Visão missionária
O Rev. Waldemar era dotado de visão missionária, cheio do Espírito Santo, que percebeu o momento histórico do tempo. O Ramal do Aterradinho, que visava extrair lenha das vastas florestas do sul do Estado, deslocava inúmeras famílias. Gente fervilhava por toda a parte, profissionais de todos os tipos: engenheiros, mecânicos, advogados e médicos, dentistas e enfermeiros. Por que não haveria de aparecer pregadores do evangelho?
O Rev. Waldemar era jovem ministro da Igreja Presbiteriana em Itapetininga. Encetou as suas viagens de automóvel, trens, até a última estação, para chegar ao lenheiro, Engenheiro Hermilo. Desta ia a cavalo ou à pé pelos ásperos caminhos, distribuindo folhetos. Ao encontrar uma família evangélica, ali permanecia, oficiando cultos, pregando aos convidados o Santo Evangelho.
Na rodovia, ia até Angatuba, Paranapanema. Em Angatuba, pregava no cinema. Morava ali perto o seu tio Dácio de Lara. Este contava que o Rev. Waldemar chegou certa vez ali e não encontrou casas de crentes, perguntando a um coletor de lixo: "Amigo, não mora por aqui nenhum protestante?" (isso antes de Dácio morar ali.) O caboclo, surpreso, coçando o cavanhaque, respondeu: "O que moço? Graças a Deus esta praga por aqui não 'ingéste'"... Era aproximadamente o ano de 1928. Realmente não havia cristão reformado ainda na cidade. O ativo evangelista abriu na região um novo capítulo de Atos dos Apóstolos. Hoje há muitas Igrejas na região.
(Extraído do livro “Os meus dias” – Rev. Lázaro Lopes de Arruda, 1997.)
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