Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram - 2 Coríntios 5.11-17 (14)
Geralmente ligamos a palavra constrangimento a algo negativo, quando nos sentimos obrigados a fazer uma determinada coisa por pressão. Todavia, a palavra constrangimento tem também um sentido positivo, de ser persuadido, convencido, movido a fazer algo por uma força boa e maior.
E é neste sentido que o amor de Cristo nos constrange. É um amor que nos persuade, nos convence, nos move numa direção específica e melhor. O apóstolo Paulo ao escrever sobre o ministério da reconciliação nos ensina porque o amor de Cristo nos constrange.
1. O amor de Cristo nos constrange a viver não de aparência.
Todos nós devemos estar conscientes do perigo que é viver um cristianismo de aparência. O apóstolo Paulo nos mostra o desagrado de Deus em relação a este tipo de atitude quando utiliza a frase "conhecendo o temor do Senhor" (v.11).
Ora, conhecer o temor de Deus é conscientizar-se de que cada um de nós, um dia, terá de prestar conta de todas as suas ações ante o tribunal de Cristo. (v.10)
Ora, conhecer o temor de Deus é conscientizar-se de que cada um de nós, um dia, terá de prestar conta de todas as suas ações ante o tribunal de Cristo. (v.10)
Por essa razão Paulo não vive de aparência e não esta preocupado com que as pessoas falam , mas sua preocupação é agradar a Deus.
Isso nos traz uma grande lição, pois muitas vezes nos preocupamos com as pessoas e não levamos em consideração o que Deus espera e deseja de nós. Os que se gloriam na aparência e não no coração, fazem da aparência externa um disfarce, uma máscara, dissolvendo a sinceridade do coração.
Devemos nos preocupar com Deus e não com as pessoas. Afinal, não adianta alguém agir honrosamente diante das pessoas se o seu coração não é reto diante de Deus. O verdadeiro cristão é constrangido por Cristo a viver uma vida autêntica!
2. O amor de Cristo nos motiva a viver uma vida de serviço.
A lembrança do grande amor que Cristo nos revelou ao se submeter à morte em nosso favor nos constrange a uma vida de serviço e obediência a Ele.
Por mais que o nosso coração seja duro, não conseguimos ficar insensíveis ao fato de que:
"Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si... ele foi transpassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades o castigo que nos traz a paz estava sobre ele e pelas suas pisaduras fomos sarados”( Isaías 53).
Jesus nos constrange a servir pelo amor e não simplesmente para cumprir ordens ou obrigações. O serviço do Reino não é um peso, mas um privilégio, é um ato de gratidão!
Que alegria poder participar desse tão maravilhoso projeto que é servir ao nosso Deus! Podemos afirmar como o salmista: “Alegrei me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor”. (Salmos 122.1)
3. O amor de Cristo nos constrange a viver em novidade de vida
Uma vez constrangidos pelo seu incomparável amor somos convidados por Cristo a viver uma nova vida e nos tornamos uma nossa criatura! Tudo aquilo que faz parte da nossa vida passada deve perder o valor.
Esse processo é caracterizado pelo apóstolo Paulo de maneira muito didática. (v.17) Ele chama de “coisas antigas” aquelas que não foram reformadas pelo Espírito de Deus, e assim usa a palavra em contraste com a graça de Deus que nos renova.
Já a expressão “passaram” significa “desvanecimento paulatino’. Ou seja, as coisas antigas que exerciam poder sobre a nossa vida vão aos poucos perdendo o valor e força, até que já não mais influenciarão o nosso viver. O que permanece é o homem renovado pelo poder do Espírito!
Para pensar
Você é constrangido pelo amor de Cristo?
Quais os riscos de viver uma vida de aparência externa?
Sinceramente, em nosso viver nos preocupamos mais em agradar as pessoas ou a Deus?
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Josimar Gabriel da Rocha é pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil. Formou-se Bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Sul em 1993 Foi ordenado pastor em 1995. Trabalhou como missionário no Rio Grande do Sul como plantador da Igreja de Alegrete, RS.