B - O PROTESTANTISMO NO CONTINENTE
1. Alemanha
Antes da primeira Grande Guerra a organização protestante na Alemanha encontrava-se como a descrevemos no capítulo precedente. As igrejas protestantes eram quase todas as igrejas dos vários Estados, sob estrito controle do governo.
A vida religiosa não era bastante forte em virtude de uma onda de Racionalismo estéril entre os clérigos e pela propaganda que o governo fazia, nas igrejas, da política nacionalista. O socialismo anti-religioso provocou o afastamento de muita gente das igrejas oficiais.
A vida religiosa não era bastante forte em virtude de uma onda de Racionalismo estéril entre os clérigos e pela propaganda que o governo fazia, nas igrejas, da política nacionalista. O socialismo anti-religioso provocou o afastamento de muita gente das igrejas oficiais.
Na revolução de 1918, a igreja e o Estado estavam separados. Mas não havia hostilidade à igreja como na Rússia, e as igrejas protestantes não queriam perder todo o contato com o Estado.
Por isso, sob as novas leis da República Alemã e dos Estados, embora as igrejas não fossem oficiais, mantinham certa relação com o Estado e tinham direito de arrecadar contribuições.
Por isso, sob as novas leis da República Alemã e dos Estados, embora as igrejas não fossem oficiais, mantinham certa relação com o Estado e tinham direito de arrecadar contribuições.
Em 1921, foi organizada a Federação das Igrejas Evangélicas Alemãs, abrangendo vinte e oito dessas igrejas dos vários Estados: Evangélicas, Luteranas e Reformadas, incluindo a maioria dos protestantes alemães. Além destas havia as igrejas Livres: Luterana, Reformada, Batista, Metodista e outras.
As igrejas oficiais foram se reorganizando gradualmente para se adaptarem à nova situação. Com as suas novas constituições, que concediam aos leigos pronunciarem-se sobre os negócios eclesiásticos, elas se tornaram verdadeiramente igrejas do povo, como jamais o tinham sido.
As igrejas oficiais foram se reorganizando gradualmente para se adaptarem à nova situação. Com as suas novas constituições, que concediam aos leigos pronunciarem-se sobre os negócios eclesiásticos, elas se tornaram verdadeiramente igrejas do povo, como jamais o tinham sido.
As igrejas protestantes sobreviveram às terríveis condições resultantes da Primeira Guerra Mundial e, ao fim do decênio 1920-30, apresentaram considerável vitalidade. Surgiu um movimento de Missões Internas para evangelização e serviços sociais, e um ativo trabalho da mocidade.
Grupos pietistas deram nova vida ao sentimento devocional. O governo totalitário nazista exigia subordinação ao Estado, por parte das igrejas protestantes, como de outras organizações. O anti-semitismo nazista precipitou os acontecimentos.
O governo exigia a observância do "Parágrafo Ariano", restringindo o privilégio de membros de igrejas aos Arianos. Muitas pessoas e várias igrejas submeteram-se, tornando-se "Cristãos Alemães".
O governo exigia a observância do "Parágrafo Ariano", restringindo o privilégio de membros de igrejas aos Arianos. Muitas pessoas e várias igrejas submeteram-se, tornando-se "Cristãos Alemães".
Um grande grupo resistiu mantendo-se nas igrejas confessionais, assim consideradas porque sustentaram uma luta gloriosa em prol dos seus direitos, a fim de serem fiéis ao Evangelho.
Sofreram prejuízos financeiros, prisões de pastores e de leigos, fechamento de escolas e seminários para o preparo de ministros, etc. Ao rebentar a Segunda Guerra Mundial a situação era difícil de se descrever.
Sofreram prejuízos financeiros, prisões de pastores e de leigos, fechamento de escolas e seminários para o preparo de ministros, etc. Ao rebentar a Segunda Guerra Mundial a situação era difícil de se descrever.
2. A França
A separação da igreja e do Estado, em 1905, compeliu os protestantes a manterem suas próprias igrejas, o que logo aprenderam e muito bem.
A separação também contribuiu para organizações eclesiásticas: a União das Igrejas Evangélicas e a União das Igrejas Reformadas, esta última teologicamente mais liberal.
A separação também contribuiu para organizações eclesiásticas: a União das Igrejas Evangélicas e a União das Igrejas Reformadas, esta última teologicamente mais liberal.
Em 1905-1907 foi organizada uma Federação das Igrejas Protestantes incluindo, além das Reformadas, as Luteranas, Evangélicas Livres, Batistas e Metodistas.
