I. A REFORMA LUTERANA
A - A SITUAÇÃO POLÍTICA
O imperador Carlos V
O monarca que mais se envolveu com a Reforma, na sua primeira fase, foi o imperador Carlos V. Descendente direto do rei da Espanha, então uma das mais poderosas nações da Europa, e também senhor dos Países Baixos, foi eleito para o trono da Alemanha em 1519. Dispunha, assim, esse monarca, de poderes extraordinários.
A condição política da Alemanha
É preciso, porém, considerar que o título de "imperador" não lhe dava autoridade absoluta sobre a Alemanha. Tivesse Carlos V tal autoridade e a Reforma teria sido esmagada no nascedouro.
O Imperador não governava diretamente em qualquer parte da Alemanha, exceto em certas cidades chamadas "cidades livres".
Ao tempo da Reforma, a Alemanha, que compreendia as terras do Reno até as fronteiras da Hungria e da Polônia, excluindo a Suíça, ainda não se tinha constituído uma nação unificada e dirigida por um forte poder central, como no caso da Inglaterra, da França e da Espanha.
O Império Alemão ou Santo Império Romano consistia de muitos territórios separados, tanto grandes como pequenos.
Seus governantes, que usaram vários títulos, tais como, Eleitor, Landgrave, Margrave, reconheciam na pessoa do imperador o senhor feudal de todos eles; porém cada qual governava seu próprio território, quase com plena independência.
Estes governantes chamados "príncipes" tiveram parte notável na história da Reforma. O Império tinha um tipo de autoridade central na Dieta, que era uma assembléia, compreendendo todos os príncipes e grandes nobres, os homens que mantinham as terras como vassalos do imperador. Adiante apreciaremos vários atos dessa Dieta Imperial.
O caráter e a religião de Carlos V
Carlos V era, pelo sangue, alemão e espanhol, mas de natureza predominantemente espanhola; jamais conviveu com alemães e nunca os entendeu. Quanto à crença religiosa era cem por cento homem da Idade Média.
Desejava sinceramente uma reforma completa da Igreja e lutou com perseverança por consegui-la. Não foi subserviente ao papa e sustentava o princípio de que um concílio geral era a mais alta autoridade na igreja.
Mas se opunha terminantemente a qualquer mudança de doutrina e jamais pôde compreender como alguém desejasse uma tal mudança.
Deve ser lembrado que depois de ele reinar trinta e seis anos e verificar que seus planos concernentes à religião no seu império se arruinaram, depôs a coroa e foi terminar os dias num convento.
Era frio, muito calmo, paciente, persistente; algumas vezes se revelou cruel e de atitudes dúbias. Sempre foi contrário às novas idéias religiosas. Tal foi o primeiro e poderoso antagonista da Reforma na Alemanha.
Carlos V tinha um rival, às vezes aliado, às vezes inimigo, na pessoa de Francisco I, o notável e ambicioso rei da França.
Tinha um perigoso inimigo nos turcos que capturaram Constantinopla em, 1453, e por um século espalharam o terror pela Alemanha com seus ataques ferozes na fronteira oriental do império.
Sua situação na Europa
Variou muito de atitude nas suas relações políticas para com os papas, sendo-lhes às vezes hostil e às vezes amigo, pois os papas do seu tempo foram tão políticos como os demais governos. Todas essas características da natureza do imperador afetaram grandemente o progresso da Reforma.
A preparação para o Cristianismo
01 - A contribuição dos Romanos, Gregos e Judeus
02 - Como era o mundo no surgimento do cristianismo
A fundação e expansão da Igreja
03 - Jesus e sua Igreja
04 - A Igreja Apostólica Até o Ano 100
A Igreja antiga (100 - 313)
05 - O mundo em que a Igreja vivia (100 - 313)
06 - Características da Igreja Antiga (100-313)
A Igreja antiga (313- 590)
07 - O mundo em que a Igreja vivia (313 - 590)
08 - Características da Igreja Antiga (313-590)
A Igreja no início da Idade Média (590 - 1073)
09 - O mundo em que a Igreja vivia (590-1073)
10 - Características da Igreja no início da Idade Média
11 - O cristianismo em luta com o paganismo dentro da Igreja
A Igreja no apogeu da Idade Média (1073 - 1294)
12 - A Igreja no Ocidente - O papado Medieval - Hildebrando
13a - Inocêncio III
13b - A Igreja Governa o Mundo Ocidental
14 - A guerra da Igreja contra o Islamismo - As cruzadas
15 - As riquezas da Igreja
16 - A organização da Igreja
17 - A disciplina e a lei da Igreja Romana
18 - O culto da Igreja
19 - O lugar da Igreja na religião
20 - A vida de alguns líderes religiosos: Bernardo, Domingos e Francisco de Assis
21 - O que a Igreja Medieval fez pelo mundo
22 - A igreja Oriental
Decadência e renovação na Igreja Ocidental (1294 - 1517)
23 - Onde a Igreja Medieval falhou
24 - Movimentos de protesto: Cataristas, Valdeneses, Irmãos
25 - A queda do Papado
26 - Revolta dentro da igreja: João Wycliff e João Huss
27 - Tentativas de reforma dentro da Igreja
28 - A Renascença e a inquietude social como preparação para a Reforma
Revolução e reconstrução (1517 - 1648)
29 - A Reforma Luterana
30 - Como Lutero se tornou reformador
31 - Os primeiros anos da Reforma Luterana
32 - Outros desdobramentos da Reforma Luterana
33 - A Reforma na Suíça - Zuínglio
34 - Calvino - líder da Reforma em Genebra
35 - A Reforma na França
36 - A Reforma nos Países Baixos
37 - A Reforma na Escócia, Alemanha e Hungria
A - A SITUAÇÃO POLÍTICA
O imperador Carlos V
O monarca que mais se envolveu com a Reforma, na sua primeira fase, foi o imperador Carlos V. Descendente direto do rei da Espanha, então uma das mais poderosas nações da Europa, e também senhor dos Países Baixos, foi eleito para o trono da Alemanha em 1519. Dispunha, assim, esse monarca, de poderes extraordinários.
