Apocalipse 2.8-11 - Tribulações e Triunfos da Igreja em Esmirna: O Martírio de Policarpo e a Promessa de Vida Eterna


Por Ray Summers

Esmirna por muitos anos fora uma cidade muito próspera. Teve sua época obscura, mas fora reconstruída por Alexandre, o Grande, e por Antígono.

Quase que repentinamente tornara-se uma cidade notável e rica, e assim se manteve até depois do período do Novo Testamento.

Não temos notícias de como se formou a igreja em Esmirna. Talvez se desse isso quando Paulo em Éfeso distribuiu seus discípulos de modo que toda a Ásia veio a conhecer o evangelho.

A História nos fala das perseguições ali desencadeadas contra os cristãos, bem como do ministério e martírio de Policarpo.

Este fato — o martírio de Policarpo — teve lugar no século segundo, mas podia ser ele o pastor de Esmirna quando se escreveu esta carta. É interessante notar que só se fala bem desta igreja.

Apocalipse 2.8-11
8 - Ao anjo da igreja em Esmirna escreve: Estas coisas diz o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a viver:
9 - Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (mas tu és rico) e a blasfêmia dos que a si mesmos se declaram judeus e não são, sendo, antes, sinagoga de Satanás.
10 - Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.
11 - Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O vencedor de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte.

1 - IDENTIFICAÇÃO (2:8)

O Senhor se apresenta como "o primeiro e o último, o que foi morto, mas ainda vive". Assim, quer Ele dizer-lhes que está ciente de tudo quanto eles estão sofrendo. Ele está perfeitamente qualificado para confortá-los e lhes fornecer conhecimento certo e de primeira mão.

2 - LOUVOR E CONFORTO (2:9-10a)

Cristo tece aqui palavras de louvor e de conforto. O louvor, em parte, provém do silêncio, pois não tem motivo nenhum para se queixar deles.

Ele conhece a "tribulação" deles. Esta palavra — tribulação — já analisamos e vimos que significa pressão vinda de fora para dentro e que ameaça destruir.

Ele conhece a "pobreza" deles. Isto, sem dúvida, denota que tiveram confiscados os seus bens, meio de que Domiciano lançava mão para persegui-los.

Os cristãos de Esmirna haviam perdido todos os seus bens materiais. Não obstante, Cristo, que tudo vê e tudo conhece, lhes diz: "mas tu és rico." A riqueza verdadeira é o enriquecimento do caráter, não a posse de ouro ou bens materiais. 

Na verdade, a igreja em Esmirna era uma igreja rica. Ele conhecia "a blasfêmia dos que se dizem judeus". Isto certamente é referência aos judeus que tinham escapado à perseguição e à confiscação de seus bens por terem cedido ao culto do imperador. 

Assim, a religião deles era tida como lícita, pois faziam orações ao imperador, e, assim, conseguiam afugentar de si a sorte dos cristãos.

Agora passavam a caçoar e a falar mal dos cristãos que haviam perdido tudo por permanecerem fiéis à sua religião. Cristo afirma que eles não são judeus realmente - são, sim, "a sinagoga de Satã" - são a gente do diabo.

É interessante notar que no versículo 10 o Senhor não promete tirá-los de suas dificuldades e apertos. Anuncia-lhes que está próximo um outro dilúvio de sofrimentos e tentações que visará fazer que neguem sua fé.

Serão tentados por forte pressão externa durante dez dias — número que simboliza tribulação extrema e completa. Cristo não se oferece para tirá-los daquelas dificuldades, porque vencer dificuldades é o meio apropriado para construir e consolidar o caráter forte.



3 - A PROMESSA (2:10A, 11b)


A promessa de Cristo é dupla: "Sê fiel, mesmo que isso te leve à morte, e eu te darei a coroa da vida... O que vencer não receberá o dano da segunda morte." Cristo lhes diz que não devem ter medo de morrer, porque a vida eterna os aguarda.

Ele lhes dará a coroa da vida — prêmio de uma corrida vencida. 

Não serão alcançados pela "segunda morte", que simboliza a punição eterna. O descrente morre, e encontra uma outra "morte" à sua espera. O crente morre, e encontra a vida eterna. Aqui, como sempre, a promessa é para a vida vitoriosa.

4 - AVISO (2:11a)

Aqui, como nas outras cartas, o alarma é contra o perigo da apatia espiritual: "O que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas."

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Profundidade Teológica e Orientação Espiritual para Líderes e Estudiosos da Fé

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