Durante a Primeira Guerra Mundial, o protestantismo francês experimentou perdas severas em vidas e em finanças, mas ao fim da guerra recuperou-as um pouco com a anexação das igrejas luteranas e reformadas da Alsácia e da Lorena.
Durante a Primeira Guerra Mundial, o protestantismo francês experimentou perdas severas em vidas e em finanças, mas ao fim da guerra recuperou-as um pouco com a anexação das igrejas luteranas e reformadas da Alsácia e da Lorena.
Após a guerra reapareceu intensa atividade religiosa. O Protestantismo realizou especialmente um importante trabalho na evangelização nacional e nos serviços de caráter social, além de missões no estrangeiro, educação teológica do mais alto tipo. Demonstrou também muito zelo na vida religiosa das suas igrejas. Tal era a situação quando sobreveio a Segunda Guerra Mundial, em 1939.
Na Holanda, a situação do protestantismo no século XX era mais ou menos a mesma do século XIX. Cerca de metade da população pertencia às igrejas reformadas, tanto oficiais como livres; havia também outros grupos protestantes, comparativamente poucos.
Na Suíça, no princípio deste século, houve em três importantes cantões uma separação parcial, isto é, algumas igrejas se separaram do Estado. Em 1920, foi organizada a Federação Eclesiástica Suíça, dela participando todas as igrejas cantonais e algumas igrejas livres.
Depois da Primeira Grande Guerra Mundial o protestantismo suíço experimentou interesse extraordinário nos movimentos representativos do cristianismo Mundial.
Depois da Primeira Grande Guerra Mundial o protestantismo suíço experimentou interesse extraordinário nos movimentos representativos do cristianismo Mundial.
Muitas reuniões importantes de natureza ecumênica, verificaram-se na Suíça, tais como a Conferência sobre a Fé e Ordem, em Lausane, em 1927 e várias outras conferências, todas de caráter ecumênico.
Após separar-se da Suécia, em 1905, a Noruega tornou-se um reino independente. A sua população desde a Reforma é quase totalmente luterana. A Igreja Luterana oficial é teologicamente dividida, mas tem recebido estímulo pela influência que sua interpretação social do cristianismo exerce em outros países.
A Suécia tem forte Igreja Luterana oficial, é ativa no trabalho missionário, tanto no país como no estrangeiro. No século atual tem contribuído grandemente para a unidade teológica e eclesiástica, principalmente por influência do Arcebispo Soderblom, um dos grandes líderes do cristianismo, no mundo atual.
A Dinamarca também é quase totalmente luterana e tem uma Igreja Luterana oficial, cuja vida e trabalho são do mais alto padrão. O que a torna mais notável é o trabalho ativo por parte dos leigos.
4. Europa Central
Quando a Checoslováquia tornou-se uma república independente em 1918, verificou-se uma revolução religiosa. Um grupo de cerca de 30 por cento dos checos deixou a Igreja Católica Romana. Foi organizada uma igreja católica independente, bastante numerosa, separada de Roma.
Entrou também em grande atividade a Igreja Evangélica dos Irmãos Checos, uma igreja antiga ali existente e de caráter reformado. Havia também igrejas luteranas alemãs e eslovenas, e uma Igreja Reformada Magiar. O protestantismo fez rápido progresso enquanto existiu a república.
Na Áustria, no início do século XX, constatou-se um importante movimento de separação da Igreja Católica Romana que continuou após a Primeira Guerra Mundial. Quando a Áustria tornou-se independente, não obstante o país permanecer fortemente católico, suas igrejas luterana e reformada demonstraram vigor e atividade consideráveis.
Em virtude das perdas territoriais impostas à Hungria depois da primeira Guerra Mundial, a Igreja Reformada foi reduzida a cerca da metade do que era.
Mas ainda existem um milhão e meio de membros sustentando o seu trabalho no meio da confusão política reinante no país. Hungria tem também uma igreja luterana de cerca de um terço do número de membros da igreja reformada.
Mas ainda existem um milhão e meio de membros sustentando o seu trabalho no meio da confusão política reinante no país. Hungria tem também uma igreja luterana de cerca de um terço do número de membros da igreja reformada.
5. Os Países do Oriente
Enquanto a Polônia teve vida independente, os protestantes representavam quatro por cento duma população, da qual três quartos eram católicos romanos. Suas igrejas, a Luterana, a Reformada, e a Evangélica cumpriam corajosamente sua tarefa enquanto a Polônia existiu.
