"Eu não tenho nada com isso"!
Você já ouviu várias vezes essa frase. Você mesmo já disse isso muitas vezes, não disse? À parte o paradoxo da própria frase, quem não tem nada, é porque deve ter alguma coisa - será verdade que nós não temos nada com o que se passa o mundo?
Certa vez eu dei um trabalho
de redação sobre o tema: O Mundo sem Mim. Uma aluna resumiu o seu trabalho
dizendo que o mundo sem ela seria do mesmo jeito que é, dizendo com isso, que a
sua presença no mundo em nada alterava coisa alguma.
No comentário dos trabalhos eu peguei a redação dessa aluna e fiz as seguintes considerações: sobre a roupa que ela estava vestindo.
Eu perguntei se ela sabia quantas pessoas estiveram envolvidas na confecção daquela roupa, desde o plantio do algodão com toda sua preparação até a fabricação do tecido, depois a confecção, depois a embalagem, depois o trabalho da balconista, depois o trabalho da empregada que lava e passa a roupa.
Já imaginou quantas pessoas foram alimentadas com essa simples roupa que você está usando? E que falar então sobre sua alimentação diária. Imagine quantas pessoas estiveram envolvidas na preparação de um simples prato de comida!
No comentário dos trabalhos eu peguei a redação dessa aluna e fiz as seguintes considerações: sobre a roupa que ela estava vestindo.
Eu perguntei se ela sabia quantas pessoas estiveram envolvidas na confecção daquela roupa, desde o plantio do algodão com toda sua preparação até a fabricação do tecido, depois a confecção, depois a embalagem, depois o trabalho da balconista, depois o trabalho da empregada que lava e passa a roupa.
Já imaginou quantas pessoas foram alimentadas com essa simples roupa que você está usando? E que falar então sobre sua alimentação diária. Imagine quantas pessoas estiveram envolvidas na preparação de um simples prato de comida!
Então ela disse que bastava.
Já se convencera de que tinha alguma importância no mundo.
É isso aí. A sociedade é uma
corrente. Cada cidadão é um elo dessa corrente. Quando se perde um elo a
corrente fica mais curta.
Sempre temos a ver, com tudo o que se passa, se não diretamente, indiretamente temos, como participantes do mesmo corpo social.
Na parábola do bom samaritano, o sacerdote e o levita devem ter pensado assim - eu não tenho nada a ver com isso: não fui eu quem assaltou o homem e, por isso, passaram de largo, nada fazendo para ajudar o ferido.
O samaritano parou - não fora ele também que fizera aquilo, mas parou e deu assistência ao ferido. Ele estava envolvido, se não no negativo assaltando o homem, no positivo, ajudando o homem.
Sempre temos a ver, com tudo o que se passa, se não diretamente, indiretamente temos, como participantes do mesmo corpo social.
Na parábola do bom samaritano, o sacerdote e o levita devem ter pensado assim - eu não tenho nada a ver com isso: não fui eu quem assaltou o homem e, por isso, passaram de largo, nada fazendo para ajudar o ferido.
O samaritano parou - não fora ele também que fizera aquilo, mas parou e deu assistência ao ferido. Ele estava envolvido, se não no negativo assaltando o homem, no positivo, ajudando o homem.
Teologicamente há dois tipos
de pecado. O pecado por comissão - fazer o que é errado - e o pecado por omissão -
deixar de fazer o que é certo. Neste contexto é que devem ser consideradas as
palavras do apóstolo Tiago: "aquele que sabe fazer o bem e o não faz
comete pecado". (Tiago 4.17)
O mundo sofre pela ação dos
pecadores por comissão que vivem semeando o ódio, a corrupção e a discórdia,
mas sofre também pela falta de ação dos pecadores por omissão, que ficam
alegando sempre que não têm nada com isso.
Reclamamos do governo sua inépcia, ou da corrupção que existe nas altas esferas, mas fomos nós que os elegemos. Então temos, sim, alguma coisa com isso. Se alguém joga uma casca de banana na calçada cometeu um pecado de comissão.
Você passa, vê a casca e não a tira da calçada, cometeu um pecado de omissão. Se alguém escorregar, cair e quebrar um membro, você é coparticipante da culpa pelo incidente.
Reclamamos do governo sua inépcia, ou da corrupção que existe nas altas esferas, mas fomos nós que os elegemos. Então temos, sim, alguma coisa com isso. Se alguém joga uma casca de banana na calçada cometeu um pecado de comissão.
Você passa, vê a casca e não a tira da calçada, cometeu um pecado de omissão. Se alguém escorregar, cair e quebrar um membro, você é coparticipante da culpa pelo incidente.
Um menino guiava um deficiente visual,
puxando-o com uma varinha. A prefeitura tinha aberto uma valeta na rua, sem as
devidas providências de segurança. O menino passou a valeta e não avisou o
amigo, que caiu na valeta.
O deficiente visual foi instruído a acionar a prefeitura para pagar as despesas com o hospital. Um ponto importante na defesa da prefeitura foi o fato de o deficiente visual ter um guia responsável pela sua segurança e que se omitiu, não avisou seu amigo.
O deficiente visual foi instruído a acionar a prefeitura para pagar as despesas com o hospital. Um ponto importante na defesa da prefeitura foi o fato de o deficiente visual ter um guia responsável pela sua segurança e que se omitiu, não avisou seu amigo.
De tudo isso concluímos que
não fazer o bem é tão, ou mais grave do que praticar o mal.
Gostaria de terminar este
artigo citando as palavras do Apóstolo Paulo - sou fã de São Paulo - "Para
que sejais irrepreensíveis e sinceros filhos de Deus, inculpáveis no meio de
uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no
mundo". (Filipenses 2.15)