Na seção anterior, vimos que João fala que a permanência mútua entre Deus e seus filhos é fruto da obra da Trindade.
Ou seja, comunhão com Deus é fruto da dádiva do Espírito, da obra de Jesus e do amor do Pai por nós. Nesses versículos, João fala do amor do cristão a Deus e, segundo ele, tal amor tem características próprias.
São elas:
Ou seja, comunhão com Deus é fruto da dádiva do Espírito, da obra de Jesus e do amor do Pai por nós. Nesses versículos, João fala do amor do cristão a Deus e, segundo ele, tal amor tem características próprias.
São elas:
1. O amor a Deus é se contrapõe ao medo (vv. 17-18).
“Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também nós somos neste mundo. No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor”.
“Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também nós somos neste mundo. No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor”.
No v. anterior, João fala que quem ama o próximo deixa evidente que está em comunhão com Deus. Já no v. 17, ele expande esse ensino dizendo que à medida que amamos ao próximo, nosso amor a Deus amadurece, ou seja, é aperfeiçoado.
O amor a Deus tem um grande efeito na vida do homem. Ele retira o medo do juízo. Paralelo a isso João ministra um ensino que produz segurança na vida do crente. Isto é, nós temos sido amados por Deus tal como Ele ama a Jesus. Portanto, o cristão pode ficar confiante e não temer a condenação do Senhor porque o amor do Pai está sobre ele.
Finalmente, João faz uma distinção entre medo e temor. Medo é próprio de quem não conhece a graça do Senhor nem sabe o que significa perdão. É a expressão de desespero e de falta de esperança diante de Deus. O temor, por sua vez, é bíblico. Consiste no respeito e na reverência diante de Deus.
O que tais palavras nos ensinam nos dias de hoje?
1. Se desejarmos que nosso amor a Deus seja sólido, o caminho é a obediência à sua palavra que, consequentemente, nos conduzirá a amarmos nosso próximo.
2. Estamos protegidos por conta do amor do Senhor. Não há nada que possa retirar de nós, a salvação da ira que está por vir. Lembremo-nos do ensino de Paulo: Por causa do amor de Deus, não há quem possa nos acusar e nos condenar.
Não há nada que possa nos desvencilhar desse amor (Rm 8.1-11). Portanto, confiemos no amor de Deus por nós que foi manifestado por meio de Cristo. Esse amor nos garante a salvação e o livramento da condenação.
Não há nada que possa nos desvencilhar desse amor (Rm 8.1-11). Portanto, confiemos no amor de Deus por nós que foi manifestado por meio de Cristo. Esse amor nos garante a salvação e o livramento da condenação.
2. O amor a Deus é resultado do amor dele por nós (v. 19).
“Nós amamos porque ele nos amou primeiro” (1 Jo 4.19).
“Nós amamos porque ele nos amou primeiro” (1 Jo 4.19).
Deus foi quem primeiro nos amou. Ele, livre e soberanamente, resolveu escolher alguns dentre o mundo antes da fundação do mundo para serem filhos adotivos por meio de Jesus (Ef 1.4). Paulo é claro a esse respeito.
Ele escreveu: “Assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade ”(Ef 1.4,5).
Ele escreveu: “Assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade ”(Ef 1.4,5).
Esse ensino tem fundamental importância na nossa vida cristã visto que ninguém pode bater no peito e arrogantemente dizer que ama a Deus. A causa do amor a Deus não reside em nós! Não fomos nós que tivemos a iniciativa de amar ao Senhor. Pelo contrário, somos o resultado da obra de Cristo. Se amamos a Deus e ao seu Filho, foi porque Ele nos amou sem que tivéssemos qualquer merecimento.
3. O amor a Deus se expressa pelo amor ao próximo (vv.20-21).
“Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão”.
Como já tem sido dito, João nessa carta combate os gnósticos que espalhavam sua perigosa mensagem nas igrejas. Apesar de professarem o amor a Deus, desprezavam o amor ao próximo o que comprovava a incoerência daquela profissão de fé. Para isso, João deixa claro que a confissão de fé (“Amo a Deus”) deve ser evidenciada pelo amor ao próximo. Para fundamentar esse argumento, ele usa dois argumentos.
O primeiro está relacionado com a doutrina da imagem e semelhança de Deus. O cristão é a imagem de Deus (ainda que obscurecida por conta do pecado). Sendo assim, como alguém pode dizer que ama ao Deus invisível, mas odeia aquele que é imagem de Deus.
O segundo argumento é a coexistência de amor ao próximo e a Deus. O amor a Deus e o amor ao próximo andam juntos. Se alguém, de fato, ama a Deus consequentemente, amará o seu irmão. Por outro lado, quem ama seu irmão, demonstra que de fato ama a Deus.
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O que aprendemos aqui é uma lição básica e que é repetidamente enfatizada por João. Ou seja, o cristianismo autêntico expressa graça, misericórdia e compaixão.
Aquele que de fato é cristão e foi alvo da misericórdia de Deus, deverá dispensar graça, misericórdia e compaixão pelo seu próximo. Somente assim, ficará evidente que essa fé é verdadeira não falsa. É através dos frutos que fica claro o amor a Deus é verdadeiro. Enfim, a fé genuína é operosa e não inerte.
Aquele que de fato é cristão e foi alvo da misericórdia de Deus, deverá dispensar graça, misericórdia e compaixão pelo seu próximo. Somente assim, ficará evidente que essa fé é verdadeira não falsa. É através dos frutos que fica claro o amor a Deus é verdadeiro. Enfim, a fé genuína é operosa e não inerte.
Conclusão
Não é difícil proferir a frase: “Eu amo a Deus”. É preciso, no entanto, entender que o amor a Deus tem características claras. O amor a Deus se contrapõe ao medo, é produto do amor Dele por nós e se evidencia no ato de amar nosso próximo. Que nossa profissão de fé seja verdadeira! Que nossa fé seja operosa! Que nosso amor a Deus seja demonstrado por meio de nossos frutos.
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