Ligava-se tanta importância a Roma como o centro do poder perseguidor no primeiro século que se nos dão três capítulos inteiros para retratar a sua destruição.
Trata-se duma série de cenas do espetáculo que revela o destino de Roma, como já disso se nos dera um rápido esboço em 14:8 e 16:19.
Trata-se duma série de cenas do espetáculo que revela o destino de Roma, como já disso se nos dera um rápido esboço em 14:8 e 16:19.
Apocalipse 17.1-191 - Veio um dos sete anjos que têm as sete taças e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se acha sentada sobre muitas águas,2 - com quem se prostituíram os reis da terra; e, com o vinho de sua devassidão, foi que se embebedaram os que habitam na terra.3 - Transportou-me o anjo, em espírito, a um deserto e vi uma mulher montada numa besta escarlate, besta repleta de nomes de blasfêmia, com sete cabeças e dez chifres.4 - Achava-se a mulher vestida de púrpura e de escarlata, adornada de ouro, de pedras preciosas e de pérolas, tendo na mão um cálice de ouro transbordante de abominações e com as imundícias da sua prostituição.5 - Na sua fronte, achava-se escrito um nome, um mistério: BABILÔNIA, A GRANDE, A MÃE DAS MERETRIZES E DAS ABOMINAÇÕES DA TERRA.6 - Então, vi a mulher embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus; e, quando a vi, admirei-me com grande espanto.7 - O anjo, porém, me disse: Por que te admiraste? Dir-te-ei o mistério da mulher e da besta que tem as sete cabeças e os dez chifres e que leva a mulher:8 - a besta que viste, era e não é, está para emergir do abismo e caminha para a destruição. E aqueles que habitam sobre a terra, cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida desde a fundação do mundo, se admirarão, vendo a besta que era e não é, mas aparecerá.9 - Aqui está o sentido, que tem sabedoria: as sete cabeças são sete montes, nos quais a mulher está sentada. São também sete reis,10 - dos quais caíram cinco, um existe, e o outro ainda não chegou; e, quando chegar, tem de durar pouco.11 - E a besta, que era e não é, também é ele, o oitavo rei, e procede dos sete, e caminha para a destruição.12 - Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda não receberam reino, mas recebem autoridade como reis, com a besta, durante uma hora.13 - Têm estes um só pensamento e oferecem à besta o poder e a autoridade que possuem.14 - Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com ele.15 - Falou-me ainda: As águas que viste, onde a meretriz está assentada, são povos, multidões, nações e línguas.16 - Os dez chifres que viste e a besta, esses odiarão a meretriz, e a farão devastada e despojada, e lhe comerão as carnes, e a consumirão no fogo.17 - Porque em seu coração incutiu Deus que realizem o seu pensamento, o executem à uma e deem à besta o reino que possuem, até que se cumpram as palavras de Deus.18 - A mulher que viste é a grande cidade que domina sobre os reis da terra.
Agora aqui se pinta Roma como uma grande meretriz que se assenta sobre muitas águas e pratica sua fornicação com os reis da terra; ela é culpada da fornicação espiritual por seu culto idolátrico, e ela seduz os reis das províncias, conquistando-os e levando-os a praticar o mal com ela.
As águas sobre que ela se assenta simbolizam o povo sobre que ela reina. Assim é ela descrita para João. Mas quando eles chegam a contemplar o palco onde se desenrola o espetáculo, ela está assentada sobre uma besta de cor de escarlata, que está cheia de nomes blasfemos e tem sete cabeças e dez chifres.
A besta, da cor do dragão demoníaco do capítulo 12, sem dúvida, é o Império que sustenta esta cidade infame. A mulher está vestida com todo o luxo e esplendor altaneiro, e tem na mão um cálice. Este contém as coisas impuras de sua fornicação.
Esta é evidentemente a mesma mulher retratada no versículo 6, onde vemo-la embriagada o tempo todo (particípio presente) com o sangue dos santos e mártires de Jesus.
Esta é evidentemente a mesma mulher retratada no versículo 6, onde vemo-la embriagada o tempo todo (particípio presente) com o sangue dos santos e mártires de Jesus.
