Honestidade
O menino saiu de casa cedo, para "lenhar" para a mãe, sempre muito preocupada com a manutenência de seus quatro filhos pequenos. O menino foi andando despreocupado, pois conhecia a região como a palma da mão.
O trilho era estreito e, de vez em quando, suas pernas finas resvalavam contra a guanxuma da beira do trilho. De repente viu, meio encoberto pela guanxuma, um objeto diferente. Olhou com mais atenção e viu que era uma carteira, dessas de guardar documentos. Dentro havia grande quantidade de dinheiro em notas, novas algumas, outras mais velhas.
Chegando em casa mostrou à mãe o que tinha achado e a mãe conseguiu descobrir num documento, o nome do dono da carteira. Tratava-se de um rico fazendeiro que, dias antes, passara por ali em demanda de um campo de caça. A fazenda do homem ficava longe, cerca de quatro léguas. No outro dia bem cedo, o menino saiu a pé, em demanda da fazenda para devolver a carteira ao seu dono.
Ao receber a carteira o fazendeiro a examinou e disse ao menino:
- está faltando aqui uma nota de cinqüenta mil réis, mas como essa era a gratificação que eu estava pensando dar a quem me devolvesse a carteira, fica uma coisa pela outra. Considere-se gratificado.
O menino voltou para casa sem sequer receber uma refeição na casa do fazendeiro. No caminho começou a meditar na conveniência ou não da honestidade. Não seria muito melhor para ele, e para a sua família se tivesse ficado com a carteira do homem? Já noite chegou a casa cansado e faminto.
Expôs suas dúvidas quanto à validade da honestidade a sua mãe que lhe disse:
- meu filho, a honestidade é uma virtude do indivíduo. Ou ela é sua ou não é. Você deve ser honesto não pela atitude dos outros, mas por uma atitude sua para com você mesmo. O homem não lhe deu uma recompensa, mas isso é um problema dele, não seu. A recompensa você já recebeu na aprovação de sua consciência pelo ato que você acabou de praticar. Você não acha que valeu a pena ter devolvido a carteira?
-Sim, respondeu o menino!
Então, tornou a mãe,
- você não ficou mais pobre do que era, mas o fazendeiro, esse sim, ficou mais pobre para consigo mesmo, diante de sua própria consciência, pois de agora em diante cada vez que ele abrir aquela carteira, vai se lembrar da maldade que fez com você.
Alguns dias depois chegou à casa do menino, o fazendeiro. Queria falar com o menino e com sua mãe. Explicou que desde aquele dia em que recebeu a devolução do dinheiro, pelo menino, não conseguiu mais dormir e ali estava para pedir perdão ao menino e para dar-lhe uma nota de cem mil réis como gratificação.
Isso acontece. A honestidade nunca tira o sono de ninguém, nunca prejudica ninguém. Nesse caso, mesmo que o homem não se tivesse arrependido, o menino jamais teria de que se arrepender.
(Extraído do livro “Pense Comigo – Meditações Evangélicas”, 1ª Edição – Rev. Samuel Barbosa)
São Paulo e Suíça
Lembro-me de um diálogo entre um recém-chegado da Suíça e um amigo de São Paulo:
- Imagine, dizia o recém-chegado, que lá você compra o jornal e deixa o dinheiro numa caixa própria, e acentuava o fato de ninguém roubar nem o dinheiro nem o jornal.
- Pois aqui em São Paulo acontece o mesmo, respondeu o outro. Você pode colocar uma nota de mil cruzeiros em cima de um banco de praça que no outro dia ainda estará lá.
- A nota? Perguntou o outro.
- Não, o banco, ora essa!
Infelizmente é isso aí. A honestidade está se tornando Avis rara a ponto de um caso que deveria ser de rotina como a devolução de duzentos cruzeiros se tornar manchete em jornal.
(Extraído do livro “Respingando – Crônicas e Memórias”, 1ª Edição – Rev. Samuel Barbosa)
Os 4 bilhetes
Uma vez, viajando de ônibus com minha família, de Kolar a Bangalore, no Sul da índia, pedi quatro bilhetes ao condutor. Este deu-me somente três, dizendo que fosse esperto e declarasse, quando consultado, que minhas duas filhas tinham menos de três anos. A sugestão era tentadora, mas eu a recusei, afirmando que tal atitude não era justa. Reclamei o quarto bilhete, o que causou tanto ao condutor como aos passageiros grande surpresa.
O mundo está cheio de seduções, mas para o cristão elas são oportunidades desafiantes para uma reação de acordo com o que é reto e bom brilhando por Cristo.
O mundo precisa de atos que lembrem Cristo. Este é o melhor método de evangelização, pois leva a mensagem de Cristo tanto aos cristãos como aos anti-cristãos. Todo cristão verdadeiro é uma luz. Brilhando, ele cumpre sua grande missão.
Java Mitra (Índia)
- "Nenhum homem é honesto até que seja honesto para com Deus." - Roy Smith
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