Nesses versículos, João dá sequência ao seu argumento sobre como deve ser a reação do crente diante do pecado. O propósito de João aqui é combater a ideia de alguns mestres gnósticos. Segundo eles, a carne é má e o espírito é bom.
Sendo assim, o que a carne faz não interfere no espírito. Por conta dessa crença, aqueles homens praticavam todo tipo de pecado sem nenhum tipo de arrependimento. Esse tipo de ensino e conduta estavam sendo propagados nas igrejas.
Além disso, esses falsos mestres criam que tinham conhecimento de Cristo. Por isso, João passa a mostrar qual deve ser a relação do crente com Jesus. Essa relação comprovaria se de fato há conhecimento de Cristo e compreensão da Escritura. Vejamos como João trabalha essa questão.
1. A RELAÇÃO COM O ADVOGADO (vv.1,2).
“Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro”.
Primeiramente João deixa claro para seus leitores o objetivo de sua carta: Para que eles não pecassem. João aprendeu que o perdão e a graça de Jesus visam uma vida sem pecado. Para a mulher adúltera, por exemplo, Jesus havia dito: “Vai e não peques mais” (João 8 .11).
Depois disso, João ensina que se ainda assim, alguém pecar é possível contar com Cristo (v.1b). Jesus é o advogado do crente diante de Deus. A cena descrita por João é de um tribunal no qual o crente é apresentado diante do juiz.
Ele, contudo pode contar com Cristo, aquele que é o mais eficaz de todos os advogados. Ele é eficiente porque é Justo, isto é, ele é perfeito e sem pecado. Somente Jesus pode comparecer diante do tribunal de Deus para defender o crente.
Ele, contudo pode contar com Cristo, aquele que é o mais eficaz de todos os advogados. Ele é eficiente porque é Justo, isto é, ele é perfeito e sem pecado. Somente Jesus pode comparecer diante do tribunal de Deus para defender o crente.
Jesus não é apenas um mero advogado. Ele é a propiciação pelos pecados. Ou seja, com o seu sangue ele pagou pelo pecado do homem e satisfez a ira de Deus. De acordo com João, Cristo fez isso por ele, pelos seus leitores e por todos os crentes espalhados pela terra em todos os tempos (v.2b).
Essas palavras têm importantes aplicações para todos os cristãos. São elas:
A) Cuidado com o que você ouve por aí. Todo tipo de ensinamento que não trata o pecado como pecado, não vem de Deus. Todo ensino que não fala da necessidade de arrependimento e da graça de Cristo, pertence a homens e não de Deus. Todo ensino que não prega a santificação deve ser rejeitado.
B) Na visão de João, o pecado na vida do crente é um acidente e não algo normal, conforme observa Augustus Nicodemus. O crente verdadeiro é aquele que não se conforma com o pecado e não o tem como algo normal.
Antes, ele se entristece, lamenta, assim como quando ocorre um acidente. Sendo assim, viver pecando sem se importar com isso é algo que contraria a condição de nova criatura. Paulo declarou: “Porque o pecado não terá domínio sobre vós” (Rm 2.2).
E ainda: “Considerai-vos mortos para o pecado” (Rm 6.11). Sendo assim, o pecado na vida do crente não é algo normal, pelo contrário, é um acidente pelo qual ele se entristece e não se conforma.
E ainda: “Considerai-vos mortos para o pecado” (Rm 6.11). Sendo assim, o pecado na vida do crente não é algo normal, pelo contrário, é um acidente pelo qual ele se entristece e não se conforma.
C) Não devemos nos esquecer de que Jesus garante a nós o perdão de nossos pecados. Ele é o nosso advogado, aquele que sofreu a ira de Deus em nosso lugar.
O crente pode sofrer tristeza pelo pecado que ele cometeu, contudo, essa tristeza não pode abafar a sua confiança na promessa a respeito do perdão de Deus através de Jesus.
Lembremo-nos do que Paulo escreveu: “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1).
O crente pode sofrer tristeza pelo pecado que ele cometeu, contudo, essa tristeza não pode abafar a sua confiança na promessa a respeito do perdão de Deus através de Jesus.
Lembremo-nos do que Paulo escreveu: “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1).
Os falsos mestres daquela época diziam que tinham um conhecimento especial de Deus. Por causa disso, João propõe um teste para desmascarar aqueles homens e assim, não mais enganarem os cristãos daquelas igrejas.