Na Estônia, Letônia e Lituânia, quando independentes, havia igrejas luteranas ativas, consistindo, em cada país, na maioria da população. Na Finlândia, o povo era quase todo luterano e possuía uma longa história da sua esplêndida vida eclesiástica luterana.
Na Rússia, após a Revolução de 1917, havia protestantes de vários ramos: luteranos, reformados, menonitas, batistas, metodistas, etc. A subseqüente política anti-religiosa do governo tornou quase impossível á vida das igrejas cristãs nesse país.
Por Robert Hastings Nichols
ÍNDICE
ÍNDICE
A preparação para o Cristianismo
01 - A contribuição dos Romanos, Gregos e Judeus
02 - Como era o mundo no surgimento do cristianismo
A fundação e expansão da Igreja
03 - Jesus e sua Igreja
04 - A Igreja Apostólica Até o Ano 100
A Igreja antiga (100 - 313)
05 - O mundo em que a Igreja vivia (100 - 313)
06 - Características da Igreja Antiga (100-313)
A Igreja antiga (313- 590)
07 - O mundo em que a Igreja vivia (313 - 590)
08 - Características da Igreja Antiga (313-590)
A Igreja no início da Idade Média (590 - 1073)
09 - O mundo em que a Igreja vivia (590-1073)
10 - Características da Igreja no início da Idade Média
11 - O cristianismo em luta com o paganismo dentro da Igreja
A Igreja no apogeu da Idade Média (1073 - 1294)
12 - A Igreja no Ocidente - O papado Medieval - Hildebrando
13a - Inocêncio III
13b - A Igreja Governa o Mundo Ocidental
14 - A guerra da Igreja contra o Islamismo - As cruzadas
15 - As riquezas da Igreja
16 - A organização da Igreja
17 - A disciplina e a lei da Igreja Romana
18 - O culto da Igreja
19 - O lugar da Igreja na religião
20 - A vida de alguns líderes religiosos: Bernardo, Domingos e Francisco de Assis
21 - O que a Igreja Medieval fez pelo mundo
22 - A igreja Oriental
Decadência e renovação na Igreja Ocidental (1294 - 1517)
23 - Onde a Igreja Medieval falhou
24 - Movimentos de protesto: Cataristas, Valdeneses, Irmãos
25 - A queda do Papado
26 - Revolta dentro da igreja: João Wycliff e João Huss
27 - Tentativas de reforma dentro da Igreja
28 - A Renascença e a inquietude social como preparação para a Reforma
Revolução e reconstrução (1517 - 1648)
29 - A Reforma Luterana
30 - Como Lutero se tornou reformador
31 - Os primeiros anos da Reforma Luterana
32 - Outros desdobramentos da Reforma Luterana
33 - A Reforma na Suíça - Zuínglio
34 - Calvino - líder da Reforma em Genebra
35 - A Reforma na França
36 - A Reforma nos Países Baixos
37 - A Reforma na Escócia, Alemanha e Hungria
01 - A contribuição dos Romanos, Gregos e Judeus
02 - Como era o mundo no surgimento do cristianismo
A fundação e expansão da Igreja
03 - Jesus e sua Igreja
04 - A Igreja Apostólica Até o Ano 100
A Igreja antiga (100 - 313)
05 - O mundo em que a Igreja vivia (100 - 313)
06 - Características da Igreja Antiga (100-313)
A Igreja antiga (313- 590)
07 - O mundo em que a Igreja vivia (313 - 590)
08 - Características da Igreja Antiga (313-590)
A Igreja no início da Idade Média (590 - 1073)
09 - O mundo em que a Igreja vivia (590-1073)
10 - Características da Igreja no início da Idade Média
11 - O cristianismo em luta com o paganismo dentro da Igreja
A Igreja no apogeu da Idade Média (1073 - 1294)
12 - A Igreja no Ocidente - O papado Medieval - Hildebrando
13a - Inocêncio III
13b - A Igreja Governa o Mundo Ocidental
14 - A guerra da Igreja contra o Islamismo - As cruzadas
15 - As riquezas da Igreja
16 - A organização da Igreja
17 - A disciplina e a lei da Igreja Romana
18 - O culto da Igreja
19 - O lugar da Igreja na religião
20 - A vida de alguns líderes religiosos: Bernardo, Domingos e Francisco de Assis
21 - O que a Igreja Medieval fez pelo mundo
