Em tudo o que fiz, mostrei-lhes que mediante trabalho árduo devemos ajudar os fracos, lembrando as palavras do próprio Senhor Jesus, que disse: “Há maior felicidade em dar do que em receber” (At 20.35).
Dois irmãos tinham um sonho: queriam dedicar-se à pintura, mas não tinham dinheiro para estudar na Academia de Artes. Então eles chegaram a um acordo. Lançariam a sorte.
O perdedor trabalharia nas minas de carvão para sustentar o outro em seus estudos. O ganhador, após concluir seus estudos, pagaria com a venda de suas obras de arte o estudo do outro que ficou.
Lançaram a sorte, e o irmão de nome Albretch ganhou e foi estudar em Nuremberg. O outro irmão Albert foi para o perigoso trabalho das minas de carvão para pagar os estudos de seu irmão. Albretch logo chamou a atenção na Academia.
Seus traços, suas gravuras, sua pintura era de uma qualidade inegável. E quando se formou, logo passou a ganhar consideráveis somas de valor com a venda de seus quadros.
Quando retornou, dirigiu-se a seu irmão dizendo: “Agora, meu irmão, chegou a tua vez”. O irmão disse: “Meu irmão, para mim já é tarde. Não poderei trabalhar com delicadas linhas, minhas mãos estão disformes pelo trabalho pesado nas minas de carvão. Mas fico feliz por ter te ajudado a realizar o teu sonho”.
Para homenagear seu irmão, ele desenhou as mãos maltratadas pelas minas de carvão, unidas, em atitude de oração. Uma das telas mais conhecidas no que tange a piedade e devoção.
Esta história é hoje ainda mais emocionante comparada ao tempo de egoísmo em que vivemos. Egoísmo, como disse Aristóteles, não é o amor por nós próprios, mas uma desvairada paixão por nós próprios.
Quando a preocupação está voltada tão somente para as coisas pessoais, o conforto, o luxo, a ostentação, o sossego.
A história destes dois irmãos nos sensibiliza a pensar mais em nosso próximo, a doar mais, a entender que o lucro nem sempre é buscar a felicidade pessoal, mas poder fazer alguém sorrir.
O egoísmo destrói, o amor constrói.
Por Hebert Gonçalves