Por Ray Summers
O parágrafo que começa com o versículo 9 e vai até o versículo 20 é uma apresentação do Cristo — o Cordeiro redentor — que ocupa a ação deste livro.
Talvez nada poderia ter servido melhor para despertar as esperanças dos amargurados cristãos do que esta visão do Cristo exaltado e triunfante. Serviu igualmente para João.
Talvez nada poderia ter servido melhor para despertar as esperanças dos amargurados cristãos do que esta visão do Cristo exaltado e triunfante. Serviu igualmente para João.
Apocalipse 1.9-209 - Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança, em Jesus, achei-me na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus.10 - Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta,11 - dizendo: O que vês escreve em livro e manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia.12 - Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro13 - e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem, com vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro.14 - A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como chama de fogo;15 - os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas.16 - Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força.17 - Quando o vi, caí a seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último18 - e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno.19 - Escreve, pois, as coisas que viste, e as que são, e as que hão de acontecer depois destas.20 - Quanto ao mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas.
João estava na ilha de Patmos, exilado por causa de sua fidelidade à Palavra de Deus e por causa do seu testemunho acerca de Jesus Cristo. Isto significa que era ele um sentenciado do império pelo fato de desobedecer às exigências do culto ao imperador. A tradição cristã primitiva confirma isto.
Assim, participava ele com os cristãos asiáticos da tribulação que lhes sobreviera, e participava do Reino de Deus, e ainda da paciência que vem da parte de Jesus Cristo.
Estas três coisas são aí referidas como realidades presentes na vida de João e de seus leitores — e não como algo que experimentariam mais tarde.
Estas três coisas são aí referidas como realidades presentes na vida de João e de seus leitores — e não como algo que experimentariam mais tarde.
João estava "no Espírito". Isto, sem dúvida, se refere à natureza daquela sua experiência. Via-se rodeado de grande turbação e tribulação, mas ainda conservava sua comunhão com o Espírito de Deus e percebia o Seu poder e direção.
A palavra aqui usada para tribulação é um termo que lembra o triturar do trigo no moinho ou o esmagar das uvas no lagar.
De início, parece tratar-se da pressão exterior que esmaga e arruína, mas o resultado é a farinha e o vinho. Assim se dava com João e seus amigos: a perseguição parecia esmagadora e destruidora, mas, na realidade, era a preparação deles para um serviço mais efetivo.
De início, parece tratar-se da pressão exterior que esmaga e arruína, mas o resultado é a farinha e o vinho. Assim se dava com João e seus amigos: a perseguição parecia esmagadora e destruidora, mas, na realidade, era a preparação deles para um serviço mais efetivo.
Na experiência cristã de cada dia, quão a miúdo o povo de Deus tem encontrado dificuldades e sofrimentos quando isto se dá! Esta é uma das mais lindas verdades do Novo Testamento.
Esta experiência de João foi em "o dia do Senhor" — o dia de culto para o povo cristão, o domingo.
Assim, no dia do culto, quando o coração de João sentia saudades daqueles cristãos que dele tinham recebido, por muitos anos, conforto e direção espiritual, e enquanto meditava nas terríveis circunstâncias que rodeavam a ele e a seus irmãos e no que resultaria daquilo tudo, eis que ouviu uma voz que, em resumo, como que lhe dizia: "Não podes estar junto do teu povo, mas podes mandar a eles uma mensagem; sim, uma mensagem que Eu te darei."
Assim, no dia do culto, quando o coração de João sentia saudades daqueles cristãos que dele tinham recebido, por muitos anos, conforto e direção espiritual, e enquanto meditava nas terríveis circunstâncias que rodeavam a ele e a seus irmãos e no que resultaria daquilo tudo, eis que ouviu uma voz que, em resumo, como que lhe dizia: "Não podes estar junto do teu povo, mas podes mandar a eles uma mensagem; sim, uma mensagem que Eu te darei."
