Barbara K. Bassett conta a história de uma mulher chamada Ângela. Quando ela tinha apenas três anos, seus pais a ensinaram a nunca dizer NÃO. Ela devia concordar com tudo o que eles falassem, pois, do contrário, era uma palmada e cama.
Assim, Ângela tornou-se uma criança dócil, obediente, que nunca se zangava. Repartia suas coisas com os outros, era responsável, não brigava, obedecia a todas as regras e, para ela, os pais estavam sempre certos.
Aos trinta e três anos, Ângela estava casada com um advogado e vivia com sua família numa casa confortável. Tinha dois lindos filhos e, quando alguém lhe perguntava como se sentia, ela sempre respondia: “Está tudo bem”.
Mas, numa noite de inverno, perto do Natal, Ângela não conseguiu pegar no sono, a cabeça tomada por terríveis pensamentos. De repente, sem saber o motivo, ela se surpreendeu desejando com tal intensidade que sua vida acabasse, que chegou a pedir a Deus que a levasse.
Então ela ouviu, vinda do fundo do seu coração, uma voz serena que, baixinho, disse apenas uma palavra: NÃO. Naquele momento, Ângela soube exatamente o que devia fazer.
E eis o que ela passou a dizer àqueles a quem mais amava: Não, não quero. Não, não concordo. Não, faça você. Não, isso não serve pra mim. Não, eu quero outra coisa. Não, estou cansada. Não, estou ocupada. Não, prefiro outra coisa."
Sua família sofreu um impacto, seus amigos reagiram com surpresa. Ângela era outra pessoa, notava-se isso nos seus olhos, na sua postura, na forma serena, mas afirmativa com que passou a expressar o seu desejo.
Muitas pessoas têm uma dificuldade imensa de dizer não. Uns preferem se contradizer, outros mentir. E quando dizem não, falam de forma ofensiva. Precisamos aprender a dizer sim e também não. Quem acha que para ser bom deve sair dizendo sim para tudo e para todos está politicamente enganado.
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Rev. Hebert Gonçalves