D - A REFORMA NOS PAÍSES BAIXOS
A Reforma e as perseguições nos países baixos
Os Países Baixos foram daqueles territórios herdados por Carlos V, de modo que ele teve grande oportunidade de manifestar, nessas terras, sua tremenda hostilidade à Reforma.
Quando as ideias luteranas começaram a se difundir, Carlos V estabeleceu a Inquisição que logo demonstrou a sua eficiência, condenando à fogueira dois protestantes em 1523, os primeiros mártires da fé reformada.
Por mais de 30 anos Carlos V lutou contra o protestantismo, matando milhares e milhares dos seus súditos.
Apesar de tudo o protestantismo sobreviveu. A influência de Calvino tornou-se dominante através da obra dos missionários reformados, vindos da França e de Genebra. Aqui, como em outros lugares, o calvinismo demonstrou firmeza.
Em 1555 Carlos V foi sucedido por seu filho Felipe II, na Espanha e nos Países Baixos. Felipe foi mais carola e cruel do que o pai.
De tal sorte governou, que em poucos anos muitos povos das províncias estavam dispostos à revolta contra a tirania espanhola que estava esmagando as liberdades, levando todas as riquezas dessas províncias para o reino espanhol e matando o povo por causa da sua fé.
Nem todos esses patriotas eram protestantes, mas o era a maioria. Foi assim que a causa protestante nos países baixos tornou-se bastante identificada com a causa da liberdade nacional.
Guilherme de Orange
O líder deste partido patriótico era Guilherme, o Taciturno, príncipe de Orange, e alemão: não obstante, foi um dos mais nobres amigos dos Países Baixos.
Descobrindo que Felipe II estava convocando tropas para esmagar qualquer resistência ao governo, retirou-se Guilherme para a Alemanha, a fim de preparar-se para a guerra.
Ele tinha sido católico romano, embora sem fanatismo, e de pouco interesse em questões religiosas. Neste ínterim, conheceu a verdade evangélica e aceitou, dedicando-se muito ao estudo da Bíblia.
Este fato e a lembrança dos martírios que vira nos Países Baixos, tornaram-no um homem profundamente religioso.
Daí em diante, sua carreira foi dominada pela convicção de que ele próprio era um instrumento nas mãos de Deus para salvar seu povo adotivo da miserável e tirânica opressão espanhola.
Sua nobreza - e ninguém foi mais nobre no seu século - repousava na fidelidade com que ele obedeceu a essa chamada divina, como também por sua grandeza de alma e de mentalidade.
Único liberal entre todos os chefes religiosos dos seus dias, dedicou ele toda a sua vida para assegurar a liberdade religiosa a todos os homens e credos.
A guerra contra a Espanha
Em 1567 a Armada Espanhola chegou aos Países Baixos dirigida por aquele monstro de crueldade que foi o duque de Alba. A carnificina que este promoveu, veio enfraquecer irreparavelmente a causa da Reforma no sul e no leste do país.
No ano seguinte, Guilherme, o Taciturno, começou a guerra de libertação cuja descrição, de indômito valor e de sacrifícios inenarráveis é um dos mais nobres capítulos de toda a História.
No início da guerra, ele compreendeu que sua causa não triunfaria no sul dos Países Baixo, onde a espinha dorsal da resistência contra a Espanha tinha sido rebentada pelo aniquilamento da população protestante. Essas províncias do sul vieram a se constituir a moderna Bélgica, país católico romano.
Vitória da Holanda
Mas os protestantes do norte não lhes deram descanso, e com eles Guilherme alcançou o seu objetivo.
O momento decisivo da guerra foi quando o terrível cerco de Leyden foi quebrado pelo rompimento dos diques, o que permitiu a invasão do mar e dos navios de batalha dos marinheiros holandeses que atacaram as muralhas e as defesas inimigas.
Mesmo depois disto, houve encontros desesperados, mas Guilherme mostrou-se invencível no desejo de edificar uma nação livre. Embora tombasse em 1548 pelas mãos de um assassino, seu exemplo inspirou a seu povo a sustentar a boa causa com o auxílio de Deus, sem poupança de ouro ou de sangue.
Esta nobre causa teve a sua vitória final em 1609. Assim surgiu a poderosa nação protestante da Holanda.
Sua igreja nacional foi organizada, mesmo durante a guerra, com uma Confissão de Fé e uma forma de governo que seguiu o ensino de Calvino. Desta igreja procedeu a Igreja Reformada da América, às vezes conhecida como Igreja Reformada da Holanda.
Os arminianos
Ainda no século XVII surgiu uma profunda diferença teológica entre os protestantes da Holanda. Alguns teólogos holandeses sublinharam, nos termos mais extremados, a ideia calvinista de que Deus predestina alguns para a salvação e outros para a perdição, dando mais ênfase a isto do que o próprio Calvino.
