Refletindo sobre nossas reflexões, todas elas, quer seja artigo ou pregada no púlpito na igreja, no culto nos lares, daquelas que tentamos transmitir a desconhecidos que cruzam conosco por aí.
Algumas coisas me parecem bem nítidas e uma delas é a seguinte: não temos novidade alguma. Por mais que nos esforcemos em busca de algo original, quem sabe consigamos apenas dizer uma mesma coisa que já foi dita anteriormente, apenas mudando a forma.
Creio que isso seja fruto de nosso mundo alinhado a sistemática empresarial, como a ideia de que temos que produzir, produzir, melhorar, melhorar, não necessariamente nesta ordem.
Salomão dentro de suas inquietações, muito anteriores às minhas disse: O que foi tornará a ser, o que foi feito se fará novamente; não há nada novo debaixo do sol. Eclesiastes 1. 9 (NVI)
Mas então por que continuamos a pregar se tudo parece tão igual e as pessoas já ouviram isso?
Um pastor muito experiente, em tom de brincadeira disse outro dia:
Um pastor muito experiente, em tom de brincadeira disse outro dia:
- Olha, tem horas que não consigo encontrar um texto diferente dos que tenho pregado na Bíblia e cogito usar até os apócrifos (livros que não entraram na coleção de livros da Bíblia por alguma dificuldade de fonte, conteúdo ou outros critérios).
Algumas pessoas diriam: não vou mais a igreja porque já sei de tudo, já conheço tudo.
Aí outros contra atacam como a fabricação de novidades e eventos dentro da igreja, afinal, alguma coisa tem que atrair as pessoas pra lá.
Mas será que isso é algo bom? Vou além, será que Cristo gostaria de pegar "a laço" assim as pessoas?
Bem, pode-se mudar as formas, estratégias, os sistemas de governo dentro da igreja como organização, mas uma coisa nunca muda mesmo: Jesus é o centro das Sagradas Escrituras, se pregamos com coerência a respeito disso, Cristo vai acabar aparecendo em todas nossas mensagens.
E não é porque não nos esforçamos o bastante para tornar interessante a reflexão que o fazemos.
Simplesmente o é, porque nEle todas as coisas ganham real sentido, pois ele é o caminho a verdade e a vida, ou seja, nEle são dissipadas todas as nossas inquietações, o que fazer, para onde caminhar, no que acreditar e como recuperar aquilo que tínhamos antes do pecado original, a eternidade, o triunfo da vida sobre a morte.
Simplesmente o é, porque nEle todas as coisas ganham real sentido, pois ele é o caminho a verdade e a vida, ou seja, nEle são dissipadas todas as nossas inquietações, o que fazer, para onde caminhar, no que acreditar e como recuperar aquilo que tínhamos antes do pecado original, a eternidade, o triunfo da vida sobre a morte.
Mas então por que tanta inquietação por selecionar o que vamos refletir com nossos queridos irmãos, se a mensagem será a mesma independente de nossa capacidade criativa?
Quem sabe o espírito corporativo esteja tentando sobrepujar o centro de nossa pregação, pela obrigação de busca por excelência e até de relevância.
A excelência quem sabe pelo ego, para se destacar dentre os demais e agradar a todos, a relevância, quem sabe por tentar filtrar o que é de fato útil e não ter a sensação de estar pregando “mais do mesmo”.
A excelência quem sabe pelo ego, para se destacar dentre os demais e agradar a todos, a relevância, quem sabe por tentar filtrar o que é de fato útil e não ter a sensação de estar pregando “mais do mesmo”.
Mas o Apóstolo Paulo diz coisas que contrapõem a essas questões:
E a maioria dos irmãos, motivados no Senhor pela minha prisão, estão anunciando a palavra com maior determinação e destemor.
É verdade que alguns pregam a Cristo por inveja e rivalidade, mas outros o fazem de boa vontade.
Estes o fazem por amor, sabendo que aqui me encontro para a defesa do evangelho.
Aqueles pregam a Cristo por ambição egoísta, sem sinceridade, pensando que me podem causar sofrimento enquanto estou preso.
Mas, que importa? O importante é que de qualquer forma, seja por motivos falsos ou verdadeiros, Cristo está sendo pregado, e por isso me alegro. De fato, continuarei a alegrar-me(...)
Percebam que em cinco versículos, “Cristo” aparece três vezes só neste bloco de Filipenses 1. 14-18 (NVI).
E Paulo também afirma:
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça(...) 2 Timóteo 3. 16 (NVI)
Concluímos considerando então que, não importa que seja “mais do mesmo”, mas que tenha a motivação correta, que seja por amor a nossa reflexão junto aos demais amados de Deus, e não importa tanto assim qual é o trecho que servirá de base para reflexão, pois a Palavra de Deus nos foi dada por Ele mesmo, e toda ela é útil para aprendermos a viver agradando ao Senhor e a permanecer dentro de Seus propósitos.
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Danilo Cassemiro de Campos é pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil. Formado em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Sul em 2010. Ordenado em 2011. Bacharel em Design (Projeto do Produto) pela Faculdade Asseta de Tatuí (2008), além de Técnio em Processamento de Dados e Hardware (1998 e 2002). É fundador e editor do site www.desimax.com.br