Deus proverá



Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros: contudo vosso Pai celeste as sustenta. - Mateus 6:25-34 (26)

Eu sou uma apaixonada pela natureza. Nada me refaz mais do que estar em contato com a criação de Deus. Como é maravilhoso poder observar as cores tão vivas, os sons, os cheiros que a natureza nos oferece. É uma verdadeira festa aguçando todos os sentidos!


Talvez seja por isto que Deus tem sempre tem me abençoado tanto nos lugares onde moro, dando me sempre, nem que seja um cantinho verde. Um pequeno lugar para algumas plantas, e eu já fico feliz!

Minha casa aqui em Pretória fica dentro de um centro para retiros e assim, a graça de Deus foi tamanha, que não tenho apenas um cantinho, mas um imenso jardim ao meu redor, com grandes árvores, muitas flores, e claro, muitos pássaros. Posso ouví-los cantar e vê-los pululando de galho em galho numa festa constante!

Com tantos pássaros assim, resolvi então pendurar um prato onde posso colocar comida para eles. Coloquei também uma grande bacia de cerâmica com água onde eles podem beber e tomar banho.

Um dia destes parei para observar, através da janela da minha cozinha, pássaros grandes e pequenos, se alimentando dos pedaços de mamão e sementes que eu havia colocado no prato e diante desta cena, não pude deixar de pensar nas palavras de Jesus sobre a nossa ansiedade pelas coisas da vida em Mateus 6, e pus-me a refletir em minhas ansiedades à luz da minha própria realidade no campo missionário, portanto “vivendo pela fé”.

Jesus disse: 

“Por isso vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que as vestes? Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo vosso Pai celeste as sustenta. Porventura não valeis vós muito mais do que as aves?” (v 25-26 JFA)

Frequentemente, em minhas peregrinações por tantas igrejas na árdua tarefa de levantar sustento missionário, e lá se vão 15 anos de peregrinação, quase sempre sou abordada por tal questão – o viver pela fé!

“Deus proverá”, é a resposta que mais ouço.

A impressão que tenho é que para muitos crentes, o missionário(a), pastor(a), ou seja, todo aquele(a) que é chamado para o serviço integral ao Senhor, tem o seu sustento automaticamente garantido, conforme o tamanho de sua fé. 

Fica portanto, relegado ao indivíduo em questão, a total responsabilidade pela provisão ou não de Deus para seu sustento pessoal e ministerial. Afinal, assim como Deus provê para as aves dos céus que dependem exclusivamente da graça divina para sua sobrevivência, quanto mais, devemos nós que O servimos em Seu Reino, depender e esperar por Sua provisão diária.

Ao meditar neste texto, vejo que sim, Jesus realmente nos ensina a todos, a dependermos dele para nosso sustento em tudo que precisamos, pois segundo o próprio Jesus, temos até mais valor do que as aves dos céus (v 26b). Eu posso contar de experièncias extraordianárias em ver o Senhor prover para necessidades que para mim pareciam impossíveis. Deus é de fato, o Grande Provedor!

No entanto, quero refletir aqui, uma outra questão sobre a provisão de Deus – o como esta provisão se tornará realidade em minha vida. Como o dinheiro que preciso para pagar despesas ordinárias do dia a dia, coisas corriqueiras como aluguel, contas de água e luz, comida, e mesmo material para o ministério, enfim, todos os recursos financeiros que preciso para fazer o que fui chamada para fazer, poderá chegar em minhas mãos?

Não tenho outra resposta, se não a de que, entendo pela própria experiência, que a provisão de Deus virá da Sua Igreja, de entre o Seu próprio povo, de homens, mulheres, jovens, crianças que o próprio Deus chama para sustentar a Sua obra ao redor do mundo.

Recentemente li o livro de Êxodo e mais uma vez me chamou a atenção a rápida disposição dos Israelitas na contribuição para a construção do Tabernáculo (Ex 35:4-9; 20-28). Acho interessante notar que Deus chamou o Seu próprio povo para contribuir com a construção, mesmo que Ele mesmo havia provido as riquezas ao longo do caminho, mas o povo teve a escolha de contribuir ou não.

Consideremos ainda, que este povo estava peregrinando pelo deserto há anos e talvez até pudesse recusar-se a entregar os seus tesouros com a desculpa de que iriam precisar de tudo que tinham para se estabelecerem na terra prometida. No entanto, ao serem chamados para contribuirem para a obra do Senhor, entregaram tudo e além do que era necessário.

Em minha observação dos pássaros se alimentando das sementes e frutas que eu coloquei no prato, pude ouvir uma doce voz falando ao meu coração que me trouxe grande alegria. “Eles estão se deliciando com os alimentos que você deu a eles”.

Que privilégio, o Senhor nos dá!

As aves dos céus não semeiam, não colhem e não ajuntam em celeiros, e o Senhor me dá a alegria de poder ser um instrumento Seu na provisão para elas.

E assim, também eu, ao exercer a minha fé, recebo a provisão divina através das mãos daqueles que o Senhor chama para sustentar a Sua obra. Através das ofertas de sacrifício que você querido irmão, querida irmã tem separado para a obra de Deus! Você faz parte deste grande contingente de abençoados chamados para serem abençoadores.

A Igreja foi e sempre será a responsável por cuidar das coisas do Senhor enquanto estiver neste mundo. O Reino de Deus avança conforme a Igreja se dispõe a cumprir este chamado.

Se você já contribui com a provisão para a obra de Deus, você é mais do que privilegiado.
Se você ainda não contribui, aproveito para lhe encorajar a se lançar nesta experiência de fé.
Sustente a obra de Deus!

Seja um instrumento nas mãos do Grande Provedor, para suprir as necessidades de servos(as) do Senhor que estão nos campos espalhados por toda a terra.

Tenho certeza, que assim como eu, você experimentará uma grande alegria em... observar as aves dos céus!

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Madalena Gomes é membro da Igreja Presbiteriana do Caminho em Londrina, formada em Teologia com ênfase em missões pelo ISBL Faculdade de Teologia de Londrina e em Letras pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). É missionária desde 1998, servindo pastores e líderes dos países de língua portuguesa na África através da CRM Empowering Leaders. Madalena mora em Pretória, África do Sul. (clique para entrar em contato)

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