João 10.1-21
Nos tempos do Senhor Jesus a nação judaica estava inserida na grande província da Síria. E nesta se encontravam as regiões da Judéia, da Samaria e da Galiléia.
Embora tendo nascido na Judéia, ou, precisamente, na cidade de Belém, que era o berço do rei Davi, do qual Ele descendeu de maneira direta, no entanto, o ministério do Senhor Jesus foi na maior parte do tempo na região da Galiléia.
Embora tendo nascido na Judéia, ou, precisamente, na cidade de Belém, que era o berço do rei Davi, do qual Ele descendeu de maneira direta, no entanto, o ministério do Senhor Jesus foi na maior parte do tempo na região da Galiléia.
Ele foi criado em Nazaré, e, depois, quando completou a idade suficiente para ser ouvido se estabeleceu em Cafarnaum onde estava o seu quartel general, movimentando-se também, para Geresim e Betsaida.
O seu ministério na Judéia foi muito atribulado e de grande confronto. Esta era a “província de seus inimigos mais ferrenhos” (Hendriksen).
O seu ministério na Judéia foi muito atribulado e de grande confronto. Esta era a “província de seus inimigos mais ferrenhos” (Hendriksen).
No seu contato com os mais diversos tipos de grupos religiosos e de pessoas vamos constatar os tipos de testemunho que deram sobre Ele.
I - EM PRIMEIRO LUGAR, TEMOS O TESTEMUNHO DADO CONTRA ELE, PELOS SEUS FERRENOS INIMIGOS JUDEUS:
Devido às palavras que o Senhor disse com referência à parábola que lhes contou sobre ser o bom pastor, surge um grande conflito pois,
a) “MUITOS DELES DIZIAM: “Ele tem demônio e enlouqueceu; por que o ouvis?”.
Estes o chamaram de endemoninhado – “Ele tem demônio”.
Chamá-lo de endemoninhado era nada mais do que dizer que o espírito que o conduzia era um demônio e não o Espírito Santo. E diante dessa blasfêmia Ele disse Mc 3.29 e Lc 12.10, que jamais teria perdão.
Estes o chamaram de louco – ele “enlouqueceu”; (“fora de si” – ERC).
O Senhor Jesus já havia pronunciado uma severa sentença a quem insultasse a seu irmão dessa maneira e com essas palavras:
“Eu, porém, vos digo que todo aquele que sem motivo se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo” (Mt 5.22).
Eles tentavam dissuadir o povo na fé – “porque o ouvis?”
Quantos são aqueles que, ao passarem pela conversão a Cristo tiveram parentes e amigos tentando fazer com que abandonassem a nova fé, a vida como crentes no Senhor Jesus.
Estes o chamaram de enganador: “E outros: Não, antes engana o povo” (Jo 7.12b).
Este outro conflito aconteceu na Festa dos Tabernáculos, quando uma multidão curiosa, mas dividida no conceito que tinha dEle esperava vê-Lo.
Os desfavoráveis davam o seu testemunho de que Ele era um enganador. Este era, portanto, não um testemunho favorável, mas uma acusação maligna, demoníaca mesmo. Este testemunho ainda persiste em nossos dias, e sabemos muito bem de onde ele procede:
- das influências do arqui-inimigo de Deus, de Seu Filho e da Igreja;
- de homens ímpios;
- de religiosos fundamentalistas islâmicos que odeiam o Cristianismo,
- e de tantos outros, tais como ateus, agnósticos e tudo mais.
A Igreja do Senhor Jesus sofre, ainda mais em nossos dias com tanta perseguição velada ou explícita.
Provérbios 8.34-36, com referência a esse tipo de pessoas em relação a Cristo, diz o seguinte:
“Feliz o homem que me dá ouvidos, velando dia a dia às minhas portas, esperando às ombreiras da minha entrada. Porque o que me acha acha a vida e alcança favor do SENHOR. Mas o que peca contra mim violenta a sua própria alma. Todos os que me aborrecem amam a morte”.
Ilustração. George Wilson, o homem que rejeitou o perdão do Presidente da República e foi enforcado no ano de 1830.
