não a adorarás, nem lhes darás culto;” - Êxodo 20.4-6
Conta o Rev. Michael Green, famoso teólogo anglicano, de quem tive o privilégio de ter aula sobre evangelismo, em 1997, em Toronto, quando ali eu era pastor, em seu livro “A Evangelização da Igreja Primitiva”, que:
“Pompeu, o Imperador Romano, no ano 63 A.C. fez questão de entrar no templo de Jerusalém para ver o que havia no Santo dos Santos, do qual se fazia tanto mistério. Ele penetrou apesar dos gritos de ‘sacrilégio!’ e, para sua surpresa, encontrou exatamente nada! Os romanos não puderam compreender isto. Para eles era irracional que não houvesse qualquer imagem de um deus neste santuário escondido, e esta foi uma das razões porque mais tarde eles, às vezes, acharam que os judeus eram ateus”.
Isto aconteceu também com o Cristianismo que se negou a fazer imagens ou se prostrar perante elas como perante a estátua do Imperador Romano que exigia culto a ele.
Tem também acontecido com os protestantes reformados em cujos templos, na beleza da sua modesta simplicidade não há absolutamente nada além da Bíblia, dos elementos da Ceia do Senhor e do batistério com a água do Batismo (estes dois nos dias de Celebração da Ceia ou de Profissão de Fé e Batismos) símbolos estabelecidos pelo Senhor Jesus próprios para o Culto, mas sem nenhuma conotação de adoração ou mistificação.
Entre as leis proibitivas dos Dez Mandamentos vemos no segundo, uma boa orientação para um Culto sadio ao Deus Único e Verdadeiro. O que Deus nos ensina o 2º Mandamento?
Nos Ensina Que:
1 – NÃO DEVEMOS FAZER E ADORAR IMAGEM DE ESCULTURA
“Não farás para ti imagem de escultura... Não as adorarás, nem lhes darás culto;”. (v. 4)
Para quem tem um Deus Verdadeiro é desnecessário ter uma falsa imagem.
a) Em Primeiro Lugar Há Uma Proibição no Fabricar: “Não farás para ti imagem de escultura”. A ênfase na proibição está, em primeiro lugar, no crente. Deus o proíbe terminantemente de fazer uma imagem seja lá do que for, seja de animal, de aves, de pessoas, etc. Observe bem este texto.
b) Em Segundo Lugar Há Uma Ordenança no Adorar: “Não as adorarás nem lhes darás culto”. Adorar ou venerar uma imagem seja de madeira, ferro, barro, metal, etc., é uma abominação perante Deus. O profeta Habacuque 2.18 diz que é se submeter ao engano, pois “a imagem de fundição é mestra de mentiras”.
Prestar culto a imagens é deturpar a Glória do Deus Vivo e Verdadeiro, uma vez que, como o Senhor Jesus disse à mulher samaritana em João 4.24 que “Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade”.
2 – A QUEBRA NA OBSERVAÇÃO OU NA OBEDIÊNCIA A ESTE MANDAMENTO
“Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos” (vv. 5-6).
Implicará no seguinte:
a) Em Juízo. (v. 5b). Deus promete visitar com juízo severo aqueles que O desobedecerem indo atrás dos ídolos, dos deuses criados pelos homens. Também as próximas gerações destes, ou seja, a terceira e a quarta dos que não O seguem serão severamente castigadas, pois Deus leva em conta o fato de que os que assim procedem são pessoas que O odeiam.
b) Em Bênção. (v.6). Deus, para com aqueles que O obedecem promete misericórdia e bênçãos que irão até mil gerações. Se há maldição e juízo até a quarta geração dos que o aborrecem, há infinitas bênçãos, até a milésima geração, dos que O amam e observam os seus Mandamentos.
3 – A APROVAÇÃO E O AMOR DE DEUS
Pelo fato de ser zeloso. Deus requer as nossas afeições, fidelidade e nosso compromisso para com Ele. Ter o coração sempre voltado para Ele é um exercício espiritual daqueles que nEle creem e têm encontrado a razão da sua existência.
Deus nos criou para Si e por isso afirmamos a nossa fé dizendo que o nosso fim principal é o de glorificá-Lo em nossas vidas e gozar da sua graça para todo o sempre.
O grande Mandamento é o de amar a Deus de toda a alma, de todo o entendimento e de todo o coração, nunca substituindo-O por imagens, ídolos ou outras coisas criadas pela imaginação humana.
Conclusão
O que tem sido objeto da sua adoração? A quem você tem colocado á sua frente? O Deus vivo e verdadeiro ou as criações humanas?
Precisamos tomar cuidado pois muitas vezes os nossos ídolos são nossos familiares, nossos bens, nossos interesses particulares. Nada disso é mal desde que ocupe o seu lugar tendo como preferência a Deus.
Por Antonio Coine