João descreve a voz como a duma grande trombeta. Assim, a nota de triunfo se fez ouvir mesmo antes de João descobrir quem lhe falava.
Voltou-se para ver quem era, e eis ali junto dele o Cristo vivo, a Quem fazia mais de sessenta anos que não via, pois da última vez O vira no Monte das Oliveiras, antes de subir para o Pai que O enviara!
Voltou-se para ver quem era, e eis ali junto dele o Cristo vivo, a Quem fazia mais de sessenta anos que não via, pois da última vez O vira no Monte das Oliveiras, antes de subir para o Pai que O enviara!
O Senhor aparecera noutras épocas difíceis da vida de João. Aparecera no cenáculo na tarde da ressurreição. Quando os discípulos regressavam duma noite de pesca — derrotados, de mãos vazias e de ânimo quebrado — Jesus aparecera na praia com peixe assado e pão, para lhes mostrar que ainda podia acudir Seus seguidores como o fizera nos dias de Sua carne, multiplicando peixe e pão para as suas necessidades.
Agora, de novo, quando João lutava com aquele trágico desânimo, Jesus aparece com uma mensagem de esperança. Diferente é agora o seu aspecto.
Agora, de novo, quando João lutava com aquele trágico desânimo, Jesus aparece com uma mensagem de esperança. Diferente é agora o seu aspecto.
Ouvindo aquela voz como de trombeta, João se voltou para contemplar o Cristo sublime e triunfante.
Achava-se vestido de uma roupagem comprida até os pés e cingido com um cinto de ouro — vestes de sacerdote e de rei.
Os cabelos dEle eram "brancos como a alva lã. .. brancos como a neve" — símbolo de Sua santidade. Os olhos, penetrantes como "chama de fogo" — símbolo de acurada visão, o que significa onisciência.
Os pés, como "latão reluzente" — símbolo de fortaleza; o latão nos dias de João era conhecido como o mais resistente dos metais.
Achava-se vestido de uma roupagem comprida até os pés e cingido com um cinto de ouro — vestes de sacerdote e de rei.
Os cabelos dEle eram "brancos como a alva lã. .. brancos como a neve" — símbolo de Sua santidade. Os olhos, penetrantes como "chama de fogo" — símbolo de acurada visão, o que significa onisciência.
Os pés, como "latão reluzente" — símbolo de fortaleza; o latão nos dias de João era conhecido como o mais resistente dos metais.
A voz dEle era "a voz de muitas águas" — símbolo de Sua autoridade sobre povos e nações (compare-se o uso disto noutras partes do livro).
O rosto dEle tinha o brilho "do sol, quando resplandece em toda a sua força", i.é., ao meio-dia — símbolo de sua majestade. Em sua forte destra, tinha "sete estrelas" — símbolo da sorte das igrejas entregue a seus pastores.
O rosto dEle tinha o brilho "do sol, quando resplandece em toda a sua força", i.é., ao meio-dia — símbolo de sua majestade. Em sua forte destra, tinha "sete estrelas" — símbolo da sorte das igrejas entregue a seus pastores.
De sua boca "saía uma aguda espada de dois fios" — símbolo de julgamento esmerado e penetrante dos feitos dos homens (alguns interpretam isto como significando a habilidade dele na proteção dos seus).
Ele estava de pé no meio de "sete castiçais de ouro" — que simbolizam as igrejas (este simbolismo é uma condensação do pensamento de Beckwith, Dana, Hengstenberg, Richardson, Smith e muitos outros in loco.)
É certo que não vamos pensar seja esta a aparência literal de Cristo hoje em dia, pois que seria isso um aspecto mui grotesco. É pela significação do simbolismo que percebemos o inteiro significado da visão e a gloriosa certeza outorgada a João e aos seus companheiros de sofrimento.
