Fé e Obras


Entre as realidades inseparáveis na vida do cristão, além de vida religiosa e vida secular estão a fé e as obras. Tiago, apóstolo diz:

"... qual é o proveito se alguém disser que tem fé se não tiver obras? Por acaso esse tipo de fé pode salvá-lo? Se um irmão estiver carecido de roupas e necessitado de alimento cotidiano e qualquer dentre vós lhe disser: ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem contudo lhe dardes o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? Assim também a fé se não tiver obras por si mesma está morta" (Tiago 2:14-17).

A fé e as obras já foram comparadas a dois remos de uma embarcação. Se a gente remar com um só remo, o barco vira de um lado só, sem sair do lugar. Quando se rema com os dois remos é que o barco segue a sua rota com segurança.

Crer só, não é suficiente. O diabo também crê e estremece, e de que adianta isso? Ele só faz o que é mau. As obras são o resultado da fé e esta é mostrada pelas obras.

O apóstolo Paulo dá tanta importância a esse fato que chega a afirmar que o que não é de fé, é pecado, ou melhor, não atinge o verdadeiro objetivo do cristão no mundo. O cristão é salvo pela fé em Jesus Cristo, mas esta fé tem que ser evidenciada pelas obras do cristão no mundo.

Eu não posso dizer que creio num Deus que ama a verdade, e viver mentindo. Não posso dizer que creio num Deus de amor e viver odiando meu semelhante.



Não posso crer num Deus leal e sincero e viver caluniando as pessoas. O Deus em quem nós cremos é um Deus santo, de uma santidade que consiste na soma das perfeições de todos os seus atributos. 

Tudo que Deus é, Ele o é de maneira absoluta. Deus é justo, mas é perfeitamente justo. Deus é bom, mas é perfeitamente bom. Ele não pode ser mais justo do que bom. Nem mais bom do que justo. Nisso reside a santidade de Deus. E Deus exige que o cristão busque a santidade embora limitado pelas suas próprias condições humanas. 

Quem crê em Deus não pode ser desonesto, nem trapaceiro, nem maldoso. Geralmente as pessoas confundem caridade cristã como fruto da fé, com caridade como causa da fé. O cristão não é cristão porque pratica a caridade, mas ele pratica a caridade porque é cristão. 

No cristão a prática da caridade é conseqüência e não causa da fé. De nada adianta o indivíduo distribuir toda a sua fortuna em sustento dos pobres, se essa distribuição não for motivada pelo amor de Deus que tem o seu reflexo na vida do cristão. 

As obras, como fruto da fé, beneficiam também a vida espiritual de quem recebe o favor. Esses movimentos que se fazem, em favor dos favelados, sem um programa de assistência moral e espiritual aos favelados, podem atender imediatamente suas necessidades, mas eles continuam tão vazios interiormente como estavam antes de receber a assistência. Juntamente com a dádiva que fazemos deve ir também a manifestação do nosso amor por aquele a quem estamos ajudando.

Caridade como desencargo de consciência só, não é caridade cristã. Caridade que não exige nenhum sacrifício da parte do doador, não é caridade cristã.

Ser cristão é ser seguidor dos ensinamentos de Cristo e Cristo ensinou: "Se alguém quiser vir após mim renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me". Renunciar a si mesmo é submeter a vontade própria à vontade de Jesus e procurar pensar e sentir como Ele pensou e sentiu a meu respeito.

Dizer-se cristão e agir como pagão é incoerência entre fé e obras e essas duas realidades na vida do cristão são como as duas faces de uma mesma moeda - inseparáveis.

Semeando Vida

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