Você já ouviu a história do zero. É uma historia contada por Paulo Geraldo e achei bem criativa.
“O Zero sentia-se vazio. Olhava para si mesmo e não gostava do que via: era aquela enorme barriga; era a incapacidade de sobressair; era a falta de um caráter vincado... Achava mesmo que não valia nada.
Já muitas vezes tentara ser esguio como o 1, elegante como o 4 ou belo como o 7, mas nem sequer conseguia a pequena proeza de esticar uma haste para se assemelhar ao 6 ou ao 9. Era realmente uma nulidade.
Mas o Zero estava longe de se resignar com a situação. O Zero sabia a solução, a resposta, a verdade, mas fugia de pensar nisso. Sucedia que o orgulho o levava a procurar sempre o primeiro lugar quando se juntava aos outros algarismos para fazerem alguma coisa em conjunto.
Conseguia esse lugar porque era o mais forte de todos, mas os outros algarismos não achavam aquilo bom. E quando isso sucedia formava-se uma barreira, uma vírgula, entre ele e os outros.
E, assim, com o Zero no primeiro lugar e a vírgula logo a seguir, aquilo que faziam não valia quase nada. O Zero pressentia que, se aceitasse um dos últimos lugares, tudo seria diferente.
Mas teria - assim pensava - de se curvar perante os outros, e baixar a cabeça era para ele uma impossibilidade... Não vou acabar de contar a história do Zero.
Não vou dizer como ele chegou a entender que para um zero o melhor lugar é o último. Nem como acabou por pedir desculpa aos outros. Nem como conseguiu depois - não sempre, mas muitas vezes - a glória de baixar a cabeça e se colocar no último posto”.
O autor da história não faz nenhuma aplicação, mas fica claro que ele está trazendo uma lição a respeito da humildade.
Ensina a respeito da necessidade de nos colocarmos em nosso lugar. Nosso valor é potencializado quando servimos segundo o devido chamado, vivendo a nossa vida e não a dos outros.
Conheça seu real valor.
Por Hebert Gonçalves