- Meu pai,
Deus me guardou hoje de modo extraordinário.
- Como? Perguntou o pai.
Respondeu o
menino:
- O cavalo caiu comigo e eu não me machuquei.
O pai, muito experiente,
então disse ao filho:
- Meu filho, Deus me tem guardado de maneira muito mais
extraordinária
- Como? Perguntou o filho.
Ao que o pai respondeu:
- O cavalo nunca
caiu comigo.
Muitas vezes nós imitamos o menino da história, só
percebemos a bondade e o poder de Deus quando somos salvos, de maneira milagrosa,
de um grande perigo. Não nos damos conta de que quando não acontece nenhum
perigo é também pela bondade e poder de Deus.
Agradecemos a Deus porque
aconteceu um acidente, numa viagem conosco e não nos aconteceu nada de grave.
Mas não agradecemos quando chegamos de uma longa viagem durante a qual nenhum
acidente nos aconteceu. Isso é ingratidão.
Jesus afirmou: - Tudo que pedirdes ao Pai, em meu nome, eu
farei para que o Pai seja glorificado no filho. Ou então aconselha: - pedi e
dar-se-vós-a, buscai e encontrareis, batei e abrir-se-vos-a, porque a todos que
pedem será dado aos que buscam será dado encontrar e ao que bate se lhe abrirá.
Então nos encontramos numa situação difícil. Pedimos a Deus que nos ajude a
vencer e, quando passa a crise, nos admiramos da resposta de Deus às nossas
orações! Isso mostra que a gente não esperava ser atendido.
Eu comparo as
pessoas que se admiram das respostas positivas de Deus às suas orações ao
menino que faz uma prova na escola tira "A" de conceito. Então sai
gritando para que todos ouçam: - tirei A, tirei A. Isso prova que ele não
esperava tal conceito.
Assim é a pessoa que se admira das respostas de Deus às suas
preces. Pede, mas não espera ser atendido. Quando é atendido, se assusta. Esses
nem mereciam resposta.
A nossa tendência natural é de só notar atentamente o que
acontece de mal na vida. Ganhamos mil reais e depois perdemos cem reais na rua. Daí em diante nos esquecemos dos novecentos que ganhamos e não
perdemos, para só nos desgastarmos com a lembrança dos dez por cento que
perdemos.
Uma senhora de minha Igreja recebeu sua pensão do INSS. Ao sair do banco perdeu um terço do valor. Quando ela
me contou isso eu lhe perguntei se ela não estava triste por causa do dinheiro.
Com a maior calma ela me respondeu: - não estou triste, mais tem Deus para me
dado que o diabo pra me tirar.
Há um cantor de música popular que tem uma canção em que
afirma que não há felicidade. O que há são momentos felizes. Creio, contudo,
que é exatamente o contrário.
Não há infelicidade, o que há são momentos infelizes. Se ele estivesse com a razão todas as pessoas viviam chorando.
Só raramente a gente ia encontrar uma pessoa rindo. Na realidade o que acontece é o oposto. As pessoas estão sempre rindo; muito raramente encontramos uma pessoa chorando.
Não há infelicidade, o que há são momentos infelizes. Se ele estivesse com a razão todas as pessoas viviam chorando.
Só raramente a gente ia encontrar uma pessoa rindo. Na realidade o que acontece é o oposto. As pessoas estão sempre rindo; muito raramente encontramos uma pessoa chorando.
Nós precisamos nos disciplinar para darmos mais valor ao
positivo. Se ganhamos cem e perdemos dez, devemos pensar mais nos noventa que
ficaram.
Se passamos um dia, uma semana, um mês doentes devemos pensar nos demais dias, meses e anos que gozamos saúde. Se escapamos de um acidente numa viagem devemos dar mais atenção às demais viagens que fizemos sem acidente nenhum.
Se passamos um dia, uma semana, um mês doentes devemos pensar nos demais dias, meses e anos que gozamos saúde. Se escapamos de um acidente numa viagem devemos dar mais atenção às demais viagens que fizemos sem acidente nenhum.
Um velho presbítero ficou cego de repente. Ao invés de
lamentar a cegueira, orou a Deus agradecendo os oitenta anos de boa visão que
Deus havia dado até então.
Quando José se preparava para atravessar o Jordão na entrada
de Canaã, disse aos israelitas: - santificai-vos porque amanhã o senhor fará
maravilhas no meio de vós.
No dia seguinte atravessaram o Jordão a pé enxuto.
Não era a realização das maravilhas por Deus que se condicionava à santificação
do povo. A percepção dessas maravilhas é que se condicionava à santificação do
povo. Essa santificação era a harmonização entre a vontade do povo e a vontade
de Deus.
Por Samuel Barbosa