Surgiu um partido que rejeitou esta ideia e afirmava que Cristo morreu por todos, e que o propósito de Deus, desde o princípio, foi salvar a todos os que crêem em Cristo. Este partido foi chamado arminiano por causa de Armínio que foi um dos seus líderes.
Para resolver esta disputa convocou-se, em 1618, o Sínodo de Dort cuja decisão contrariou os arminianos. Mas o ensino destes foi vitorioso na Holanda e se espalhou por toda a Inglaterra e, depois, na América.
A preparação para o Cristianismo
01 - A contribuição dos Romanos, Gregos e Judeus
02 - Como era o mundo no surgimento do cristianismo
A fundação e expansão da Igreja
03 - Jesus e sua Igreja
04 - A Igreja Apostólica Até o Ano 100
A Igreja antiga (100 - 313)
05 - O mundo em que a Igreja vivia (100 - 313)
06 - Características da Igreja Antiga (100-313)
A Igreja antiga (313- 590)
07 - O mundo em que a Igreja vivia (313 - 590)
08 - Características da Igreja Antiga (313-590)
A Igreja no início da Idade Média (590 - 1073)
09 - O mundo em que a Igreja vivia (590-1073)
10 - Características da Igreja no início da Idade Média
11 - O cristianismo em luta com o paganismo dentro da Igreja
A Igreja no apogeu da Idade Média (1073 - 1294)
12 - A Igreja no Ocidente - O papado Medieval - Hildebrando
13a - Inocêncio III
13b - A Igreja Governa o Mundo Ocidental
14 - A guerra da Igreja contra o Islamismo - As cruzadas
15 - As riquezas da Igreja
16 - A organização da Igreja
17 - A disciplina e a lei da Igreja Romana
18 - O culto da Igreja
19 - O lugar da Igreja na religião
20 - A vida de alguns líderes religiosos: Bernardo, Domingos e Francisco de Assis
21 - O que a Igreja Medieval fez pelo mundo
22 - A igreja Oriental
Decadência e renovação na Igreja Ocidental (1294 - 1517)
23 - Onde a Igreja Medieval falhou
24 - Movimentos de protesto: Cataristas, Valdeneses, Irmãos
25 - A queda do Papado
26 - Revolta dentro da igreja: João Wycliff e João Huss
27 - Tentativas de reforma dentro da Igreja
28 - A Renascença e a inquietude social como preparação para a Reforma
Revolução e reconstrução (1517 - 1648)
29 - A Reforma Luterana
30 - Como Lutero se tornou reformador
31 - Os primeiros anos da Reforma Luterana
32 - Outros desdobramentos da Reforma Luterana
33 - A Reforma na Suíça - Zuínglio
34 - Calvino - líder da Reforma em Genebra
35 - A Reforma na França
36 - A Reforma nos Países Baixos
37 - A Reforma na Escócia, Alemanha e Hungria
A Reforma e as perseguições nos países baixos
Os Países Baixos foram daqueles territórios herdados por Carlos V, de modo que ele teve grande oportunidade de manifestar, nessas terras, sua tremenda hostilidade à Reforma.
Quando as ideias luteranas começaram a se difundir, Carlos V estabeleceu a Inquisição que logo demonstrou a sua eficiência, condenando à fogueira dois protestantes em 1523, os primeiros mártires da fé reformada.
Por mais de 30 anos Carlos V lutou contra o protestantismo, matando milhares e milhares dos seus súditos.
Apesar de tudo o protestantismo sobreviveu. A influência de Calvino tornou-se dominante através da obra dos missionários reformados, vindos da França e de Genebra. Aqui, como em outros lugares, o calvinismo demonstrou firmeza.
Em 1555 Carlos V foi sucedido por seu filho Felipe II, na Espanha e nos Países Baixos. Felipe foi mais carola e cruel do que o pai.
De tal sorte governou, que em poucos anos muitos povos das províncias estavam dispostos à revolta contra a tirania espanhola que estava esmagando as liberdades, levando todas as riquezas dessas províncias para o reino espanhol e matando o povo por causa da sua fé.
Nem todos esses patriotas eram protestantes, mas o era a maioria. Foi assim que a causa protestante nos países baixos tornou-se bastante identificada com a causa da liberdade nacional.
Guilherme de Orange
O líder deste partido patriótico era Guilherme, o Taciturno, príncipe de Orange, e alemão: não obstante, foi um dos mais nobres amigos dos Países Baixos.
Descobrindo que Felipe II estava convocando tropas para esmagar qualquer resistência ao governo, retirou-se Guilherme para a Alemanha, a fim de preparar-se para a guerra.
