Um dos maiores problemas enfrentados por João era a influência dos gnósticos que disseminavam um ensino que prejudicaria a saúde espiritual das igrejas. Os gnósticos afirmavam ter um conhecimento secreto de Deus e, além disso, negavam a encarnação de Cristo.
Por esses motivos, João, nessa seção, demonstra que a fé verdadeira é acompanhada por santidade e amor. Em outras palavras, nessa seção, João mostra como pode se distinguir a fé verdadeira, da falsa.
Ele procede assim para que seus ouvintes pudessem distinguir o ensinamento certo do errado, o verdadeiro mestre do falso. Portanto, o apóstolo mostra as características de uma fé genuína.
Por esses motivos, João, nessa seção, demonstra que a fé verdadeira é acompanhada por santidade e amor. Em outras palavras, nessa seção, João mostra como pode se distinguir a fé verdadeira, da falsa.
Ele procede assim para que seus ouvintes pudessem distinguir o ensinamento certo do errado, o verdadeiro mestre do falso. Portanto, o apóstolo mostra as características de uma fé genuína.
1. A fé se evidencia pela compreensão correta acerca de Cristo (v.1a).
“Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus”;
Primeiro ponto colocado por João é o fato de que a fé verdadeira é fruto de uma correta concepção a respeito de quem era Jesus. Todo cristão genuíno confessa que Jesus encarnou-se, padeceu e morreu sob Pôncio Pilatos e ressuscitou ao terceiro dia.
O cristão verdadeiro confessa que Jesus é o Messias e foi enviado por Deus para salvar o mundo. Essa não era a confissão dos gnósticos pois diziam que Cristo parecia-se com um homem, além de negar a sua divindade. Portanto, aqueles homens eram impostores e lobos vestidos de ovelhas. Portanto, a compreensão correta sobre Cristo é uma das características da fé genuína.
Em todas as eras muito tem se falado a respeito de Jesus. Alguns acreditam que ele foi um espírito elevadíssimo (espiritismo), outros dizem que ele foi um grande mensageiro de Deus (Mulçumanos), para outros, ele foi um bom judeu (para alguns judeus), outros creem que embora governe a terra e tenha morrido para nos resgatar, negam que seja divino e digno de adoração (testemunhas de Jeová).
Embora algumas destas definições sejam aparentemente belas, Cristo não foi apenas um profeta, um bom cidadão e tampouco um espírito elevado.
Jesus foi, é e sempre será o Senhor que encarnou-se, morreu em nosso lugar para nos conceder reconciliação e livramento da ira de Deus. Qualquer definição que não afirme tais coisas não se caracteriza fé verdadeira. E sem fé, é impossível agradar a Deus (Hb 11.6).
Há ainda outros que chegam ao absurdo de colocarem Jesus como um garçom que está atento a nossos gestos e desejos (Teologia da prosperidade). Tal idéia é uma distorção acerca da pessoa de Cristo. Conforme dito, Ele é Senhor, soberano, justo de modo que não está a mercê do homem. É homem que deve se submeter à vontade de Cristo, e não Jesus se submeter aos caprichos humanos.
2. A fé se evidencia pelo amor a Deus e ao próximo (v. 1b).
“E todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido”.
Este é outro ponto determinante abordado por João. O cristianismo verdadeiro é composto por pessoas que nasceram de novo para uma nova vida. Nesta nova vida, o homem é habilitado para amar ao Senhor e ao seu próximo.
Portanto, não basta apenas a confissão de fé, é necessário que essa confissão seja confirmada pelo tipo de vida.
Nisso se estabelecia um contraste grande com os gnósticos, pois estes não davam importância para o ato de amar o próximo. Estavam mais preocupados em disseminar um ensino perigoso e continuar no conhecimento através de experiências.
Nisso se estabelecia um contraste grande com os gnósticos, pois estes não davam importância para o ato de amar o próximo. Estavam mais preocupados em disseminar um ensino perigoso e continuar no conhecimento através de experiências.
Isso ensina para os cristãos de todas as épocas que a fé genuína não se caracteriza por amplo conhecimento teológico, por sensações, arrepios, visões e coisas desta natureza, mas sim pelo amor a Deus e pelo próximo.
Pouco adianta as realizações dos homens ou fazer a afirmação de que se conhece a Deus se não houver demonstração de amor para com o seu próximo. Paulo ensinou:
“Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará” (1 Cor 13.1-3).
3. A fé se evidencia pela correta concepção de conhecimento de Deus (vv. 2,3).
“Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e praticamos os seus mandamentos. Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são penosos”.
Para João, o verbo conhecer tem importante função nas suas advertências. Os mestres gnósticos diziam ter um conhecimento especial de Deus. João, contudo afirma que o conhecimento verdadeiro de Cristo é expresso pelo ato de obedecer aos mandamentos do Senhor. O apóstolo ainda acrescenta que para os crentes verdadeiros, os mandamentos do Senhor não são penosos.
