Pedro escreveu essa carta de Roma (5.13) para cristãos espalhados por uma região que hoje é o norte da Turquia.
Naquela época, os cristãos viviam em grande sofrimento por causa perseguição sob as mãos de Nero. Por conta disso, o apóstolo escreveu para encorajar os seus leitores a fim de que permanecessem fiéis ao Evangelho.
Naquela época, os cristãos viviam em grande sofrimento por causa perseguição sob as mãos de Nero. Por conta disso, o apóstolo escreveu para encorajar os seus leitores a fim de que permanecessem fiéis ao Evangelho.
Em 1.13-21, ele exorta os cristãos para uma vida de obediência e santidade por causa da salvação em Cristo (v.3). Segundo ele, os cristãos devem cingir-se com o entendimento. Assim como um cinto era preso à roupa, o entendimento devia estar preso na vida dos crentes.
Entendimento quer dizer “mente” e isso significa que todos cristãos devem ter a mente firme num propósito.
Em outras palavras ele quer dizer: “Apertem o cinto! Se preparem para uma vida cristã vigorosa e firme!” Mas afinal, o que significava estar com a mente firme em ter uma vida cristã sólida?
Em outras palavras ele quer dizer: “Apertem o cinto! Se preparem para uma vida cristã vigorosa e firme!” Mas afinal, o que significava estar com a mente firme em ter uma vida cristã sólida?
Vejamos:
1. Ser sóbrio (v.13).
Esse é primeiro passo de uma mente firme – sobriedade. Pedro escreve: “sede sóbrios”.
Ser sóbrio quer dizer: estar calmo, sereno e atento. Naquele contexto de perseguição e sofrimento, os cristãos deviam estar atentos para algumas coisas.
São elas:
1ª. Eles deveriam dirigir suas atenções para o sofrimento de Cristo. Em sua carta, Pedro dá muita ênfase ao sofrimento de Jesus;
2ª. Pedro fala da relação do sofrimento de Cristo com a igreja, isto é, os cristãos eram co-participantes dos sofrimentos de Cristo (4.13). Aliás, isso era motivo de alegria. Pedro escreve: “Alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo”;
3ª. Os cristãos deviam estar atentos às ciladas do Diabo, tais como insubmissão aos mais velhos, orgulho, incredulidade (1 Pe 5.5-8);
4ª. Outros cristãos espalhados por outras partes do mundo também sofriam por causa da fé (1 Pe 5.9).
Isso nos ensina algumas importantes lições: Em nossa vida cristã está incluído o sofrimento. Não há possibilidade de uma pessoa ser cristã e não sofrer por isso. Tal como Cristo, a igreja espalhada pelo mundo também sofrerá, num nível maior ou menor.
No entanto, o sofrimento do presente anuncia a glória no futuro. Todo cristão deve estar atento para as situações nas quais o Diabo o estimula ao desrespeito e desobediência aos mais velhos, ao orgulho e à incredulidade na palavra de Deus. Cometer tais coisas, não somente é pecar, como é dar ouvidos à voz de Satanás.
2. Esperar na graça (v. 13).
Pedro continua escrevendo: “Esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo”.
O objetivo de Pedro aqui é inculcar em seus leitores a plena confiança na graça de Deus que trará a salvação final quando Jesus revelar-se a todo o mundo. Em outras palavras Pedro objetiva fazer com que os olhos de seus leitores se voltassem para o futuro glorioso que esperava por eles.
Aquele sofrimento, por mais terrível que fosse, seria temporário e a glória que estaria por vir será eterna. Portanto, ter uma “mente firme” em viver a vida cristã com solidez significa esperar confiantemente pela glória vindoura.
Isso nos ensina duas grandes verdades. 1ª. Grande é a ilusão em se acreditar que nesse mundo poderemos nos livrar do sofrimento.
A tendência é que ele aumente. Na melhor das hipóteses, o que desfrutaremos neste mundo é um refrigério, porém, nunca livramento completo; 2ª. O sofrimento do cristão por causa de sua piedade é o prenúncio da glória que lhe espera.
