Orgulho, vaidade
Outro antídoto contra a vaidade seria o comparecimento a um funeral. A morte, sendo a coisa mais natural da vida, nunca é bem recebida por ninguém. Temos sempre a ideia de que a morte é só para os outros, mas ela é para nós também. Consideramos a morte uma inimiga e na verdade é. Mas ela tem uma virtude: iguala os homens ou lembra-lhes de que são todos iguais. A vaidade nunca estará presente a um funeral. Todos se sentem diminuídos diante de um esquife. Em circunstâncias normais vaidosos e presunçosos, diante da morte derrotados e abatidos, pessoas que,por vaidade, nunca choram, diante da morte despem-se do falso orgulho e revelam-se como na realidade são - simples mortais.
(Extraído do livro “Pense Comigo – Meditações Evangélicas”, 1ª Edição – Rev. Samuel Barbosa)
Todos juntos
Nas cidades do interior existia, nos cemitérios, um poço onde eram depositados os ossos depois de certo tempo dos sepultamentos. Eram jogados pernas, braços, crânios, costelas, tudo misturado, uns sobre os outros, sem a menor preocupação de identificação dos donos das ossadas, se eram barbosas, silvas, oliveiras, pereiras, santos, sousas, etc. Todos misturados agora na maior camaradagem, como nunca experimentaram enquanto vivos.
(Extraído do livro “Pense Comigo – Meditações Evangélicas”, 1ª Edição – Rev. Samuel Barbosa)
O diálogo das caveiras
Humberto de Campos conta uma história: "O diálogo das caveiras". A motivação do conto foi a notícia no jornal do dia: "As ondas que lavam as praias de Santos continuam arrastando para o alto mar os ossos arrancados ao antigo cemitério de Bertioga". Um pescador viu boiando, ao lado de sua canoa, duas caveiras. A caveira menos amarela e menos suja, perguntou à outra: - "você também estava enterrada em Bertioga? Sim, respondeu a outra, há mais ou menos trezentos anos. E você também estava enterrada lá? Você está muito bem conservada, não lhe falta nenhum dente, Como é o seu nome? A outra respondeu: em vida meu nome era Antão Bermudes de Souza e Faria. Nunca ouviu falar em mim?
A caveira sujinha respondeu: - Como não? Eu fui seu escravo, eu Gonçalo, não se lembra de mim? Depois de uma surra que vossmincê mandou dar em "mim, depois de terem, a seu mando, passado sal e pimenta nos ferimento eu morri. Morri mais de raiva do que de dor. E agora estamos aqui os dois, como duas caixas de ossos que as ondas arrastam!
A caveira de Antão Bermudes então disse: - Sabe, Gonçalo, sempre diziam que isto ia acontecer e eu achava graça. A culpa, porém, não é só minha. Todos os homens são assim como eu fui. A quantos, hoje poderosos, não irá acontecer o mesmo? O nosso destino é uma lição aos vivos. É pena que os vivos só venham a saber disso depois que morrem!"
(Extraído do livro “Pense Comigo – Meditações Evangélicas”, 1ª Edição – Rev. Samuel Barbosa)
Fim de carreira
Dois graves erros podem prejudicar o ministro no fim da sua carreira: a pretensão de achar eficiente o serviço que realizou e, como consequência, achar que deve ser reconhecido pelo muito que fez. Não são poucos os jubilados, atualmente, que chegam ao fim no "crepúsculo dos ressentidos!" Ainda bem que há uma gloriosa esperança nas promessas, a que remeto o leitor, nos textos de Hb. 6:10 conjugado com Hb. 10:35. Que o aparente descaso não seja motivo para trabalhar menos. Quem sabe se esta indiferença acontece para apagar a chama do orgulho nos servos de Deus? - Mesmo fazendo tudo, somos inúteis. Entretanto, algo está faltando: respeito, urbanidade, reconhecimento, no espírito e na letra de Hb. 13:16- 7. Que esta virtude seja a constante nos Concílios, a começar nos Conselhos locais.
(Extraído do livro “Os meus dias” – Rev. Lázaro Lopes de Arruda, 1997.)
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