O justo, ainda que peque, tem prazer na lei do Senhor. Uma das provas disso é o salmo 119 que é uma declaração de amor à lei do Senhor. Dentre tantas declarações de admiração, o salmista escreve: “Aborreço a duplicidade (aquele que fica dividido), porém amo a tua lei” (Sl 119.113).
Portanto, na visão do apóstolo, a fé verdadeira se constitui no conhecimento de Deus. Esse conhecimento por sua vez, é o resultado do conhecimento e obediência à palavra do Senhor.
As palavras de João nos conduzem à reflexão de que o conhecimento a respeito de Deus é de fato um ato de intimidade. Essa intimidade, no entanto é constituída por experiências sobrenaturais, mas no conhecimento da palavra do Senhor, no amor e obediência à ela. O salmista escreve: “A intimidade do SENHOR é para os que o temem”. (Sl 25.14).
Temor na Bíblia diz respeito à reverência, respeito que em si, são expressões de obediência ao Senhor. Sendo assim, temor e obediência se inter-relacionam.
No mesmo salmo 25, Davi escreve: “Faze-me, SENHOR, conhecer os teus caminhos, ensina-me as tuas veredas. Guia-me na tua verdade e ensina-me, pois tu és o Deus da minha salvação” (vv. 4,5).
No mesmo salmo 25, Davi escreve: “Faze-me, SENHOR, conhecer os teus caminhos, ensina-me as tuas veredas. Guia-me na tua verdade e ensina-me, pois tu és o Deus da minha salvação” (vv. 4,5).
Portanto, não existe conhecimento de Deus no simples ato de orar, ter sensações, fazer alguma coisa pelo reino. Embora tais coisas sejam legítimas e possíveis no caso das sensações, em si mesmas, não se constituem em conhecimento de Deus.
O conhecimento verdadeiro de Deus se dá pela Escritura e obediência a ela. Essa obediência é prazerosa; o que é pesaroso para o cristão é ato de pecar contra o seu Senhor. Isso se constitui conhecimento de Deus. Consequentemente, isso é fé verdadeira.
O conhecimento verdadeiro de Deus se dá pela Escritura e obediência a ela. Essa obediência é prazerosa; o que é pesaroso para o cristão é ato de pecar contra o seu Senhor. Isso se constitui conhecimento de Deus. Consequentemente, isso é fé verdadeira.
4. A fé impede o cristão de ser influenciado (vv.4,5).
“Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?”
De acordo com João, a fé verdadeira não era aquela apregoada pelos mestres gnósticos. Como já tem sido dito, tais homens negavam a encarnação de Cristo, bem como sua divindade. Afirmações como estas são procedentes do mundo (1 Jo 4.5). Mundo este que está em oposição a Deus, cujos valores são decaídos.
Neste sentido, a fé verdadeira é aquela onde o discípulo permanece firme contra os falsos ensinos e não se deixa ser moldado pelo mundo. Em suma, a fé verdadeira capacita o cristão para vencer o mundo e, por isso, ele não é influenciado nem por ensino, nem por comportamento que não sejam cristãos.
As palavras de João, de forma simples mostra o que é fé verdadeira. Ela não se expressa por sentimentos ou sensações, mas sim por ações efetivas e concretas. Fé verdadeira é aquela que o discípulo reprova o que não é bíblico. Fé genuína é aquela em o discípulo não é moldado tanto por ensinamentos quanto por condutas que são reprováveis na Escritura.
Antes, ele é ensinado e habilitado para ser moldado pelo Senhor. Paulo escreve: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente” (Rm 12.2).
Finalmente, a fé verdadeira é aquela que ao invés do discípulo ser influenciado pelos outros, ele é quem assume a função de influenciar o mundo: Jesus ensinou: “Vós sois o sal da terra [...] Vós sois a luz do mundo.” (Mt 5.13,14).
Finalmente, a fé verdadeira é aquela que ao invés do discípulo ser influenciado pelos outros, ele é quem assume a função de influenciar o mundo: Jesus ensinou: “Vós sois o sal da terra [...] Vós sois a luz do mundo.” (Mt 5.13,14).
Conclusão
A fé em Cristo é o único meio para a salvação. Sem fé é impossível agradar a Deus. A verdadeira fé em Cristo, no entanto, tem características que a diferenciam de outras crenças. Ela se evidencia pela correta compreensão a respeito de Cristo e pela prática do amor a Deus e ao próximo.
A fé autêntica se evidencia pela correta concepção de conhecimento de Deus. Finalmente, quem tem a fé bíblica não se deixar ser influenciado. Que diante de tais ensinamentos sejamos conduzidos pelo Espírito a avaliarmos o tipo de fé que dizemos ter.
Mais sermões em 1 João
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15 - Por que devemos amar o próximo? - 1 João 4.7-12
16 - A comunhão com Deus - 1 João 4.13-16
17 - O amor a Deus - 1 João 4.17-21
18 - A verdadeira fé em Cristo - 1 João 5.1-5
19 - O testemunho de Deus sobre Jesus - 1 João 5.6-12
20 - A intercessão e a perdição - 1 João 5.13-19
21 - 1 João: Quem é o Cristão - 1 João 5.20-21
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Rev. Carlos Souza
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