João escreveu essa carta ainda no primeiro século, por volta dos anos 80 a 90. Ele enviou essa carta às igrejas que se localizava na província da Ásia, onde hoje é a Turquia. Nessa época ensinos perigosos estavam sendo disseminados na igreja. Mas que ensinos eram esses?
Esses ensinos eram provenientes de um movimento chamado gnosticismo. A doutrina central desse movimento era a afirmação que o espírito é bom e a matéria, o corpo, era totalmente má.
A partir disso eles ensinavam dois erros:
1º Jesus não teve um corpo, mas apenas aparentava ter um corpo.
2º. Como o corpo é mal, não há problemas em pecar, porque isso apenas vai destruir o corpo e não o espírito que é bom.
1º Jesus não teve um corpo, mas apenas aparentava ter um corpo.
2º. Como o corpo é mal, não há problemas em pecar, porque isso apenas vai destruir o corpo e não o espírito que é bom.
Sendo assim, João escreve com dois objetivos: 1º Falar dos erros que estavam sendo pregados. 2º Confirmar a verdadeira doutrina cristã. Pensando nisso, João, nesses quatro primeiros versículos, fala a respeito da realidade da encarnação de Cristo. E nisso, podemos aprender algumas das implicações deste ensino.
São elas:
São elas:
1. O ensino sobre a encarnação impede que os olhos se voltem para ensinos errados.
“O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida”.
O apóstolo declara que Cristo já existia antes da criação. Jesus não foi criado por Deus, pelo contrário, ele já existia e se manifestou em carne e osso às suas criaturas. João faz questão de deixar claro isso.
Os apóstolos não somente ouviram os ensinos de Jesus, eles o viram e o tocaram. Com isso o apóstolo quer combater a idéia de que Jesus apenas se parecia com homem. Negar a encarnação é negar o evangelho.
Os apóstolos não somente ouviram os ensinos de Jesus, eles o viram e o tocaram. Com isso o apóstolo quer combater a idéia de que Jesus apenas se parecia com homem. Negar a encarnação é negar o evangelho.
João se refere a Cristo como o verbo da vida. A palavra “verbo” é a tradução da expressão logos. A filosofia grega da época acreditava no conceito do logos. Logos era um princípio racional (que pensava) e impessoal (que não era uma pessoa).
Esse logos governava o universo e o destino dos homens. João pega usa esse conceito pra dizer que o logos é sim uma pessoa. Ele é Jesus e ele governa todas as coisas e o destino do homem.
Esse logos governava o universo e o destino dos homens. João pega usa esse conceito pra dizer que o logos é sim uma pessoa. Ele é Jesus e ele governa todas as coisas e o destino do homem.
Esse primeiro versículo nos ensina valores e princípios de extrema importância.
João, ao afirmar que Jesus é homem está testemunhando o que a Escritura disse: Que o Messias viria em carne.
Ao fazer isso, ele tenta fazer com que os olhos e coração de seus leitores se voltassem para a Escritura. Eles não podiam dar ouvidos àquelas pessoas que diziam que Cristo não era de carne e osso. A Escritura já havia dito isso (ex: IS 53).
Ao fazer isso, ele tenta fazer com que os olhos e coração de seus leitores se voltassem para a Escritura. Eles não podiam dar ouvidos àquelas pessoas que diziam que Cristo não era de carne e osso. A Escritura já havia dito isso (ex: IS 53).
O que aprendemos aqui é que qualquer ensino que não seja fundamentado na Escritura deve ser rejeitado. Lutero certa vez escreveu: “Qualquer ensinamento que não se enquadre nas Escrituras deve ser rejeitado, mesmo que faça chover milagres todos os dias”.
Uma igreja somente pode ser forte se sua vida for dirigida pela Escritura. É uma pena que há pessoas e líderes que pensam que igreja “forte” é aquela que tem muitas atividades, é aquela que canta muito e que até faz muitos trabalhos de evangelização.
Igreja forte e relevante é aquela que vive estuda a palavra, que vive a palavra e que luta para que a palavra não fique em segundo plano.
Igreja forte e relevante é aquela que vive estuda a palavra, que vive a palavra e que luta para que a palavra não fique em segundo plano.
