O ministério de Cristo foi marcado por intensa obra de libertação (Mt 15.29-31). Isto se torna manifesto através dos diversos milagres por ele praticados.
Wayne Grudem assim define milagres: “É um gênero menos comum da atividade divina pela qual Deus desperta a admiração e o espanto das pessoas dando testemunho de si mesmo”.
Portanto, estavam ligados com propósitos bem definidos, os quais passaremos a demonstrar.
Em Mateus, quando Jesus é questionado pelos mensageiros de João se Ele era o Messias, nosso Senhor responde com textos de Isaías 61.1 (os cegos veem (35.5), os coxos andam (35.6), os surdos ouvem (35.5), os mortos são ressuscitados (26.19), aos pobres está sendo pregado o evangelho (alusão a 61.1).
Sobre isso, Craig Evans, em seu livro “O Jesus Fabricado”, escreve: “Os poderosos feitos de Cristo não eram só vistos como cumprimento das profecias, mas também confirmavam sua identidade messiânica”.
2 – Os milagres evidenciavam a chegada do Reino de Deus
A encarnação de Cristo significa que o Reino de Deus fora inaugurado e que o reino de Satanás tem o começo do seu fim decretado. João afirma que Cristo se manifestou para destruir as obras do diabo (1 João 3.8).
O início do reino de Deus significa o colapso do reino de Satanás. Isso fica claro na declaração de Cristo: “Se, porém, eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós” (Lucas 11:20). A entrada de um reino significa a retirada de outro reino.
Entramos aqui numa linha tênue que separa o reino vindouro de Cristo com aquele que já se manifestou. Ela é chamada de “já e ainda não”: o reino de Deus já se manifestou, mas ainda não em toda sua plenitude.
As curas têm papel fundamental na proclamação do Reino Vindouro de Cristo, que será destituído de qualquer espécie de sofrimento e é descrito em Ap 21.4: “E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.”
As curas tinham função didática e escatológica na proclamação de Cristo. Elas demonstravam que Cristo era o cumprimento das profecias. Que o reino de Deus havia chegado através de Cristo. E que sua chegada plena acontecerá na Sua segunda vinda. Diante disso, que nos concentremos mais nos propósitos do que nos fenômenos em si.
Por Carlos Souza