Certamente Deus é bom para Israel, para os puros de coração (Sl 73.1).
A agulha passa por vários estágios de sofrimento até aprender a sua função: o forno abrasador da metalúrgica, o frio intenso da água em que é temperada, o peso esmagador da prensa que a faz atingir sua forma ideal.
A partir daí, precisa estar sempre dura, brilhante e afiada.
Depois de todo esse aprendizado, ela encontra a sua razão de viver: a linha. E faz o possível para ajudá-la a enfrentar os tecidos mais resistentes, abrindo os buracos nos locais certos.
Mas, quando termina seu trabalho, a misteriosa mão da costureira torna a colocá-la em uma caixa escura. Depois de tanto esforço, a sua recompensa é a solidão. Com a linha, entretanto, a história é diferente: a partir desse momento passa a ir a todos os bailes e festas.
Será que ouvindo esta fábula você ficou com raiva da linha, que pouco trabalha e termina vivendo uma vida de glamour? Ou você ficou com pena da agulha? A pobrezinha sofreu, trabalhou muito e depois ficou esquecida em uma caixa escura.
Esta fábula espelha algo que ocorre com frequência. Muitos passam por dificuldades, vivem uma vida difícil e quando pensam que é o tempo de colher, sofrem novos problemas.
Às vezes sofrem abandono e solidão. São desprezados por quem mais ajudou.
Mas acredito que não devemos lamentar por isso, muito menos ficar indignados com as pessoas que prosperam.
Jesus, o rei do universo, sofreu muito mais do que nós. Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças (Mt 8.17; Is 53.4).
Ele sofreu e se compadeceu de nosso sofrimento. No lugar da indignação, devemos continuar fazendo o bem que nos convém. “Descanse no Senhor e aguarde por ele com paciência” (Sl 37.7).
Nosso contentamento se deve, principalmente, à certeza e esperança que temos de uma vida melhor nos céus. Nossa esperança não se limita ao que o mundo pode nos oferecer. E nem acaba por algo que venhamos a perder.
Não se aborreça com o sucesso dos outros.
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Rev. Hebert Gonçalves
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