João 3.1-21
No presente texto o Evangelista João descreve uma audiência concedida pelo Senhor Jesus a um homem muito culto, profundamente religioso e de grande influência na sociedade judaica. Seu nome era Nicodemos, e ele resolveu conversar com o Senhor Jesus numa noite.
Não sabemos se o motivo que o levou a ter a audiência à noite era devido às suas muitas atividades diárias bem como as do Senhor, uma vez que Nicodemos era membro do Sinédrio, a Suprema Corte dos judeus, e o Senhor Jesus também estava compromissado com o povo; ou se ele resolveu marcar a audiência naquele horário por receio ou por ter vergonha de se encontrar com o humilde Nazareno, embora reconhecendo a Sua messianidade.
No entanto, o que nos interessa é que ele foi procurar o Senhor que por sua vez teve uma grande oportunidade de fazer um evangelismo pessoal e mostrar a ele a verdadeira salvação redentora.
Este texto nos traz lições importantes:
1 - VEMOS UM HOMEM RELIGIOSO E CULTO, MAS ANALFABETO ESPIRITUALMENTE
“A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” ( vv. 3-6, 10).
O famoso bispo anglicano e consagrado escritor Rev. J. C. Ryle escreveu dizendo que “Nicodemos é uma ilustração do que seja uma fé falsa - a sua mente até certo ponto, aceitava a verdade de Cristo, porém o seu coração permanecia irregenerado”.
O Rev. John MacArthur acrescentou que Jesus mostra a Nicodemos três pontos importantes:
a) A Futilidade da Religião - exigindo que Nicodemos desistisse de tudo o que ele representava como fariseu.
b) A Unidade da Revelação - mostrando que a experiência da conversão sempre foi o plano de Deus que “mesmo no Velho Testamento, a salvação não era uma retribuição àqueles que observavam a lei; era uma dádiva àqueles que humildemente e pela fé procuravam a remissão dos seus pecados”.
c) A Necessidade da Regeneração - indicando que “a verdade espiritual não tem registro na mente daquele que não crê. A incredulidade nada compreende”. É coisa do homem natural (I Co 2.14 “O homem natural não aceita as cousas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente”).
2 - VEMOS O SENHOR MOSTRANDO A ELE DE ONDE PROCEDIA A BÊNÇÃO DA REDENÇÃO.
“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que Deus o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (v. 16).
Aqui, o Senhor nos mostra o amor de Deus derramado para com os seres humanos. Deus não tem prazer na morte e na condenação do homem ímpio. Ele não quer e nem deseja que ninguém pereça. Não há distinção nEle na grandiosidade do seu amor que se estende da mesma forma ao prisioneiro e ao bom pai de família, à prostituta e a honesta esposa e dona de casa, ao rico e ao pobre.
“Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados” (I Jo. 4.10).
3 - O SENHOR MOSTRA A NICODEMOS A PROVISÃO REDENTIVA E O MODO DE RECEBÊ-LA
“E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna” (v. 14,15).
O povo de Israel quando estava no deserto, em demanda à Terra Prometida, passou a murmurar, de tal forma, que o Senhor precisou exercer juízo enviando serpentes abrasadoras. Diante disso muita gente começou a morrer no deserto.
O povo clamou por misericórdia e Deus disse a Moisés que fundisse uma serpente de bronze e a colocasse numa estaca afixando-a num lugar onde todo aquele que fosse picado por uma serpente olhasse para ela para ser curado.
A pessoa ao olhar para a serpente, num ato de obediência a Deus, se lembrava do seu pecado e era curada por Ele.
A pessoa ao olhar para a serpente, num ato de obediência a Deus, se lembrava do seu pecado e era curada por Ele.
Também, cada ser humano foi picado pelo veneno do pecado e o único recurso de Deus foi a redenção oferecida na Cruz do Calvário na pessoa do Senhor Jesus. Assim sendo, todos aqueles que crêem no Senhor Jesus e confiam somente no poder redentor dEle são salvos. “Lembremos que a fé que justifica não é outra coisa senão a confiança que o pecador sente no Salvador” (J.C.Ryle).
Conclusão
Concluímos dizendo que “o homem justo é sempre, não há dúvida, reto e piedoso; mas o que o faz participante da redenção de Cristo não é a sua vida, e, sim, a sua fé”.
Por Antonio Coine