Em 1829, dois homens, George Wilson e James Porter, assaltaram o serviço de entrega dos correios dos Estados Unidos. Ambos foram capturados e julgados por uma Corte de Justiça. Em maio de 1830, os dois homens foram considerados culpados de seis acusações e de “colocar em risco a vida do motorista”, e receberam suas sentenças: morte por enforcamento, a ser executada em 2 de julho.
Porter foi executado como previsto, mas Wilson não. Amigos influentes apelaram em seu favor e pediram clemência ao Presidente dos Estados Unidos, Andrew Jackson. O Presidente formalizou o perdão, retirando todas as acusações. Wilson teria apenas que cumprir uma pena de 20 anos por outros crimes. Inacreditavelmente George Wilson recusou o perdão!
Um relato oficial afirma que Wilson escolheu “abrir mão e declinar de qualquer vantagem ou proteção que pudesse advir do perdão”. Wilson também afirmou que “não tinha nada a declarar, e não desejava de maneira alguma tirar proveito com a finalidade de evitar a sentença”.
A Suprema Corte determinou: “A Corte não pode dar ao prisioneiro o benefício do perdão, a menos que ele reivindique esse benefício. É uma concessão feita a ele; é sua propriedade; e ele pode aceitá-lo ou não, conforme queira.”
O membro da Corte, John Marshall escreveu: “O perdão é um ato de graça, que procede do poder a que foi confiada a execução das leis; mas a entrega não se completa sem a aceitação. Ele pode, portanto, ser rejeitado pela pessoa a quem é oferecido, e não temos poder na Corte para impô-lo a ela.” (Fonte: Maná da Segunda – 8.2.2015).
Esta é, na verdade, a atitude dos réprobos, isto é, daqueles que foram eternamente reprovados. Jamais se dobrarão diante do Senhor e O reconhecerão como Salvador e Senhor.
II - EM SEGUNDO LUGAR, TEMOS O TESTEMUNHO DADO PELOS SEUS “SIMPATIZANTES”.
1. ALGUNS DELES DISSERAM: “Ele é bom” (Jo 7.12a).
Para estes, Ele era apenas um bom homem pelo fato de não estar fazendo mal a ninguém, pelo contrário: curava os enfermos, ressuscitava os mortos, multiplicava os pães e peixes, levava uma palavra de amor e carinho a todos.
- Deixem Ele em paz. Só não queremos nada com Ele para que não se desestabilize a nossa vida político, econômica, social e religiosa que corre em paz.
- Queremos estar de bem com os anciãos do povo, sacerdotes, saduceus, fariseus, etc.
- Vamos ficar quietos aqui no nosso canto.
Esta é uma AFIRMAÇÃO DESCOMPROMISSADA.
Mateus 16;24.25 “Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á”.
Notem uma coisa de suma importância. Porque um grupo, mesmo ouvindo as palavras de vida do Senhor Jesus, mesmo vendo os grandes sinais e maravilhas que Ele fez, mesmo sabendo dos milagres portentosos realizados, não creram nEle?
O nosso Senhor dá a resposta: “Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas” (Jo 10.27)
Anteriormente Ele havia dito, após a multiplicação dos pães: “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora” (Jo 6.37).
III - EM TERCEIRO LUGAR, TEMOS O TESTEMUNHO DADO A FAVOR DELE PELOS SEUS DISCÍPULOS:
1. DE PEDRO, um dos seus discípulos que disse por divina revelação celestial:
“Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. (Mt 16.16).
Este é um TESTEMUNHO DA SUA MESSIANIDADE. Vemos isso em Paulo (Romanos 1.1-6)
Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus, o qual foi por Deu, outrora, prometido por intermédio dos seus profetas nas Sagradas Escrituras, com respeito ao Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor, por intermédio de quem viemos a receber graça e apostolado por amor do seu nome, para a obediência por fé, entre todos os gentios, de cujo número sois também vós, chamados para serdes de Jesus Cristo.
2. DE TOMÉ, outro dos seus discípulos que reconhecendo a Ressurreição do Senhor se prostrou compungido em profunda reverência: “Senhor meu e Deus meu”. (Jo 20.28).
Este é um TESTEMUNHO DO SEU SENHORIO E DIVINDADE.