"As abominações e a imundícia da sua prostituição" são, então, os males que provieram do seu culto idolátrico e da perseguição. Sua "progênie" é um tanto diferente da daquela Radiante Mulher do capítulo 12. O nome dela está escrito em sua testa, e é — "Mistério, a Grande Babilônia, a Mãe das prostituições e abominações da terra". Era um mistério, uma maravilha.
Que mulher e que besta cavalgada por ela! É ela a grande prostituta, a principal responsável pelo idolátrico culto ao imperador, e é a mãe duma família de prostitutas. Seu prazer é beber o sangue dos mártires, e está embriagada desse sangue.
Muitos dos adeptos da escola futurista acham que isto se refere à cidade de Babilônia, que será restaurada nos últimos dias. Já a escola da continuidade histórica afirma tratar-se da apóstata Igreja Católica Romana.
Talvez o caminho mais seguro seja ver bem a explicação que o anjo deu a João, quando disse: "Por que te admiras? Eu te direi o mistério da mulher e da besta que a traz." Ele explica que a besta "foi e já não é, e está para subir do abismo, e irá à perdição".
Este é um reflexo do mito de Nero redivivo. Aqui se pinta o Império Romano como personificado em Domiciano — o Nero reencarnado. O Império está às portas da destruição. O mundo pagão maravilha-se da história e do progresso de Roma. Os que são cristãos já não a admiram, pois sabem que ela está condenada.
A começar do versículo 9, o anjo explica que as sete cabeças da besta são sete montes; de fato, Roma estava edificada sobre sete colinas. Foram também sete os reis que estabeleceram as bases do grande império: Augusto, Tibério, Calígula, Cláudio, Nero, Vespasiano e Tito.
Há um oitavo que deverá ter sua parte nesta história, mas é um dos sete já mencionados — ele era, e é, a reencarnação da atividade maligna e perseguidora de Nero. Os dez chifres da besta representam o poderio do Império.
Este poderio estava nas suas províncias; e, por isso, este símbolo que o anjo identifica com "os dez reis que ainda não receberam o reino, mas receberão poder como reis, juntamente com a besta, por uma hora" deve referir-se aos reis vassalos, governadores das províncias de Roma, que recebem autoridade de Roma e exercem autoridade como delegados por um tempo muito breve — "uma hora".
Estes têm um pensamento único, que é obedecer ao Império Romano, personificado em Domiciano. Esta a razão de eles se mostrarem tão zelosos na perseguição aos cristãos.
Guerreiam o Cordeiro, mas este sai vitorioso, porque é "o Senhor dos senhores e o Rei dos reis". Virá logo a hora em que essas províncias terão a sua parte na destruição de Roma. E isto era justamente o que Roma temia mais.
Por toda parte do Livro dos Atos encontramos indícios desse medo que Roma tinha, ao levantar-se aqui ou ali uma rebelião ou qualquer efervescência que pudesse resultar em revolução.
O capítulo se encerra com a afirmativa de que a mulher — a prostituta que conheceu esta grande destruição — era a grande cidade que presidia sobre os reis da terra. O primeiro triunfo retratado para os cristãos é o da infalível destruição do Império Romano.
ÍNDICE
Literatura Apocalíptica
01 - Introdução
02 - A natureza da literatura apocalíptica
03 - As características da literatura apocalíptica
Métodos de interpretação do Apocalipse
01 - Método Futurista
02 - Método da Continuidade Histórica
03 - Método da Filosofia da História
04 - Método Preterista
05 - Método da Formação Histórica
A formação História do Apocalipse
01 - O autor do Apocalipse do Novo Testamento
02 - A data do Apocalipse
03 - Para quem foi escrito o Apocalipse
04 - As condições do Império Romano
Interpretação versículo a versículo
01 - Prefácio - Apocalipse 1.1-8