Ele tinha sido católico romano, embora sem fanatismo, e de pouco interesse em questões religiosas. Neste ínterim, conheceu a verdade evangélica e aceitou, dedicando-se muito ao estudo da Bíblia.
Este fato e a lembrança dos martírios que vira nos Países Baixos, tornaram-no um homem profundamente religioso.
Daí em diante, sua carreira foi dominada pela convicção de que ele próprio era um instrumento nas mãos de Deus para salvar seu povo adotivo da miserável e tirânica opressão espanhola.
Sua nobreza - e ninguém foi mais nobre no seu século - repousava na fidelidade com que ele obedeceu a essa chamada divina, como também por sua grandeza de alma e de mentalidade.
Único liberal entre todos os chefes religiosos dos seus dias, dedicou ele toda a sua vida para assegurar a liberdade religiosa a todos os homens e credos.
A guerra contra a Espanha
Em 1567 a Armada Espanhola chegou aos Países Baixos dirigida por aquele monstro de crueldade que foi o duque de Alba. A carnificina que este promoveu, veio enfraquecer irreparavelmente a causa da Reforma no sul e no leste do país.
No ano seguinte, Guilherme, o Taciturno, começou a guerra de libertação cuja descrição, de indômito valor e de sacrifícios inenarráveis é um dos mais nobres capítulos de toda a História.
No início da guerra, ele compreendeu que sua causa não triunfaria no sul dos Países Baixo, onde a espinha dorsal da resistência contra a Espanha tinha sido rebentada pelo aniquilamento da população protestante. Essas províncias do sul vieram a se constituir a moderna Bélgica, país católico romano.
Vitória da Holanda
Mas os protestantes do norte não lhes deram descanso, e com eles Guilherme alcançou o seu objetivo.
O momento decisivo da guerra foi quando o terrível cerco de Leyden foi quebrado pelo rompimento dos diques, o que permitiu a invasão do mar e dos navios de batalha dos marinheiros holandeses que atacaram as muralhas e as defesas inimigas.
Mesmo depois disto, houve encontros desesperados, mas Guilherme mostrou-se invencível no desejo de edificar uma nação livre. Embora tombasse em 1548 pelas mãos de um assassino, seu exemplo inspirou a seu povo a sustentar a boa causa com o auxílio de Deus, sem poupança de ouro ou de sangue.
Esta nobre causa teve a sua vitória final em 1609. Assim surgiu a poderosa nação protestante da Holanda.
Sua igreja nacional foi organizada, mesmo durante a guerra, com uma Confissão de Fé e uma forma de governo que seguiu o ensino de Calvino. Desta igreja procedeu a Igreja Reformada da América, às vezes conhecida como Igreja Reformada da Holanda.
Os arminianos
Ainda no século XVII surgiu uma profunda diferença teológica entre os protestantes da Holanda. Alguns teólogos holandeses sublinharam, nos termos mais extremados, a ideia calvinista de que Deus predestina alguns para a salvação e outros para a perdição, dando mais ênfase a isto do que o próprio Calvino.
Surgiu um partido que rejeitou esta ideia e afirmava que Cristo morreu por todos, e que o propósito de Deus, desde o princípio, foi salvar a todos os que crêem em Cristo. Este partido foi chamado arminiano por causa de Armínio que foi um dos seus líderes.
Para resolver esta disputa convocou-se, em 1618, o Sínodo de Dort cuja decisão contrariou os arminianos. Mas o ensino destes foi vitorioso na Holanda e se espalhou por toda a Inglaterra e, depois, na América.