É certo que não vamos pensar seja esta a aparência literal de Cristo hoje em dia, pois que seria isso um aspecto mui grotesco. É pela significação do simbolismo que percebemos o inteiro significado da visão e a gloriosa certeza outorgada a João e aos seus companheiros de sofrimento.
Eis o significado da visão: O Cristo redivivo, santo, majestoso, onisciente, cheio de autoridade, e poderoso, está de pé no meio das igrejas, tem a sorte delas em sua mão e diz: "Não temais! Eu morri, mas vivo para sempre.
E, mais do que isto, tenho em minhas mãos as chaves da morte e do túmulo. Não deveis temer de ir para o lugar do qual Eu tenho a chave. Podereis ser perseguidos até a morte, mas eu sou ainda o vosso Rei."
E, mais do que isto, tenho em minhas mãos as chaves da morte e do túmulo. Não deveis temer de ir para o lugar do qual Eu tenho a chave. Podereis ser perseguidos até a morte, mas eu sou ainda o vosso Rei."
A construção gramatical proíbe a continuação duma ação já em progresso. Eles estavam atemorizados já a ponto de desesperar.
Diz-se-lhes, então, que parem com aqueles temores. E, a seguir, se lhes apresenta a razão: Cristo está vivo, e está na direção de tudo quanto acontece.
Diz-se-lhes, então, que parem com aqueles temores. E, a seguir, se lhes apresenta a razão: Cristo está vivo, e está na direção de tudo quanto acontece.
Este Cristo glorificado e triunfante domina a movimentação de todo o livro do Apocalipse. Poderá haver dúvidas no pensamento de alguns dos pretensos "mestres da profecia" de nossos dias a respeito do resultado da luta do mal contra o bem.
Nunca, porém, houve a menor dúvida no pensamento dAquele que concedeu a João esta revelação. Cristo — O Cordeiro Redentor — é o vitorioso em todos os sentidos deste termo.
Esta verdade é o cabeçalho da história da luta, e nós sabemos qual será o resultado, ainda quando haja períodos em que nos pareça que as forças do mal sobrepujam as do bem.
Esta verdade é o cabeçalho da história da luta, e nós sabemos qual será o resultado, ainda quando haja períodos em que nos pareça que as forças do mal sobrepujam as do bem.
ÍNDICE
Literatura Apocalíptica
01 - Introdução
02 - A natureza da literatura apocalíptica
03 - As características da literatura apocalíptica
Métodos de interpretação do Apocalipse
01 - Método Futurista
02 - Método da Continuidade Histórica
03 - Método da Filosofia da História
04 - Método Preterista
05 - Método da Formação Histórica
A formação História do Apocalipse
01 - O autor do Apocalipse do Novo Testamento
02 - A data do Apocalipse
03 - Para quem foi escrito o Apocalipse
04 - As condições do Império Romano
Interpretação versículo a versículo
01 - Prefácio - Apocalipse 1.1-8
01 - Introdução
02 - A natureza da literatura apocalíptica
03 - As características da literatura apocalíptica
Métodos de interpretação do Apocalipse
01 - Método Futurista
02 - Método da Continuidade Histórica
03 - Método da Filosofia da História
04 - Método Preterista
05 - Método da Formação Histórica
A formação História do Apocalipse
01 - O autor do Apocalipse do Novo Testamento
02 - A data do Apocalipse
03 - Para quem foi escrito o Apocalipse
04 - As condições do Império Romano
