Éfesios


Ruínas de Éfeso

A situação geográfica de Éfeso
Situada às margens do mar Egeu, às portas da Ásia menor, Éfeso era um centro comercial próspero. Mas foi sobretudo o templo de Diana, uma das sete maravilhas do mundo, que fez sua celebridade.

Um meteoro, provavelmente caído nesse lugar, era objeto de grande veneração (confira Atos 19:35), mais ou menos como acontece com a famosa pedra negra de Meca, cidade santa dos muçulmanos. Lucas nos diz que a fabricação de miniaturas dos templos de Diana era uma das principais indústrias da cidade (confira Atos 19:24,27).

A fundação da igreja de Éfeso
O apóstolo Paulo permaneceu três anos em Éfeso (confira Atos 20:31), e seu ministério foi particularmente fecundo. Ensinava todos os dias na escola de um certo Tirano (Atos 19:9).

A Palavra de Deus espalhou-se assim a todas as províncias da Ásia, enquanto um sólido testemunho se estabeleceu em Éfeso.

Os cristãos reuniam-se na casa de Áquila e Priscila (confira Atos 18:26 e 1 Coríntios 16:19), casal convertido que acompanhou Paulo de Corinto a Éfeso, antes de voltar a Roma (confira Atos 18:1-3e 18; Romanos 16:3,4).


A Igreja de Éfeso, coluna da verdade
Os acontecimentos que deram origem à Igreja de Éfeso são descritos em Atos 18 e 19, onde vemos a claridade do Evangelho puro substituindo a confusão religiosa da época.

Foi preciso ali que Áquila e Priscila expusessem "com mais exatidão o caminho de Deus" a Apolo, para que ele se tornasse o instrumento "que auxiliou muito aqueles que tinham crido" (Atos 18:26,27).

Foi preciso que Paulo revelasse o dom do Espírito Santo a certos judeus, discípulos de João Batista, para que se tornassem testemunhas de Cristo (Atos 19:1-7).

Foi preciso que o exorcismo e a magia fossem desmascarados (Atos 19:13-19) para que a Palavra do Senhor crescesse poderosamente e prevalecesse (Atos 19:20).

Finalmente, quando de sua passagem por Mileto na volta de sua terceira viagem missionária, o apóstolo reserva aos anciãos da Igreja de "Éfeso uma última pregação (Atos 20:17-38).

Lembra-lhes "todo o conselho de Deus", tal como lhes tinha sido anunciado, e os aconselha a proteger o rebanho que lhes era confiado, pois lobos devoradores queriam introduzir-se ali depois de sua partida.

Era mister que a Igreja de Éfeso permanecesse através de todos os revezes como a coluna imutável da verdade das Escrituras.

A Epístola aos Efésios
Por isso não é de admirar que um dos primeiros cuidados do apóstolo Paulo durante seu tempo na prisão fosse escrever a esses amados efésios, de quem ele se lembra com emoção e ação de graças.

Uns pensam que a Epístola aos Efésios tenha sido redigida durante os dois anos que Paulo passou em Cesaréia, enquanto outros afirmam que Tíquico, o portador da carta (Efésios 6:21) a levou de Roma.

De qualquer modo, foi por volta do ano 60 que ela foi escrita. Paulo nela se apresenta não como prisioneiro de César, mas de Cristo (Efésios 3:1), sabendo que suas prisões contribuem para encorajar os cristãos que sofrem por sua fé (Efésios 3:13; confira Filipenses 1:12-14).


O caráter da Epístola
Em capítulos extremamente compactos, o apóstolo redige de maneira magistral o arcabouço da Igreja de Cristo, organismo invisível e povo espiritual do tempo da graça de Deus.

Por duas vezes ele dobra os joelhos diante do Pai (confira 1:15 e 3:14), dando graças pela excelência da revelação de Seu plano, escondido anteriormente e agora plenamente desvendado na mensagem que o Senhor lhe confiou.

Esta Epístola é como uma carta divina dedicada aos cristãos de todos os séculos, onde cada palavra tem seu valor, onde cada versículo é um monumento de precisão e concisão, onde cada capítulo assenta de maneira irrefutável as bases da doutrina apostólica.

A leitura da Epístola aos Efésios
Importa pois meditar muito cuidadosamente sobre as verdades que se concentram em seus 155 versículos. Por uma leitura rápida ou superficial, poderíamos passar por cima de ensinamentos ao mesmo tempo profundos e práticos, que tocam todos os domínios da vida cristã.

De um lado, o apóstolo nos conduz às alturas do encontro com Deus, de outro, penetra até às raízes do nosso coração. Depois de ter mostrado de onde o Senhor nos tirou, ele nos introduz na revelação de Sua glória presente.

Qualquer que seja a etapa em que estejamos presentemente, a leitura dessa Epístola é própria para nos elevar em alguns degraus nesta ascensão espiritual da qual somos todos chamados a participar.

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