Moisés recebeu do próprio Deus a incumbência de tirar o povo hebreu da terra do Egito. Tentando eximir-se da missão Moisés argumenta com Deus: "mas se eles me perguntarem quem me enviou a eles, que lhes responderei"?
Disse Deus a Moisés: assim lhes responderás: "Eu sou me enviou a vós". Ego eimi, diria Cristo mais tarde. E desde esse dia a expressão "eu sou" identificava o próprio Deus.
Jesus está no Getsemani. Os fatos estão se precipitando chegam os soldados e os principais dos sacerdotes a quem Judas procurara e de quem tinha recebido trinta moedas de prata em troca de Jesus.
Vendo o embaraço dos guardas e sabendo tudo que deveria acontecer, Jesus facilita as coisas para eles perguntando: a quem buscais? Responderam os soldados - a Jesus o nazareno. Respondeu-lhes Jesus: "ego eimi" - eu sou - e os guardas atemorizados recuam e caem por terra.
Eu Sou. Uma simples afirmação que na boca dos outros nenhum impacto causava na mente de quem a ouvisse, na boca de Cristo o identificava com o próprio Deus.
Jesus não é apenas o filho do Deus eterno, como querem alguns - isso eu também sou. Jesus é o eterno Filho de Deus. Ele não foi. Ele é. Ele está vivo atual e atuante, a orientar os seus fiéis.
Jesus não é uma ausência, mas uma presença real na vida do mundo: "eis que estou convosco sempre até a consumação dos séculos", prometera Jesus, e, como diz o apóstolo Paulo: "o Deus que não pode mentir, prometeu", Ele cumpre a sua promessa.
Jesus não é uma ausência, mas uma presença real na vida do mundo: "eis que estou convosco sempre até a consumação dos séculos", prometera Jesus, e, como diz o apóstolo Paulo: "o Deus que não pode mentir, prometeu", Ele cumpre a sua promessa.
Isso deve despertar nos cristãos um profundo senso de confiança e de gratidão. Não adoramos um Cristo morto, mas um Cristo vivo e que vivifica aqueles que nEle creem.
Logo depois da prisão de Jesus, estão alguns discípulos no pátio aquecendo-se, quando alguém se dirige a Pedro e lhe faz a seguinte pergunta: "não és tu também discípulo desse homem?" e Ele responde "ouk eimi" - eu não sou, respondeu ele isso três vezes e então o galo cantou.
Jesus diz uma só vez - eu sou - e os inimigos creem e se atemorizam. Pedro diz - eu não sou - e as pessoas não acreditam, precisando Pedro repetir mais duas vezes a mesma coisa - eu não sou.
A diferença é fácil de entender. Pedro era simplesmente homem, não era ainda convertido. Isso o próprio Cristo afirmou quando disse a Pedro: "Simão, Simão eis que satanás me pediu para vos cirandar como trigo, mas eu roguei ao Pai e tu, quando te converteres confirma teus irmãos".
O homem continua a dizer - eu não sou - e nessa negativa está toda a explicação para o fracasso do homem na busca da paz. Cristo continua a dizer - eu sou - e com isto, a oferecer todas as possibilidades de paz para o mundo.
O que é preciso é que os homens acreditem na suficiência de Cristo como mestre e como Deus. O que é preciso é que os homens tenham em Cristo, não um Deus, distante, morto, mas um Deus vivo, atual, atuante, que quer e pode dar paz e amor ao coração humano.
O convite ainda permanece: "vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei". Infelizmente a maneira do homem reagir a este convite, continua a despertar em Cristo a mesma censura que dirigia a seus contemporâneos: "e não quereis vir a mim para terdes vida".
Não há paz no mundo. A culpa não é de Cristo, o Eu sou. A culpa é sempre do homem exatamente por ser ele um eterno não sou.
Por Samuel Barbosa