Lemos sobre isso no testemunho de Paulo em Colossenses 1.15-19
Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, da Igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude
Lemos isso no testemunho da Carta aos Hebreus 1.3,4:
Ele é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles.
Vemos ainda sobre esse testemunho de Tomé no testemunho dado no Apocalipse 19.11-16
Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. Os seus olhos são chama de fogo; na sua cabeça, há muitos diademas; tem um nome escrito que ninguém conhece, senão ele mesmo. Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama o Verbo de Deus; e seguiram-no os exércitos que há no céu, montando cavalos brancos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro. Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente, pisa no lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-poderoso. Tem no seu manto e na sua coxa um nome inscrito: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES.
IV - E ÚLTIMO LUGAR, TEMOS O TESTEMUNHO DADO POR ELE MESMO EM JOÃO 10.1-21
1. Quem Ele era? “Eu sou o bom pastor”.
É uma confirmação das palavras dos salmos, dos escritos e dos profetas sobre a vinda do verdadeiro e real Pastor das ovelhas de Deus.
2. Por quem Ele se entregaria? “O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas”.
Ilustração: Filme “A maior de todas as guerras”.
Do livro do escritor Ernest Gordon.
“Conta a história real de um grupo de prisioneiros de guerra que trabalhava na Ferrovia de Birmânia, durante a II Guerra mundial. A cena tornou-se ainda inesquecível devido ao filme homônimo. O dia de trabalho havia terminado; as ferramentas estavam sendo contadas, como de costume.
No momento em que a tropa estava prestes a ser dispersada, o guarda japonês gritou que uma pá estava faltando. Ele insistiu que alguém a havia roubado para vender aos tailandeses.
Avançando a passos largos, para cima e para baixo diante dos homens, ele discursava e os condenava por sua perversidade e pela mais imperdoável de toda sua ingratidão ao Imperador. Gritando em um inglês caótico, ele exigiu que o culpado desse um passo à frente para receber a sua punição.
Ninguém se moveu; a ira do guarda atingiu novos patamares de violência. “Matar todos! Matar todos!”, ele gritou.
Para mostrar que realmente intencionava fazer o que havia dito, ele ergueu o seu rifle, apoiou-o em seu ombro e olhou na mira, pronto para atirar no primeiro homem no final da fila.
Naquele momento, o Argyll [Highlander] deu um passo à frente, ficou em posição de sentido e disse calmamente: “Eu fiz isso”.
Naquele momento, o Argyll [Highlander] deu um passo à frente, ficou em posição de sentido e disse calmamente: “Eu fiz isso”.
O guarda liberou todo o seu ódio acumulado; ele chutou o prisioneiro indefeso e lhe bateu com os punhos. Ainda assim, o Argyll se mantinha em posição de sentido, com o sangue escorrendo pelo rosto. O seu silêncio levou o guarda a uma raiva excessiva.
Apesar de estar perfeitamente claro que ele estava morto, o guarda continuou a espancá-lo e só parou quando estava esgotado.
Segurando o seu rifle pelo cano, ele o ergueu bem alto acima da cabeça e, com um grito final, golpeou fortemente o crânio do Argyll, que desabou inerte ao chão e não se moveu.
Apesar de estar perfeitamente claro que ele estava morto, o guarda continuou a espancá-lo e só parou quando estava esgotado.
Os homens que haviam sido designados para trabalhar pegaram o corpo de seu camarada, colocaram suas ferramentas sobre os ombros e marcharam de volta para o campo.
Quando as ferramentas foram contadas novamente na casa de guarda não faltava pá alguma. O guarda tinha contado errado. O jovem soldado que deu um passo a frente não havia roubado a pá. Ele havia dado a sua vida por seus amigos”. (Lutando contra a incredulidade – John Piper, Fiel, pgs. 11,12)
“Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos” (Jo 15.13).
Conclusão
A minha pergunta final é:
De que lado você está?
Do lado daqueles que eram inimigos ferozes e críticos do Senhor?
Do lado daqueles que apenas se simpatizavam com Ele?
Ou, do lado daqueles que nEle creram e depositaram toda a sua fé e confiança nele?
Por Antonio Coine
Por Antonio Coine