A pergunta suprema - Existe Deus?
Há os ateus confessos. Desses que não admitem nem tocar no nome de Deus. A propósito, uma vez perguntaram a um desses "ateus" se ele acreditava em Deus, na alma, na vida espiritual, ao que ele respondeu todo vaidoso: eu, graças a Deus, não acredito nessas bobagens. Traído pelo subconsciente.
Existe um tipo de ateu mais comum mais perigoso, porque hipócrita e enganador. Acreditam em Deus, mas não O temem. Vivem como se não cressem nesse mesmo Deus. Não admitem a necessidade de viver segundo a vontade do Deus em que dizem crer.
Vivem à vontade, cometendo todo tipo de devassidão, abafam a consciência com a confissão auricular, prejudicam o próximo, promovem a desarmonia e se dizem cristãos.
São os egoístas que só pensam em si e oprimem o próximo. A esses "cristãos servem as palavras do salmista e que encimam estas linhas, ou então as palavras do próprio Cristo; "Nunca vos conheci".
São os egoístas que só pensam em si e oprimem o próximo. A esses "cristãos servem as palavras do salmista e que encimam estas linhas, ou então as palavras do próprio Cristo; "Nunca vos conheci".
Mas existem os cristãos de religião limitada. O lugar da vida devocional dessas pessoas é muito limitado. Isolam a religião da vida prática. Vão à Igreja aos domingos, mas de segunda a sábado se esquecem de Deus. Para esses, Deus existe só um dia por semana.
Acham que a religião nada tem a ver com vida secular. É de se duvidar da fé daqueles que se dizem cristãos, mas que limitam a religião a determinados dias da semana ou a determinados afazeres da vida. A esses também podem se aplicar as palavras do salmista: "disse o néscio no seu coração não há Deus".
E há os indiferentes. Não praticam o mal, não prejudicam ninguém, não se negam a auxiliar o próximo necessitado, mas na religião não demonstram aquilo que é de se esperar do verdadeiro cristão, seguidor de Jesus Cristo. Possuem uma crença em Deus, mas não foram possuídos por essa crença.
O verdadeiro cristão, não possui a religião, mas é possuído por ela, foi isso exatamente o que descobriu o apóstolo Paulo: "Já não sou eu o que vive, mas Cristo é quem vive em mim". Jesus disse: "vós examinais as escrituras porque cuidais ter nelas a vida eterna e são elas que de mim testificam".
A maior preocupação sobre a nossa crença em Deus é saber até que ponto essa crença nos favorece, até que ponto ela favorece o nosso próximo, até que ponto ela favorece a igreja a que pertencemos, até que ponto ela favorece a comunidade em que vivemos.
Não se aplicarão a nós as palavras do salmista? Lembremo-nos de que todos aqueles que negam a existência de Deus, tanto os ateus confessos, como os outros, já foram qualificados pelo salmista: Néscios.
Ninguém expressou tão bem sua convicção da existência de Deus, aliando a fé à ciência, pela observação, do que Bocage no seu soneto Deus:
Os milhões de áureos lustres coruscantesque estão da azul abóbada pendendo
O sol e a que ilumina o trono horrendodessa que anima os ávidos amantes
As vastíssimas ondas arrogantesserras de espuma contra os céus erguendoa leda fonte, humilde o chão lambendoa lourejar as searas flutuantes
O vil mosquito, a provida formigaa rama chocalheira, o tronco mudotudo que há Deus a confessar me obriga
E para crer num braço autor de tudoque recompensa os bons, que os maus castiganão só da fé, mas da razão me ajudo
Da nossa fé e do dinamismo dessa fé é que dependem o sucesso e a felicidade da comunidade em que estamos vivendo.
Por Samuel Barbosa