A condição política da Alemanha
É preciso, porém, considerar que o título de "imperador" não lhe dava autoridade absoluta sobre a Alemanha. Tivesse Carlos V tal autoridade e a Reforma teria sido esmagada no nascedouro.
O Imperador não governava diretamente em qualquer parte da Alemanha, exceto em certas cidades chamadas "cidades livres".
Ao tempo da Reforma, a Alemanha, que compreendia as terras do Reno até as fronteiras da Hungria e da Polônia, excluindo a Suíça, ainda não se tinha constituído uma nação unificada e dirigida por um forte poder central, como no caso da Inglaterra, da França e da Espanha.
O Império Alemão ou Santo Império Romano consistia de muitos territórios separados, tanto grandes como pequenos.
Seus governantes, que usaram vários títulos, tais como, Eleitor, Landgrave, Margrave, reconheciam na pessoa do imperador o senhor feudal de todos eles; porém cada qual governava seu próprio território, quase com plena independência.
Estes governantes chamados "príncipes" tiveram parte notável na história da Reforma. O Império tinha um tipo de autoridade central na Dieta, que era uma assembléia, compreendendo todos os príncipes e grandes nobres, os homens que mantinham as terras como vassalos do imperador. Adiante apreciaremos vários atos dessa Dieta Imperial.
O caráter e a religião de Carlos V
Carlos V era, pelo sangue, alemão e espanhol, mas de natureza predominantemente espanhola; jamais conviveu com alemães e nunca os entendeu. Quanto à crença religiosa era cem por cento homem da Idade Média.
Desejava sinceramente uma reforma completa da Igreja e lutou com perseverança por consegui-la. Não foi subserviente ao papa e sustentava o princípio de que um concílio geral era a mais alta autoridade na igreja.
Mas se opunha terminantemente a qualquer mudança de doutrina e jamais pôde compreender como alguém desejasse uma tal mudança.
Deve ser lembrado que depois de ele reinar trinta e seis anos e verificar que seus planos concernentes à religião no seu império se arruinaram, depôs a coroa e foi terminar os dias num convento.
Era frio, muito calmo, paciente, persistente; algumas vezes se revelou cruel e de atitudes dúbias. Sempre foi contrário às novas idéias religiosas. Tal foi o primeiro e poderoso antagonista da Reforma na Alemanha.
Carlos V tinha um rival, às vezes aliado, às vezes inimigo, na pessoa de Francisco I, o notável e ambicioso rei da França.
Tinha um perigoso inimigo nos turcos que capturaram Constantinopla em, 1453, e por um século espalharam o terror pela Alemanha com seus ataques ferozes na fronteira oriental do império.
Sua situação na Europa
Variou muito de atitude nas suas relações políticas para com os papas, sendo-lhes às vezes hostil e às vezes amigo, pois os papas do seu tempo foram tão políticos como os demais governos. Todas essas características da natureza do imperador afetaram grandemente o progresso da Reforma.
