Somos, não por nós, mas pela graça de Deus


Desventurado homem que sou!
 Quem me livrará do corpo desta morte? - Romanos 7.21-25

Um dos princípios que nortearam a Reforma do Século XVI concernente à salvação do crente, eleito de Deus, é a Sola Gratia, isto é, somente pela graça. 

Paulo desenvolve este tema em todas as suas epístolas. Lutero, Calvino e tantos outros reformadores, bem como grandes homens de passado como Wesley, Whitefield, anunciaram este grande princípio da Palavra de Deus. 

Também nós, temos ciência de que é tão somente pela graça que encontramos a redenção em Cristo Jesus.


Por isso que a Sola Scriptura, que é outro de nossos grandes princípios nos ensina no texto que colocamos de Rm 7.13-25, pois como escreveu um grande pregador de séculos passados, e que ninguém sabe o seu nome, mas em cuja iluminação da Palavra nos detemos para aplicá-la em nós, como ele disse: “Eu não sou o que: deveria ser; espero ser; era antes; mas, pela graça de Deus, Eu Sou o que sou”. 

Portanto, Somos, não por nós, mas pela graça. Deixemos que Paulo, nosso grande apóstolo e irmão nos conduza sob a orientação Espírito Santo. A grande verdade é que:

1 - Não somos ainda, o que DEVERÍAMOS ser. 
“Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?...pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto” (v.24 e 15b).

Apesar de crentes, salvos e redimidos pelo poder do Senhor Jesus, no entanto, enquanto ainda, na peregrinação desta terra, temos que nos defrontar com o velho homem, que, embora esteja vencido, no entanto, ainda habita em nós. Carregamos o corpo deste velho homem, até a nossa morte.

O pecado será totalmente tirado de cada um de nós quando adentrarmos os portais dos Tabernáculos Eternos recebidos pelo nosso Senhor.

2 - Não somos ainda, o que ESPERAMOS ser 
“Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo” (v.18).

A nós, foi concedido o Espírito Santo. Ele nos conduz à Pátria celestial. E para que possamos prosseguir tranquilamente enfrentando barreiras, tentações e lutas, Ele nos concedeu o Fruto, conforme narra com bastante maestria em Gálatas 5.16-26. 

Neste texto Paulo contrapõe as obras da carne que são os desejos do nosso velho homem, com o fruto do Espírito que é o comportamento cristão, a vida de um verdadeiro convertido. 

Se não somos ainda o que esperamos ser, então é só procurar viver o Fruto do Espírito que é a antecipação, aqui na terra, da plenitude de vida que teremos no céu.



3 - No Entanto, não somos mais o que ÉRAMOS antes. 
“Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora,...” (Ef 2.1-7).

Paulo responde-nos à pergunta que ele mesmo faz neste texto que estamos a meditar, endereçando-nos a Efésios 2.1-7. 

Portanto, não somos mais o que éramos antes, pois éramos e estávamos nas trevas como filhos da ira. Agora temos a vida que nos foi concedida pelo Senhor.

4 – Então, pela Graça de Deus, SOMOS o que somos. 
“Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo” (I Co 15.10).

Finalmente, Paulo nos conduz para o último argumento quando nos fala que “na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo” (Rm 7.18). 

Então corremos para I Co 15.10 e nos deparamos com esta maravilhosa declaração de que tudo é pela graça. 

  • Pela graça seremos o que deveríamos ser. 
  • Pela graça seremos o que esperamos ser. 
  • Pela graça não somos mais o que éramos. 
E, portanto, pela Graça, Somos O Que Somos. Eleitos, vocacionados para a salvação, redimidos, família de Deus, peregrinos nesta terra em demanda ao Céu, a Pátria do Cristão.

Por Antonio Coine

Semeando Vida

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