01 - Introdução
02 - A natureza da literatura apocalíptica
03 - As características da literatura apocalíptica
Métodos de interpretação do Apocalipse
01 - Método Futurista
02 - Método da Continuidade Histórica
03 - Método da Filosofia da História
04 - Método Preterista
05 - Método da Formação Histórica
A formação História do Apocalipse
01 - O autor do Apocalipse do Novo Testamento
02 - A data do Apocalipse
03 - Para quem foi escrito o Apocalipse
04 - As condições do Império Romano
Interpretação versículo a versículo
01 - Prefácio - Apocalipse 1.1-8
03 - Éfeso - Fiel, mas em falta - Apocalipse 2.1-7
04 - Esmirna - os santos sofredores - Apocalipse 2.8-11
05 - Pérgamo - quartel general do inferno - Apocalipse 2.12-17
06 - Tiatira - à espera da Estrela - Apocalipse 2.18-29
07 - Sardo - viva ou morta? - Apocalipse 3.1-6
08 - Filadélfia - a igreja com uma porta aberta - Apocalipse 3.7-13
09 - Laodicéia - a igreja com uma porta fechada - Apocalipse 3.14-22
10 - O Deus reinante - Apocalipse 4.1-11
11 - O Cordeiro Redentor - Apocalipse 5.1-14
04 - Esmirna - os santos sofredores - Apocalipse 2.8-11
05 - Pérgamo - quartel general do inferno - Apocalipse 2.12-17
06 - Tiatira - à espera da Estrela - Apocalipse 2.18-29
07 - Sardo - viva ou morta? - Apocalipse 3.1-6
08 - Filadélfia - a igreja com uma porta aberta - Apocalipse 3.7-13
09 - Laodicéia - a igreja com uma porta fechada - Apocalipse 3.14-22
10 - O Deus reinante - Apocalipse 4.1-11
11 - O Cordeiro Redentor - Apocalipse 5.1-14
12 - O 1° Selo - O Cavalo Branco: Conquista - Apocalipse 6.1,2
13 - O 2° Selo - O Cavalo Vermelho: Guerra - Apocalipse 6.3,4
14 - O 3° Selo - O Cavalo Preto: A Fome- Apocalipse 6.5,6
15 - O 4° Selo - O Cavalo Amarelo: Pestilência - Apocalipse 6.7,8
16 - O 5° Selo - Os Santos Martirizados: Perseguição - Apocalipse 6.9-11
17 - O 6° Selo - O Terremoto: O Juízo - Apocalipse 6.12-17
18 - A proteção para os redimidos - Apocalipse 7.1-17
19 - O 7° Selo - Parte 1 - Apocalipse 8.1-13
20 - O 7° Selo - Parte 2 - Apocalipse 9.1-21
13 - O 2° Selo - O Cavalo Vermelho: Guerra - Apocalipse 6.3,4
14 - O 3° Selo - O Cavalo Preto: A Fome- Apocalipse 6.5,6
15 - O 4° Selo - O Cavalo Amarelo: Pestilência - Apocalipse 6.7,8
16 - O 5° Selo - Os Santos Martirizados: Perseguição - Apocalipse 6.9-11
17 - O 6° Selo - O Terremoto: O Juízo - Apocalipse 6.12-17
18 - A proteção para os redimidos - Apocalipse 7.1-17
19 - O 7° Selo - Parte 1 - Apocalipse 8.1-13
20 - O 7° Selo - Parte 2 - Apocalipse 9.1-21
21 - O anúncio da desforra - Apocalipse 10.1-11
22 - A medição do Templo e as duas testemunhas - Apocalipse 11.1-19
22 - A medição do Templo e as duas testemunhas - Apocalipse 11.1-19
24 - O sinal da Besta 666 - Apocalipse 13.1-18
25 - As forças da retidão chefiadas por Deus - Apocalipse 14.1-20
25 - As forças da retidão chefiadas por Deus - Apocalipse 14.1-20
28 - A mulher escarlate: Roma - Apocalipse 17.1-18
29 - A profecia da queda: os aliados de Roma - Apocalipse 18.1-24
30 - O regozijo dos santos e a vitória sobre as bestas - Apocalipse 19.1-21
31 - A vitória sobre Satanás - Apocalipse 20.1-10
32 - O Cordeiro e o destino eterno - Apocalipse 20.11-15
33 - O destino dos redimidos - Apocalipse 21
34 - As provisões de Deus - Apocalipse 22
35 - Bibliografia
29 - A profecia da queda: os aliados de Roma - Apocalipse 18.1-24
30 - O regozijo dos santos e a vitória sobre as bestas - Apocalipse 19.1-21
31 - A vitória sobre Satanás - Apocalipse 20.1-10
32 - O Cordeiro e o destino eterno - Apocalipse 20.11-15
33 - O destino dos redimidos - Apocalipse 21
34 - As provisões de Deus - Apocalipse 22
35 - Bibliografia
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