Interpretação versículo a versículo
01 - Prefácio - Apocalipse 1.1-8
02 - O Cordeiro - Apocalipse 1.9-20
03 - Éfeso - Fiel, mas em falta - Apocalipse 2.1-7
04 - Esmirna - os santos sofredores - Apocalipse 2.8-11
05 - Pérgamo - quartel general do inferno - Apocalipse 2.12-17
06 - Tiatira - à espera da Estrela - Apocalipse 2.18-29
07 - Sardo - viva ou morta? - Apocalipse 3.1-6
08 - Filadélfia - a igreja com uma porta aberta - Apocalipse 3.7-13
09 - Laodicéia - a igreja com uma porta fechada - Apocalipse 3.14-22
10 - O Deus reinante - Apocalipse 4.1-11
11 - O Cordeiro Redentor - Apocalipse 5.1-14
04 - Esmirna - os santos sofredores - Apocalipse 2.8-11
05 - Pérgamo - quartel general do inferno - Apocalipse 2.12-17
06 - Tiatira - à espera da Estrela - Apocalipse 2.18-29
07 - Sardo - viva ou morta? - Apocalipse 3.1-6
08 - Filadélfia - a igreja com uma porta aberta - Apocalipse 3.7-13
09 - Laodicéia - a igreja com uma porta fechada - Apocalipse 3.14-22
10 - O Deus reinante - Apocalipse 4.1-11
11 - O Cordeiro Redentor - Apocalipse 5.1-14
12 - O 1° Selo - O Cavalo Branco: Conquista - Apocalipse 6.1,2
13 - O 2° Selo - O Cavalo Vermelho: Guerra - Apocalipse 6.3,4
14 - O 3° Selo - O Cavalo Preto: A Fome- Apocalipse 6.5,6
15 - O 4° Selo - O Cavalo Amarelo: Pestilência - Apocalipse 6.7,8
16 - O 5° Selo - Os Santos Martirizados: Perseguição - Apocalipse 6.9-11
17 - O 6° Selo - O Terremoto: O Juízo - Apocalipse 6.12-17
18 - A proteção para os redimidos - Apocalipse 7.1-17
19 - O 7° Selo - Parte 1 - Apocalipse 8.1-13
20 - O 7° Selo - Parte 2 - Apocalipse 9.1-21
13 - O 2° Selo - O Cavalo Vermelho: Guerra - Apocalipse 6.3,4
14 - O 3° Selo - O Cavalo Preto: A Fome- Apocalipse 6.5,6
15 - O 4° Selo - O Cavalo Amarelo: Pestilência - Apocalipse 6.7,8
16 - O 5° Selo - Os Santos Martirizados: Perseguição - Apocalipse 6.9-11
17 - O 6° Selo - O Terremoto: O Juízo - Apocalipse 6.12-17
18 - A proteção para os redimidos - Apocalipse 7.1-17
19 - O 7° Selo - Parte 1 - Apocalipse 8.1-13
20 - O 7° Selo - Parte 2 - Apocalipse 9.1-21
21 - O anúncio da desforra - Apocalipse 10.1-11
22 - A medição do Templo e as duas testemunhas - Apocalipse 11.1-19
22 - A medição do Templo e as duas testemunhas - Apocalipse 11.1-19
24 - O sinal da Besta 666 - Apocalipse 13.1-18
25 - As forças da retidão chefiadas por Deus - Apocalipse 14.1-20
25 - As forças da retidão chefiadas por Deus - Apocalipse 14.1-20
28 - A mulher escarlate: Roma - Apocalipse 17.1-18
29 - A profecia da queda: os aliados de Roma - Apocalipse 18.1-24
30 - O regozijo dos santos e a vitória sobre as bestas - Apocalipse 19.1-21
31 - A vitória sobre Satanás - Apocalipse 20.1-10
32 - O Cordeiro e o destino eterno - Apocalipse 20.11-15
33 - O destino dos redimidos - Apocalipse 21
34 - As provisões de Deus - Apocalipse 22
35 - Bibliografia
29 - A profecia da queda: os aliados de Roma - Apocalipse 18.1-24
30 - O regozijo dos santos e a vitória sobre as bestas - Apocalipse 19.1-21
31 - A vitória sobre Satanás - Apocalipse 20.1-10
32 - O Cordeiro e o destino eterno - Apocalipse 20.11-15
33 - O destino dos redimidos - Apocalipse 21
34 - As provisões de Deus - Apocalipse 22
35 - Bibliografia
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