Por isso Paulo declarou: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas (2 Cor 4.17,18).
3. Não ser moldado pela velha natureza (v. 14).
A tendência é que ele aumente. Na melhor das hipóteses, o que desfrutaremos neste mundo é um refrigério, porém, nunca livramento completo; 2ª. O sofrimento do cristão por causa de sua piedade é o prenúncio da glória que lhe espera.
Por isso Paulo declarou: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas (2 Cor 4.17,18).
3. Não ser moldado pela velha natureza (v. 14).
Pedro em seguida adverte: “Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância”.
Segundo Pedro, “mente firme” significa não ser moldado pela velha natureza. Ele apela para o passado de seus leitores. Eram pessoas convertidas do paganismo, da idolatria, da imoralidade. Mas em Cristo se tornaram novas criaturas.
Por isso, seus pensamentos, suas atitudes e suas palavras, deviam ser moldados pelo Evangelho e não mais pelas antigas paixões. Para Pedro, falta de entendimento é fazer as vontades da mente perversa.
Paulo exibe essa mesma idéia e mostra que a falta de entendimento está naquele que não crê em Cristo, nem lhe obedece.
Ele escreveu: “Não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem” (Ef 4.17-18).
Ele escreveu: “Não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem” (Ef 4.17-18).
Essas palavras nos fazem um alerta. Nossa vida exige que nos empenhemos no trabalho, na busca pela estabilidade, na formação profissional, na educação dos filhos. Todas essas coisas são legítimas, mas elas não podem ser nosso principal anseio.
Nossa mente deve estar firme no propósito de refletir a imagem de Cristo. E para isso, é necessário que sejamos esculpidos pelo seu Evangelho e não pelos nossos pensamentos.
Nossa mente deve estar firme no propósito de refletir a imagem de Cristo. E para isso, é necessário que sejamos esculpidos pelo seu Evangelho e não pelos nossos pensamentos.
4. Temer a Deus (v. 17).
Pedro resume todas essas exortações demonstrando o principal fundamento para uma mente firme – o temor a Deus. Assim ele escreveu: “Portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação”.
Temer a Deus consiste em ter consciência de quem Ele é e o que pode fazer. Segundo a Bíblia Ele eterno em suas perfeições, é todo poderoso, é conhecedor pleno de todas as coisas, é santo, é soberano, é cheio de amor, de graça, misericórdia, bondade.
No entanto, Ele é justo, terrível em seus juízos e odeia o pecado. Segundo a Bíblia, devemos temê-Lo, pois isso é a base do saber.
Em Provérbios está escrito: “O temor do SENHOR é o princípio do saber” (Pv 1.7). Além disso, o salmista declara que o temor a Deus é a base para uma vida feliz: “Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos” (Sl 128.1)!
Em Provérbios está escrito: “O temor do SENHOR é o princípio do saber” (Pv 1.7). Além disso, o salmista declara que o temor a Deus é a base para uma vida feliz: “Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos” (Sl 128.1)!
Uma pessoa com a mente firme tem como principal virtude o temor a Deus. Isso porque sem temor a Deus não há dedicação em conhecê-lo. Sem conhecimento Dele, não é possível sobriedade, não há esperança, muito menos é possível ser esculpido por Ele.
Jesus falou sobre a necessidade do temor a Deus dizendo: “Não temais os que matam o corpo e, depois disso, nada mais podem fazer. Eu, porém, vos mostrarei a quem deveis temer: temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno. Sim, digo-vos, a esse deveis temer” (Lc 12.4-5).
Conclusão
Podemos ter muitas definições de sabedoria, entendimento ou de firmeza pensamento. Contudo, a única definição correta vem da Bíblia. Segundo o que aprendemos hoje entendimento significa: ser sóbrio, esperar na graça, não ser moldado pela velha natureza e temer a Deus. Que saibamos destas coisas, mas principalmente, que entendamos suas implicações para nossas vidas.
Por Carlos Souza