22 - A igreja Oriental
Decadência e renovação na Igreja Ocidental (1294 - 1517)
23 - Onde a Igreja Medieval falhou
24 - Movimentos de protesto: Cataristas, Valdeneses, Irmãos
25 - A queda do Papado
26 - Revolta dentro da igreja: João Wycliff e João Huss
27 - Tentativas de reforma dentro da Igreja
28 - A Renascença e a inquietude social como preparação para a Reforma
Revolução e reconstrução (1517 - 1648)
29 - A Reforma Luterana
30 - Como Lutero se tornou reformador
31 - Os primeiros anos da Reforma Luterana
32 - Outros desdobramentos da Reforma Luterana
33 - A Reforma na Suíça - Zuínglio
34 - Calvino - líder da Reforma em Genebra
35 - A Reforma na França
36 - A Reforma nos Países Baixos
37 - A Reforma na Escócia, Alemanha e Hungria
A era da Reforma (1517 - 1648)
38 - A Reforma na Inglaterra
39 - Os Anabatistas
40 - A Contra-Reforma
41 - A Guerra dos Trinta Anos
42 - Missões
38 - A Reforma na Inglaterra
39 - Os Anabatistas
40 - A Contra-Reforma
41 - A Guerra dos Trinta Anos
42 - Missões
O cristianismo na Europa (1648 - 1800)
43 - A França e a Igreja Católica Romana
44 - A Igreja Católica Romana e a Revolução Francesa
45 - O declínio religioso após a Reforma
46 - O Pietismo
46 - A Igreja Oriental
47 - A Regra Puritana
48 - Restauração
49 - Revolução
50 - Declínio Religioso no começo do século 18
51 - O Reavivamento do Século 18 e seus resultados
52 - Os Pactuantes (Covenanters)
53 - O Século 18 na Escócia
54 - O Presbiterianismo na Irlanda
O Século 19 na Europa
55 - O Catolicismo Romano
56 - O Protestantismo na Alemanha, França, Holanda, Suíça, Escandinávia e Hungria
57 - O Movimento Evangélico na Inglaterra
58 - O Movimento Liberal
59 - O Movimento Anglo-Católico
60 - As Igrejas Livres
61 - As Igrejas na Escócia: despertamento, descontentamento e cisão
62 - As missões e o cristianismo europeu
O Século 20 na Europa
63 - História Política até 1935
64 - O Catolicismo Romano
65 - O Protestantismo no Continente
66 - A Igreja da Inglaterra
67 - As Igrejas Livres
68 - A Escócia
69 - A Igreja Ortodoxa Oriental
70 - Outros países orientais
71 - O Movimento Ecumênico
O cristianismo na América
72 - As primeiras tentativas
73 - As Treze Colônias
74 - Reconstrução e reavivamento após a Guerra da Independência
75 - O Século 19 até 1830
76 - 1830 - 1861
77 - 1861 - 1890
78 - 1890 - 1929
43 - A França e a Igreja Católica Romana
44 - A Igreja Católica Romana e a Revolução Francesa
45 - O declínio religioso após a Reforma
46 - O Pietismo
46 - A Igreja Oriental
47 - A Regra Puritana
48 - Restauração
49 - Revolução
50 - Declínio Religioso no começo do século 18
51 - O Reavivamento do Século 18 e seus resultados
52 - Os Pactuantes (Covenanters)
53 - O Século 18 na Escócia
54 - O Presbiterianismo na Irlanda
O Século 19 na Europa
55 - O Catolicismo Romano
56 - O Protestantismo na Alemanha, França, Holanda, Suíça, Escandinávia e Hungria
57 - O Movimento Evangélico na Inglaterra
58 - O Movimento Liberal
59 - O Movimento Anglo-Católico
60 - As Igrejas Livres
61 - As Igrejas na Escócia: despertamento, descontentamento e cisão
62 - As missões e o cristianismo europeu
O Século 20 na Europa
63 - História Política até 1935
64 - O Catolicismo Romano
65 - O Protestantismo no Continente
66 - A Igreja da Inglaterra
67 - As Igrejas Livres
68 - A Escócia
69 - A Igreja Ortodoxa Oriental
70 - Outros países orientais
71 - O Movimento Ecumênico
O cristianismo na América
72 - As primeiras tentativas
73 - As Treze Colônias
74 - Reconstrução e reavivamento após a Guerra da Independência
75 - O Século 19 até 1830
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78 - 1890 - 1929
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