adversário e inimigo? (7:6)
7. O que Hamã fez quando percebeu que o rei o tinha condenado? (7:7)
8. O que o rei Xerxes viu ao retornar do jardim do palácio? (7:8)
9. Como o rei interpretou a ação de Hamã ao vê-lo perto de Ester? (7:8)
10. O que aconteceu a Hamã imediatamente após o rei falar? (7:8)
11. Quem informou o rei sobre a forca que Hamã havia preparado para Mardoqueu? (7:9)
12. O que o rei ordenou que fizessem com Hamã? (7:9)
13. Onde Hamã foi enforcado? (7:10)
14. Qual foi o resultado da morte de Hamã para a ira do rei? (7:10)
15. Como a rainha Ester se dirigiu ao rei ao fazer seu pedido? (7:3)
16. Ester mencionou ter sido vendida junto com seu povo para quais fins? (7:4)
17. Por que Ester disse que teria ficado em silêncio se ela e seu povo tivessem sido vendidos apenas como escravos? (7:4)
18. Qual foi a reação imediata de Hamã ao ser identificado por Ester como o inimigo? (7:6)
19. Como o rei se sentiu após ouvir a acusação de Ester contra Hamã? (7:7)
20. Por que o rei Xerxes saiu para o jardim do palácio? (7:7)
21. O que Hamã fez para tentar salvar sua vida? (7:7)
22. Qual foi a atitude de Hamã quando o rei retornou do jardim? (7:8)
23. Qual foi a interpretação do rei sobre a posição de Hamã perto de Ester? (7:8)
24. Quem cobriu o rosto de Hamã e por quê? (7:8)
25. Quem era Harbona e qual foi sua contribuição para o desfecho de Hamã? (7:9)
26. Qual era a altura da forca que Hamã havia preparado para Mardoqueu? (7:9)
27. Por que Hamã havia construído a forca para Mardoqueu? (7:9)
28. Qual foi a ironia no destino final de Hamã? (7:10)
29. Como o rei se sentiu após a execução de Hamã? (7:10)
30. Como o rei se dirigiu a Ester ao perguntar sobre seu pedido? (7:2)
31. O rei mencionou estar disposto a conceder a Ester até que parte do seu reino? (7:2)
32. O que Ester enfatiza ao fazer seu pedido ao rei? (7:3)
33. Qual foi a resposta do rei à revelação de Ester sobre quem era o inimigo? (7:5)
34. Qual é a expressão usada por Ester para descrever Hamã? (7:6)
35. Como a raiva do rei se manifesta após a acusação de Ester? (7:7)
36. O que o retorno do rei do jardim interrompeu? (7:8)
37. Qual foi a reação dos oficiais ao ouvir a acusação do rei contra Hamã? (7:8)
38. Qual foi o papel de Mardoqueu na história mencionado por Harbona? (7:9)
39. Como a ira do rei se acalmou após a execução de Hamã? (7:10)
40. Em que contexto o rei faz a pergunta sobre o pedido de Ester? (7:2)
41. Qual é a condição colocada por Ester para seu pedido ser realizado? (7:3)
42. Por que Ester menciona a venda de seu povo para escravidão em seu discurso? (7:4)
43. Qual é o tom da pergunta do rei a Ester sobre o autor da conspiração? (7:5)
44. Como Hamã reage fisicamente ao ser acusado por Ester? (7:6)
45. O que indica que o rei estava decidido a condenar Hamã? (7:7)
46. Qual foi a percepção equivocada do rei ao ver Hamã perto de Ester? (7:8)
47. Como os oficiais reagiram à acusação do rei contra Hamã? (7:8)
48. Como Harbona descreve a forca construída por Hamã? (7:9)
49. Qual foi a ordem específica do rei em relação a Hamã? (7:9)
50. Como a execução de Hamã afetou o estado emocional do rei? (7:10)