O teste é simples: Primeiro ele diz: “Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: se guardamos os seus mandamentos” (v. 3). O conhecimento verdadeiro de Deus é caracterizado pela obediência à sua palavra.
Quem diz conhecer a Deus, mas não o obedece, é um mentiroso e não foi convencido pela verdade de que é um pecador, de que precisa andar como Cristo andou.
Por isso João afirma: “Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade” (v. 4).
Quem diz conhecer a Deus, mas não o obedece, é um mentiroso e não foi convencido pela verdade de que é um pecador, de que precisa andar como Cristo andou.
Por isso João afirma: “Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade” (v. 4).
Por outro lado, aquele que de fato conhece a Deus tem sido aperfeiçoado no amor de Deus. O que significa isso? É o amor de Deus que é aperfeiçoado no crente e o leva a amar ao Senhor e obedecê-lo.
E João finaliza dizendo que aquele que permanece em Cristo, também deve andar assim como ele andou. Isso quer dizer que aquele conhece intimamente ao Senhor, tem Jesus como modelo de obediência.
Certamente, essas palavras são significativas e nos fazem meditar nos seguintes princípios.
A) A evidência de que uma pessoa é de fato convertida se dá pelos seus frutos e pelo seu desejo de se parecer mais com Cristo. Não basta confissão de que é cristão, é necessário que Cristo seja visto na vida. Isso é importante por dois motivos.
Primeiro, porque somos levados a olharmos para nós mesmos, individualmente, e refletirmos sobre nossas ações. Segundo, porque agindo assim, identificamos aquelas pessoas que não devemos seguir nem dar crédito.
Primeiro, porque somos levados a olharmos para nós mesmos, individualmente, e refletirmos sobre nossas ações. Segundo, porque agindo assim, identificamos aquelas pessoas que não devemos seguir nem dar crédito.
B) Atenção: O fato de que os frutos revelam quem são as pessoas não quer dizer que o cristão deva agir como um agente secreto para provar a fé dos outros. Não faça disso a coisa mais importante de sua vida.
Cada um deve ter cuidado de si próprio. Paulo advertiu Timóteo com essas palavras: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina” (1 Tm 4.16). Se todos tiverem cuidado de si, toda a igreja cresce em maturidade.
Cada um deve ter cuidado de si próprio. Paulo advertiu Timóteo com essas palavras: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina” (1 Tm 4.16). Se todos tiverem cuidado de si, toda a igreja cresce em maturidade.
Conclusão
Jesus advertiu: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7.21). Jesus disse isso porque nem todos falam de seu nome, o conhecem e creem Nele.
Quem crê e o conhece de fato, crê na sua justiça e no seu perdão. Quem crê e conhece verdadeiramente, tem prazer em obedecê-lo. Que Deus nos ajude a refletirmos sobre essas verdades e aplicarmos em nossas vidas.
Mais sermões em 1 João
01 - A encarnação de Cristo - 1 João 1-4
Quem crê e o conhece de fato, crê na sua justiça e no seu perdão. Quem crê e conhece verdadeiramente, tem prazer em obedecê-lo. Que Deus nos ajude a refletirmos sobre essas verdades e aplicarmos em nossas vidas.
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02 - O crente, sua comunhão e sua relação com o pecado - 1 João 1.5-7
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04 - O amor como evidência da verdadeira conversão - 1 João 2.7-11
05 - Algumas certezas do cristão - 1 João 2.12-14
06 - Por que eu não devo amar o mundo - 1 João 2.15-17
07 - Os Anticristos - 1 João 2.18-26
08 - Permanência - 1 João 2.27-29
09 - As implicações e os desafios de ser filho de Deus - 1 João 3.1-6
10 - A descrição dos filhos de Deus - 1 João 3. 7-10
11 - O amor ao próximo (1) - 1 João 3.11-16
12 - O amor ao próximo (2) - 1 João 3.17-21
13 - A obediência aos mandamentos - 1 João 3. 22-24
14 - A ordem para o julgamento -1 João 4.1-6
15 - Por que devemos amar o próximo? - 1 João 4.7-12
16 - A comunhão com Deus - 1 João 4.13-16
17 - O amor a Deus - 1 João 4.17-21
18 - A verdadeira fé em Cristo - 1 João 5.1-5
19 - O testemunho de Deus sobre Jesus - 1 João 5.6-12
20 - A intercessão e a perdição - 1 João 5.13-19
21 - 1 João: Quem é o Cristão - 1 João 5.20-21
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Rev. Carlos Souza
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