Por Robert Hastings Nichols
ÍNDICE
ÍNDICE
A preparação para o Cristianismo
01 - A contribuição dos Romanos, Gregos e Judeus
02 - Como era o mundo no surgimento do cristianismo
A fundação e expansão da Igreja
03 - Jesus e sua Igreja
04 - A Igreja Apostólica Até o Ano 100
A Igreja antiga (100 - 313)
05 - O mundo em que a Igreja vivia (100 - 313)
06 - Características da Igreja Antiga (100-313)
A Igreja antiga (313- 590)
07 - O mundo em que a Igreja vivia (313 - 590)
08 - Características da Igreja Antiga (313-590)
A Igreja no início da Idade Média (590 - 1073)
09 - O mundo em que a Igreja vivia (590-1073)
10 - Características da Igreja no início da Idade Média
11 - O cristianismo em luta com o paganismo dentro da Igreja
A Igreja no apogeu da Idade Média (1073 - 1294)
12 - A Igreja no Ocidente - O papado Medieval - Hildebrando
13a - Inocêncio III
13b - A Igreja Governa o Mundo Ocidental
14 - A guerra da Igreja contra o Islamismo - As cruzadas
15 - As riquezas da Igreja
16 - A organização da Igreja
17 - A disciplina e a lei da Igreja Romana
18 - O culto da Igreja
19 - O lugar da Igreja na religião
20 - A vida de alguns líderes religiosos: Bernardo, Domingos e Francisco de Assis
21 - O que a Igreja Medieval fez pelo mundo
22 - A igreja Oriental
Decadência e renovação na Igreja Ocidental (1294 - 1517)
23 - Onde a Igreja Medieval falhou
24 - Movimentos de protesto: Cataristas, Valdeneses, Irmãos
25 - A queda do Papado
26 - Revolta dentro da igreja: João Wycliff e João Huss
27 - Tentativas de reforma dentro da Igreja
28 - A Renascença e a inquietude social como preparação para a Reforma
Revolução e reconstrução (1517 - 1648)
29 - A Reforma Luterana
30 - Como Lutero se tornou reformador
31 - Os primeiros anos da Reforma Luterana
32 - Outros desdobramentos da Reforma Luterana
33 - A Reforma na Suíça - Zuínglio
34 - Calvino - líder da Reforma em Genebra
35 - A Reforma na França
36 - A Reforma nos Países Baixos
37 - A Reforma na Escócia, Alemanha e Hungria
A era da Reforma (1517 - 1648)
38 - A Reforma na Inglaterra
39 - Os Anabatistas
40 - A Contra-Reforma
41 - A Guerra dos Trinta Anos
42 - Missões
38 - A Reforma na Inglaterra
39 - Os Anabatistas
40 - A Contra-Reforma
41 - A Guerra dos Trinta Anos
42 - Missões
O cristianismo na Europa (1648 - 1800)
43 - A França e a Igreja Católica Romana
44 - A Igreja Católica Romana e a Revolução Francesa
45 - O declínio religioso após a Reforma
46 - O Pietismo
46 - A Igreja Oriental
47 - A Regra Puritana
48 - Restauração
49 - Revolução
50 - Declínio Religioso no começo do século 18
51 - O Reavivamento do Século 18 e seus resultados
52 - Os Pactuantes (Covenanters)
53 - O Século 18 na Escócia
54 - O Presbiterianismo na Irlanda
O Século 19 na Europa
55 - O Catolicismo Romano
56 - O Protestantismo na Alemanha, França, Holanda, Suíça, Escandinávia e Hungria
57 - O Movimento Evangélico na Inglaterra
58 - O Movimento Liberal
59 - O Movimento Anglo-Católico
60 - As Igrejas Livres
61 - As Igrejas na Escócia: despertamento, descontentamento e cisão
62 - As missões e o cristianismo europeu
O Século 20 na Europa
63 - História Política até 1935
64 - O Catolicismo Romano
65 - O Protestantismo no Continente
66 - A Igreja da Inglaterra
67 - As Igrejas Livres
68 - A Escócia
69 - A Igreja Ortodoxa Oriental
70 - Outros países orientais
71 - O Movimento Ecumênico
O cristianismo na América
72 - As primeiras tentativas
73 - As Treze Colônias
74 - Reconstrução e reavivamento após a Guerra da Independência
75 - O Século 19 até 1830
76 - 1830 - 1861
77 - 1861 - 1890
78 - 1890 - 1929
43 - A França e a Igreja Católica Romana
44 - A Igreja Católica Romana e a Revolução Francesa
45 - O declínio religioso após a Reforma
46 - O Pietismo
46 - A Igreja Oriental
47 - A Regra Puritana
48 - Restauração
49 - Revolução
50 - Declínio Religioso no começo do século 18
51 - O Reavivamento do Século 18 e seus resultados
52 - Os Pactuantes (Covenanters)
53 - O Século 18 na Escócia
54 - O Presbiterianismo na Irlanda
O Século 19 na Europa
55 - O Catolicismo Romano
56 - O Protestantismo na Alemanha, França, Holanda, Suíça, Escandinávia e Hungria
57 - O Movimento Evangélico na Inglaterra
58 - O Movimento Liberal
59 - O Movimento Anglo-Católico
60 - As Igrejas Livres
61 - As Igrejas na Escócia: despertamento, descontentamento e cisão
62 - As missões e o cristianismo europeu
O Século 20 na Europa
63 - História Política até 1935
64 - O Catolicismo Romano
65 - O Protestantismo no Continente
66 - A Igreja da Inglaterra
67 - As Igrejas Livres
68 - A Escócia
69 - A Igreja Ortodoxa Oriental
70 - Outros países orientais
71 - O Movimento Ecumênico
O cristianismo na América
72 - As primeiras tentativas
73 - As Treze Colônias
74 - Reconstrução e reavivamento após a Guerra da Independência
75 - O Século 19 até 1830
76 - 1830 - 1861
77 - 1861 - 1890
78 - 1890 - 1929
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história da igreja