Por Robert Hastings Nichols
ÍNDICE
ÍNDICE
A preparação para o Cristianismo
01 - A contribuição dos Romanos, Gregos e Judeus
02 - Como era o mundo no surgimento do cristianismo
A fundação e expansão da Igreja
03 - Jesus e sua Igreja
04 - A Igreja Apostólica Até o Ano 100
A Igreja antiga (100 - 313)
05 - O mundo em que a Igreja vivia (100 - 313)
06 - Características da Igreja Antiga (100-313)
A Igreja antiga (313- 590)
07 - O mundo em que a Igreja vivia (313 - 590)
08 - Características da Igreja Antiga (313-590)
A Igreja no início da Idade Média (590 - 1073)
09 - O mundo em que a Igreja vivia (590-1073)
10 - Características da Igreja no início da Idade Média
11 - O cristianismo em luta com o paganismo dentro da Igreja
A Igreja no apogeu da Idade Média (1073 - 1294)
12 - A Igreja no Ocidente - O papado Medieval - Hildebrando
13a - Inocêncio III
13b - A Igreja Governa o Mundo Ocidental
14 - A guerra da Igreja contra o Islamismo - As cruzadas
15 - As riquezas da Igreja
16 - A organização da Igreja
17 - A disciplina e a lei da Igreja Romana
18 - O culto da Igreja
19 - O lugar da Igreja na religião
20 - A vida de alguns líderes religiosos: Bernardo, Domingos e Francisco de Assis
21 - O que a Igreja Medieval fez pelo mundo
22 - A igreja Oriental
Decadência e renovação na Igreja Ocidental (1294 - 1517)
23 - Onde a Igreja Medieval falhou
24 - Movimentos de protesto: Cataristas, Valdeneses, Irmãos
25 - A queda do Papado
26 - Revolta dentro da igreja: João Wycliff e João Huss
27 - Tentativas de reforma dentro da Igreja
28 - A Renascença e a inquietude social como preparação para a Reforma
Revolução e reconstrução (1517 - 1648)
29 - A Reforma Luterana
30 - Como Lutero se tornou reformador
31 - Os primeiros anos da Reforma Luterana
32 - Outros desdobramentos da Reforma Luterana
33 - A Reforma na Suíça - Zuínglio
34 - Calvino - líder da Reforma em Genebra
35 - A Reforma na França
36 - A Reforma nos Países Baixos
37 - A Reforma na Escócia, Alemanha e Hungria
A era da Reforma (1517 - 1648)
38 - A Reforma na Inglaterra
39 - Os Anabatistas
40 - A Contra-Reforma
41 - A Guerra dos Trinta Anos
42 - Missões
38 - A Reforma na Inglaterra
39 - Os Anabatistas
40 - A Contra-Reforma
41 - A Guerra dos Trinta Anos
42 - Missões
O cristianismo na Europa (1648 - 1800)
43 - A França e a Igreja Católica Romana
44 - A Igreja Católica Romana e a Revolução Francesa
45 - O declínio religioso após a Reforma
46 - O Pietismo
46 - A Igreja Oriental
47 - A Regra Puritana
48 - Restauração
49 - Revolução
50 - Declínio Religioso no começo do século 18
51 - O Reavivamento do Século 18 e seus resultados
52 - Os Pactuantes (Covenanters)
53 - O Século 18 na Escócia
54 - O Presbiterianismo na Irlanda
O Século 19 na Europa
55 - O Catolicismo Romano
56 - O Protestantismo na Alemanha, França, Holanda, Suíça, Escandinávia e Hungria
57 - O Movimento Evangélico na Inglaterra
58 - O Movimento Liberal
59 - O Movimento Anglo-Católico
60 - As Igrejas Livres
61 - As Igrejas na Escócia: despertamento, descontentamento e cisão
62 - As missões e o cristianismo europeu
O Século 20 na Europa
63 - História Política até 1935
64 - O Catolicismo Romano
65 - O Protestantismo no Continente
66 - A Igreja da Inglaterra
67 - As Igrejas Livres
68 - A Escócia
69 - A Igreja Ortodoxa Oriental
70 - Outros países orientais
71 - O Movimento Ecumênico
O cristianismo na América
72 - As primeiras tentativas
73 - As Treze Colônias
74 - Reconstrução e reavivamento após a Guerra da Independência
75 - O Século 19 até 1830
76 - 1830 - 1861
77 - 1861 - 1890
78 - 1890 - 1929
43 - A França e a Igreja Católica Romana
44 - A Igreja Católica Romana e a Revolução Francesa
45 - O declínio religioso após a Reforma
46 - O Pietismo
46 - A Igreja Oriental
47 - A Regra Puritana
48 - Restauração
49 - Revolução
50 - Declínio Religioso no começo do século 18
51 - O Reavivamento do Século 18 e seus resultados
52 - Os Pactuantes (Covenanters)
53 - O Século 18 na Escócia
54 - O Presbiterianismo na Irlanda
O Século 19 na Europa
55 - O Catolicismo Romano
56 - O Protestantismo na Alemanha, França, Holanda, Suíça, Escandinávia e Hungria
57 - O Movimento Evangélico na Inglaterra
58 - O Movimento Liberal
59 - O Movimento Anglo-Católico
60 - As Igrejas Livres
61 - As Igrejas na Escócia: despertamento, descontentamento e cisão
62 - As missões e o cristianismo europeu
O Século 20 na Europa
63 - História Política até 1935
64 - O Catolicismo Romano
65 - O Protestantismo no Continente
66 - A Igreja da Inglaterra
67 - As Igrejas Livres
68 - A Escócia
69 - A Igreja Ortodoxa Oriental
70 - Outros países orientais
71 - O Movimento Ecumênico
O cristianismo na América
72 - As primeiras tentativas
73 - As Treze Colônias
74 - Reconstrução e reavivamento após a Guerra da Independência
75 - O Século 19 até 1830
76 - 1830 - 1861
77 - 1861 - 1890
78 - 1890 - 1929
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sociedade
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