Quando os olhos e o coração do povo estão voltados para a Escritura esse povo se fortalece e se torna resistente a todo ensino que não seja de fato, bíblico.
2. A doutrina da encarnação ensina o sentido verdadeiro de comunhão (vv. 2-4).
“E a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada), o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. Estas coisas, pois, vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa”.
João aqui continua dizendo que Cristo não permaneceu isolado na sua glória - Ele se fez carne. João e os demais apóstolos viram com os seus próprios olhos a Cristo e receberam seu ensino.
O que tanto João quanto os apóstolos faziam era transmitir aquilo que haviam ouvido de Cristo. Eles não haviam inventado nada. Seu ensino não era deles, mas sim de Cristo. A seguir, João deixa claro seu grande objetivo destas palavras: “Para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco”.
Se as pessoas aceitassem o ensino dos apóstolos, de fato estariam em comunhão com eles. Finalmente, João deixa claro que ele e os apóstolos se alegravam com a conversão daquelas pessoas, no entanto, a alegria só seria completa se eles mantivessem firmes naquilo que aprenderam.
Certamente, isso nos ensina um princípio de grande importância para o cristianismo a respeito do que a Bíblia fala de comunhão. Somente existe comunhão se houver concordância com a doutrina e submissão a ela. Não basta apenas o ensino, é necessária a aceitação. Não basta apenas a aceitação verbal, é necessária a submissão à Bíblia.
É uma pena que há líderes e pessoas que acreditam que unidade é aquela onde há muitas atividades em conjunto. A unidade bíblica é aquela onde todos os membros se dedicam à oração, ao cuidado mútuo e, fundamentalmente, onde todos são perseverantes na doutrina do Evangelho (Atos 2.42).
É uma pena que hoje existam muitos líderes que ao invés de pregarem o evangelho, estão mais preocupados em agradar os ouvidos sem a confrontação com o pecado e a necessidade de arrependimento.
Spurgeon certa vez escreveu: “Chegará um dia em que no lugar dos pastores alimentando as ovelhas haverá palhaços entretendo os bodes”.
Por outro lado, há líderes que estão preocupados em pregar algo que seja agradável para arrancar o dinheiro dos fiéis. Há uma frase postada em uma rede social que dizia: “O pastor se preocupa com o bem das ovelhas, já o lobo se preocupa com os bens das ovelhas”!
Conclusão
A encarnação de Cristo é um ensino fundamental da igreja. A vinda de Cristo foi prometida em todo o AT. Ao se cumprir fica comprovada que Deus é fiel em todas as suas palavras.
Portanto, o homem deve se sujeitar a esta palavra. Sendo assim, a doutrina da encarnação mostra que todo ensino que não for bíblico deve ser imediatamente rejeitado. O ensino sobre a encarnação mostra que a unidade somente é verdadeira quando é construída sob a direção da Escritura e obediência a elas.
Portanto, o homem deve se sujeitar a esta palavra. Sendo assim, a doutrina da encarnação mostra que todo ensino que não for bíblico deve ser imediatamente rejeitado. O ensino sobre a encarnação mostra que a unidade somente é verdadeira quando é construída sob a direção da Escritura e obediência a elas.
Que zelemos pelo estudo sério da Escritura. Que sejamos obedientes à elas para estarmos em preparados para rejeitar tudo aquilo que vem de Deus. Que zelemos pelo estudo sério da Escritura. Que sejamos obedientes à elas para que de fato estejamos em comunhão.
Por Rev. Carlos Eduardo Pereira de Souza
Por Rev. Carlos Eduardo Pereira de Souza
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05 - Algumas certezas do cristão - 1 João 2.12-14
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07 - Os Anticristos - 1 João 2.18-26
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09 - As implicações e os desafios de ser filho de Deus - 1 João 3.1-6
10 - A descrição dos filhos de Deus - 1 João 3. 7-10
11 - O amor ao próximo (1) - 1 João 3.11-16
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15 - Por que devemos amar o próximo? - 1 João 4.7-12
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17 - O amor a Deus - 1 João 4.17-21
18 - A verdadeira fé em Cristo - 1 João 5.1-5
19 - O testemunho de Deus sobre Jesus - 1 João 5.6-12
20 - A intercessão e a perdição - 1 João 5.13-19
21 - 1 João: Quem é o Cristão - 1 João 5.20-21